DESPERTAR




- CAPÍTULO IV -
DESPERTAR


O MOTORISTA DESCIA DA CAMINHONETE, gritando a própria inocência para todos ouvirem. As vizinhas formavam uma pequena multidão e um grande murmurinho. Kimberly chegava ao centro da confusão, soltando um grito de horror. E Laure estava estática. Não havia brilho avermelhado nos olhos claros. Havia apenas uma expressão de terror que se espalhava pelo rosto da menina enquanto ela fitava o corpo sem vida de Eva.

Eu matei... – pensou Laure. – Eu matei minha mãe.

– Eu não vi! Juro que não vi! – gritava Cerpheus, o motorista da caminhonete. – Foi como se algo tampasse minha visão... Quando percebi estava perto demais, não consegui frear...

– Muito estranho... – murmurou a Sra. Rice, enrolada num chambre, com um alto coque que prendia os cabelos castanhos. – Eu vi como aconteceu. Ela ia atravessando, então parou de repente, levou as mãos à cabeça como se sentisse uma dor muito forte. E no instante seguinte já estava debaixo do carro...

– Mas essa Hargrave não era muito normal, cá entre nós – disse Angelina a Sra. Rice, arrumando os bobes no cabelo. – Eu a vi ontem pegando pedras no seu jardim para tacar numas aves que estavam sobre a casa dela... Tinha o olhar alucinado...

Os murmurinhos aumentaram, mas Laure não ouvia nada. Os olhos dela mantinham-se fixos no sangue que escorria da cabeça da mãe. Sentiu uma pedra cair no estômago.

– Laure... – chamava uma voz próxima. – Laure! Laure!

Eu sou uma assassina... – pensava ela, sem escutar ninguém.

– Laure!

Uma assassina miserável... – os olhos de Laure agora lacrimejavam.

LAURE!

A menina levantou a cabeça e olhou ao redor. Kimberly a chamava. A madrinha a mirou, dentro dos olhos, fazendo um arrepio frio percorrer a espinha de Laure.

– Não... – murmurou a menina, balançando negativamente a cabeça. – Não...

– Laure...

– Não... Não... – tornou a repetir, dando passos cegos para trás e esbarrando nas pessoas em volta dela.

– Laure... O que foi? – chamava Kimberly, separada da afilhada pelo corpo de Eva. – Laure, na... Laure volte aqui!

Ela corria. Os sapatos de verniz batiam no asfalto em ritmo acelerado, enquanto deixava tudo para trás. Apenas corria sem saber ao certo para onde.

Eu-não-matei... – pensava. – Eu não posso ter matado...

Não soube nem quando, nem onde, mas sabia estar muito longe de casa. O Sol estava no meio do céu quando parou. Havia uma pequena trilha para dentro da floresta. Entrou nela.

– Não foi você... – sussurrava para si mesma. – Você estava dentro de casa quando tudo aconteceu. Não tem como ter feito...

Mas você quis. Desejou. Fez. – Disse uma voz dentro da mente dela. – Você é uma bruxa, você pode ler mentes, pode controlá-las e sabe bem disso...

– NÃO FUI EU! – gritou na metade do caminho, fazendo as aves que estavam nas copas das árvores voarem.

Laure caiu de joelhos sobre as folhas secas que a cercavam. Fechou os olhos, tampou os ouvidos. A cabeça doía, estava confusa. Pela primeira vez sentia-se uma criança com onze anos.

- O Desejo da Alma -
A porta havia se fechado. O sorriso maligno ainda estava plantado nos lábios da menina, quando ela fechou os olhos e se concentrou. Foi fácil. Eva estava perturbada, então não percebeu Laure entrar na mente dela. O motorista também não percebeu. O velho ficou pensando nas ovelhas e em quanto de ração tinha que levar para elas, enquanto Eva parava no meio da rua, sofrendo uma imensurável dor. Não teve tempo de gritar, não teve tempo de correr.
No momento seguinte estava morta.


