Um Novo Dia...



- CAPÍTULO 2 _ Novo dia... –

Era estranho o modo de que como alguns dias após o retorno de Voldemort, os sonhos com a pessoa que se intitulava Lord Damien tenham começado. A maioria... Não, todos os casos faziam com que Larry Davidson acordasse assustado em seu quarto na região sul de Londres, em um apartamento normal numa família não tão normal assim.
Seu pai era bruxo e trabalhava no Ministério da Magia, no departamento de Cooperação Internacional em Magia. Era um bruxo alto, com cabelo curto e castanho que levava a sério o trabalho, confiando nas palavras de Dumbledore desde o final do Torneio Tribuxo de Hogwarts.
Sua mãe, por mais que fosse nascida trouxa, também estudara em Hogwarts até atingir a maior-idade no mundo dos bruxos. Era uma mulher magra e bonita, com olhos azuis e cabelos castanhos claros lisos. Trabalhava ao lado de Oliver, seu marido, no mesmo departamento.
Sentindo a cabeça pesar, Larry manteve-se de olhos abertos contemplando o teto escuro do quarto que era iluminado pela lua que vinha apenas por uma brecha na cortina da janela do outro lado do quarto. O calor daqueles dias era quase insuportável, mas o fato é que, com aqueles sonhos, a sensação térmica parecia estourar no corpo de Larry. Ofegando, ele retirou os lençóis de cima de seu corpo e sentou-se na beira do colchão, levando a mão até a cabeça e passando-as sobre o cabelos; seu rosto estava suado e parecia não ter dormido. Com a cabeça baixa, contemplando o assoalho, ele virou os olhos para a mesa de canto ao seu lado, encarando o relógio eletrônico com as horas em um forte tom avermelhado. Marcava 4:30 da manhã e a pouca lua que se mantinha no céu começava, aos poucos, a dar lugar aos primeiros raios de sol.
Larry se levantou, apoiando-se com a mão direita na escrivaninha de marfim sobre a qual se encontravam papéis amarelados cujas fotos se moviam e papiros com rabiscos do quinto ano que acabara em Hogwarts abaixo de uma pena de tom bege. Encostado na parede estava uma varinha de aproximadamente 26 centímetros e preta, com alguns desenhos em relevo indicando onde seria o punho.
Ele se sentou na cadeira, apoiando a cabeça com a mão esquerda e segurando um exemplar do Profeta diário em sua mão direita, observando exausto a mensagem “Novo Ministro da Magia: Rufo Scrimgeour assume no lugar de Cornelius Fudge”

- Besteira... – falou baixo, enquanto atirava o jornal para o lado fazendo com que um gato de pelo marrom com algumas manchas mais escuras acordasse e saísse de onde estava, deixando o jornal passar e lançando um olhar bravo ao dono. – Nada que preste.

Sua cabeça latejava ainda. No fundo ele esperava que fosse apenas mais um pesadelo como qualquer outro, mas alguma coisa o fazia pensar de que era real e que tinha realmente acontecido. Era tão real e tinha a sensação de que se quisesse, poderia ter impedido o movimento que Damien fizera para matar o Sr. Callum há minutos atrás.
Larry socou a mesa com força, fazendo o barulho quebrar o silêncio fora do quarto naquele apartamento. A raiva o irritava, ainda mais por ter um sentimento de fracasso junto de si. Se fosse mesmo real, Voldemort não seria a única pessoa com que o novo Ministro deveria cuidar. Mas por mais que se esforçasse, não lembrava de conhecer uma pessoa que se chamasse Damien ou ao menos tivesse um nome próximo desse. Sua mente estava uma completa bagunça e sentia-se cansado, mas sabia que se tentasse dormir naquela hora não adiantaria. Ele se levantou, abrindo a cortina vermelha com a barra em dourado e deixando que os primeiros raios de sol passassem pelo vidro e iluminassem o interior do quarto.
Uma vassoura poderia ser vista no canto do quarto. Quando os raios de sol a atingiram, em especial sua parte metálica, o brilho ofuscou a visão de Larry por um tempo, de modo que fora obrigado a se levantar e cambalear pelo quarto e sentar-se uma vez mais na cama, deixando que o quarto se mantivesse fracamente iluminado por alguns raios de sol. Ele levantou a cabeça, encarando um espelho ao lado de um armário entreaberto de onde ficava exibida uma manga preta com um leve detalhe em vermelho que quase caía do armário. Ele encarou seu reflexo no espelho, buscando respostas que sabia que não viriam assim do nada. Queria ter conseguido mencionar esses fatos nas cartas que mandara aos seus amigos de Hogwarts durante o verão que acabava em poucos meses, mas se lembrava bem do que aconteceu com o último que acabou se tendo notícia sobre ver o que Voldemort fazia.
Só quando enfim se lembrara daquilo, recordou-se de que Damien mencionara Harry Potter. Queria o garoto... queria provocar Voldemort e sabia da história do colega da Grifinória. Sabia que ele era o único que havia resistido à maldição Avada Kedavra como Moody dissera no quarto ano de Larry em Hogwarts.
Quando finalmente o sol se encontrava brilhando forte sobre Londres, Larry virou a cabeça, encarando relógio que agora marcava 5:20 enquanto ouvia os primeiros movimentos vindos da calçada e os carros que saíam rápidos de suas garagens conduzidos por seus donos enquanto alguns comerciantes menores começavam a abrir suas lojas e pôr alguns objetos para exibir.
A quarta-feira começava como todos os outros dias em Londres que logo se encontrava movimentada com as pessoas percorrendo apressadas as ruas da cidade indo ao trabalho. Enfim, rendendo-se ao tédio, Larry sentou-se de frente a escrivaninha, molhando a ponta da pena no tinteiro e levando-a ao pergaminho, começando a escrever, enquanto que em outro canto da Inglaterra, um garoto com a cicatriz em forma de raio acordava com os pios de Edwiges presa em sua gaiola...





