Eu estou aqui



Fechou o punho com uma força incrível, golpeando a velha mesa de madeira fazendo esta ganhar mais uma rachadura. Os olhos pareciam saltar para fora, enquanto a boca estava cerrada.




_Maldição!



Estava se divertindo ao controlar a mente dela, ao mostrar aos poucos o que faria com ela seria bem pior.



Rira milhares de vezes com gosto ao ver as lágrimas brotarem em seus olhos ao ver o garoto cicatriz no chão, morto.



Ela ali, com as roupas rasgadas e o semblante marcado pelo terror enquanto ele se divertia ao a vê-la morrer aos poucos. Mas claro que, iria se divertir mais uma vez com ela antes de matá-la de vez.



Bufou. Queria deixá-la entrar em pânico total, e ele vira que ela podia se mostrar a mulher mais forte e inteligente do mundo, mas que dentro de sua mente ela era nada mais que a garotinha que havia sido pega pelo Lorde quando tinha onze anos. Fraca e que precisava de ajuda.



Mas era engraçado como aquele maldito Potter tinha que sempre acabar com a graça dos outros. Principalmente a dele.



Dormiu ao lado dela a noite inteira, e, ela se sentiu tão segura ao ponto de nada deixar invadir seus pensamentos. Grunhiu.



Desgraça!



Pelo menos a tinha dado noção do que aconteceria. Só tinha que esperar o que viria pela frente.



Abriu os olhos, deparando-se com a figura daquele francês nojento. Girou os olhos, tentando buscar paz.



_Acho bom que tenha conseguido algo. –rosnou, fazendo o francês se encolher.



_Bom, achei o que você queria. O velho está nos Estados Unidos mesmo.



_Perfeito. – um sorriso cruel se formou naqueles lábios finos. – É lá para onde Duarte mandou a doce ruiva - passou a ponta da língua sobre os lábios, umedecendo-os. – Que vai cair na rede feito um peixe solitário. Sem a ajuda de ninguém.



_Tem o Potter. - arriscou o homem. Ele apenas sorriu.



_Venho competindo com o Potter desde os tempos de escola. Vou sair ganhando nessa. Ele, eu não tenho muito com o que me preocupar, quando eu aparatar com ela, Potter só vai ter noticias quando eu quiser que tenha. Quando eu souber que é hora certa dele ver a querida irmã do melhor amigo morrer.



_Se ela acabar caindo nas mãos dele, vai ter com o que se apoiar.



_Melhor para mim. – Ele abriu um sorriso que o francês julgou ser diabólico. – Ele vai ver o amor de sua vida morrer. –pigarreou. – Agora, quero todos os dados que achou de Severo Snape. Nosso querido traidor.





*****



Ela teve que fechar os olhos e abri-los novamente para ter a certeza de que aquilo não era um sonho.



As cobertas fofas e pesadas estavam no chão, mas ela achava que, do jeito que estava, estaria muito mais aquecida, onde com certeza, poderia dizer “Que viesse o mais rigoroso inverno” sem nenhuma duvida.



Fora a primeira a despertar dos dois. A respiração calma dele brincava levemente com seus cabelos e a orelha, onde, quando acordou, a fez ter um incrível arrepio.



Era como se tivessem voltado ao passado. Como se nada tivesse acontecido.



Ele estivera ali, preocupado com ela, mesmo que por parte dela ela tivesse sido infantil e criança, mas ele não temeu a estender a mão a ela e, dormir ao lado dela a noite inteira abraçado junto a ela.



Suspirou, fechando os olhos e sentindo o calor daquele corpo, que emanava junto ao seu. Estava bom demais para ser verdade.



Os braços ao redor de seu corpo, e o peito nu e definido servindo com encosto para ela, onde não recusou por um instante.



Ele não era apenas fama e beleza (E que beleza!). Ele era muito mais que isso, e ela sabia muito bem.
Ele era atencioso, carinhoso.



Molhou os lábios com a pontinha da língua, passando a ponta dos dedos delicados levemente sobre o peito dele. O toque da pele dele sob seus dedos era muito bom, e aquela sensação tentadora só a deixava com a consciência mais clara que aquela lembrança de aconchego e preocupação só lhe traria dor e sofrimento mais tarde, por saber que ele não quer mais nada com ela, por achá-la uma traidora.



Aquilo a incomodou bruscamente. Estava claro que, por mais de tudo que passara, ela ainda sentia algo - por mais que negasse – por ele. Estava mais claro do que nunca ao notar que amanhecera em seus braços.



_Eu não quero. –murmurou pesarosa a si mesma, enquanto podia ouvir a respiração dele.



Lembrou-se de quando passou a primeira noite na França. Aquela havia sido uma noite em claro para ela, onde chorara a maior parte do tempo.


Lembrava-se perfeitamente de que depois, havia ido com os olhos inchados para a Academia de Aurores de lá, e que logo no primeiro dia, havia virado o motivo de caçôo pelos veteranos.



“Você bateu a cara ou tem esses olhos inchados por natureza mesmo?!”



Bufou ao lembrar daquilo.



Tinha pelo menos que admitir que, fora um enorme prazer ganhar de todos eles numa luta, onde somente um seria o vencedor. E o vencedor havia sido ela.



Deixou que um sorriso brincasse com seus lábios, enquanto sentia o moreno soltar um longo suspiro, seguido de um bocejo.



_Gi? –disse numa voz rouca, falha e cansada. Ela inclinou o rosto, a fim de ver aquele semblante cansado, mas tranqüilo.



_Bom dia. – sorriu, quando viu que ele a encarou preocupado. Aquele jeito cuidadoso, carinhoso.



_Como se sente?



Ela nem havia pensado naquilo desde que acordara. Amanhecera tão quentinha, tão acolhida pelos braços fortes do moreno que nem passara pela sua cabeça sua febre e exaustão. Inspirou fundo, procurando alguma dor interna. Sorriu mais uma vez ao ver que parecia bem melhor que na noite anterior.



_Acho que tudo foi causado pela queda de pressão - deu os ombros, ainda fitando os olhos daquele moreno. Não entendia, mas aquele olhar profundo a deixava incrivelmente confusa, intrigada. Por que ele gostava de lhe confundir? De fazê-la que, pensasse que em momentos havia esquecido de tudo, de todo aquele passado negro e que o amava de dentro, acima de tudo e de qualquer coisa. Porém em outros momentos, seu desejo era dar um grande pontapé nele, e ver que tudo que sentia era somente coisa e uma criança boba e que achava que o mundo era um incrível mar de rosas; grande mentira.



Ele apenas permaneceu em silencio. Também não se soltara dela. Estava tudo muito bom para acabar com aquele momento, aqueles pensamentos, e aqueles sorrisos doces que ambos estavam lançando um para o outro.



A realidade é que era muito bom estar perto daquela ruiva. Ela era um perfeito terremoto. Suas provocações, suas ironias... Suas malícias.


Tudo fazia um complemento perfeito para aquela mulher de cabelos cor de fogo.



Ela encostou mais uma vez a cabeça em seu peito, deixando escapar um bocejo enquanto esticava as pernas para se espreguiçar, como quem estivesse fazendo uma bela manha.



_Que horas são? – ele negou com a cabeça.



_Não sei. Mas não deve ser muito cedo. Eu ouvi o telefone há umas duas horas, o que infelizmente me acordou.



Ela sentiu algo percorrer-lhe pela espinha.



_Você então está acordado desde então?



_É bem por aí.



Seu coração acelerou. Ela não havia dito nada de comprometedor, mas só de imaginar se tivesse dito, o que poderia acontecer.



Xingou-se ao sentir uma pontinha de desapontamento quando imaginou ele ouvindo tudo o que ela sentia naquele momento.



_Mas – ele a despertou de seus pensamentos, fazendo-a mais uma vez, encara-lo. – Estava tudo muito bom aqui, com você.



Aquela frase teve muito efeito sobre Gina. Ela sentiu seus lábios ficarem secos, e o peito dar um leve solavanco tirando os inúmeros pensamentos que vieram à tona.



Abriu a boca para tentar falar, mas não emitiu som algum. Imaginou-se como estaria sua cara naquele momento. Parecendo uma criança tola que havia recebido uma carta de um admirador secreto.



_Estou com sede. – disse mais para si mesma do que para ele, mas ouviu-o dizer:



_Quer que eu pegue um copo de água?



Ele fez menção para levantar, mas ela pousou as duas mãos, quase ficando sobre ele. Algumas mechas ruivas caíram de encontro a sua face alva e descansada, e ela apenas soltou um sorriso.



_Mas eu prefiro ficar assim.



Ela viu que ele ia dizer alguma coisa, mas ficou completamente sem jeito, o que a fez sorrir. Ele iria ter que aprender que, não era só ele que era bom naquele jogo.



Viu que a tentativa de falar era inútil, então se limitou a soltar um sorriso maroto, ao qual ela achou lindo aos olhos dela e murmurou próximo ao ouvido dela:



_Ruiva, ruiva. Não me tente.



Ela não entendeu mais uma vez o porquê, mas aquilo estava muito divertido e excitante, onde ela não conseguia pela primeira vez controlar suas emoções. Passou um braço em torno do seu pescoço, enquanto passava a ponta dos dedos levemente sobre a curva do pescoço, onde o fez soltar um longo suspiro, que a fez mais uma vez, sorrir.



O calor que circulava ambos era incrível. Uma experiência que ambos nunca presenciaram, onde não importava qual era o fim daquilo, sabiam que iriam se arrepender.



Ele mordeu o lábio quando ela ficou sobre ele, enquanto sentia o leve tecido de seda da camisola bater contra seu corpo, e o calor e a essência daquela ruiva já estava começando a entorpecê-lo.



_Desculpa por ontem – ela começou num tom baixo, onde ele pode notar perfeitamente o tom sensual naquela voz doce e suave, que o fez passar as mãos pelos ombros dela, descendo até os braços da ruiva.



