Acordado



Capítulo 11-Acordado

Quinze anos. Não me pergunte por que, nem como, mais eu sabia que tinha quinze aninhos de vida.
Instintivamente, enfiei a mão no bolso. Nada. Quando abri os olhos, percebi que não estava de capa.
Mas sim de pijama.
Mas não era Hogwarts. Não, nem a minha “amada” Mansão Malfoy, nem A Toca, um lugar que eu criara o hábito de visitar e se tornara uma segunda casa.Virei o rosto para examinar o quarto com mais clareza. Era escuro, parecia sujo, por mais que cheirasse e a atmosfera parecia limpa.
Fechei os olhos, para achar o fio da meada para me localizar. Quando, como, onde.
Quando? Férias, pouco antes da entrada para Hogwarts... eu tinha quinze anos.Como... eu não sabia... E o lugar...
“Draco? Acordou? Bom dia! Você foi o último a acordar.”
A voz da razão, talvez.
Mas era Hermione. Não estava tão errado. Levantei descabelado.
“Ah... bom dia. Por Merlin, minha cabeça dói. Levantei muito rápido.” Levantei os olhos “Estão todos lá embaixo?”
Percebi que estava em uma capenga cama de aramar, e no quarto havia mais uma cama e um colchão no chão. Eu o devia dividir com Harry e Rony, talvez.
Ela acenou a cabeça.
“Sra.Weasley preparou um café da manhã completo e está perguntando porque você não está lá embaixo. Sabe que ela gosta muito da sua companhia.”
Ahhh, o quão oposto do mundo real era aquela realidade.
“Ta ok” respondi “Eu estou descendo.” Hermione se virou para ir embora quando eu a interpelei “Espera... eu estou meio confuso tive um turbilhão de sonhos... onde estamos mesmo?”
Ela levantou as sobrancelhas.
“Tem certeza que está bem?” perguntou ela. Fiz sim com a cabeça “Largo Grimmauld, 12.” E saiu.
Aquilo foi como uma palavra chave para me despertar de um hipnose. As lembranças vinham como um baque em uma velocidade horrível e assustadora.
A casa de Sirius. Como cheguei lá. Chamma e seu presente. Ela estava viajando. Sirius o qual ajudei a escapar dos dementadores. Meus pais que não faziam idéia de onde eu estava achando que ingressara a Hogwarts mais cedo.
Sirius Black.
O nome soava terrivelmente perturbador para mim naquele momento. Eu abominara padrinho de Harry por toda a minha vida, mas nesta nova vida ele era importante para mim, eu podia sentir.
Passei a mão pela minha cabeleira para fazê-la baixar e levantei para perto do qual reconheci o meu malão, para encontrar algo para vestir. Puxei a primeira capa que encontrei e a vesti rapidamente.
As escadas rangiam alto enquanto eu descia, e eu brincava com a varinha nos dedos, enfiados no bolso. Minha amada varinha, a qual me acompanhara tantas vezes.
“Draco, querido! Você acordou!” disse Molly Weasley “Ah, coma alguma coisa. Acabei de fazer algumas torradas.”
Eu sorri e me sentei. Harry e Rony também estavam lá, o segundo com Hermione no colo. Começamos a conversar sobre absolutamente nada.
Faltava pouco tempo para ingressarmos as aulas, a conversa no geral era em torno disso. Harry e Mione pareciam bastante felizes, já Rony parecia afetado por uma grande preguiça. Eu havia começado a gargalhar de alguma piadinha de Rony, quando Molly pareceu se lembrar:
“Draco, você conhece alguém com o sobrenome Hertz?”
Harry arregalou um pouco os olhos. Balancei a cabeça positiva e vigorosamente.
“Uma menina de sua idade que acompanhava um tio pelo Ministério encontrou Arthur. No momento que o viu, perguntou onde poderia encontrar Rony ou principalmente Draco Malfoy, que ele sabia que andava com seu filho.”
Imediatamente me virei para Mione.
“Chamma não é fiel do segredo desta casa?”
Ela acenou negativamente.
Me virei para Sra.Weasley.
“Ela disse como posso encontrá-la?”
“Avisou que iria ao Ministério de novo hoje, se quisesse falar o endereço que estivesse para mandar a coruja.”
“Ela não mandou para a casa da avó Malfoy?”
“Parece que ela sabe que você não confia em seu pai.” Ela foi curta e grossa.
Eu levantei da cadeira tão repentinamente que esta quase caiu.
“Preciso de alguém que me leve ao Ministério.”

