Cartas ao vento






Sentiu o primeiro pingo de chuva cair no seu nariz, e apenas deixou o rosto levantar em direção ao céu, só então percebendo as densas e negras nuvens que haviam se formado sob sua cabeça.

Parando para olhar melhor, pôde inclusive constatar que fora a única a não perceber a ameaça de chuva, já que o jardim estava praticamente vazio, com exceção de algumas pessoas embaixo de uma árvore bem ao lado do lago. Fez um esforço para tentar identificá-los, mas estavam tão longe, e ela já estava tão cansada.

Já faziam duas semanas que tinham terminado, mas Serena parecia ainda alimentar o sentimento e a esperança de que tudo terminaria bem no final; naquele momento, escrevia em seu caderno, encapado com uma espécie de papel cor-de-rosa encantado, que ao receber luz solar exibia as palávras "Srta. Serena Sirius Black".Mas não havia sol ali. Estava tudo escuro, e ela abaixou a cabeça, guardando o caderno para o qual olhara por horas dentro da mochila.
Não soube direito quanto tempo ficara em transe, mas quando se deu conta, já estava chovendo em seus ombros e não havia mais ninguém no jardim, e todos os que vira próximos ao lago estavam correndo em direção à porta principal, tampando as cabeças com cadernos, livros e casacos, rindo e girando, se divertindo com a chuva molhando seus corpos. Agora os reconhecia. Haylie não estava no meio, mas a mera presença de seus amigos enchia os peitos e a mente de Serena de uma raiva e desgosto tão fortes que causavam desconforto a ela mesma. Se envenenara aos poucos, e a cada dia que passara sozinha nas últimas semanas, culpara Haylie, embora, talvez pela primeira vez em sua vida, a garota não tivesse feito nada para merecer tamanho ódio.

Ironias do destino, acredita-se, pois de todas as maldades e covardias que Haylie poderia ter feito e algumas que de fato fizera, exatamente aquela que até então não havia acontecido efetivamente, foi aquela que iniciou a sua queda. Nada como um coração rejeitado.

Pobre Serena, acredito. Nunca soube o que acontecera entre Haylie e Sirius, já que não teve muitas outras oportunidades de lucidez para conversar com qualquer um dos dois desse dia em diante. Não demorou para ser corroída pelo ódio, até transformá-lo em algo tão doentio e a própria causa de um elo ainda mais forte entre sua inimiga e seu amor. Mas isso é outra história, pelo menos acredito eu. Nos atemos, por hoje, ao que aconteceu naquele momento.

Encontrou ali, naquele momento de fraqueza, já encharcada pela chuva gelada, sem forças nem vontade de se mexer, talvez o seu maior aliado por toda a sua "batalha de libertação" contra o lobo-mau. Ele se aproximou, sorrateiro, porém estranhamente dócil, e tampou-lhe a cabeça com um longo guarda-chuva preto, bem adequado ao momento, semelhante aos usados apenas em funerais.

- A chuva não lhe cai bem, embora eu tenha a leve impressão de que não está fazendo esforço algum para sair dela. - sussurrou, próximo ao seu ouvido, a levantando com uma das mãos, ficando com o corpo perto ao seu, ajeitando seu cabelo, sorrindo daquele jeito que fazia dele a versão masculina de Von der Mirre.

- O que quer comigo, Thomas? Veio me enxer também?

- Como estamos hostis hoje, ein..e se eu disser que eu posso ter algo que você queira. VoCê me ouvirá de boa vontade? -
deu um sorriso, estendendo a mão a ela, ainda a tampando com o guarda-chuva.

- Defina..o que eu posso querer..que você tenha..

- Não é o que eu tenho..mas é o que eu quero ter, e que você quer se livrar..

- Não estou entendendo do que está falando..

- Deixe-me simplificar para você.. muitas coisas acontecerão a partir desta semana e..eu posso, talvez..garantir tirar a Haylie do seu caminho com o Sirius. Sim, todos sabem disso. É óbvio que você é patéticamente caida por ele.. -
falou em um tom um tanto ríspido, cruzando os braços e a olhando seriamente - E é do meu interesse que ele também não fique próximo demais da Haylie. Claro que, conquistá-lo, será com você.

- Não acredito nisso. O que você ganharia, afinal? -
cruzou os braços, o olhando desconfiadamente. Não havia porque a ajudar - Além disso. Ele prefiriu a ela. Se ele teve uma escolha..e eu não consegui conquistá-lo, por que seria diferente agora?

- Porque antes você não tinha a mim.


Ela sorriu, e, junto a Thomas e seu guarda-chuva, foi andando para o Castelo, encontrando, já na entrada, um amontoado de alunos molhados, rindo em um tom alto e tomando chocolate-quente, servido em uma mesinha baixa em um canto vazio, magicamente reposta toda vez que algo acabasse.

- Vamos, Haylie! Vira, vira, vira! - alguem gritou no meio do agitado grupo, e logo pôde-se ver a jovem com um copo de chocolate quente de pelo menos quatro vez mais líquido do que o normal.

- Não, gentee! Isso engorda!!..

-Deixa dissoo..vamos lááá..se você emagrecer mais vai sumir de qualquer jeito, priminha!..
- Lupin pegou seu rosto e apertou-o sem força, brincalhão, enquanto virou o corpo na boca dela, fazendo-a engolir vários e vários goles a força, quase engasgando.

- COF COF!! SAIII, Lupi! - ela riu, quase deixando escorrer chocolate, e se afastando com um pulo, correndo pelo saguão, com o garoto atrás, segurando o enorme copo de chocolate.