_Você precisava de ajuda. Não a culpo pelo meu atraso. Só não te desculpo por uma coisa, ruiva.



Ela se aproximou dele, deslizando as mãos pelo peito do moreno, onde o fez fechar os olhos.



_Ah é? – ela encostou a cabeça no ombro dele, depositando um leve beijo, que fez um fogo percorrer pelo seu corpo. – E qual?



_Você entrou de biquíni naquela banheira. É inadmissível.



Ela soltou um leve riso, onde o fez achar que o Paraíso havia descido a Terra, mesmo sabendo que parecia muito impossível.



Tudo nela o agradava, desde a planta dos pés até a raiz dos cabelos. Nunca, mas nunca mesmo havia deixado de pensar naquela mulher, que sabia ser durona em certas horas e bem quente em outras.



Deixou encostar a cabeça no fofo travesseiro, enquanto ela se afastava um pouco, deixando os fios vermelhos caírem em perfeito desenho com os seios fartos, numa visão tentadora.



_Digamos que eu pensei que você fosse um garoto malvado e bem curioso – ela molhou os lábios com a pontinha da língua, massageando a cintura dele, enquanto escorregava com o corpo, fazendo com que os rostos ficassem completamente próximos – que gostasse de quebrar regras.



_Ainda gosto – ele sorriu maliciosamente, fazendo-a entrar em um delírio interno.



Ela estava com o controle completo da situação, e tinha a plena consciência disso, mas não estava nem um pouco preocupado. Queria ficar com aquela ruiva para si, sentir seus lábios sobre os seus, mais uma vez, o gosto de sua boca, coisa que hoje procurava lembrar com vontade e muito desejo. Queria muito mais que aquilo.



Ela soltou um sorriso malicioso, enquanto sussurrava em seu ouvido num tom quente:



_Você me provocou, isso não é bom. Estou sendo obrigada a ir contra meus pensamentos, querido.



Ele a trouxe para mais perto de si, sentindo o cheiro de rosas invadirem-lhe as narinas, e um calor incrível entre seu corpo quando ela começou a fazer pequenas brincadeiras com a língua em seu pescoço.



_E você está entrando num terreno que não vai sair depois, ruiva. – ela sentiu a voz mais rouca dele atingir-lhe os ouvidos, deixando-a mais insensata do que antes. Mas estava pouco se danando para sua sensatez.



Apenas não queria que aquilo acabasse.



Não entendia por que estava fazendo aquilo, mas não era uma necessidade.


Era um desejo. Para pelo menos, achar que nunca perderia aquele moreno maravilhoso na sua vida. Que o teria a seu lado, como tinha agora.



Parou, olhando-o nos olhos. Sua vontade era dizer que o amava, mesmo estando muito confusa por causa do passado. Aqueles olhos verdes que a deixavam tanto intrigada estavam exibindo um maravilhoso brilho, no qual ela não sabia explicar.



Fechou os olhos, tentando marcar em sua memória todos aqueles momentos. Parecia como naquela vez, num dia de natal na torre, onde ela quase havia tido a primeira noite em que sentiria completa ao lado dele.


Onde, desde aquele momento, ela sabia que ele era para ser seu até o fim dos tempos.



Queria reacender aquela chama que havia entre eles no passado. Aquela que, tamanho o amor que ambos tinham, era capaz de mover céu e terra.



Chegou perto da face dele, observando-o com o fogo da paixão que ali existia. Os corpos colados, as respirações ofegantes, em busca um pelo o outro.



_Que disse que eu quero sair desse terreno, Harry? –ele fechou os olhos, enquanto ela acompanhava o gesto, fazendo o mesmo.



Os lábios roçaram levemente um contra o outro, aos poucos. Aquilo tudo parecia ser um sonho para ambos, e, quando ia finalmente voltarem a se sentir como um único ser, como antes, a porta do apartamento se escancarara e uma voz aguda soltou em voz alta:



_SERVIÇO DE QUARTO!



Gina soltou um som estranho, em mescla assustado, enquanto se levantava de cima de Harry, rodando para o lado oposto, que a fez cair no chão e soltar um gemido de dor e raiva.



_Droga! –exclamou, enquanto deixava o corpo estender-se no chão e bufar, enquanto o moreno sentava-se na cama, parecendo não muito alegre com aquilo tudo.



Uma mulher baixinha, com o cabelo bagunçado presos em um coque muito malfeito entrou, com uma vassoura e um balde na mão, mas largou-os no chão e soltou um gritinho quando viu o moreno com as pernas esticadas e os braços cruzados enquanto uma ruiva levantar-se do chão, com a mão no lombo.



_Já te disseram que é bom bater na porta antes de qualquer coisa? – o tom de voz dele saiu num jeito irônico e bem mal-humorado. A camareira ficou com a face rosada, corada, passando a mão nervosamente pelo braço enquanto a ruiva fechava o semblante.



_Desculpe, é que geralmente no horário de almoço todos os hospedados estão no restaurante. E...



Gina queria rir com aquela cena. O moreno levantara-se, enlaçando-a pela cintura enquanto fuzilava a mulher com os olhos. Ele passou a mão pelos cabelos bagunçados, numa expressão nervosa.



_Mas nós acabamos de nos casar. – Ela teve que olhar pela janela para abafar o riso daquela situação.



Casados. Bem que iria ser ótimo acordar daquela maneira todas as manhãs.


Com aquele moreno do lado, com um sorriso gratificante de que valia a pena viver.



“Ai, ai, ai. Pare de pensar nisso! Pare de pensar nisso!”



_Bem... Desculpem-me se eu... Atrapalhei vocês dois...



Atrapalhou? Ela havia destruído o momento mágico daquele momento. A chance de se perdoarem naquele exato momento. Camareira desgraçada.



Imaginou se a cena seria realmente excitante; a camareira criaria asas graças a um feitiço e ela sairia voando daquele lugar, sendo jogada por um grande pontapé que ela teria o imenso prazer de dar.



Queria soltar um grande riso ao imaginar aquilo, mas apenas permitiu que um sorriso sarcástico brincasse em seus lábios.



_Se não quer se despedida, acho bom sair daqui antes que eu perca a minha paciência - ela começou, perdendo o sorriso e adquirindo uma olhar assassino. Era a vez de Harry querer rir, mesmo que por dentro, sonhava em lançar um belo Avada Kedavra nela e ninguém além dos dois iria saber.



A mulher arregalou os olhos a ruiva, e, girando nos calcanhares tratou de sair dali num piscar de olhos, com dificuldades de carregar às pressas o balde cheio de água e a vassoura.



Quando a porta se fechou com um estrondo, era como se os dois tivessem combinado, soltaram primeiro um riso abafado, antes de cair em gargalhadas.



_Eu não acredito nisso! – Gina foi até a porta, olhando-a fechada. Subiu a alça da camisola azul marinho de seda, com um sorriso bobo no rosto.



_Só você? – Harry sorriu, vindo a seu encontro, passando a mão pelos cabelos negros e desgrenhados. Gina sentiu o lábio ficar seco imediatamente. Ele fechou o semblante, olhando para a porta – Ainda não acredito que essa louca varrida entrou aqui.



Ela apenas sorriu, passando a mão por uma madeixa de seu cabelo. Estava sem graça, quando notou que o braço dele roçou levemente contra o seu, fazendo uma corrente elétrica percorrer pelo seu corpo. Mas ela não notou exatamente para onde ele estava olhando.



_Gi.



_Sim? –sua voz estava vaga, assim como seu olhar. Estava absorta em pensamentos, em lembranças que não eram tão distantes assim. Era exatamente de poucos minutos. Como desejava que tivesse rolado algo...



_Bom... Você... Você estava disfarçada como comensal, não era?



A primeira coisa que lhe veio à cabeça fora que ele iria tocar naquele assunto. Passou a mão esquerda pelo braço direito, como se estivesse tentando se acalmar. Por que certas coisas insistiam em tocar na ferida das pessoas?



_É sim. –respondeu com toda a coragem que não havia nela, tentando ignorar os calafrios que percorriam por sua pele. – O que tem?



_Eu fiquei curioso. Você tem...



_Tenho...?



_A marca?



_Que?



_A Marca negra.



_Ah – ela sentiu um imenso alivio ao ele estar falando daquilo. Talvez nem tanto, mas era melhor do que ele tocar no assunto de quando ele a encontrou, horas depois daquele acontecimento. Mas, de alguma forma, aquilo a fazia se lembrar dos momentos horríveis que participara ali com os comensais, seus medos, como tivera que batalhar para conseguir entrar no grupo de comensais. –Tenho sim.



Afastou os fios cor de fogo para longe do ombro direito, revelando uma tatuagem de cores fúnebres marcadas na pele macia como seda da ruiva.


Ele ficou observando atentamente a caveira, onde dela saia uma cobra, enquanto ela olhava para o outro lado da sala, respirando com certa dificuldade.



_E não tem como tirar isso?



_Bom. Estavam tentando ver alguma poção, mas por enquanto eles não descobriram nada para remover, o que é uma pena – suspirou. – Já assustei três pessoas por que ia comprar pão e fui com uma blusa que deixava o ombro a mostra. –ela sorriu amargamente. – imagina saírem correndo aos berros “Comensal! Comensal!”.



Ele riu levemente, mas notou que ela não havia colocado muita graça naquela frase. Pigarreou.



_Desculpa se... Eu incomodei você com essa pergunta.



_Não é a pergunta que me incomoda. –ela deu os ombros. – Muito menos essa tatuagem. A única coisa que me incomoda é que não fui capaz de cumprir meu trabalho. Ainda ser – pigarreou, tentando conter a primeira lágrima que começava a brotar de seus olhos. – humilhada por seres tão imundos. –ele ia abrir a boca quando ela o interrompeu. Parecia que ela queria desabafar, de quão grande estava entalado em sua garganta. – Isso faz me sentir imunda.