A tarda caia. Laure estava parada no mesmo lugar, presa nos próprios pensamentos. Admitia o que tinha feito, mas não aceitava. Por fim descobriu o que se chama de “peso na consciência”, coisa que até então pensava não existir para ela. Tinha um graveto nas mãos, e mexia na terra ao seu lado. Sabia que não deveria ter feito aquilo, que isso era errado. Mas por quê se sentia tão satisfeita? Por quê aquela sensação era tão boa? Era ilógico, desumano.

Levantou e andou para dentro da floresta. Não se importou com frio, bichos, comida, ou sono. Parou de andar quando a noite já estava avançada. Sentou-se sobre as folhas secas, encostando-se no tronco de uma árvore e ali ficou.

O dia estava quase amanhecendo quando escutou um barulho longe. Parecia que algo se arrastava por sobre as folhas. Laure não se mexeu. Fosse o que fosse, se quisesse matá-la, deixaria ser morta. Tinha nojo dela mesma. Era o monstro que Eva falou, não merecia viver.

Sibilos baixos se aproximaram. Não demorou e uma cobra, a maior que Laure já virá, cercava a menina. Entretanto, a cobra nada fez além de olhá-la. Vendo que o bicho não iria matá-la – ao menos não imediatamente – Laure levantou o olhar e fitou a cobra.

Já matou alguém – perguntou Laure ao animal.

Claro... – disse o ofídio, mesmo achando muito estranho a menina falar como ela.

E como se sentiu?

A cobra subiu pelas pernas de Laure, levantando-se como se fosse dar o bote, e a encarou muito próxima aos olhos. Colocou a língua para fora diversas vezes, e então respondeu:

Me senti maravilhosamente bem.

* * *

Cinco dias se passaram. Na rua Mildenhal número 113, Kimberly, estava aflita e sentada no braço do sofá olhando o telefone. Ao lado dela estavam Madame Morgan, que como uma verdadeira escocesa vestia uma longa saia xadrez, blusa de gola alta, tomando chá e desviando o par de olhos negros constantemente em direção das janelas; senhora Rice, que veio prestar algum apoio à vizinha; doutor Frazier, chamado a pouco, pois Kimberly passava mal; e Angelina, que nem mesmo sabia o que estava fazendo ali.

O telefone tocou, e antes que qualquer um se mexesse do lugar, Kimberly já o tinha atendido.

– Alô... – falou com uma voz fraca e sem vida. – Terminaram a busca no vilarejo e... Ah, não encontraram nada...

O pouco brilho que restava no olhar azul de Kimberly parecia se apagar. O vestido florido estava amassado. Os cabelos loiros pareciam ter minguado.

– E na floresta? Procuraram na Floresta? Sei que é longe, mas poderia ter ido para lá... – disse com algum fiapo de esperança. – Claro, claro, entendo... Então é só isso. Damos notícias se algo acontecer. Até delegado!

Ela desligou o telefone e virou-se para as pessoas da sala, sacudindo a cabeça e murmurando algo como “nada”. Todos voltaram aos próprios pensamentos.

Os minutos se passaram. Sra. Rice servia bolo com café, preparado por Morgan, para as pessoas. Kimberly se recusava a beber ou comer qualquer coisa.

– Anda, mulher, coma alguma coisa! – ralhou Madame Morgan. – Laure já perdeu a mãe, imagine se chega aqui e encontra a madrinha definhando...

Morgan! – exclamou Dr. Frazier, aparentemente assustado com o que ela falou.

Kimberly cedeu, e comeu. Estava no segundo pedaço do bolo quando escutou a porta principal se abrindo. Esqueceu-se de que o prato estava sobre suas pernas, e levantou-se, espalhando bolo e café pelo tapete, e correndo para o hall de entrada. Ali, parada diante Kimberly estava Laure, muito suja de terra, os cabelos lambuzados e o rosto mais pálido do que jamais fora. Ela não teve tempo de esboçar nenhuma reação. Kimberly a agarrou num apertado abraço, afagando-lhe os cabelos.

