Capítulo 18



CAPÍTULO 18:
Ginny olhou para o rosto da amiga, os lábios estavam se movimentando, ela devia estar falando alguma coisa, mas a ruiva não conseguia entender. Hermione adorava aprender línguas estranhas, talvez estivesse usando alguma delas.

Olhou para frente, a mãe e o pai a encaravam, ambos estavam com o rosto banhado por lágrimas. O que estava acontecendo? Ginny tentou perguntar, mas não conseguia emitir som algum. Uma mão segurou o seu queixo e forçou sua cabeça a girar, a cunhada a olhava, o rosto também mostrava trilhas de lágrima, expressava preocupação. Sorriu. Mione sempre era tão preocupada, tão séria, ainda mais quando estava no trabalho, desde Hogwarts era assim.

Começou a sentir uma dormência tomar conta de seu corpo. O que foi que a amiga tinha dito mesmo? Olhou mais uma vez para os pais, a mãe ainda chorava. Teve vontade de se levantar e consolá-la, mas seu corpo não respondia aos comandos do cérebro. Sentiu que era sacudida pelos ombros, voltou a encarar a amiga.

- Ginny... Gin, você escutou o que eu disse?

Ela acenou com a cabeça e finalmente conseguiu dizer alguma coisa.

- Eu... eu só não entendi.

Um foco de dor surgiu em seu peito e passou a irradiar ondas para todo o corpo.

- Ginny, você sabe onde está? – a amiga lançou um olhar preocupado para o sogro, que se aproximou do sofá e se abaixou em frente à Ginny.

Ela olhou para os lados, reconheceu o lugar em que estava, era o consultório da cunhada, há poucos dias tinha ido ali para que a amiga pudesse avaliar se estava tudo bem com o bebê. Automaticamente, acariciou seu ventre e lembrou que agora teria alegria, abraços, sorrisos e beijos em dobro. O bebê e Matt.

Matt...

Uma lágrima desceu pelo seu rosto e depois outra, e mais outra.

- Ginny... – agora era a voz grave do pai que a chamava – Você escutou o que Hermione disse sobre Matt.

Matt... Agora a língua estranha que a cunhada usou fazia sentido. Ela tinha ido ao St. Mungos, por que alguém tinha se machucado. Por instantes achou que houvesse sido Ron, mas segundo a cunhada havia sido Matt...

- Matt...

Olhou do pai para a cunhada, e desta para o outro. Havia outra pessoa no ambiente e estava chorando. Ela estava chorando também, e agora ela conseguia distinguir de onde a dor irradiava, o foco de dor se concentrava no lado esquerdo do seu peito. De repente ela não conseguia mais respirar, começou a ficar ofegante. Esfregou a mão no peito, agoniada com a dor e a falta de ar, sua cabeça pesava, seus olhos ardiam, um nó se formou na sua garganta, seu corpo começou a tremer.

- Não... não... – aquilo não podia estar acontecendo – Matt... Matt...

Não podia ficar ali, tinha que fazer alguma coisa, não podia simplesmente ficar parada. Dessa vez seu corpo obedeceu ao comando, levantou tão depressa, que Hermione, no sofá, e o Sr. Weasley no chão, quase perderam o equilíbrio. Já ia se encaminhando para a porta, quando o pai a impediu.

- Espere um pouco, minha querida.

Merlin! Aquela maldita palavra de novo, mas agora ao invés de ficar irritada, ela estava irada.

- Nada de esperar – disse entre dentes.

De maneira brusca se livrou dos braços do pai, a Sra. Weasley continuava chorando.

- Oh, mamãe pare de chorar... pare de chorar – colocou as mãos sobre os ouvidos, estava sensível a qualquer som.

- Gin, tome isso, você precisa se acalmar primeiro – ela nem tinha percebido a aproximação da cunhada, que agora segurava um copo contendo um líquido lilás.