Harry acordara com os pios alto de Edwiges dentro da gaiola, fazendo o maior estardalhaço possível, ao ponto de que quando o garoto jogara as cobertas de lado na cama, os passos pesados do tio Valter eram ouvidos de longe e ele sabia o que viria a seguir.
De um pulo ele se pôs de pé e deu um tapa na gaiola da coruja, fazendo-a silenciar abruptamente no mesmo tempo em que a porta se escancarou e o rosto vermelho de tio Valter apareceu no vão com um roupa cinza com alguns desenhos em um tom vermelho escuro, encarando Harry.

- Silencie... essa... coruja! – falou lentamente e sublinhando as palavras na tentativa de amedrontar Harry enquanto gesticulava em direção à ave na gaiola.

- Sim senhor. – disse Harry enquanto se virava para a ave e ouvia o tio bater a porta com força e descer as escadas, fazendo os degraus rangerem sobre o seu peso. – Custava ficar quieta?! Sabe que eles não gostam!

Mas a coruja piou baixo próximo de Harry, abrindo as asas e quase virando a gaiola. Foi então que Harry percebeu; uma coruja das torres estava parada no peitoral da janela, com seus grandes olhos amarelos fixos no garoto, esperando que ele abrisse a janela para que ela pudesse entrar. Trazia uma carta amarrada à pata de quem Harry reconheceu a caligrafia de longe. Cuidadosamente ele abriu a janela e a coruja entrou, pousando sobre a escrivaninha do garoto, em meio de papiros, jornais antigos e caixas de sapos de chocolate espalhadas por ela. Com cuidado, retirou a carta e abriu, lendo-a em baixo tom de voz.

Harry,

Papai convenceu Dumbledore a deixar você ficar conosco nesses últimos dias de férias, mas com a garantia de que seria escoltado por alguns membros da Ordem até A Toca. Olho-Tonto está indo te buscar pela rede de Flu, onde acha que vai ser mais sossegado. Não se espante se ele enfeitiçar seus parentes trouxas quando eles o virem. Hermione e Gina mandam abraços.