La-o-rê, qu’ bom cê sta viva... – disse Kimberly com a boca cheia de bolo.

A menina olhou ao redor quando a madrinha a largou. Madame Morgan sorriu-lhe singelamente, antes de arrasta-lhe para a cozinha. Deram-lhe comida, água, doces. Dr. Frazier a examinou, e indicou algumas vitaminas.

– Fico surpreso que não esteja debilitada – disse ele após medir a pressão arterial da menina. – É muito difícil sobreviver numa floresta. Imagino que tenha se alimentado com algumas plantas silvestres.

Laure assentiu. Durante o tempo que esteve na cozinha apenas conseguiu falar que ficou na floresta e que estava bem. Ficou sabendo que o corpo de Eva havia sido enterrado há quatro dias, no cemitério do vilarejo.

– Deve ter sido um trauma muito grande ter perdido a mãe daquele modo... – cochichava Ângela para Rice. – A maneira como saiu correndo, os dias que ficou distante. Nunca pensei que as duas fossem tão apegadas. Pobre menina. Penso que ela deve ter fugido para não ficar nas garras dessa madrinha, nunca me convenceu, essa Kimberly...

– Escute aqui sua víbora fofoqueira, Kimberly sempre cuidou da menina Laure. Aposto meu braço direito que amou ela mais de que a mãe – censurou Madame Morgan, apontando o dedo para as fuças achatadas de Ângela. – Então, minha cara, se só estiver aqui para fazer fofoca para o resto do vilarejo, como eu sei que está, trate de se retirar...

Ângela saiu, dizendo algumas barbaridades. Madame Morgan se restringiu a murmurar um “Ingleses...”.

À medida que os minutos passavam as pessoas deixavam a casa. Antes do dia se por Kimberly e Laure se encontraram sozinhas. A menina estava concentrada em terminar seu purê de batatas, enquanto a madrinha a olhava, sorridente.

– Você tem certeza que está bem? – perguntou Kimberly para Laure.

– Já disse que estou – respondeu a menina.

– Agüenta subir alguns lances de escada?

Laure a olhou curiosa. Madrinha e afilhada subiram para o andar de cima, e Kimberly abriu a porta do quarto que pertenceu a Eva.

– É todo seu! – disse Kimberly.

Para a surpresa de Laure o lugar estava inteiramente redecorado. O papel de parede, que outrora fora amarelo desbotado, agora era verde musgo com detalhes (igual o resto da casa, porém mais novo). Os móveis cor marfim foram trocados por outros de ébano, assim como a cortina de renda que dava lugar a uma grossa cortina de cor-de-vinho.

– Madame Morgan passou os últimos quatro dias arrumando esse quarto para você – disse Kimberly, enquanto a menina andava displicentemente pelo quarto, olhando as coisas. – Todos os móveis são do antiquário. Se lembre de agradecer a ela, pois metade de tudo aqui foi dado. Olhe, está vendo ali, aquele porta-jóias pertenceu à bisavó dela. E aquelas pirâmides, em cima da penteadeira... São feitas de turmalina negra, e composta por três triângulos. Ah, papel de parede fui eu que escolhi...

Kimberly estava decidida a exorcizar o que foi a presença de Eva naquela casa. Durante as semanas que se passaram ela não tocou no nome da amiga. Madame Morgan voltou a casa no dia anterior e trouxe mais coisas para o quarto. Laure ficou feliz ao constatar que Kimberly não havia entrado em seu antigo quarto, e que todos os papeis e anotações sobre o mundo bruxo ainda estavam ali, assim como a carta de Hogwarts, muito bem guardada em baixo do travesseiro.