- AHhh! Sua sem graça! Então eu tomo - sorriu, e parou no meio do caminho, esperando até ela parar e se virar também, ter toda a atenção para si e entornar o líquido restante todo na garganta, de uma vez só, sem tirar o copo dos lábios.

- Meu Deus, Lupi..haha..o que que é isso! Vai virar um balofo!

- Será que Hogwarts agüenta dois balofos como nós, prima?

- Que sacanagem falar isso..você sabe que eu estou tentando emagrecer, não é culpa minha.

- Não seja neurótica, você está linda.. - ele apertou sua barriga, fazendo leves cócegas.


Tinham uma relação realmente invejável, embora não fossem primos de verdade. Como Sirius e Haylie eram considerado primos, mesmo sendo tão distantes e não terem nenhuma ligação genética, Lupin achou que seria engraçado se todos considerassem-na prima também. Logo, Haylie se tornou a "priminha" do coração de todos os 4; Sirius, Lupin, Tiago e, nãão, não o Pedro. Ele a enojava. O Snape. Sim, o Snape. Sem discussões.

- Mesmo? - ouviu alguns "sims" em volta, e foi mais do que necessário para dar uma inchada maior no seu ego, estufando o peito e pulando em cima de Lupin por suas costas, o envolvendo com as pernas, ficando como uma pulga em cima do seu corpo. - Me leva para o Salão comunal, priminho?

- Só por um sapo de chocolate!

- Seu mercenário!.. -
abriu a boca dele delicadamente e colocou um pequeno sapo de chocolate pego do bolso - Só funciona a base de doces, que horror.

Devido a toda a brincadeira, todos deixaram passar pequenos detalhes na grande cena no saguão, enquanto Lupin levava Haylie para o local desejado.

Ninguém percebeu, por exemplo, alguém ajoelhado embaixo da mesa de chocolate quente, no escuro, mas com os olhos avermelhados e escorrendo lágrimas, o corpo trêmulo e sem forças.
Não perceberam, muito menos, Sirius sentado em um canto vazio, olhando a brincadeira a distância, se corroendo por dentro e sentindo um aperto no coração.
E o mais importante, também não foi percebido: o que Sirius segurava.
De fato, ninguém ali jamais ficou sabendo, pois ninguém foi esperto o suficiente para notar o grande pacote pardo em sua mão. Não era para ninguém que ele, já que, no lugar onde o endereço de destinatário deveria estar, encontrava-se apenas um grande "SB" em prata e com uma gota de algo dourado lacrando o envelope.


Lupin deixou Haylie bem a frente da entrada para o salão comunal da Sonserina, e após despedir-se com um beijo em cada bochecha e um abraço apertado na prima, sussurrando algo em seu ouvido, se virou e foi embora, a deixando sozinha em frente a passagem para dentro.


- O que é isso? agachou-se, pegando um envelope amassado e surrado do chão, o olhando, um tanto assustada - Ei..isso é para.. - abre o envelope devagar, sentindo-o quase desmanchar nas mãos, tirando uma carta também muito suja e velha de dentro dele, aparentemente queimada.


"14/07/1956, Texas,
Cara senhorita Black,
Lamentamos informar que seu pedido de transferência foi negado, e pedimos com gentileza que a senhorita retire seu ente da sede do Hospital Sta. Maria Anita o mais rápido possível para podermos atender casos mais urgentes.
Caso não saiam até amanhã, medidas mais urgentes poderão ser tomadas, como o desligamento total dos aparelhos da paciente.
Esperamos que nada disso seja necessário, e por isso a comunicamos através desta a nossa decisão.

Tenha um ótimo dia e obrigada por ter escolhido o Hospital Srta. Maria Anita.
Esperamos que voltem assim que possível, se necessário, e que sua saúde continue sempre impecável.

Sinceramente,
Alexandro Woods, gerente financeiro."


- Quantos selos..isso deve ter passado pelo país todo..mas isso não justifica..1956??..Isso foi..- fica quieta, olhando em volta, guardando a carta e correndo para o dormitório..

Rihanna - Umbrella

You had my heart
We'll never be worlds Apart
They be in magazines
But You'll still be my star
Baby cause in the dark
you can't see shiny cars
That's when you need me there
With you i'll always Share
Because

[CHORUS]
When the sun Shine
We shine Together
Told you i'll be here Forever
Said I'll always be your friend
So come on out and stick it out till the end
Now that it's raining more then ever
Know that we'll still have each other
You can stand under my Umbrella
You can stand under my Umbrella
(Ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)

Cause everything
Will never come in between
Your apart of my Entity
Here for infinity
When the war has delt it's part
when the world has delt it's card
If the hand is hard
Together we'll messure
Because


[CHORUS]
When the sun Shine
We shine Together
Told you i'll be here Forever
Said I'll always be your friend
So come on out and stick it out till the end
Now that it's raining more then ever

Know that we'll still have each other
You can stand under my Umbrella
You can stand under my Umbrella
(Ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)

[BRIDGE]
You can run into my arms
it's okay don't be alarmed
(Come into me)
(there's no distance in between our love)
So, Go on and let the Rain pour
I'll be all you need and more
Because

[CHORUS]
When the sun Shine
We shine Together
Told you i'll be here Forever
Said I'll always be your friend
So come on out and stick it out till the end
Now that it's raining more then ever
Know that we'll still have each other
You can stand under my Umbrella
You can stand under my Umbrella
(Ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)
Under my umbrella
(ella ella eh eh eh)

It's raining
Oh baby it's raining
Baby Come Into me
Come into me
It's raining
Oh baby it's raining
You can always come into me

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