Velhas Impressões






N.A.: O nome desta fanfic foi baseado nos muitos livros da Rainha do romance Policial, Agatha Christie. A história que se segue tratará de temas violentos como mutilação entre outros, não sendo recomendado para crianças pequenas. Sem mais... Espero que gostem! ^.~








Assassinato em Hogsmeade














Parte Um: Velhas Impressões







Sirius não gostava de cidades pequenas. Vivera numa tempo o suficiente para ter certeza de que nunca mais colocaria os pés em outra por vontade própria. Uma pena que aquele não era o caso. Mal desmontara da moto, que parara num pequeno estacionamento na pracinha central, sempre a mesma; com uma igreja ladeada de uma dúzia de pequenos comércios, e no coreto as crianças que brincavam, pararam imediatamente o que faziam para olhar o estranho que acabara de chegar.


Mas Sirius não sentiu somente os olhares das crianças, mas sim de todas as pessoas que estavam ali. Senhoras, homens e jovens moças voltando a cabeça ou espichando o pescoço para ter uma melhor visão.


Gostaria que essa gente cuidasse mais da própria vida... - Pensou ele com uma ponta de mal humor. Não que na capital não houvesse curiosidade, mas ninguém ligava se um estranho aparecesse sem ser anunciado em plena luz do dia.



Preciso encontrar o Prefeito - Disse mentalmente, procurando o prédio mais alto com os olhos, mas não foi preciso nem se mexer. Um homem corpulento e bem vestido (pelo menos para os padrões da cidadezinha) veio a seu encontro com uma mão estendida.


"Investigador Black, eu suponho?" E diante de um aceno afirmativo e do aperto de mão forte, o homem continuou a falar. "De fato é muito bom tê-lo aqui, Sr. Black...fico imensamente grato que tenha podido vir... Importaria-se de me acompanhar...? Sabe como são essas coisa não? Precisamos de um pouco de sigilo... num caso desses..."



Sirius ergueu ligeiramente as sobrancelhas escuras, mas deixou-se ser conduzido pelo homem. Imaginava que toda cidade estaria esbaforida se metade do que seus relatórios descreviam fossem verdade. Uma jovem moça encontrada morta na própria casa, com mordidas por todo corpo, algumas tão fortes que chegaram a quebrar os ossos atingidos. De que animal as marcas proviam só uma investigação mais precisa poderia dizer. Era para isso que ele estava lá e faria de tudo para resolver aquele 'mistério' o mais rápido possível, desta forma poderia voltar o quanto antes para sua preciosa capital.





***






Assim que a porta fechou-se a suas costas, Sirius deu uma rápida olhada no gabinete do Prefeito. Havia uma grande foto do mesmo pendurada num dos extremos da sala, as bandeiras da cidade de Hogsmeade, do estado e país encontravam-se estendidas no canto oposto juntamente de uma estante cheia de livros e de um pequeno bebedor. Era tudo muito simples.
Simples demais - pensou Sirius, fazendo uma anotação mental.



"Sente-se por favor, Sr. Black..." - disse o Prefeito, indicando a cadeira a sua frente, enquanto ele também se acomodava. "Se importaria de que fôssemos diretamente ao assunto, há muito o quê fazer imagino..."



Sirius sentou-se, dobrando as pernas e colocando as mãos sobre os joelhos. O homem a sua frente lhe ofereceu um copinho de gim, tirado de uma garrafa debaixo da mesa. Sirius recusou erguendo uma das mãos.



"Então, Prefeito Cornelius, que pode me adiantar sobre o caso?"



O homem quase deixou seu copo de gim cair, arregalando os olhos para Black. Tinha absoluta certeza de que não mencionara seu nome ao estranho uma vez sequer.



Perspicaz, Sirius indicou uma plaquinha em cima da mesa, onde o nome Cornelius Fudge estava escrito em rebuscadas letras douradas. O Prefeito pareceu ficar espantado com a esperteza do convidado e sorriu-lhe de um modo satisfeito, indo de uma vez ao assunto.



"É claro... por onde começar... bem, a pobre moça, que Deus a tenha, se chamava Angelina Johnson. Não era casada e vivia sozinha desde a morte da mãe, há três meses. Não tinha parentes, de modo que o enterro foi pago pela prefeitura, naturalmente..." - O prefeito inchou o peito rapidamente e Black sentiu uma ponta de nojo. Isso lá era algo que se vangloriar? - "Mas imagino que teremos de exumar o corpo, não? Uma pena... pena... uma moça tão nova e tão bonita... A Srta. Johnson nunca foi vista com más companhias, de fato era um exemplo de jovem, com certeza logo teria se casado e constituído família, não fosse esse infeliz incidente..."



Sirius continuou de sobrancelhas erguidas pelo resto do relato, que não interrompeu nenhuma vez, deixando o Prefeito fazer seus pomposos comentários completamente dispensáveis. Não pode deixar de reparar que o homem falava da jovem com um estranho pesar. Passados alguns minutos, pareceu que o Prefeito se cansara, porque tomou fôlego e fitou Black, esperando que ele também se manifestasse. Em resposta Sirius pigarreou, e coçando ligeiramente o queixo encarou o Prefeito, que engoliu em seco.



"Quem encontrou o corpo?"