Rony

Ele leu a carta inúmeras vezes até se assegurar de que entendera tudo como devia. Olho-Tonto viria buscar ele a qualquer hora e usaria a rede de Flu para isso. A impressão de que os Dursleys iriam odiar outro bruxo saindo sua lareira era clara. A última vez fora há dois anos, quando o Sr. Weasley explodiu a lareira dos tios para que pudessem sair e buscar Harry para que fossem à Copa Mundial de Quadribol naquele ano. Se lembrava ainda hoje do incidente com os Caramelos Incha-Língua, invenções geniais de Fred e Jorge Weasley e que testaram no adorável primo de Harry, Duda Dursley.
Ele sorriu em meio de lembranças como aquelas quando os tempos ainda não eram com tanta perturbação. O retorno de Voldemort fez com que muitos ficassem desconfiados de quem conversava com eles. Lembrou-se da noite no cemitério em Little Hangleton e que Rabicho fizera o ritual que trouxera Voldemort de volta... O ritual em que usara o osso do pai de Voldemort, o sangue dele, Harry, e um pedaço da carne do servo. Lembrou-se, amargamente e com tristeza, do corpo de Cedrico Diggory, estatelado e jogado ao chão do cemitério, com braços e pernas abertos, morto.
O barulho que vinha do corredor, indicando que tia Petúnia e Duda haviam acordado trouxe Harry de volta ao mundo real na rua dos Alfeneiros nº 4 onde a simples menção de algo relacionado à magia era motivo de briga. Ele dobrou a carta diversas vezes e a jogou sobre a escrivaninha em meio de tantos outros papiros e folhas no geral, agarrando uma calça jeans surrada e uma camisa de manga curta verde-claro com a barra das mangas pretas. As jeans eram de Duda, seu adorável primo, assim como a camisa. Ambas eram um pouco mais largas do que o necessário devido ao corpo do primo ser incrivelmente diferente do de Harry.
Arrumou-se e ajeitou os óculos, encarando-se no espelho à sua frente e virando-se para a mesinha ao lado da cama, pegando a varinha e colocando-a no bolso traseiro das jeans e abrindo a porta, ouvindo as normais conversas da família Dursley no patamar debaixo.
Quando Harry entrou na cozinha, eles se calaram abruptamente especialmente tia Petúnia que mimava Duda enquanto colocava ovos e um punhado de bacon no prato do garoto. tio Valter estava com o rosto escondido atrás do jornal diário, como sempre, embora tenha levantado levemente as sobrancelhas quando Harry entrara e se sentara ao seu lado.
O silêncio era quebrado apenas pelo barulho que as facas, garfos e outros objetos faziam enquanto eles comiam. Quando tio Valter finalmente pôs o jornal de lado e observou seu filho por uns momentos, Harry achou que era finalmente seguro falar.

- Um... uma pessoa virá me buscar hoje. – anunciou Harry em voz clara para os três Dursley. Tio Valter que bebia uma xícara de café parou e encarou o garoto como pôde; Duda largou o garfo e se mexeu estranhamente na cadeira e Harry teve a certeza de que estava se lembrando dos seus últimos contatos com bruxos.

- Que horas? – perguntou disfarçadamente tia Petúnia com sua voz esganiçada e os lábios contraindo-se aos poucos.

- Não falaram. – respondeu Harry.

Tio Valter desceu a xícara com tamanha força que Harry achou que iria quebrar quanto tocasse a mesa, mas enganou-se. O rosto vermelho do tio começou a aparecer, encarando Harry.

- Como eles virão, moleque? – perguntou agressivamente.

Nessa hora um frio percorreu a espinha de Harry. Tio Valter fizera a perguntara que poderia ser a pior de todas naquela espécie de interrogatório.

- Virão... bem, pela lareira. – respondeu e imediatamente tio Valter se levantou nervoso. Harry sabia que estava se lembrando do encontro com o Sr. Weasley havia algum tempo, mas antes que o tio pudesse xingar os bruxos, Harry seguiu. – Isso senão quiser um sujeito estranho na sua porta ou montado em uma vassoura!
Sabia que tinha ganhado. Tio Valter suspirou enquanto tia Petúnia se segurava na borda do balcão da cozinha, com uma mão no peito e estranhamente preocupada. Duda se afastou lentamente da mesa, como se quisesse se trancar no quarto antes que qualquer coisa pior acontecesse com ele.
O tio sentou-se, tentando manter a calma, mas com os dedos cerrados e o rosto vermelho, como se estivesse pronto para atacar Harry e ele sabia... seu tio estava à ponto de realmente lhe atacar.

- Se... Acontecer algo que nem daquela última vez... Você não volta mais aqui, me ouviu?! – ameaçou tio Valter ao que Harry moveu a cabeça em sinal de concordância e rapidamente, empurrou a cadeira para trás e passou pela porta da cozinha, saindo em direção do seu quarto.

