Capítulo 6



Ao chegarem ao saguão, Luthien se virou para Sirius.
_Se quiser, pode esperar aqui... não demoro nem 5 minutos...
_Se não se importa, vou com você. Já saí com garotas o suficiente para aprender o que significa 5 minutos...
_Eu vou ignorar essa... _ela respondeu, subindo as escadas, seguida pelo rapaz. Ao chegarem em frente a uma porta, ela tocou a maçaneta com a varinha, e o quarto se abriu.
A garota foi direto até uma escrivaninha em um canto; pegou pena, tinta e um longo pergaminho, já escrito, para terminar a carta. Enquanto isso, Sirius começou a examinar as muitas fotos que havia lá. Em muitas, aparecia a garota acompanhada por um jovem loiro de uns 25 anos, com olhos idênticos aos dela e que o maroto identificou como Feanor Cunalmo.
_Você é bem ligada a seu primo, hein?
Ela parou de escrever e sorriu.
_É verdade. Ele é mais meu irmão, que meu primo._ o sorriso dela se apagou_ Sinto muito a falta dele... desde que entrou para o time... _ela suspirou e voltou a atenção para a carta, novamente.
_Mas ele é bem mais velho que você, não? _ Sirius insistiu.
_11 anos, para ser exata._disse, enrolando e lacrando a carta, guardando-a no bolso, em seguida. Então se aproximou do maroto e pegou um dos porta-retratos. _Ele quase perdeu meu baile de debutantes...
_O que é um baile de debutantes? _Sirius observou a foto que a garota segurava. Era uma foto trouxa... os retratados estavam elegantemente trajados e pareciam dançar uma valsa, porém, estavam imóveis.
_Coisa dos trouxas... eu nem queria participar, mas mamãe fez absoluta questão... ‘o que os vizinhos trouxas dirão? Eles podem começar a desconfiar’... mamãe é cheia de histórias...
_Me diz uma coisa: seus pais te deixaram sozinha aqui em Hogsmeade?
_Sim... papai só tem olhos para a empresa e mamãe... bem, ela anda ocupada demais com o lançamento de sua nova linha de cosméticos... às vezes, eu me pergunto se eles lembram que eu existo.
Os olhos da garota lacrimejaram, ela se sentou, largando a foto na cama, e escondendo o rosto nas mãos.
_Luthien... _Sirius não sabia o que dizer.
Em um movimento brusco, ela se levantou, as lágrimas ainda banhando seu rosto
_Desculpe... eu estou te enchendo com minhas bobagens...
_Não são bobagens... _ele se aproximou dela, passou um braço por seus ombros e enxugou seu rosto. _Sei bem como você se sente... minha mãe diz que eu sou a vergonha da família e que preferia que eu não tivesse nascido..._ele riu_ mas eu prefiro deixar para lá... não vale a pena...
_É... acho que eu deveria tentar..._ ela deu um sorriso fraco e os olhares dos dois se cruzaram.
Lentamente, seus rostos se aproximaram, podiam sentir a respiração falhada um do outro; era quente e confortável.

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