Ela viu que ele ia abrir a boca para falar alguma coisa, mas interrompeu mais uma vez, como quem queria colocar um fim naquilo.



_Vamos descer. A gente pode ir almoçar num restaurante trouxa aqui perto. –sem esperar resposta, rumou em direção ao quarto, procurando secar as primeiras lágrimas que tentaram querer descer.





****



_Então você...?



_Exatamente.



Ele soltou o primeiro sorriso que, em anos ela não via. Aquele sorriso sincero, iluminado. Sentiu um grande poder chamado calma emanar seu corpo, e agradeceu a Deus que sabia que ele iria ajudá-la a tirá-lo de lá.



_Mas, Lia como?



_Eu ganhei influencias nesse tempo. –ele fez uma careta descrente, fazendo-a rir – Está achando que não sou influente?



_Isso tem dedo da Thamires?



Droga. Por que ele sempre descobria as coisas?



_Seu estraga prazeres.



_De nada. – ele sorriu, passando a mão pelos cabelos negros bagunçados. Ela não pode deixar de acompanhá-lo num sorriso também. – Mas ela não estava viajando?



_Voltou semana passada. Então aproveitei e falei com ela. Sabe das influencias dela.



_Ser for igual a você...



_Lucas Preston perdeu a graça. – Ela riu ao o ver soltar uma gostosa gargalhada. – Estou falando sério! Para de rir!



Ele parou, tentando firmar uma pose séria, mas ela não se preocupava. Aquele brilho maravilhoso que ele exibia naqueles olhos negros estava a deixando desnorteada. Como era boa a presença dele.



_Te amo tanto. –sussurrou, fazendo-o parar de rir. Mas também não ficou sério. Seus olhos marejaram levemente, fazendo-o tocar no rosto da morena.



_Eu só estou lúcido, e com vontade de viver por que você teve o cuidado de sempre me ajudar com isso. – molhou os lábios com a pontinha da língua, enquanto ela o acompanhava com o olhar. – Você lembra de todos os problemas que passamos aqui? Meus ataques? Minhas tentativas de me matar? E foi por Deus cara, foi por Deus que eu não me matei. Ele me ajudou, colocando uma alma preciosa na minha frente, para que cuidasse de mim e velasse por mim enquanto eu estivesse aqui. E ela se chama Cecília.



Ela sorriu.



_E Deus me colocou você para provar que eu ainda posso ser amada e amar alguém com tanto fervor no qual faria tudo por você. Agradeço a ele por isso. Por ele ter unido nossas almas.



Ele sorriu mais uma vez, fazendo suas pernas ficarem bambas.



_Eu também.



_E eu vou tirar você daqui, em breve, você vai ver.





*****



Esticou os pés, arrumando os óculos escuros sobre a face, num sorriso tentador a qualquer alma feminina. Aquele dia ensolarado estava dando um contraste perfeito para um banho de piscina e muito sol.



Soltou um longo suspiro, enquanto olhava o seu melhor amigo dar um longo gole na bebida, de uma única vez.



_Não sei como você não cai logo na primeira, seu pinguço.



Rony riu, passando a mão pelos cabelos ruivos completamente molhados, junto ao corpo de quem havia caído na piscina há pouquíssimo tempo.



_Eu não tenho mais dezesseis. Nem sou puro o suficiente para tomar só suco de abóbora.



_Não importa, você parece mais pinguço a cada dia que eu ando com você.



Não era verdade. Ele sabia que o melhor amigo só bebia quando estava muito nervoso, ansioso. Antes de começar um trabalho pesado, que seria trabalhoso e muito cuidadoso.



_Não é bem assim, Harry. Você é pior do que eu. Sabe muito bem, quando saíamos às sextas. Bem, isso foi antes de eu ficar noivo da Mione, mas, não importa. Você fazia sucesso entre a mulherada, seu galinha.



Ele riu, fingindo uma careta ofendida. Seu olhar cruzou com o de uma moça muito bonita, de cabelos bem negros e os olhos cor de mel. Um corpo escultural também naquele biquíni amarelo, fazendo-o soltar um sorriso maroto entre os lábios finos, e para sua aprovação, a morena retribuiu no mesmo gesto. Se quisesse chegar agora, ela estaria... No papo.



O ruivo notou o ato do amigo, soltando um leve riso.



_Eu disse. Você não muda nada.



_Mas eu-.



_Quero só ver quando alguma mulher realmente pegar você de jeito. Aquele jeito que você vai largar esse seu fogo no rabo e vai praticamente babar em cima dela. – riu, com um olhar significativo. – Apesar de que eu acho que você já encontrou.



Ele ignorou o ultimo comentário, dando os ombros.



_Não vou ficar babando atrás de mulher. Não vale a pena. Quando você menos esperar vai ter um belo par de chifres.



_Nunca vou levar um par de chifres da Mione, e sou muito feliz em babar por ela.



_Mas vai dizer que não reparou na garota. –ele sorriu maldosamente ao ruivo, que arqueou a sobrancelha, confuso.



_Que garota?



_Aquela amiga da Gina, Cecília, não é?



_O que tem a Cecília?



_Vai dizer que você não reparou nela, por que vamos e venhamos ela é uma morena de tirar o fôlego.



O ruivo suspirou pesadamente, tentando evitar algum tipo de engasgue. Ficou em silencio por um momento, mudando de assunto.



_Harry, por que você e minha irmã foram descer em plena uma e meia da tarde?



Ele não agüentou, rindo na cara do melhor amigo. Rony era mesmo péssimo em tentar mudar de assunto, mas resolveu dar uma trégua.



_Gina estava doente. E queria que eu ficasse com ela ontem a noite. Então dormimos juntos. No bom sentido, Rony - completou exasperado ao ver os olhos do amigo ficarem com um olhar já meio atacado.



_Não iria me impressionar se não fosse. –resmungou – Primeiro, foi tomando banho os dois juntos, e agora isso - Harry ia interromper quando ele disse – Ou vai me dizer que ela pediu para que você esfregasse as costas dela na forma mais inocente?



_Não estávamos tomando banho juntos, Rony. – revirou os olhos ao ver o amigo rir com sarcasmo.



_E ela estava molhada por que soa feito um porco em decomposição à noite, é? – desdenhou.



_Não. – “sua besta leguminosa!” – Ela tinha ido me pedir uma escova de cabelo, e eu a molhei com a mangueira do chuveiro. Algum problema nisso ou acha que a água vai deixá-la grávida? – ironizou, fazendo o ruivo bufar.



_Duas coisas que não se encaixam. Por que você a molhou à toa e PRA QUE ELA IA PEDIR UMA ESCOVA EM PLENA DUAS DA MANHÃ? –gritou, fazendo duas garotas loiras olharem para ambos, com risadinhas abafadas antes de saírem de perto. Harry teve vontade de afogar o ruivo na piscina.



_Talvez por que meu cabelo estivesse embaraçado? – soou uma voz por trás deles, de forma exasperada. Rony deu um sobressalto, enquanto ele e Harry viravam-se para encarar a dona da voz, acompanhada pela amiga. Harry suspirou pesadamente ao reparar como ela estava vestida, virando o rosto para encarar a piscina onde brincava somente duas crianças com uma bola.



Os cabelos ruivos presos em um alto rabo de cavalo, com finíssimas mechinhas caindo à face, onde os óculos escuros e os lábios avermelhados contorcidos em um sorriso de canto, entreabertos davam um ar perigoso e sensual à ruiva.



Mas não era somente o rosto da ruiva que estava perfeito. O fato era aquele biquíni vermelho e aquela saída de praia no mesmo tom, deixando à mostra as curvas que a ruiva adquirira nos treinamentos para auror. O fato simplesmente era admitir que ela estivesse perfeita.



_Você não acha que está meio doente pra sair com um biquíni para querer tomar sol e entrar numa piscina? – fechou os punhos e lançou um olhar mortal a irmã, que sorriu docemente.



_Eu estava doente ontem, maninho. –sentou na cadeira ao lado deles, com um sorriso no rosto. – Hoje, antes da festa de abertura, eu tenho o direito total de me divertir.



Levantou os óculos, deixando à mostra o magnífico brilho que aquelas íris amêndoas estavam aquele dia. Ela estava perfeita demais.



O irmão foi tentar falar alguma coisa, mas ela fora mais rápida.



_Escuta, Ronald. Eu não tenho mais onze anos, muito menos fico perdendo meu tempo escrevendo em diários. Acho que tenho muito mais maturidade do que você até. Então o que eu fiz ou deixei de fazer não é problema seu - inspirou fundo. – Aliás, você faz até pior debaixo do edredom com a Hermione. – Terminou ao ver o irmão estar com as orelhas vermelhas e a cara ameaçadora. A única coisa que fez foi sorrir marotamente.



_Virginia... Molly...



_É eu sei. –ela fingiu uma careta inocente. – Meu nome é lindo. Mas... Acho que eu vou ir tomar um banho de piscina. –e deixando um beijinho no ar, caminhou até a piscina onde sorriu cinicamente para dois homens que a cumprimentaram de forma ousada.



Harry observava-a de cima em baixo. A forma que andava a forma em que seus quadris remexiam-se graciosamente, como uma boneca. O jeito que os cabelos ruivos balançavam conforme andava, deixando visivelmente a mostra o brilho sedoso deles. E o corpo... As linhas e curvas a mostra estavam o levando ao delírio.



_Eu vou proteger a sua irmã deles Rony - sorriu ao amigo, que bufou ligeiramente, cruzando os braços enquanto Cecília estava deitada na cadeira ao lado bem distraída lendo uma revista.



_Agora sim que você me deixou realmente apavorado, Potter – o moreno riu, balançando a cabeça negativamente e indo de encontro à piscina.



Gina parou na borda, olhando para o movimento. Os cabelos molhados, onde alguns fios grudavam na face enquanto o resto do corpo, a partir do busto para baixo, estava completamente submerso pela água da piscina.



Colocou uma mecha ruiva atrás da orelha e soltou um leve suspiro.