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Visistante.
Sr.Weasley já havia partido para o trabalho antes de eu acordar, então Lupin me deixou no Ministério.
O saguão me assustava um pouco, ver aqueles diversos buxos chegando me assustou, meu pai poderia estar no meio deles. Andei rapidamente para a mulher que aparetava ser simpática mais próxima e perguntei:
“Tem alguma forma de localizar uma pessoa para mim?”
A senhora que parei era extremamente amável, e nem perguntou porque eu procurava um homem Hertz. Comentou que ele era um senhor muito distinto e que trouxera uma menina adorável para visitar o seu escritório.
“E qual o seu nome, querido?” perguntou
“Ronald... Granger?”
O nome pareceu não surtir nenhum efeito na mulher, ela inclinou-se diante de um balcão para informar-se com um rapaz bonito, jovem e negro.
Eu não poderia usar meu sobrenome real, então eu esperava que a mistura de nomes talvez funcionasse para tornar-me irreconhecível, porém para que Chamma soubesse quem sou.
O rapaz anotava meu nome.
“Certo. Você disse Granger? Espere um minuto.” Ele virou-se e entregou o pedaço de pergaminho para um outro homem. Ele pegou um papel, sumiu por um segundo para o outro lado da porta e voltou.
“Ele mandou a sobrinha em seu lugar, e espera que isso sirva.”
Eu sorri e agradeci.
“Bem, Ronald, tenho que ir. Espero que nos vejamos alguma vez!” ela foi embora devagar com passadas leve e sorrindo. Era baixa e parecia ter um pouco mais que sessenta anos.
“Ronald?”quando me virei, Chamma estava com os braços cruzados e com o seu sorriso característico. “Ronald, meu tio quer você fora. Disse para eu acompanhá-lo.”
E seguimos os dois para a porta.
“Parece que você me achou.”disse ela
Sorri.
“Você me procurou.”
“Só pra me corresponder, idiota.”
Era incrível a sua beleza. Seus olhos pareciam, para mim, ainda mais amarelos ainda mais bonitos. Sua boca, o que me atraia ainda mais, estava ainda mais vermelha (pelo que parecia, naturalmente) e bonita. Seu bronze não mudara nada, mas seu, Hmmm, busto estava mais desenvolvido, e suas feições traseiras também (nenhum dos dois de maneira exagerada). Ela estava mais alta, mas eu ainda era avantajado por dois ou três centímetros em relação a ela.
Saímos, caminhando para a rua.
“Então, Draco, como vão as coisas?”
“Bem.”
Andávamos sem destino definido, caminhando pela calçada, colocando as coisas em dia.
“E onde você tem estado?”
“Lugar nenhum em especial.” Por mais que eu a amasse, não poderia revelar sobre a casa de Sirius.
Meia hora conversando sobre nada especial foi passando, até que ela percebeu a posição do sol.
“Draco, como me deixou ficar aqui este tempo todo? Tenho que voltar para meu tio.” Ela virou-se para começarmos o caminho de volta, tudo o que andáramos fora em linha reta.
Eu virei também, mas de repente senti uma dor. Uma dor, lancinante, que afetava meu pulso, e subia pelo meu braço se ramificando para minha mão e por cada um dos meus dedos. Era como, como...
Flame. Pegando fogo.
Mas, quando Chamma virou-se pra mim, ela não o viu.
“Draco! Tudo bem?”
Um fogo interno, invisível, que para mim soava estranhamente como um presságio, uma...
Contagem regressiva?
Chamma.
Quando ela se agachou para me ajudar, levantei a mão “ferida” ecoloquei em sua nuca, sentindo seus cabelos macios.
“Draco?” ela pareceu surpresa
“Chamma, olhe, pode parecer loucura, mas isso é muito importante. Sabe? Você se lembra o dia em que nos conhecemos?”
Ela sorriu.
“Sim. Você me ajudou a recolher algumas coisas.”
“Aham. Lembra da minha cara? A cara de louco babão?”
O sorriso enfraqueceu e pareceu surpresa.
“Lembro.”
“Então você sabe.”
Ela pareceu confusa.
“O... que?”
“Eu te amo. Amo mais que tudo. Amo mais que a mim, minha varinha, minha magia e qualquer outra pessoa. Você é mais especial para mim do que qualquer coisa.”
“Draco...”
“O que? Eu só preciso saber. Eu te amo. Te amo agra, sempre amei e sempre amarei.”
“Draco.”
“O que?”
“Eu te amo sim.”
E me beijou.
Sua língua aflorou na minha boa, e nós dois, agachados, quase nos desequilibramos. Ela passou os braços em volta de minha nuca sedenta, me apertando contra ela fortemente. Apertei-a da mesma maneira contra mim, agarrado a sua cintura. Levantei lentamente a mão, acariciando seus cabelos macios que agora seguiam até um pouco antes da cintura.
Foi corrido, apressado. Eu a beijava de verdade, sabendo que não a teria mais nenhuma vez. Eu a amava, amava seu cheiro, amava seu corpo, amava sua personalidade e seu beijo. Foi sedento, rápido, nos apertávamos juntos com mais força.
Parei um instante de beijar.
“Eu te amo.”
“Cale a boca, Malfoy.”
E voltou a me beijar.
Chamma sempre foi e sempre seria muito direta. Não que eu me importasse.
Nos agarrávamos, eu a queria para mim mais do que nunca. Mas não, eu não a teria.
Um baque, uma dor horrível e mais nada.