A única palavra que o seu cérebro computou, foi “acalmar”. Sua ira atingiu o nível máximo. Será que eles não entendiam como essa palavra a irritava?! Viu que a poção continuava sendo oferecida. Num ato de rebeldia, deu um tapa na mão que estava estendida a sua frente.

- Eu não vou tomar isso droga nenhuma...

- Minha filha, se acalme...

- Papai, não repita mais essa palavra, pelo amor de Merlin, não repita mais essa maldita palavra.

- Tudo bem, desculpe, mas... Por favor, tome um pouco da poção, não é bom pra você ficar neste estado.

- E como o Sr, quer que eu fique, HEIN?! Como o Sr. quer que eu fique? – a ruiva olhava para os outros três, a ira estampada em seu rosto – Meu filho... Eu quero MEU filho.

Voltou a se dirigir a porta, quando a abriu se deparou com Rony.

- Saia da minha frente!

Ele olhou por cima de seu ombro, provavelmente, procurando uma instrução do que deveria ser feito.

- Ginny, entre, vamos conversar, você não pode sair daqui assim, precisa se acal...

Não deixou o irmão terminar de proferir a frase. Sem nem mesmo encostar nele, fez com que seu corpo fosse jogado contra a parede que ficava do lado oposto à porta da sala.
Começou a caminhar pelo corredor, tinha que encontrar o filho. Porém, mal tinha avançado cinco metros, sentiu seu corpo ser içado do chão. Olhou para trás para ver quem era o imbecil que a estava impedindo de ir procurar Mathew.

- Ronald, me larga...- começou a se debater nos braços do irmão – me larga, ou eu te estuporo de novo. Eu preciso ver meu filho, seu idiota... Eu preciso ver o meu menino, eu preciso ver se ele está bem.

O homem não a respondia, só a carregava pelo caminho de volta a sala de Hermione. A raiva estava abandonando seu corpo, deixando espaço para uma dor avassaladora. Seu corpo voltou a tremer, soluços saiam de sua garganta.

- Por favor, Ron. Por favor, me deixe ver o meu filho.

Rony ao ouvir a angústia na voz da irmã, devolveu-a ao chão e a virou de frente para ele. Ginny viu que ele também chorava. Um segundo depois sentia o conforto nos braços do irmão, que a enlaçavam num abraço apertado. O ato do irmão fez com que ela liberasse o lamento desesperado que a estava sufocando, queria gritar, mas não tinha forças para isso, por hora, chorar nos braços do irmão seria o suficiente.

- Oh, Ron... Por favor, por favor, me deixe ver o meu pequeno, por favor.

Os dois passaram mais algum tempo naquela posição. Em certo momento, Ron se afastou do abraço, levantou o rosto da irmã com o dedo indicador e enxugou as lágrimas de seu rosto.

- Venha... Vamos, encontrá-lo.

Sorriu em agradecimento ao irmão e, de mãos dadas, voltaram a se locomover pelo corredor. Percebendo que o ruivo se encaminhava para o consultório da esposa, Ginny, estacou, sabia que se voltasse para lá, todos iam querer acalmá-la, mas ela não queria ficar calma, a única coisa que queria era ver Matt.

- Não, Ronald! – em um movimento rude, desvencilhou sua mão da do irmão.

- Como assim, não? – ele fez uma expressão de estranheza – Você não queria ver Matt?

- Eu QUERO ver Matt, mas você está me levando para a sala de Hermione...

- Mas é claro que estou...

- Eu não quero tomar poção nenhuma, Ronald. Não quero me acalmar, não quero conversar... eu só quero ver o meu filho.

- E é o que você vai fazer... – Rony voltou a se aproximar da irmã e antes que ela recuasse, agarrou uma de suas mãos - ...só que para isso, nós precisamos descobrir aonde ele está, e só quem pode nos dizer é Hermione.

Ginny lhe lançou um olhar desconfiado. Ron colocou o rosto da irmã entre as mãos e disse:

- Confie em mim, tá bom? Eu não vou deixar que eles lhe impeçam de ver Matt.

A ruiva sorriu e deixou que o irmão a guiasse.