A primeira palavra que veio na sua mente ao ver Harry deitado numa das cadeiras com aquele bermudão e sem camisa foi “perfeito”.



_Meu Deus - murmurou, balançando a cabeça negativamente. Não podia estar voltando a sentir tudo aquilo de volta, seria idiotice da parte dela.



_Falando sozinha? –ouviu uma voz chegar aos seus ouvidos de forma rouca e sensual. Arrepiada, deu um pulo ao sentir a respiração dele perto a ela.


Resmungou, cruzando os braços a altura do peito.



_E se eu estiver? – ele deu os ombros à resposta dela.



_Vou dizer que você é louca.



Ela sorriu amargamente, olhando para onde o irmão estava há poucos minutos atrás. Ele parecia que havia se entediado e ido embora, sobrando apenas uma Cecília ainda toda distraída na revista.



_Já estou acostumada a me chamarem de louca mesmo.



Ele riu de uma forma que ela julgou bem sensual, mas decidiu culpar a água que estava gelada demais por ter ficado arrepiada.



_Eu diria que você é realmente louca... – ele chegou perto do ouvido dela, onde estava encurralada entre ele e a parede da piscina. Suspirou pesadamente, mas resolveu encarar o olhar dele – Louca por mim...



Ela sorriu marotamente, fazendo-o tremer na base. Pensou que ela iria bater nele, ou começar mais uma de inúmeras discussões, mas ela continuou com aquele sorriso mesmo depois de dizer:



_Quando você acerta, acerta em cheio.



Ele arregalou os olhos ao ver que ela não rira ou dissera aquilo num tom de sarcasmo, mas sim num tom de quem não estava brincando. Ainda que, mesmo se achasse isso, aquele brilho em seus olhos estava mostrando que não era uma brincadeira.



Suspirou pesadamente, a procura de uma resposta decente. Mas sua mente parecia não querê-lo ajudar, pois somente passava num flashback da voz da ruiva dizendo a mesma coisa “quando você acerta, acerta em cheio”.



Abriu a boca, mas não emitiu som algum. Não percebeu, mas a ruiva soltou um leve sorriso em mescla divertido e vitorioso na face.



Riu sem jeito, tentando colocar o melhor sorriso sexy nos lábios.



_Eu sei... – ele foi falar, quando ela, sorrindo, passou o dedo indicador no peito molhado dele, fazendo pequenos círculos. A reação imediata foi se arrepiar ficando em silêncio. Ela mordeu o lábio, sorrindo maliciosamente.



_Você é bom demais para ser verdade. – sussurrou, fazendo com que seus corpos se aproximassem. – É amigo, companheiro, doce e - ela riu levemente, fazendo-o ficar embriagado – muito quente.



_Você... Está... Tentando-me... Gi... – sorriu fraco, com dificuldade de segurar o calor que começava a emanar seu corpo. Não estava muito certo de que se controlaria por muito tempo a agarrar aquela ruiva ali mesmo e capturar aqueles lábios que naquele dia pareciam incrivelmente mais irresistíveis.



Ela sorriu simplesmente, enlaçando o moreno pelo pescoço.



_E eu estou fazendo isso direito, querido? – ele soltou um leve riso, de puro nervosismo. Ela estava sim é conseguindo fazer ele de gato e sapato dela.



_Pode ter certeza que... Sim. – sentiu mais um arrepio ao sentir as unhas dela levemente passarem contra sua nuca, num carinho que o estava deixando louco. Tentou recuperar os sentidos, olhando a ruiva. – Gina é melhor você parar.



_Por quê? – disse num tom manhoso, ainda continuando. – Você não gosta?



_Gosto. – respirou com dificuldade. – É por isso mesmo que estou pedindo pra você... Parar. Daqui a pouco não vou me controlar.



Ela abriu um sorriso na qual não soube decifrar o que ela queria dizer com aquilo. Mas ela estava completamente satisfeita consigo mesma. Então ele não era o único que a deixava como uma completa idiota e maluca. Essa comprovação a deixou ousada, confiante.



Estava tudo indo muito bem, mesmo que alguma vozinha no fundo de sua mente gritava algo como “Passado”. Ou será que era “Pássaro”? Ela não estava muito preocupada em saber mesmo.



_E você quer manter o controle? – ele colocou uma mecha ruiva dela atrás da orelha. Ai, ai, ai. Agora ela sabia que não podia mais culpar a água da piscina por aquele arrepio teimoso.



Ele estava sem jeito, e era a primeira vez que ele ficava sem jeito. Lembrou-se nos tempos de escola. Era sempre ele que mantinha tudo sob o controle...


Ele que tinha aquela ardência toda entre os dois.



Também, como ela ia emanar sedução como trasgo na versão nerd que era?



Riu internamente ao pegar-se pensando nisso.



Mas agora ela estava ali, emanando todo aquele poder e sedução, deixando-o todo sem jeito de tentar jogar algum joguinho. Era a melhor coisa... Saber que agora ela estava madura e havia mudado. Agora ela também sabia jogar e conquistar.



_Gina – arfou – É bom você saber que... Esse jogo é para dois.



Ela sorriu, mordendo o lábio.



_Que jogo, meu bem?



_Esse joguinho de - parou de falar para segurar um leve gemido ao sentir as mãos delicadas da ruiva passarem desde o seu pescoço a seu ombro, indo até o peito para finalmente chegar a seu tórax.



_Sim? – ela o olhou inocentemente. Ele estava queimando por dentro e ela sabia disso.



Seu olhar estava diferente com ele. Seu fundo gritava, esperneava, chutava tudo imaginário ao seu redor, gritava passado e tudo o mais, mas ela já havia dito que o “pássaro” não ia incomodá-la. Ela queria apenas aproveitar o momento que estavam ali. Ela e Harry.



Ele inspirou fundo, decidindo por vez deixar aquele lado surpreso com a ruiva de lado. Admitiu que, já estava na hora dele tomar alguma atitude.



Pegou as mãos da ruiva, fazendo-as enlaçar seu pescoço, enquanto fazia com que seus corpos ficassem completamente colados um no outro.



Então sorriu, ao a sentir soltar um suspiro mais pesado ao sentir o peito dele pressionar seu corpo, fazendo com que ela pudesse sentir o calor daquele corpo. Harry parecia uma parede de concreto. Uma parede de concreto quente.



Segurou o rosto dela com uma mão, numa forma carinhosa. Logo após, correu-a até sua nuca, como se estivesse segurando-a. Ela fechou os olhos e soltou um novo suspiro ao sentir a pontinha da língua dele brincar com seu fogo, fazendo vários caminhos na curva de seu pescoço, que estavam marcando um caminho vivo nela.



_Sabe o que eu gosto mais em você? – sussurrou em seu ouvido, sentindo uma sensação prazerosa ao senti-la mexer com seus cabelos negros. Ela sorriu meio débil, se xingando eternamente por ter perdido o jeito e cedendo as caricias dele.



_Deixe-me adivinhar – ela abriu os olhos, num sorriso malicioso – Das minhas sardas? Da minha boca? Ou do meu corpo? – sentiu mais um arrepio ao velo rir levemente, com um brilho inacreditável em seus olhos verdes, que mostravam que ele estava pegando fogo.



_Não. – ele aproximou seu rosto de tal modo que, era possível sentir a respiração um do outro, e a tentação que ambos os lábios demonstravam a cada um. – Gosto dessa sua maneira, dessa sua forma turrona... Mas principalmente – ele parou para observá-la nos olhos. Nunca havia visto um sorriso como aquele. Tão misterioso e tão belo, coisa que somente ela tinha. Aquele fogo todo que se espalhava pelo corpo dos dois era inacreditável. – Gosto dessa mudança em você. Dessa sua paixão pela vida que leva... Esse amor que você desperta em qualquer um.



Ela jurava que ele iria dizer depois “Desse amor que você despertou novamente em mim”, mas ele ficou em silêncio, apenas a observando e esperando-a falar.



“Vamos, diga alguma coisa, diga alguma coisa!” , pensou entrando em desespero. Estava nem raciocinando direito, mas ela precisava ouvir aquilo. Necessitava. “Seu... seu... Seu legume desgraçado! Fala alguma coisa, merda!”



Silêncio. Ele estava a deixando louca.



_Você... Eu... Para... Quê... – O que diabos ela estava tentando dizer? Xingou-se mentalmente quando o viu soltar um sorriso cúmplice.



_Sem graça, querida? – ela achou que ele tirando uma com a sua cara, literalmente, mas seu coração parou de bater ao vê-lo sorrindo de forma tão doce, na qual ela queria realmente que nunca acabasse aquele momento.



Ela tinha um cheiro muito bom, concluiu ao sentir aquele perfume de rosas atingirem-lhe as narinas, deixando-o entorpecido. Ela estava tão perfeita que não conseguia acreditar como uma pessoa podia mudar tanto a ponto de ser quase irreconhecível.



_Sabe o que é engraçado? –sussurrou, quebrando o contato visual entre eles pela primeira vez. Parecia que havia algo engasgado que, por algum motivo ela se recusava a falar.



_Qual é?



_Que eu te odeio - ele engoliu em seco. – Mas mesmo assim ainda existe alguma coisa que eu não sei explicar...



Ele suspirou profundamente, passando a mão levemente sobre a face macia dela.



_Eu também penso isso.



Ela se sentia tão protegida ali, com ele colado nela, se sentia completa e sabia que estava sentindo a mesma coisa que antes, mesmo que quisesse negar até o ultimo fio de cabelo.



Se pelo menos aquela mula não tivesse achado que ela o tinha traído...




Aquela sensação estava percorrendo-lhe a espinha. Graças aquele feitiço, estava agora sem forças, onde a única coisa que conseguia era suplicar a morte ao invés de presenciar aquilo.



Aquelas mãos lhe apertavam com vulgaridade e brutalidade. Tomou dois tapas fortes nas nádegas enquanto um tentava beijar-lhe sua boca.