As semanas se passaram rapidamente. Kimberly tinha um cuidado especial com Laure, pois Dr. Frazier disse que ela sofrera um grande trauma. Então ela não estranhou o fato de todos os dias pela manhã Laure sair de casa para ir a biblioteca e só voltar depois das cinco da tarde. A menina foi às bibliotecas de todas as cidades vizinhas ao vilarejo, no quarto dela havia uma pilha de livros sobre a penteadeira, que agora tinha a função extra de escrivaninha. Contudo, ninguém parecia notar que todos os livros eram sobre aves, mais especificamente sobre corujas.

Laure leu desde os hábitos, até a maneira de podar as penas das asas. Entretanto nenhum livro mencionava como se mandar cartas através de corujas, parecia aquele raro tipo de coisa que não se ensina em livros.

Relia a carta de Hogwarts todos os dias; tinha a decorado, assim como a lista de materiais. Na noite do dia 30 de Julho ela guardou o envelope de pergaminho no porta-jóias, e mirou a lua no céu escuro. Fizera tantos sacrifícios para ir para Hogwarts, tantas decisões em tão pouco tempo, e de nada adiantaria. O prazo para mandar a coruja com a confirmação da vaga se esgotaria no dia seguinte.

Com um aceno de mãos desligou a luminária da penteadeira, levantou-se da cadeira, e deitou-se na cama, com um desejo intenso de ir para Hogwarts. Lembrou-se do dia em que o pingente que usava foi tacado no fogo, ela dormiu o desejando, e na manhã seguinte ele estava na palma da mão esquerda. Quem sabe não conseguiria o mesmo novamente...

* * *

Acordou com Kimberly cantando Guns’n’Roses no andar de baixo. Fixou os olhos no relógio: ainda eram sete e meia da manhã. O gesto seguinte foi olhar para a janela, mas decepcionou-se ao constatar que não havia nenhuma coruja ali.

Todos os dias anteriores a esse, Laure descia para o café da manhã completamente arrumada para ir a biblioteca, entretanto, hoje desceu as escadas preguiçosamente, com chinelo, meia, e camisola de algodão. No andar de baixo, encontrou Kimberly segurando a colher do cereal, rebolando e cantando junto com o vinil que tocava na vitrola.

– Kim... – chamou Laure.

– Oh, oh, oh, oh! Sweet child of mine... – cantava alto Kimberly.

– Kim... – chamou Laure novamente.

– Oh, oh, oh, oh! Sweet love of mine...

– Kim! KIM! – gritou.

– She’s got eyes of the bluest skies, as if... Hey!

Laure havia desligado a vitrola e ido para a cozinha.

– Sabe Laure, você precisa cantar, faz muito bem... – disse Kimberly, visivelmente animada ao chegar à cozinha. – Parece que alivia tudo que há de ruim guardado dentro da gente. Laure? Está me ouvindo?

A menina mexia o cereal com leite displicentemente, os olhos fixos nos pequenos pássaros que voavam no céu. Simplesmente assentiu a pergunta de Kimberly, sem prestar muita atenção.

– Você anda tão quieta – analisou Kimberly. – Me deixa preocupada...

– Não deveria ficar preocupada comigo – Laure voltou o olhar a madrinha e sem sorrir continuou. – Eu estou perfeitamente bem.

– Não vai a biblioteca hoje?

– Não tenho mais o que procurar lá – respondeu Laure, entre alguns goles no suco de laranja.

– Você pode ir ver Victor... – sugeriu Kimberly depois de um tempo. – Tenho certeza que ele está com saudades de você!

Laure pareceu mal-humorada ao fitar a madrinha.

– Não tenha tanta certeza. – O tom da voz encerrou aquele assunto.

Nos minutos que se seguiram Kimberly deixou a casa e foi trabalhar. Laure, mesmo após terminar de comer, continuou olhando a além da janela da cozinha. Foi por ali que a coruja havia entrado há um mês.

