Debaixo do visgo



Fanfiction de: JamNe HarMione
Título original: Debajo Del Muérdago
(tradução por: Mione_Potter_love)


Sinopse: Um presente para o natal nunca foi tão difícil de encontrar. Bendito visgo! E que boa idéia de Ron! Desafio 48 de LPdF.
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Debaixo do Visgo

Em onze anos Harry nunca teve que se preocupar por dar um presente de natal, nos cinco seguintes isso tampouco significou grande problema; Doces para Ron, um livro para Hermione e quiçá, se não o esquecesse, um par de meias para Dobby. Mas não, agora tudo era distinto e aos seus dezessete anos Harry se encontrava em um grande apuro.

Por que isso havia mudado?, ou melhor dito: Por quem isso havia mudado?

Tudo graças à estúpida idéia de Ron, e ao idiota de Harry por aceitá-la, mas é que ao principio não parecia tão difícil.

Sim, Ron já levava um tempo de relação com Luna Lovegood, o como a doida aluna havia logrado apaixonar ao cabeça-dura do ruivo, só eles o sabiam. Mas a Ronald lhe havia ocorrido um grande desafio; dar o presente perfeito para a pessoa mais importante e mais especial de sua vida.

Harry teria preferido escolhido Voldemort.

Em primeiro lugar não havia ninguém mais a quem escolher que a Hermione, a havia escolhido porque era sua única opção. A verdade; Hermione era a pessoa mais importante e especial na vida do famoso Menino-que-sobreviveu. E, pela primeira vez, odiou que fosse assim.

Havia passado as últimas semanas tentando averiguar qual seria o presente. Inclusive o havia perguntado a mesmíssima Hermione qual era o presente perfeito que ela daria. Primeiro; Hermione acreditou que Harry queria voltar com Ginny e depois havia dado uma confusa contestação.

Dependendo. Depende da pessoa, da situação e do porque”. Essas foram suas palavras. Podia alguém normal decifrar aquilo?

A pessoa era ela, a situação era um simples desafio, e o porque já estava mais que claro.

Era a nona vez nesse dia que o moreno se encontrava na biblioteca, o único que lhe ocorria era procurar um livro, um livro que Hermione não tivesse. Mas se essa garota já tinha sua biblioteca pessoal! Harry bufou e passou uma mão por seu cabelo em sinal de exasperação. Voltou a pôr sua mão sobre a estante repassando os livros e não havia efeito algum. Uma mão em seu ombro foi o que logro tirar o jovem mago de seu meditação, e fez fraquejar suas pernas ao notar que se tratava da pessoa menos indicada nesse momento.

-Tenho a ligeira suspeita de que está evitando-me – disse com reprovação a monitora-chefe. E Harry tratou de pôr sua melhor cara. Não funcionou.

-Não.

-Tem certeza?

-Tenho motivos para fugir de você? Vamos Hermione nem que fosse Romilda Vane – mentiu Harry. Por que não escolhi a essa garota? Harry girou para ficar de costas a Hermione e quando está se voltou para colocar um livro dentro da estante correta, Harry aplicou a retirada.

O que podia lhe presentear?, sabia que tinha que ser especial, único se era possível, mas nem tirando todos os galeões de seu cofre Harry compraria um presente o suficientemente bom para Hermione.

Se existisse um presente que só pudesse ser dado uma vez, que só pudesse ter a melhor pessoa do mundo, e que fosse sumamente especial. Quiçá esse presente elegeria Harry, mas não, a magia não era tão grande.

Seguiu caminhando pelos corredores de Hogwarts (agora decorados com motivos natalinos), Harry começava a suspeitar que acabaria odiando essa época e de passo, estrangularia Ron.

Um livro não: tinha suficiente. Doces?; e que seus pais lhes tirasse, por suposto que não. Roupa?; não tinha a mínima idéia sobre que tipo de roupa Hermione gostava, isso tampouco. Se pudesse, Harry desejaria a liberdade a todos os elfos do mundo e talvez assim Hermione estivesse contente. Um vira-tempo?; ela já não o necessitava, a menos que quisesse apagar sua tumultuada e breve relação com Viktor Krum, mas não.

Chegou a sua habitação com o animo mais abaixo que o fundo do lago negro, abatido, derrotado e a ponto de se dar por vencido, Harry se deixou cair em sua cama, suspirou e se dedicou a observar ao redor, ainda não havia chegado ninguém. Deveria dar-se à fuga e fugir como o mais vil dos covardes.

E é que simplesmente não se atrevia a chegar com um presente ordinário sobre suas mãos. Hermione era insuperável, especial, a melhor. O havia acompanhado em suas aventuras mas arriscadas, havia vivido com ela tantas coisas, a morena era a única que sempre estava com ele. A que poderia ver a um simples Harry e não ao famoso Escolhido. E era ela a que também despertava sentimentos nele que não conhecia; amizade por suposto. Esse calor que o inundava quando a via, a paz e tranqüilidade que lhe dava com um só olhar, o prazer de iniciar com ela conversações com seus olhares e que ninguém mais entendia, esse laço que havia logrado iniciar com ela que ninguém nem nada conseguiria romper.

E nenhum presente era suficiente.

Abatido voltou a se por de pé, um suspiro voltou a sair de sua boca e suas esmeraldas se fixaram em seu baú. O abriu lentamente; esperançoso de encontrar ali o ditoso presente. Ainda que estava completamente seguro que encontraria de tudo menos algo tão especial.