_Vamos, Gininha. – ela gemeu de dor ao sentir a mão dele apertar brutamente um dos seios dela. Tentou-se livrar, de forma inútil. A única coisa que ganhou, foi um belo tapa na cara. – Vamos ver o que você tem de tão precioso que fazia o Potter babar atrás de você feito um cão... Você deve ter algo muito mais gostoso aí embaixo, não é, sua vaca? Nós vamos descobrir isso



Sentiu as costas nuas baterem contra o chão de pedra, fazendo-as ficarem arranhadas e machucadas. Ela havia parado de suplicar, já que havia um desespero tão grande em sua garganta que a impedia de gritar. A única coisa que fazia era deixar que as lágrimas rolassem entre sua face.



O homem caiu de joelhos, puxando-a pela camiseta branca. Ela tentou se afastar, desesperada. Ele a puxou contra si, tentando prende-la de alguma forma.



_Afaste-se de mim seu monstro! – finalmente conseguiu gritar, tentando inutilmente acertar-lhe o rosto. Nunca havia se sentido tão inútil na vida. Estava tão fraca que não conseguia ao menos se defender.



Ele riu, arrancando-lhe finalmente a camiseta, o que revelou o corpo perfeito coberto pelas delicadas peças intima negras em seu corpo. Ela o viu arrancar as próprias calças, quase indo de cara ao chão tamanho a excitação que ele estava. Ela estava horrorizada. Queria morrer. Preferia morrer.



Ela tentou se afastar, mas ele a jogou mais uma vez contra o chão, fazendo-a sentir um solavanco forte contra suas costas. Por que Deus não permitia que ela moresse logo ao aturasse aquela humilhação toda?



Deitou-se sobre ela, mas não fizera nada ainda. Passou a mão contra sua coxa, deliciando-se a cada toque nela, que chorava compulsivamente.



_Vamos, você não chorava para ele... Devia gemer feito louca. – ela sentiu a humilhação aumentar ao ouvir a risada dos outros ecoarem pela sua cabeça. Chang estava ali, rindo feito uma gralha. Sentiu um ódio enorme correr pelas suas veias. Se tivesse forças, a primeira coisa que faria depois de castrar aquele loiro aguado era matar dolorosamente aquela mulher dos olhos rasgados.



Sentia-se a criatura mais nojenta, a mais marcada na Terra inteira. Tinha nojo de si mesma, principalmente quando ele tocou-lhe em sua coxa novamente, tentando se aproximar de seu ponto intimo.



Tentou empurra-lo para longe, mas foi mais uma vez inútil. Mas ainda sim reuniu toda a força que nela existia para soltar numa forma nojenta e fria:



_Você Malfoy, é a escória do mundo bruxo!



Ela gritou ao o sentir cravar algo pontiagudo em sua pele, fazendo-a sentir uma queimação incontrolável em tal lugar. Ele sorriu debilmente, erguendo um canivete a ela, cheio de sangue.







Tudo veio à tona quando o sentiu tocar em sua perna numa forma diferente.



Ela praticamente o empurrou, com o semblante horrorizado. Harry arregalou os olhos, parecendo incrédulo com aquilo. Ele estava pronto para dizer o que realmente estava sentindo quando ela do nada o empurra sem nenhuma delicadeza e o olha de forma confusa. Mas ele podia jurar ver raiva em seus olhos.



_Gi. -



_Não toque em mim! – interrompeu e gritou, apontando o dedo na direção dele. Ele pareceu ainda mais incrédulo. Ela se afastou, como uma presa acuada. – Se afaste de mim!



_Mas – ele tentou se aproximar. – Gina, o que -.



_Não! –gritou. Parecia não se importar que houvesse muita gente olhando para eles dois. – Fique – longe – de – MIM! – berrou por fim, andando até a escada. Quase escorregou graças à forma que tentava cruzar a piscina: desesperada.



E assim, depois que subiu as escadas, desapareceu correndo entre muitas pessoas, deixando ali, um confuso e atordoado Harry, parado no mesmo lugar, olhando para o nada.




***



_E saiu correndo?



_Saiu.



Ela não estava achando graça alguma que aquele ruivo estava rindo da própria irmã. Bufou. Rony podia ser legal, torcer para um bom time, mas definitivamente ele era incrivelmente um sem coração desgraçado.



_Qual é a graça afinal? – ela se revoltou ao ver que depois de tanto tempo ele continuava rindo descontroladamente.



_O... Harry... – tentou tomar fôlego, caindo na gargalhada. – Eu não acredito que perdi essa cena!



Ela bufou mais uma vez, revirando os olhos.



_E...?



_Eu queria ter visto a cara de mongol que ele deve ter feito ao a ver sair correndo – voltou a gargalhar – parecendo dois adolescentes... Ou crianças!



Ela fez uma careta, olhando-o de forma revoltada.



_Você por ter um relacionamento perfeito se julga no direito de zombar do deles? Você nem ao menos sabe o que aconteceu para ela ter feito isso, seu grande babaca! – ela sibilou de forma fria, percorrendo os olhos pela rua vazia.



Ele pareceu ficar ofendido com aquilo.



_Não tenho um relacionamento perfeito - ela viu que ele pareceu levemente desconcertado com aquilo. – Mas eles dois chegam a ser idiotice.



Ela entendia perfeitamente o que Gina havia gritado para Harry. “Fique longe de mim”, “Não me toque!” eram frases que ela com certeza diria caso sua mente ficasse embaraçada com seu presente e seu passado nada distante com o comensal.



Suspirou, passando a mão pelos cabelos castanhos, de forma cansada. Mais uma vez percorreu os olhos verdes pela rua assustadoramente vazia.


Prendeu os cabelos em um alto rabo de cavalo, para logo após retirar do coldre a Glock, já carregada. Mas em precaução, deixou o pente onde seria fácil para ela alcançar em caso de desespero.



_Eles vão perder – ela sorriu, e Rony se assustou com aquele sorriso. Havia um brilho eloqüente naquelas íris. Não entendeu, mas sentiu uma sensação gostosa ao ver aquela fisionomia da morena. – Eles vão ficar de vestido e smoking uma festa chata. – sorriu. – A Verdadeira diversão está aqui – e olhou para a rua vazia. Molhou os lábios com a pontinha da língua, começando a andar pela rua.



Ele sorriu meio sem jeito, retirando a varinha.



_Acha mesmo?



_Claro. –ela sorriu, já começando a falar baixo. – Gina nunca lhe disse que eu gostava de baderna?



_Disse, mas...



_Então está pronto para uma noitada inesquecível, Rony? – piscou-lhe, com um sorriso encantador no rosto. – Por que essa noitada será incrível.





****



Seria realmente uma festa muito boa.



Passou a mão pelos cabelos negros, num gesto distraído, para logo depois colocar as mãos no bolso da calça.



O ritmo instrumental da musica ecoava magnificamente afinado em seus ouvidos, numa forma clássica, enquanto mentalmente se perguntava se depois que todos estivessem bêbados haveria de ter alguma musica mais agitada e dança.



Sorriu malicioso, parando ao pé da enorme escadaria, onde um tapete vermelho escorregava desde o alto até seus pés. Era por ali que desciam todos os convidados.



Arrumou a camisa verde escura um pouco entreaberta, onde graças à cor dava um destaque imenso aqueles olhos verdes.



Suspirou. Realmente sempre era entediante começo de festas, principalmente as que eram obrigados a ir pelo Ministério. Olhou para o relógio. Nove e meia. Logo o lugar começaria a se encher e finalmente, se tornar menos estressante.



Mais uma vez, olhou para a escadaria. Onde diabos estaria aquela ruiva maluca? Balançou a cabeça negativamente.



Desde o momento em que ela dera uma de louca e saíra correndo, Harry não a tinha visto mais. Ela havia se trancado no banheiro e dito um sonoro “VOU DEPOIS E NÃO ME ESPERE” já havia duas horas e meia.


Desde que ele saíra do apartamento.



O fato que o mais intrigava era o olhar que ela lançara a ele. Toda aquela confusão misturada à raiva presente em si era algo que o deixava completamente confuso.



Bufou, molhando os lábios com a pontinha da língua.



_Mulheres – resmungou.



_Olha só – uma voz feminina chegou aos seus ouvidos, fazendo-o instantaneamente se virar. Mas ela não era Gina. – Então você que é o Senhor Potter?



Ela era bonita. Tinha os cabelos negros e sedosos e os olhos iguais aos cabelos, que chegava até dar um olhar azulado a mulher. Era alta, e um corpo bonito.



_Sim sou eu - respondeu, estendendo a mão a mulher, que a apertou. – Você...



_Bárbara Imation – a morena sorriu. – Sou chefe do departamento de Aurores daqui. Falaram-me muitíssimo de você e de inúmeras coisas que o senhor fez contra os comensais há dois meses em Roma.



Ele sorriu, mesmo que perplexo. Ela parecia ser ainda mais nova que ele e era... Chefe do departamento?



_Falaram é? –ele sorriu, numa forma meio cômica. – Apesar de que não é muito difícil. Afinal, é muito fácil falarem do “menino-que-sobreviveu”, não?



Ela riu, enquanto chegavam mais dois homens junto a ela. Um era calvo e outro podia ser realmente confundido com Michel Jordan.



Eles começaram a falar. Aquele sotaque americano era meio cansativo. E falavam dele, era o que dava para notar. Mas pareciam muito empolgados em falar sobre ele, sem ele. Colocou as duas mãos no bolso da calça do paletó preto. Revirou os olhos uma ou duas vezes.



Deu-se por vencido e resolver sair de fininho daquela rodinha, indo para perto de um dos garçons, na qual serviam algumas bebidas. Pegou a primeira taça que viu ao seu alcance – de cor azulada, com uma cereja no fundo – e virou tudo de uma única vez.