***

Era como se uma horda de dementadores estivesse em volta dele. Frio, um terrível frio era a única coisa que seu corpo sentia. Durante muito tempo de sua vida, teve a sensação de estar sozinho, mas depois de sua ida a Hogwarts, depois que encontrou Rony e Hermione, essa sensação tinha sido esquecida. Mesmo nos anos em que esteve fora, ela não tinha voltado, por que no fundo ele sabia que tinha amigos, que se precisasse tinha com quem contar, mas agora...

Nada, nada poderia se assemelhar ao que a existência de Matt causava na sua vida. E era por isso que a dor era tão profunda e o vazio era tão grande.

O ar parecia não conseguir chegar aos seus pulmões. Forçou a inspiração, o que só serviu para lembrá-lo do nó que havia se formado na sua garganta e do aperto que sentia no peito. Os cotovelos apoiados no joelho, afundou o rosto nas mãos e apertou os olhos, num daqueles reflexos a que se recorre na tentativa de suportar a dor sem chorar.

Assim que suas pálpebras fecharam, reviu aquela sucessão de cenas aterradoras.

Depois de despertar de seus devaneios, percebeu que a casa estava quieta demais. Não que Mathew fosse bagunceiro – segundo Ron, só era assim quando se juntava a no mínimo mais duas crianças Weasley – mas não deixava sua presença passar em branco, que fosse rindo de alguma cena dos desenhos animados que assistia, que fosse fazendo mil perguntas ou contando estórias das reuniões n´A Toca, o garoto sempre “avisava” que estava por ali.

Levantou-se e olhou em volta, a televisão estava ligada, mas Matt não estava mais ali. Chamou pelo filho, mas ele não respondeu. Tentou outra vez, mas não obteve resposta. Sorriu, provavelmente o garoto estava escondido em algum lugar, esperando ser encontrado. Com passos leves, passou a se movimentar pelo ambiente. Olhou atrás das cortinas, foi à cozinha e ao escritório, mas o menino aparentemente não estava lá.

Resolveu ir ao segundo andar, procurou em todos os quartos, nada.

- Matt... – não houve resposta – Matt... chega dessa brincadeira.

Um sensação de medo começou a invadi-lo, olhou mais uma vez os quartos, voltou ao andar inferior, gritava o nome do filho durante o percurso sem obter resposta. Lembrou que não havia verificado o armário no hall de entrada da casa. Abriu a porta de supetão, acendeu a luz para facilitar a busca, afastou os casacos que estavam pendurados para ver se Mathew estava encoberto por eles... Não estava.

Mexeu nas roupas mais uma vez, o casaco de Matt ainda estava entre elas, mas se deu conta de que sua capa da invisibilidade não estava. O garoto devia estar a usando para se esconder, pensou que quando o encontra-se, ia ser a primeira bronca que ia dar nele, ia lhe dizer que não podia brincar com a capa e que não podia fazer esse tipo de brincadeira de mau gosto, e depois e ia lhe dar um abraço apertado e implorar que nunca mais se afastasse dele.

Já ia sair do local, quando percebeu que havia outro item faltando, sua vassoura, tinha certeza que ela estava encostada num dos cantos do armário. Uma idéia aterrorizante lhe passou pela cabeça. Não, não era possível, tinha dito a Matt que ele só podia guiar a vassoura com ele por perto.

Foi até a porta da frente e a abriu, olhou para cima na esperança de ver alguma coisa, mas se Matt estivesse usando a capa era tempo perdido. Tinha que encontrar uma vassoura. Quando ia descendo os degraus da frente, ouviu um barulho no quintal, imediatamente desaparatou para lá. Olhou ao redor, viu a sua vassoura caída próxima a árvore, foi até lá, se agachou e com os braços estendidos, passou a movimentá-los a sua volta, na esperança de tocar o corpo do filho.

- Matt, apareça agora, eu não estou brincando – não conseguia disfarçar a angústia na voz, talvez se usasse um tom mais rígido o filho obedeceria.