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“Por Merlin, COMO DÓI!” berrei.
Abri os olhos suado, e dei mais um berro ao ver que havia um cobra verde da grossura de meu braço em cima de mim.
“Sái! Sái!”
Ela saiu. Meu braço doía, e sangrava incessante. Eu me sentia tonto.
“Mais que meio minuto não é normal. Foi gratificante?”
Ah, o mendigo. O mendigo cego! A maldita cobra, a bela Chamma minha amizade com Harry, o namoro de Rony e hermione, tudo estava tão longínquo.
Eu estava acordado.
Mas eu só percebia meu braço, que tinha dois buracos que sangravam, e que eu estava tonto, tonto com uma descarga grande de veneno no sangue.
“Se você pensar no ferimento, ele piora.”
Imediatamente, pensei no meu último momento na realidade paralela que vivi, mais por instinto do que pelo que o homem dissera.
Parou de sangrar.
Repentinamente, me senti como assustado.
“Tenho que ir.”
Me levantei de maneira robótica e pisei fundo, quase tropeçando na neve.
“Aprenda.” Ouvi
Mas eu estava assustado. Queria fugir.
“APRENDA!” berrou novamente o velho, delonge.

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E cá estou eu, em Hogsmead. E como Draco Malfoy, não o bizarro Pandemus Foley. Eu sabia que, se alguém errado me visse, poderia me meter em uma briga. Mas eu não me importava.
Eu sabia que fora o veneno que penetrara em meu cérebro e me causara alucinações. Afinal, eu pedira e permitira isso. A cobra me mordera (ainda estava exposto quando cheguei em casa. Minha mãe berrou ao ver, mas eu fui direto para o quarto), me fizera sonhar.
O que me intrigava, claro, não era o rumo dos acontecimentos, isso eu esperava. Era uma maneira utópica que eu gostaria de ter vivido a minha vida até depois da morte de Dumbledore. O que mais me intrigava era algo paralelo, que me envolvera repentinamente e seguira até o meu último momento alucinado.
Não, não o amor.
Chamma.
Claro, o mais óbvio era que fosse uma invenção da minha imaginação, que se mostrou bem deturpada, para satisfazer os meus hormônios, mas mesmo assim, ela me parecera muito falimiliar. Estranhamente, estranhamente...
Real.
“Draco Malfoy?”
Me virei.
Não. Arregalei os meus olhos para ter certeza.
“Um cara cego ali pediu para te entregar isso. Disse que ia te ver aqui.”
Ela ergueu para mim o bracelete que eu usara em meu sonho.
Flame fina e endurecida.
Eu o peguei sem dizer mais nada.
“Eu te conheço?”
Sim, fazemos o mesmo colégio! Você, é claro, está na Grifinória, mas eu estou na Sonserina. Quer sentar e conversar?
“Não. Você deve estar enganada.”
Ela deu nos ombros e foi embora.
Ah. Eu poderia ter dito milhares de coisa.Poderia ter parecido um louco ou até roubar um beijo.
Mas não era certo. Não. Eu estava determinado a uma coisa: consertar o que eu podia, refazer o possível, e tentar viver certo.
Recuperar a minha vida. Por que a vida só aonctece uma vez, e é preciso viê-la com cuidado.
Vive-la bem.

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Ah, o último capítulo. Foi ótimo escrever isso, me fez um bem danado.

Beijos, e vlw a tdos q acompanharam a fic (eu sei q naum foram mtus xD)

Bia~~Ballu

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