Largou a taça em cima de qualquer mesa ali perto e caminhou até a sacada do lugar, parando para observar a imagem de um céu negro e sem vida, de poucas estrelas. Suspirou. Daria tudo para estar no lugar de Rony e Cecília, vagando pelas ruas escuras e procurando coisas que somente eles e Duarte sabiam.



A que ponto chegara?, Lamentou-se ao olhar para o local. Ser tão bom que agora o próprio chefe tem medo de arriscar sua vida, fazendo-o ir a festas cansativas e incrivelmente entediantes.



_Meu Deus, olha só que está aqui! – a voz aguda de uma mulher perfurou-lhe os tímpanos, fazendo-o mais uma vez se lamentar e revirar os olhos.


Olhou para a sua direita. Elas sim tinham cara de duas garotas que ainda estavam em fase na Academia de Aurores. Principalmente com aquele fogo juvenil todo. – Harry Potter!



“Não, o coelhinho da Páscoa, não vêem minhas orelhas?” , pensou, exasperado.



Alguns jornalistas vieram ao seu encontro, ao ouvirem aquele gritinho abafado das jovens. Ele novamente amaldiçoou Duarte por estar ali. Ainda tendo que aturar tudo aquilo sozinho. Onde diabos estava aquela ruiva? Pelo menos era sabia se livrar daquelas situações... Constrangedoras.



Sentiu os flashs baterem e aquela luz começar a cegá-lo. Não... Chega disso.



_Pode nos contar como foi aquele plano contra o massacre em Roma?



_Como é estar na lista dos dez melhores aurores do mundo?



_Está solteiro?



_É verdade que você e a Srta. Virginia Weasley estão instalados como casal em um hotel de luxo trouxa?



Aquilo gerou maior tumulto.



_É lua-de-mel?



_Como se conheceram?



_Como é a convivência de duas pessoas que batalham contra os comensais num campo amoroso? Conseguem ter uma relação sossegada?



Sentiu uma mão enlaçar contra a sua, fazendo seu sangue ferver ainda mais. Só faltava essa agora. Uma adolescente puxando seu paletó para pedir autógrafos?



Olhou para o lado, pronto para dizer poucas e boas, quando se deparou com a fisionomia da ruiva, calma e com um belo sorriso.



_Se me permitem, sim? – ela começou, fazendo o som doce daquela voz delirar Harry. – Certos assuntos não devem ser esclarecidos em publico. Se eu ou Harry estamos juntos certamente o problema não é de vocês. Agora confesso que será um enorme problema se eu tiver que estragar a minha noite e de muitas pessoas aqui ao anunciar que houve intromissão de jornalistas. – inspirou levemente – Contudo, acho bom vocês saírem.



Ele ainda continuava ouvindo perguntas e protestos, mas foi levado para longe dali pela ruiva, que caminhava para dentro do local.



_Francamente. – disse, olhando-o nos olhos quando finalmente estavam dentro do salão. – Você sabe muito mais do que eu sobre a euforia de repórteres desde que tinha onze anos de idade e sou eu que tenho que salvar-lhe a pele?



Ela ficou, em silencio esperando a resposta dele.



O vestido japonês que ela usava parecia ser feito especialmente para ela, de tão perfeito que se encaixava em seu corpo. De cor negra e detalhes dourados, ele ia mais ou menos até seu calcanhar. Em um dos lados havia um corte que começava a partir do meio de sua coxa, dando-lhe um ar sensual. As sandálias de salto agulha traçavam fios até o meio de sua canela acompanhavam a cor do vestido. Os cabelos ruivos estavam presos em um coque por palitos japoneses pretos com escritas em japonês na cor dourada.


O rosto estava com uma maquiagem não muito pesada, mas dava-se para constar os lábios destacados, onde estavam tentadores e os olhos amêndoas, realçados por uma boa camada de lápis preto.



Ela estava perfeita, mas ele não se mostrou abobalhado muito menos maravilhado com aquele anjo a sua frente. Cruzou os braços a altura do peito, parecendo muito desgostoso.



_Eu fui pego de surpresa, Virginia. Não tenho culpa disso.



Cabelos negros molhados, calça negra e a camisa verde escura entreaberta, dando um destaque maior aqueles olhos que tanto ela amava. E aquele olhar sério estava sinceramente perfeito. Sorriu, não resistindo:



_Como um bom auror você nunca deveria deixar ser pego de surpresa.
Bufando, Harry encostou-se contra a parede, encarando a ruiva.



_Quer que eu me ajoelhe agora e lhe agradeça por “ter salvado a minha vida” ou a senhorita vai poupar-me esta vergonha e deixar isto para depois? – ironizou.



_Eu posso poupá-lo, mas só dessa vez. – e sorrindo, caminhou até um dos garçons, onde graciosamente retirou uma bebida e começou a conversar com o “Michel Jordan” que começara a puxar conversa com ela.





***



_Rony, atrás de você!



Ele não teve tempo de se afastar, logo caiu no chão em meio a gritos desesperados de dor. Eles estavam em bandos, e ela tinha certeza disso.



Podia-se ouvir perfeitamente o som do sapato deles bater contra o chão, como se fosse em câmera lenta. Um arrepio percorreu-lhe a espinha.



Empunhou firmemente a Glock apontando contra o ser encapuzado que ia a sua direção como se deslizasse. O sangue em suas veias fervia em puro desespero. Não que ela fosse uma comensal ruim. Mas eles estavam literalmente em desvantagem. Ainda mais com ela sendo a única a estar de pé e o ruivo no chão se debatendo como se estivesse louco.



Não pensou duas vezes. Suspirou fundo e, num gesto rápido, inclinou a arma na direção do vulto e atirou. Duas vezes, até que o corpo caísse de encontro ao chão, sem mais algum movimento.



Tremendo, retirou a varinha presa a cintura, apontando para o lado oposto. Já não respirava mais calmamente, principalmente ao ver uma pequena roda começar a surgir em torno deles. A razão era: Por quê?



“Você não pode demonstrar medo, Lia. Por mais que você esteja definitivamente com o cú na mão, você não pode mostrar isso. Isso infla o ego, achando que pode qualquer coisa.”, a voz da ruiva certa vez ecoou em sua mente, mas por mais que tentasse, isso começava a ser pouco possível.



Todos erguiam a varinha para ela.



Ergueu o queixo, tentando fingir que aquilo não a abalaria. Todos pareciam imóveis, mas somente um deles moveu-se, indo à direção a ela.



Apontou novamente a arma para ele, enquanto ouviam-se os gritos de Rony. Tudo em sua cabeça girava de uma forma horrível. Eram os mesmo gritos. Os mesmos pensamentos. Era como se não fosse Rony que estivesse gritando.



_Lucas...



_Veja só. Seu chefe mandou você para ver o que aconteceu aqui nesta rua, Renard? – ela congelou. Aquela voz... Não podia ser!



Seu peito acelerou ainda mais, se isso ainda era possível. Sentiu uma gota de suor escorrer pela sua têmpora, até atingir-lhe a pontinha do queixo. Seus olhos rodavam o local em desespero.



Ela apenas moveu os lábios, mas não emitiu som algum. Do outro lado escutou Rony gritar algo, incompreensível.



_Você nem ao menos deve saber para que veio nesta rua, não é, garota? – os outros riram. Havia duas mulheres a sua esquerda, constatou ao ouvir o som das gargalhadas.



_Será mesmo que eu não sei? – algo invadiu dentro de si, fazendo-a criar coragem.



“Seria um insulto você dizer que quer morrer depois de tudo que eu passei por você.”



_Não foi tudo à toa. – murmurou a si mesma antes de soltar um sorriso sarcástico ao oponente. – Será mesmo que eu não sei? –repetiu, fazendo o homem gargalhar.



_Deixe de ser infantil. Você -.



_Sn... As... Snape... – ela lançou um olhar de relance ao ruivo. Ela arqueou a sobrancelha. Quem afinal era esse cara?



“O cara do cabelo oleoso e nariz grande. Vai dizer que nunca ouviu dele? Ele lecionava Poções no meu tempo de escola”, ouviu Rony dizer quando estavam no avião indo para lá. Mas... Ela estudou em Beuxbeatons, droga. Alguém por acaso podia lembrar disso?



_Cale a boca, sangue suj -.



O homem caiu pra trás, há metros de distancia de onde estava enquanto a morena estava apenas parada com a varinha erguida em sua direção.



Depois foi tudo muito rápido.



Os feitiços lançados contra ela começavam a bater em vários lugares, enquanto ela fazia de tudo para não ser atingida.



Jogou-se no chão sem perfeição alguma, fazendo-a arranhar todo o braço direito. Não perdeu tempo, rolando para o lado, chegando perto do ruivo.



_Rony, eu vou precisar da sua ajuda - disse afoita. –Onde fica a casa desse ser que você disse?



Ele deitou de bruços, procurando ar.



_Não sinto...



_Eim? – repetiu desesperada ao ver sua arma largada no chão. Ao alcance de um dos comensais.



_ Mione... Eu to morrendo – ela observou uma lágrima escorrer pelo seu rosto, onde estava completamente arranhado. Oh Deus, ele tava delirando. Estava até mesmo falando com ela achando que era a noiva. – Eu...



Inspirou profundamente, colocando uma mão delicadamente sobre seu ombro, mesmo que seu olhar estivesse preso ao comensal com sua arma à mão. Agachada ainda, escorregou a mão até a boca de sua bota, onde deixou entre os dedos a pequena faca afiada.



_Rony – chacoalhou levemente. Os olhos verdes pareciam fixos no cano do revólver, e achava que a qualquer momento seu coração iria ter um solavanco e parar. – Eu só vou precisar de uma ajuda sua, eu prometo. Apenas me aponte qual das casas é a dele.



Os olhos dele giraram, enquanto erguia a mão para o norte, numa casa verde musgo, com janelas quebradas.



Ótimo.