Um mês... – pensou olhando o céu azul lá fora. – Em um mês mudei minha vida, completamente.

“As portas se abriram juntamente com a carta de Hogwarts. Ali descobri a resposta da pergunta que fazia há tanto tempo. 'Por que ninguém mais faz o que eu faço?' 'Por que somente eu tenho esse poder?' 'O que eu sou?'. E todas as respostas estavam naquele pedaço de pergaminho, escrito com tinta verde-esmeralda. Eu sou uma bruxa, e o que faço é magia”.


– Mas então Eva barra meu caminho, ameaça meus planos... – murmurou para si mesma.

A pior escolha que ela fez em toda a vida – concluiu Laure, mentalmente. – Ela nunca se importou comigo. Nunca se importou com a minha felicidade. Nunca me amou. Não foi uma grande perda...

“E então tudo caí na minha cabeça, me dou conta do que fiz. Fujo, corro, me escondo na floresta como uma criança. Uma criança com medo dela mesma. Mas como a minha querida amiga ofídia me disse num daqueles dias ‘ninguém pode escapar da própria natureza, seja ela cobra ou humana...’

“Minha natureza. É disso que falo. Tenho um poder que ninguém tem. Duvido até mesmo que algum bruxo tenha desenvolvido tanto poder na mesma idade que eu. E é esse poder que vou usar para conseguir tudo o que eu quero. Eu aderi a minha natureza. Esse caminho não tem volta. Agora eu só precisaria confirmar a vaga em Hogwarts, então o destino estaria selado, para sempre...” .


Os pensamentos foram interrompidos. Alguém apertava a campainha da casa. Laure calçou os chinelos, e foi até a porta. Novamente a pessoa tocou a campainha, parecia ter pressa. Amaldiçoou em pensamento o ser que tinha tanta pressa ás oito da manhã. Destrancou a porta e a abriu.

Parado ao tapete de “boas-vindas” estava um homem pálido, de cabelos sebosos, pele macilenta, nariz adunco, olhos negros sem brilho, de vestes estranhas e inteiramente negras.

– Senhorita Hargrave? – perguntou ele com a voz pouco mais alta que um sussurro. – Senhorita Laure Hargrave?

– Sim, sou eu – disse ela levantando o olhar, para encarar o estranho nos olhos. – E o senhor seria?

– Severus Snape – respondeu, prendendo o olhar na menina. – Professor da escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. Vim falar a respeito da confirmação de sua vaga...

O rosto duro e sério da menina pareceu iluminar-se, mesmo sem mudar a expressão. Não havia escutado mais nada após o tal Severus Snape falar o nome da escola. Sentiu o coração dela bater, o sangue fruir. Tinha despertado. O destino de Laure Hargrave estava selado.

* * * * *

N/A: Eis aí! Capítulo curto, sem muita tensão como o anterior. Mas a dúvida a cerca da morte de Eva esta acabada: Sim, Laure matou a mãe! Parece insano, inconseqüente, mas não é a toa que o nome da fic é Mentes Assassinas. À Lari Forrester Black, Isis Black, Miss Krum, tenho a agradecer pelos comentários, e dizer que as dúvidas que não foram sanadas nesse capítulo serão esclarecida no próximo. Os palpites de vocês realmente se aproximam do que acontecerá. Lari, a atriz da capa é Rachel Hurd-Wood, ela fez Petter Pan, Maldição e Perfume (meu preferido). A R. Messagi, também agradeço. É bom saber que você não morreu, mocinho! Mas trade de atualizar logo a tua fic. Sir Elros Dust'Amandill, fiquei orgulhosa de ver tua fic no top.

E vou terminar com uma indicação: A fic “Severus Snape - Da Rua da Fiação à Casa dos Gritos”, de Rafael Kaleray. A fic é entrelaçada com os fragmentos conhecidos da história de Snape, e é um belo prato pra quem ama o personagem.

Então é isso, o próximo capítulo não demora, portanto:

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