O prefeito pareceu puxar pela memória, pois ficou alguns segundos em silêncio com os olhos voltados para cima.



"A filha de uma vizinha... parece que ela acompanhava a Srta. Johnson todos os domingos a igreja, mas como naquele dia ela se atrasara, a menina foi verificar e... bem... deve dizer que a pobre garota ficou em grandíssimo choque. Precisou tomar vários calmantes até conseguir falar o que exatamente aconteceu..."



"Que idade tem essa menina?" - Perguntou Sirius franzindo a sobrancelhas.



"Hum... 10 ou 11 anos, não tenho certeza. De qualquer maneira, não havia como ela se enganar, logo depois que encontrou o corpo teve um acesso de gritos, em menos de um minuto toda a rua estava na porta da casa".



"Alguém tocou no corpo antes da policia ou do médico chegarem no local?"



O Prefeito deu uma risadinha.



"Médico? Ora, Sr. Black, a moça já estava mais do que morta, não havia nada que um médico pudesse fazer... muito triste como já disse... Mas se quer saber tenho quase certeza de que o primeiro que tocou no corpo foi o Padre de nossa paróquia, o melhor que já tivemos devo dizer, nosso antigo Padre se aposentou recentemente, mas ninguém sente falta dele... De qualquer forma, tenho quase certeza de que foi ele a tocar na pobre moça antes de todos... foi chamado assim que a menina encontrou a Srta. Johnson, enfim parece até que deu-lhe a extrema unção ali mesmo! Deve ser um trabalho difícil não? O de Padre... ficar correndo por aí cuidado dos desafortunados, perdoando os pecados de todos..."



Black revirou os olhos para o Prefeito, que continuou com seu comentário a respeito do tal Padre por mais um tempo considerável. A verdade era que Sirius não gostava nada de Padres. Tivera sua cota de traquinagens durante a infância, e sua mãe tinha o hábito de carregá-lo para a igreja todas as vezes que ele aprontava, o que acontecia com uma incrível freqüência, diga-se de passagem. Lá, Sirius era obrigado a ouvir um sermão de duas horas de um velhaco ranzinza que cheirava horrivelmente a cera e mofo. Perdera a conta de quantas vezes tinha sido ameaçado com o inferno. No começo até ficava quieto durante uma semana ou duas, pois ainda acreditava nas palavras do velho Padre, mas com o passar do tempo, deixou de se preocupar, passando a aprontar com mais intensidade do que nunca.



"Sr. Black, o senhor está me escutando?"



A voz do Prefeito tirou Sirius de seus pensamentos, que rapidamente mudou de assunto, procurando não demonstrar sua falta de atenção.



"Há quanto tempo o tal lobo estranho tem sido visto?"



O Prefeito engoliu em seco mais uma vez. Aquela pergunta pareceu incomodá-lo verdadeiramente, mas logo ele se recompôs.



"Não imaginei que o relatório já tivesse tratado disto. Não passa de um boato sem fundamento, Sr. Black... Eu realmente não apreciaria que a população entrasse em pânico achando que alguma criatura está rondando a cidade..."



Sirius por um minuto pensou em retrucar a argumentação do Prefeito, mas decidiu não fazê-lo. Já arrancara tudo que podia do homem. O que precisava agora era de novas informações. O Prefeito pareceu bastante aliviado que Sirius não tivesse insistido no assunto.



"Tenho certeza de que nosso delegado poderá acompanhá-lo até onde desejar, Sr. Black, se me der um minuto..." - Ele tirou da gaveta um velho aparelho de telefone e discou um número de cabeça. "Aqui é o Prefeito, sabe se o Delegado está? Ah sim... então mande-o ao meu gabinete, por favor... sim, sim... Tenha um bom dia."



O Prefeito baixou o gancho e voltou a fitar Sirius.



"Assim que o delegado chegar, receio que terei de deixá-los... A quermesse anual é em dez dias, sei que o assunto parece banal se comparado ao ocorrido, mas a festa será a melhor maneira de espantar esse clima ruim, não concorda?"



Sirius não concordava. Na verdade, achava de extremo mal gosto fazer uma festa naquela situação, mas a diplomacia levou a melhor e ele apenas arreganhou os dentes num sorriso amarelo.
Poucos minutos depois, foram ouvidas firmes batidas contra a porta. Ambos levantaram-se de suas cadeiras, enquanto o Prefeito dizia um "Entre, está aberta".
Um homem alto, dono de um enorme nariz adunco e oleosos cabelos negros mirou Black nos olhos, com uma expressão fechada. Sirius não sabia o porquê, mas teve a nítida sensação de que aquele homem não tinha ido nem um pouco com a sua cara.



"Senhor Black, este é nosso delegado, Severus Snape".







Continua...











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Harry Potter e seus personagens pertencem exclusivamente à J.K. Rowling e Warner Bros.

Esta fanfic me pertence e eu vou azarar aquele que se meter a besta de copiá-la, ou ainda, postá-la em algum lugar sem minha prévia autorização.

É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo aqui expresso.

Copyrigth © Julho de 2003 - Todos os direitos reservados



Comentários? Mandem suas corujas devidamente IDENTIFICADAS NO ASSUNTO. Estou ansiosa para conhecer a opinião de vocês! ^.~

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