Ouviu o clic da arma e o disparo e nesse mesmo tempo, girou a mão, jogando a faca de modo que batesse contra a testa do comensal, fazendo a máscara rachar e a faca fincar com força. Caiu para trás ao lado de Rony novamente com uma mão na perna ferida pela bala e outra no ombro do ruivo. Fez-se o máximo ao concentrar a casa e fechando os olhos, aparatou junto com Rony.





*****



Não, não, não e não. Ela não estava com ciúmes. Definitivamente. Adolescentes ficavam com ciúmes, e ela com certeza já havia passado dessa fase. Estava sim é furiosa.



Bufou, fingindo que ouvia o que os Doutores de Estudos Humanos tinham a dizer sobre os mais planos brilhantes de improviso que ela usara em inúmeros casos. Mas seus olhos estavam em um moreno que ria e parecia muitíssimo divertido com varias mulheres lhe elogiando e fazendo agrados.
Americanas metidinhas, fresquinhas e galinhas!



_Ainda não entendo. – o homem suspirou. – Como um Cruciatus teria lhe pego desprevenida? Logo você?



Ela engoliu em seco. Todo mundo achando que era um Cruciatus quando na verdade era um feitiço paralisador.



_Nem todo plano improvisado é perfeito. – ela deu os ombros, como quem não ligasse para aquilo. Na verdade não ligava mesmo, a opinião das pessoas nunca influenciou em nada a vida. Nem mesmo aquela lista idiota dos dez melhores aurores do mundo, na qual ela ocupava o segundo lugar.



Ouviu uma gostosa gargalhada vindo do moreno, quando uma americana loira falsa sussurrou algo em seu ouvido, que sorria maliciosamente. Pensou de forma sarcástica se já era possível fritar um ovo em sua cabeça tamanha sua raiva.



_Mas em fatos eu acho que eu... – ela deixou de ouvir os homens, vendo uma morena beijar-lhe o pescoço, arrancando um riso malicioso dele. Fechou o punho.



_Já chega! - disse a si mesma, olhando para os homens que continuavam a falar. – Me dão um momento, sim? –e dizendo isso, se afastou em marcha até aquela rodinha de piranhas.



_Você além de talentoso é muito atraente, sabia? – disse uma loira, deslizando a mão pelo braço de Harry, que apenas olhava maliciosamente para ela. – Será que você é talentoso em outro lugar também?



Gina entreabriu a boca, sem conseguir soltar nenhuma palavra, tamanha sua raiva.



_Você quer saber mesmo? – ela arregalou os olhos ao moreno, que agora começava uma conversa de sussurros com a loira.



Não. Não, não, não, não e não. Aquilo já havia passado dos limites que se era permitido e que sua raiva agüentava.



_Hum, hum - pigarreou. Ou ninguém havia lhe prestado a mínima atenção ou fingiram não prestar. – Será que agora eu tenho que pegar a senha e esperar toda essa putaria acabar para poder falar com o Harry?



As mulheres a encaram como se ela fosse louca. Mas ela não se importava. Sabia que, somente com um olhar mais forte ela podia destruir a cabeça de uma delas.



Ergueu o queixo, e quando estava pronta para refazer a pergunta, achando que elas eram burras demais para entender, Harry se colocou a frente,


segurando o braço dela como quem ia querer puxar uma explicação em um lugar reservado.



_Com licença senhoritas. –e dizendo isso, começou a arrastar a ruiva até perto do luxuoso banheiro feminino.



_Harry você ta me machucando, seu corno! – gemeu, dando-lhe um tapa no braço forte dele, fazendo-a soltar. Ele definitivamente não estava muito alegre com aquilo tudo.



_Você ta louca Virginia! O que você pensa que ta fazendo pra entrar ali dizendo uma coisa daquelas?



Ela continuou em silencio, como se estivesse perdida em pensamentos. O que diria a ele agora?



“Estava é caindo morta de ciúmes por que você estava ali quase que trepando na frente de todo mundo com aquelas vadias.”



Sentiu-se uma tola ao pensar nisso.



_E então? –voltou a perguntar, nada feliz. Ela passou a mão direita pelo braço esquerdo, desconcertada.



_Eu...



_Você?



Então surgiu uma idéia em sua cabeça. Ficando séria e apontando o dedo no peito másculo do moreno, ela começou, dizendo num tom autoritário.



_Nós estamos em uma noite, Harry. – ele deu os ombros. – Uma noite pelo ministério da magia, onde estamos sendo a representação do nosso país.



_Tá, mais o que -.



_Isso é para estarmos representando o ministério da magia britânico, Potter. – repetiu e ela cutucou-o mais uma vez, mesmo que sua vontade fosse pular nos braços dele. – Não para você ficar se esfregando com outros membros de outros ministérios, achando que isso é uma boate de piranhas! – soltou por fim, deixando claro que estava furiosa.



Ele ficou por um tempo, em silencio. “Seu desgraçado!”, berrava a mente de Gina. ”Fale alguma coisa, seu legume desordenado!”



Até que ele sorriu. Oh não. Ele iria falar aquilo... Ele ia soltar aquilo e ela tinha certeza que...



_Gina. – Aquele brilho nos olhos. – Isso tudo por acaso é ciúmes?



Oh Céus. Ele falou.



_CIÚMES? – se descontrolou e, ao notar isso soltou um longo suspiro, procurando se acalmar. – Você por acaso ouviu tudo o que eu disse seu grande idiota? Você por acaso é surdo ou o que?



_Bom, eu não sou surdo, mas – ele se aproximou dela, segurando seu rosto com as duas mãos. – Mas essas chamas de raiva que brilham nesses seus olhos amêndoas mostram o quanto você está morta de ciúmes por mim, não?



Ela não sabia o que dizer. Aquele contato das mãos quentes de Harry sobre sua pele estava a deixando sem pensamentos, deixando sua mente em branco para apenas poder observar aquele moreno.



Era tudo bom demais. Ele a segurando entre as mãos e seus rostos tão próximos um do outro que...



“Gi... Amor da minha vida... ACORDA!”



_Você é um completo idiota. – foi tudo o que disse, depois de acordar daquele transe e entrar no banheiro feminino, deixando-o para trás.



Seus neurônios não deviam estar funcionando direito, não era possível.



Apoiou as mãos na pia de mármore daquele luxuoso banheiro e observou sua face refletida no espelho. Ela estava ficando louca, era a única conclusão. E a causa daquilo tudo era Harry Potter.



Bufou, balançando a cabeça negativamente. Nunca havia agido por impulso e, desde que voltara e ficara na casa de Harry, parecia que a coisa que ela mais fazia era agir por impulso.



_Vamos, onde está a garota realmente foda que você virou na França, Gi? – disse a si mesma, onde sua voz não saia mais que um murmúrio. – Droga...



Suspirou, esfregando uma das têmporas. Sua sanidade estava indo para o saco toda vez que via aquele moreno, toda vez que ouvia sua voz, toda vez que ficava irritada.



Sinceramente, ela deveria ganhar o premio de “Eu agüentei Harry Potter cinco dias em sua casa”.



Riu levemente ao pensar nessa comparação.



_Eu não posso passar a festa inteira trancada aqui. –olhou-se novamente no espelho e notou uma coisa que não havia visto antes: Estava com lágrimas nos olhos. Rapidamente limpou-as, com medo de que alguém aparecesse. – Não posso ficar aqui enquanto ele se diverte com essas mulherzinhas que não se dão ao valor. –inspirou fundo. – Erga essa cabeça Gi, e vamos à festa!



Quando abriu a porta, deu-se com a imagem de uma morena, que estava para abrir a porta do banheiro.



_Cecília?! –exclamou Gina, incrédula.



A morena parecia ter saído de uma guerra. Os cabelos estavam completamente bagunçados, enquanto a roupa rasgada estava completamente manchada de sangue. Sua calça estava ainda úmida de sangue na parte de sua perna direita.



_Duarte... Hospital... Morto... Snape... Rony... Coma... – ela passou a mão pelo rosto, desesperada. Gina notou que suas mãos tremiam e a voz falha estava dificultando tudo.



Pousou as mãos no ombro da amiga, com a maior calma. Mesmo que agora seu coração começasse a disparar feito louco a menção do nome do irmão.



_Lia, calma. Agora me diga o que houve?



_Duarte já aparatou para cá. – disse ofegando. Parecia que havia corrido como louca. – Está no hospital junto com Rony, e meu irmão – ela sentiu a voz da amiga expressar um tom de fúria ao pronunciar o irmão. Tudo bem que ela sempre odiara Ivon, mas a forma que falara dele naquele momento fora com tanto... Ódio. – está com o corpo de Snape na geladeira.



Ela arqueou a sobrancelha.



_Snape?



_Era o que queriam que nós achássemos. Snape tinha recebido um aviso prévio que iria morrer, e pediu ajuda ao ministério. Fomos ver tarde demais. Mas ainda havia comensais ali – seus olhos se encheram de lágrimas. – Nunca me vi numa situação tão desesperadora como aquela Gina. Quase que seu irmão foi morto, quase que eu fui morta a facadas quando entrei na casa daquele narigudo.



_E o que aconteceu ao meu irmão...



Cecília voltou a ofegar, e aquela tremedeira com certeza iria ocasionar-lhe um infarto, pensou Gina.



_Ele... Ele...



_Cecília.



_Eu não consegui fazer nada, apenas gritar, eu sou uma inútil, eu...



_Cecília.



_Ah meu Deus, ele começou a falar da noiva, eu desesperada, não sabia o que fazer...



_CECILIA!



Ela parou, arregalando os olhos. Gina estava séria, e havia um fundo em seus olhos na qual ela não sabia explicar. Respirou fundo.



_Seu irmão está em coma, Gi. Está em coma.



O mundo desabou sobre a cabeça de Gina. Aquilo era como um filme. Um filme de terror que estava a começando deixar incrédula. Não podia ser. O casamento dele com Mione eram daqui a duas semanas.