Olhou para trás e reparou que havia ondulações na superfície da piscina. Foi em direção a ela. O azulejo que revestia a piscina era escuro, mas as luzes que a circundavam, mais a sua concentração, foram suficientes para permitir que enxergasse uma perna.

- Matt.

Rapidamente, entrou na água pela beira da piscina com toda a calma que seu desespero permitiu, se pulasse poderia acabar machucando Matt já que não conseguia ver onde o resto de seu corpo estava. Mergulhou. “Lumus”, a ponta de sua varinha se iluminou, apontou-a em uma direção e avistou a perna de Mathew, nadou o mais rápido que podia, em poucos segundos uma de suas mãos arrastou o corpo de Matt para perto dele. Com o impulso a capa se soltou, revelando o restante do corpo do menino.

Abraçado ao filho, Harry emergiu, descansou o corpo do menino em uma das bordas e em seguida saiu da piscina. Por um momento não sabia o que fazer, encarou o menino. O rosto de Mathew estava mais branco que o normal, com uma leve coloração azulada, seu peito não se movimentava. Pôs-se a fazer respiração boca-a-boca, intercaladas por massagens no peito do garoto. Ele não estava reagindo.

- Matt, por favor, por favor...

Executou os movimentos mais algumas vezes e nada. Sentiu as lágrimas quentes rolarem contra a pele fria de seu rosto. Enquanto massageava o peito do filho, murmurava para ele:

- Matt, não faça isso, por favor... Volte.

Como obedecendo a ordem dada, o corpo de Matt se sacudiu e em sucessivas golfadas a água era expelida de seus pulmões. Uma pequena parte do medo de Harry se foi. Depois de mais uma série de tosses o corpo do garoto se aquietou. Uma nova onda de preocupação tomou conta dele. Encarou o corpo do menino com maior atenção e só então percebeu que o peito dele fazia um leve movimento de sobe e desce.

Sentiu um enorme alívio. Com as costas da mão, enxugou as lágrimas de seu rosto, precisava agir rápido. Pegou Mathew no colo e se encaminhou para a casa, assim que chegou a sala, com dois movimentos da varinha, retirou as roupas molhadas do menino e conjurou um cobertor e roupas secas.

Merlin! Ele estava tão pálido, a respiração tão fraca. Sentiu um aperto no peito, enquanto seu rosto voltava a ser banhado por lágrimas. Balançou a cabeça na tentativa de se livrar do atordoamento causado pelo desespero e que não o deixava pensar no próxima passo a dar. “Hermione” foi a primeira palavra que lhe veio a mente.

Conjurou o seu patrono. Pouco se importava se os trouxas o veriam ou não, era a vida de seu filho que estava em risco. Mal passados um minuto, Mione e Rony aparataram ao seu lado.

- Oh, meu Merlin! – exclamou a mulher assustada provavelmente pela palidez no rosto de Matt.

Sem dar a mínima atenção a Harry, Hermione se ajoelhou ao lado do afilhado, imediatamente sacou sua varinha, murmurou um feitiço, que imediatamente tornou a ponta do pedaço de madeira incandescente e passou a “escanear” o menino desacordado. Terminado o processo, uma espécie de tela surgiu em frente a eles, cheia de símbolos, que não foram reconhecidos pelo moreno.

- O que está escrito aí, Mione?! – Rony perguntou exasperado

Harry olhou para amiga com a mesma pergunta estampada em seus olhos, a moça porém a ignorou.

- Temos que ir para o St. Mungos imediatamente.

Os dois homens se chocaram, pois mal a morena havia terminado de proferir aquela frase, ambos abaixaram o tronco em direção a Mathew. Em um acordo mudo, ficou estabelecido que o pai levaria o filho ao hospital, o que foi feito imediatamente, mal Harry havia acomodado o menino em seus braços.