As horas passavam, Ron levava ao menos duas horas nessa espécie de concerto a base de roncos. E Harry tinha os olhos mais abertos que quando foi ao oculista pela primeira vez. Desejava poder conciliar o sonho e desfrutá-lo como ao que parece, o faziam seus companheiros. Mas uma só palavra dançava na mente do rapaz “Hermione”.

Tirou tinta e um velho pergaminho e começou a escrever.

Hermione:

Sim, não ia mal. Enxaguou seus olhos e depois de um grande bocejo, prosseguiu:

Hermione:

Eu sei, que você sabe que estou escondendo algo de você, e também notei que você notou que é acerca de você. E confesso que tinha razão uma vez mais.

Em meu afã por encontrar um presente o suficientemente bom pra você, possivelmente estou te afastando e é o que menos desejo. É a pessoa mais importante que conheço, é a mais especial que já existiu em minha vida. Vamos, você é minha vida, Hermione. E quanto eu gostaria de poder encontrar o presente que valesse a pena, ainda que isso significasse ficar na miséria. Você o vale, e sei que o sabe.

Mas eu não sou como você, não sou nem especial, nem tão fascinante como muitos crêem. Não me dá medo defraudar aos demais, porém sim me aterra o pensar sequer que posso decepcionar você. Sei que isto não vem ao caso, mas, quero que entenda o importante que é para mim.

Me sinto mal ao não poder, ao não haver encontrado o presente, teu presente, no entanto, quero que saiba que eu estarei sempre pra você; seja hoje, amanhã, ou dento de dezenove anos. Se quiser gritar; eu serei todo ouvidos. Se quiser chorar; eu limparei tuas lágrimas. Se desejar rir; eu te emprestaria minha boca para que o fizesse as vezes que quisesse. Se quer ler; te acompanharei à biblioteca mais próxima. Se simplesmente quer perder tempo; eu estarei contigo.

Porque você é Hermione Granger e eu sou teu melhor amigo.


Sem se dar conta já quase amanhecia, e as olheiras que agora luziam debaixo das esmeraldas de Harry não se quitariam nem com uma boa maquiagem. Mas não importava, ao parecer, Merlín havia estado ao seu lado, posto que a carta não estava de todo má.

Tomou banho o mais rápido que pôde, impulsivamente tentou pentear-se e depois de ver seu fracasso saiu do dormitório para esperar Hermione na sala comunal. O vinte e cinco de dezembro havia chegado. E ainda que debaixo da cama de Harry houvesse muitos presentes, o garoto só queria dar seu humilde obséquio.

E Hermione fez ato de presença. Murmurando algo sobre um estúpido gato e tão despenteada como sempre. Harry sorriu.

-Olá – disse Hermione um pouco molesta, seguro se devia ao ocorrido na biblioteca.

-Que tal? – perguntou Harry tratando de sorrir. Hermione o fitou e depois de um momento de esquadrinhamento também sorriu.

-Quer ir tomar café agora? – quis saber Hermione e Harry sinalou o retrato da mulher gorda.

Caminharam até o salão principal, entre risadas, abraços e mostras de sua amizade. Até que Harry viu chegar o momento. Era este ou nunca.

-Aqui – disse torpemente e com simplicidade. Hermione abriu os olhos confusa tomou o pergaminho e conforme o lia seu sorriso se alargava em seus lábios.

-Oh Harry! – foi o único que disse antes de se lançar aos braços de seu amigo. E depois disso seguiu seu caminho. Deixando um Harry estático. Só um: ‘Oh Harry!’? Sim, ele não era Pablo Neruda nem muito menos, mas estava seguro, havia feito seu melhor esforço. Correu para alcançá-la e quando esteve o suficientemente próximo a girou, um pouco brusco pra dizer a verdade.

-Hermione... – começou, mas a presença de Luna fez que tudo mudasse.

-Visgo. – Disse mais alegre que nunca, sinalizando sobre as cabeças de seus amigos. E com abrindo ainda mais seus olhos sonhadores se marchou deixando a Harry e Hermione em uma situação um tanto incomoda.

-Acredita nas tradições? – perguntou Harry com nervosismo e notando que os cabelos da nuca se eriçavam. Hermione voltou sua cabeça e um tom carmesim cobriu suas bochechas. Ela negou com a cabeça. Harry tomou seu rosto com ambas as mãos e tão suave como pôde, a pus frente a ele. – Eu sim – disse ao tempo que seus alentos se mesclavam. Foi doce e tão embriagante como uma garrafa inteira de whisky de fogo. Hermione enredou seus dedos nos cabelos negros enquanto que Harry se dedicou a carregá-la um pouco para poder intensificar o beijo. Acariciava sua bochecha sentindo o calor que seus corpos produziam. Soube que ela sorriu e uma risada escapou de seus lábios. Harry a mordeu ternamente e depois disso se separou escassos centímetros.

Agora o sabia, o que Hermione lhe fazia sentir não era amizade. Era amor. Um amor que levava anos escondidos, esperando o momento de sair à luz. E de que forma emergiu!

-Não creio nas tradições – começou Hermione enquanto acariciava a bochecha de Harry e este fechava seus olhos respirando entrecortadamente. – Mas, creio nas benções – terminou e colocou seus lábios de novo sobre os do moreno. Mas antes de que Harry captasse a castanha seguiu seu caminho. – Ah, e por certo, o encontraste – explicou e o rapaz arrugou o cenho levemente.

-O que? – perguntou ainda a vários metros dela.

-Meu presente perfeito – contestou ela sorridente e Harry soltou a gargalhada. Correu para alcançá-la e quando o fez, entrelaçou sues dedos com os dela. Esse dia ainda não acabara e podia fazer desse, um completamente perfeito.

Fim

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