_Cecília vai indo para o hospital, eu vou achar o Potter. – Saiu bruscamente tropeçando nos próprios pés, enquanto a face mostrava realmente que não estava nada calma ou feliz. Estava sim lívida de raiva e seu coração, a mil, mostrava que sua preocupação iria dar um infarto nela.



Encontrou-o finalmente depois de dois minutos, que lhe pareceram uma eternidade. Estava sentado com todas aquelas mulheres ao seu redor, rindo e bebendo.



Rumou até a mesa, empurrando duas mulheres que lhe impediam a visão. Elas a olharam de forma incrédula antes de começarem a falar inúmeras coisas contra ela. Até Harry iria falar se não tivesse sentido o poder enorme que estava irradiando o corpo da ruiva.



_Gina, o que. –



_Levante-se agora, Potter. – ordenou, num tom de voz baixo, ainda ignorando as mulheres que falavam mais que duas matracas. – Agora.



_Sua louca!



_Quem você pensa que é?



_Cadê a sua sanidade quando -.



_Se nenhuma de vocês quer ter esses lindos rostinhos desfigurados, acho bom calarem suas malditas bocas agora. – sibilou em um tom de voz baixo, mostrando que não aturaria mais nada do que elas falassem. Todas ficaram em silencio, com o olhar petrificado para ela. – Agora pelo amor de Deus, Potter, levante-se agora.



Ele se levantou bruscamente ao ver que ela ao dizer isso virara as costas e começava a rumar para fora do salão. Apressou o passo, até chegar de encontro a ela.



_Gina – ignorou-o. Continuou a andar apressadamente até chegar para fora do salão. – Gina. – ela começou a procurar desesperadamente pela varinha na bolsa. – Gina!



Finalmente ela parou. Seu olhar estava arregalado, desesperado. Sua respiração estava rápida e ele podia jurar que ouvia seu coração bater acelerado.



_Gina, o que aconteceu?



_Meu irmão está em coma Harry! – gritou, passando a mão pelos cabelos, soltando-os do coque. – Em coma! – repetiu novamente, jogando a bolsa no chão. – Droga! Droga! Droga, droga e droga!



_Gina, ficar desesperada não vai adiantar! – ele colocou suas mãos sobre os ombros dela, que se remexeu bruscamente. – Agora se acalma. Vem, me dá sua mão e a gente aparata, okay?



Ela inspirou fundo duas ou três vezes. Ele sabia o quão raro era ela sair do controle daquela maneira.



_Ok. –disse por fim, num tom de voz derrotado.



E assim aparataram.





*****



_Não é grave, mas ainda sim, é um coma.



Aquelas palavras ainda ecoavam em sua mente, fazendo seu corpo estremecer.



Eram duas horas da manhã, e ela não estava nem um pouco preocupada ainda em ver o corpo de seu ex-professor de poções.



Sentada na poltrona ao lado do leito do irmão, inspirou profundamente a procura de paz. Mesmo que isso fosse impossível.



_Deus, por que o Rony? – lamentou-se, baixinho. – Ele vai casar, vai finalmente constituir uma família, ele tem quem amar e ser amado... Por que não eu então, que sou nada? Por quê?



Aquela mesma pergunta ecoava em sua cabeça. Por quê?



Inclinou o corpo, apoiando os cotovelos nas pernas, para que pudesse enterrar a face entre as mãos, de forma cansada. Imaginava perfeitamente a reação de Mione ao saber daquilo, ainda mais ela, que era uma curandeira muito conhecida.



Lembrava-se perfeitamente do dia em que ele sofrera o acidente no jogo contra a sonserina, no ultimo ano escolar. Ficara sem reação nas pernas por duas semanas e dois dias inconscientes. Hermione quase armara o circo ao saber que ele estava na ala hospitalar.



Bufou. As coisas em sua vida cada vez mais pareciam se complicar. Rony não podia...



_Gina.



Ela ergueu um pouco o rosto, dando de cara com Harry. Seu semblante também não era muito diferente do seu, mas ele demonstrava pena por parte dela.



Estava agachado à sua frente, segurando uma caneca de café com leite em uma e a outra estava pousada em seu ombro.



Aquele contato dele. Sua mão quente sobre sua pele havia a deixado mais fragilizada do que antes. Seus olhos marejaram levemente. Ele estava ali, se preocupando com ela.



_Por quê? – ela não disse, apenas moveu os lábios, mas ele a entendeu perfeitamente.



_Certas coisas tem que acontecer, por mais que doa na gente, meu bem. – colocou o copo no parapeito da janela do quarto, levantando-se. – Mas você tem que saber que nada é tão pesado que não possamos carregar como fardo.



Ele a fez se levantar, segurando-a delicadamente pelas mãos. Ela estava fragilizada, e ele tinha que admitir que vê-la daquela maneira só o machucava ainda mais.



_Esse fardo é pesado para mim. – sussurrou, enquanto ele ainda segurava suas mãos. Ela estava olhando para os próprios pés, tentando segurar as lágrimas.



_Eu estou com você, Gina. – segurou a pontinha do queixo, fazendo-a erguer o rosto e encará-lo nos olhos. Ela afundou-se naquele mar verde, naquela perfeição contorcida em dor. Seus olhos marejaram.



_Como eu vou saber que você não vai me abandonar de novo? – ele sorriu tristemente para ela, segurando seu rosto com as duas mãos. Por mais que achasse que a ruiva o tinha traído, que tudo aquilo fora totalmente culpa dela, ele não queria mais deixa-la só.



_Você confia em mim?



Ela sentiu sua bochecha ficar com uma linha de uma lágrima. Logo após, outra. E assim começou a seguir, até que ela começasse a chorar, silenciosamente.



Ele a abraçou, passando a mão pelas suas costas e a outra afagando seus cabelos. Ela fechou os olhos, sentindo o toque dele sobre si. Mas ainda sim, a mesma pergunta ecoava em sua mente. Por quê?



Encostou a cabeça em seu peito, de forma que começasse a descansar todos seus problemas ali, começando a se sentir segura.



_Confio. – murmurou, afastando-se a fim de encará-lo. – Eu confio em você.



_Então confie que eu não vou mais te abandonar.



Ele pensou em capturar aqueles lábios para si, mas ia se achar um completo canalha por achar que estava se aproveitando da situação. Resolveu continuar assim, acariciando e limpando o rosto da ruiva.



_Desculpa por hoje. – ela murmurou.



_Você não tem por que se desculpar. Só depois que eu me toquei por você ficou daquele jeito... Eu que sou -.



_Um tapado? –ele riu, enlaçando-a.



_Talvez. Mas eu - ela o fez se calar, colocando o dedo indicador em seus lábios.



_Mas é o tapado que, mesmo me segurando eu nunca deixei de amar.



_Você o qu-.



Antes que ele pudesse começar a falar, ela o calou com um leve beijo estalado nos lábios. Olharam-se nos olhos por um tempo, e agora ele sabia que eles não estavam brilhando mais por causa das lagrimas. Ele sabia também que aquele brilho de tristeza não estava mais ali. Ela estava segura, estava feliz.



Ela o enlaçou pelo pescoço, enquanto ele ia de encontro a ela, capturando seus lábios cor de cereja em um beijo na qual ansiavam há muito tempo.



Deus, como havia se esquecido o melhor beijo que já provara em toda sua vida vinha daquela ruiva? Como havia se esquecido que aquele era o único sabor na qual havia noites em que não conseguia dormir só de pensar naqueles lábios carnudos?



Ela entreabriu os lábios ao sentir a língua dele pedir passagem. Cedeu, sem resistência alguma. Deus, que aquilo tudo não fosse um sonho.



Era como se houvesse saído do chão, como se estivesse flutuando. A língua de Harry explorava cada canto da sua boca, enroscava a língua contra a sua, demonstrava desejo, paixão. Amor.



Passou a mão pelos seus cabelos negros, acariciando sua nuca. Sentiu-o estremecer levemente com aquele toque, a puxando para mais perto, de modo que seus corpos ficassem completamente colados.



Era como se todos os seus problemas nunca tivessem existido. Era como se seu irmão não estivesse em coma. Era como se nunca tivessem brigado. Era como Harry e Gina.



Sentiu a brisa fria da rua entrar pela janela e bater contra os dois corpos quentes, fazendo-a estremecer. Ele passou a mão delicadamente sobre a face da ruiva, acariciando aquela pele macia, perfeita.



Não ficaram pouco tempo daquela forma. Quando paravam, ficavam em vários beijinhos estalados antes de voltarem a um beijo profundo, insaciável. Era como se estivessem no deserto quarenta dias e aquele beijo fosse a única coisa que matava a sede. A sede que sentiam um pelo outro.



Quando pararam ambos sorriam abertamente um para o outro. O brilho que cada um demonstrava pelo outro era indecifrável aos outros olhos, mas não ao deles.



Ela a viu mordendo o lábio, como quem estaria prestes a cair no choro. Ele a abraçou ternamente, sussurrando em seu ouvido.



_Você nunca estará sozinha, Gi. Não enquanto eu estiver vivo.






Continua...






Notas da Autora: Simmmmmm! \O/


*Olha todo mundo atirando contra ela* NAUMMMM >.<'''


Eu sei, eu sei... eu demorei. E demorei MTO X.X'''


Oh galera foi mal... eu tava tão ocupada, provas bimestrais, trabalho, lição... confusões, sentimentos e o pior de tudo... bloqueio mental x.x''


Desculpe pela demora excessivamente grande tá? ;-;'''


Obrigadenha por todos os comentários , fikei tão feliz *-*


Bom... como demorou demais, eu resolvi presentear vocês com um bjo... que ficou um cuzinho pq foi o primeiro beijo que eu escrevo na minha vida toda x.x'... mas foi com carinho tá... e foi antes da hora u.u' naum era para ser agora e naum saiu do jeito que eu esperava, mas whatever xD~


Obrigado por continuarem comentando nessa coisa tosca *-* serei grata vcs eternamente *-*
Weee


Bjus *-*

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