Antes de abrir a porta os pios agitados de Edwiges indicaram que a coruja sabia que ele estava chegando. Ele escancarou a porta do quarto, abrindo o armário e retirando as vestes e atirando-as no chão apressadamente enquanto Edwiges finalmente voltara a se calar, enquanto observava Harry reunir seus pertences ansioso.
Ele colocou no chão as vestes de Hogwarts, sendo elas da Grifinória ou de Quadribol e endireitou-se, passando os olhos pelo quarto e por fim se jogando no chão, observando por alguns momentos embaixo da cama e finalmente retirando um grande malão debaixo dela, abrindo-o no mesmo tempo que ouviu-se um grito assustado e tempo depois, passos pesados anunciavam que Duda vinha subindo para seu quarto e Harry tinha uma idéia do que tinha acontecido. Ele correu para a porta e a abriu, sendo forçado a entrar novamente no quarto para evitar Duda, que vinha em sua direção com algo, na mente de Harry, semelhante a um hipogrifo destrambelhado. Momentos depois, tio Valter apareceu no topo da escada e Harry tivera confirmação: Olho-Tonto Moody havia chegado e estava de pé na frente da lareira dos Dursley.
Harry desceu, quase não contendo-se de empolgação e entrou na sala, deparando-se com um bruxo alto com um olho mágico azul que girava rapidamente, observando cada canto da casa. Suas cicatrizes eram bem visíveis e enfim Harry notara tia Petúnia tremendo os lábios e encarando primeiro o olho mágico e depois a perna de pau de Moody. A voz rouca de Moody surgiu seguida de alguns passos na direção de Harry com o apoio do cajado de madeira.

- Tudo pronto, Potter? – rosnou Moody.

- Hum... Quase. – respondeu-lhe Harry.

- Vamos. Te dou uma ajuda. – apressou-se Moody. E pondo a mão sobre o ombro de Harry, o conduziu por um lance de degraus até seu quarto no andar superior, saindo da vista dos Dursley de certo modo apavorados pela aparência de Moody.

- Não esqueça da Capa, Potter. Vamos dar uma passadinha em outra casa antes de finalmente irmos até a casa dos Weasley. – falou Moody, sentando-se na cama de Harry e mantendo as mãos apoiadas no cajado, com o olho normal fico em Harry enquanto o mágico girava por todos os cantos.

- Certo, prof. Moody... – falou Harry enquanto retirava algumas penas amarrotadas do fundo do malão e colocava cuidadosamente as vestes de quadribol com a inscrição “Potter” nas costas acompanhada de um gigantesco nº 7 bordado em dourado.

Moody, pelo que se podia entender, acompanhava o ritmo de uma música batendo o pé no chão sem seguimento algum, de modo que Harry apressou-se para arrumar o malão. Contudo, onde Moody quis dizer com passar em outro lugar ele não tinha idéia alguma... Os comentários que rolavam de que Moody estava completamente louco, vendo bruxos das trevas por todos os lugares foram esquecidos por Harry. Sabia que, assim como Dumbledore, Moody continuava sendo um incrível auror.
Naquela hora, enquanto colocava o caldeirão dentro do malão, lembrou-se de Dumbledore, o diretor de Hogwarts e que lhe explicara a profecia que dizia a respeito de Harry e Voldemort. Ele trancou o malão, abrindo a outra porta do armário e retirando uma vassoura em que se podia ler, na extremidade, “Firebolt” em letras prateadas.
Quando Harry largou a vassoura, Moody fez um ligeiro aceno com a varinha e a vassoura, Edwiges e o malão desapareceram imediatamente.

- Já estão na Toca, Potter. Agora, vamos... – rosnou uma vez mais Moody que se levantava, encarando Harry.

- Uhum... – murmurou Harry e ambos saíram do quarto. O barulho produzido pela perna de pau de Moody nas costas de Harry sabia que deixaria os tios nervosos. Ele entrou na sala e não deu outra. Duda se mantinha escondido no quarto até achar que seria seguro sair. Tio Valter tinha a cara bastante vermelha, mas incapaz de gritar ofensas ou retrucar Moody porque, naquela hora ao menos, a aparência de Moody falava mais alto que qualquer coisa. Tia Petúnia cobria - Harry não sabia como - os dentes de cavalo com os lábios contraídos, visivelmente nervosa. Moody pouco se importou e parou de frente para a lareira no lado direito de Harry, com o olho mágico voltado para o garoto.

- Londres, Yuher Street. Sem perguntas. – falou gravemente Moody, parado e apoiado sobre o cajado, contemplando a lareira.

Harry apenas acenou com a cabeça e foi com passos firmes até dentro e enfim notara que faltava o principal: o Pó de Flu. Quando fora perguntar à Moody, este retirou um pequeno pote de barro com um pó dentro, o qual Harry reconheceu assim que pegou um bom punhado.

- Então... tchau. – falou em direção dos Dursley, e antes que pudesse ouvir uma resposta, repetiu o endereço que Moody lhe dissera e se viu dominado por chamas verdes que lhe envolveram, fazendo-o girar.

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