Desde que chegara ao hospital, estava sentado ali onde Hermione, depois de algum tempo de discussão – ele não queria se afastar do filho e ela alegava que era necessário – havia o convencido a esperar. Rony também estivera ali até poucos momentos antes, mas Harry havia percebido com o canto dos olhos, quando ele levantou e foi provavelmente dar uma volta pelo lugar.

Ele, porém, não tinha forças para ir a lugar algum, a discussão com a amiga tinha lhe roubado o resto que tinha. É claro que era de se estranhar que Harry Potter estivesse obedecendo a uma ordem, acontece que Hermione tinha conseguido atingi-lo no ponto certo. “Se você for junto, só vai atrapalhar”, depois disso, ela simplesmente saiu em direção ao corredor que a equipe de curandeiros, que havia levado Matt flutuando em uma maca, tinha tomado.

Ao lembrar da cena do filho imóvel sendo carregado numa maca, sentiu um pulsar de dor mais intenso. Ele parecera tão frágil daquele jeito, tão diferente da imagem de vigor e alegria que Harry passara a associar ao garoto desde que o viu pela primeira vez n´A Toca.

De repente, ouviu os passos de alguém no corredor. Forçou-se a abrir os olhos e virar a cabeça em direção ao barulho, era Hermione, de longe pode avistar a expressão séria da amiga, a medida que ela se aproximava sua preocupação aumentava, já que a cada passo dado pela mulher ele conseguia observar maiores detalhes no seu rosto. A ponta do nariz estava vermelha, as bochechas mais coradas que o normal e dos olhos inchados, lágrimas caiam profusamente.

Se Hermione, uma das poucos pessoas que ele conhecia que conseguia se manter fria nas piores das situações, estava naquele estado, as notícias não eram nada boas.


****

Com certeza esse era um dos piores dias da sua vida. Nos tempos da guerra, sempre existia aquela tensão no ar, sempre havia a possibilidade de ao fim de um ataque, alguém sair gravemente ou fatalmente ferido. Mas hoje era diferente. Depois de tantos anos de paz, ver a sua família ser acometida por uma tragédia dessas, causava uma sensação pior.


Quando chegou a sala da casa de Harry e se deparou com a palidez do afilhado, levou um grande susto, mesmo assim conseguiu fazer sua parte curandeira funcionar, e imediatamente mediu as funções vitais do garoto. O resultado não tinha sido nada bom, viu que o menino só seria bem assistido se fosse levado imediatamente ao St. Mungos.

Assim que chegou ao hospital acionou a equipe de curandeiros que estava fazendo plantão, depois de uma desgastante discussão com Harry, seguiu com os colegas para o andar térreo - onde se tratavam os Acidentes com artefatos. Só depois de Matt estar instalado em um dos quartos, depois de todas as providências possíveis serem tomadas foi que ela se deparou com a realidade. Só então ela lembrou da palidez do garoto e das expressões desanimadoras nos rostos dos colegas de equipe.

Também voltou a sua mente a expressão ansiosa e desalentada no rosto de Harry. Rony tinha a mesma expressão e ainda se fazia presente aquele tom verde que a tez dele sempre assumia quando estava nervoso. Dois homens tão corajosos reduzidos ao que mais pareciam duas crianças assustadas. Assim como ela, sempre tão fria nas situações de risco, e que agora se sentia impotente perante o sofrimento das pessoas que mais amava no mundo. E ainda havia Ginny... Sabia que esse ia ser um golpe muito duro para a ruiva.

Mas mesmo sabendo que seria difícil, tinha que colocá-los a par do estado de Matt. E foi por isso que havia ido buscar Harry, seria melhor reunir todos no seu consultório e dar as notícias de uma vez. Encontrou o amigo onde o havia deixado, em instantes ele percebeu sua presença, seus olhos refletiam o quanto ele estava perdido. Viu que com algum esforço ele se pôs de pé e vinha ao encontro dela.

- E então? – perguntou ansioso.

- Prefiro que tenhamos essa conversa no meu consultório – tentou passar alguma tranquilidade a sua voz, coisa que nem de longe sentia.

- Mione... Por favor, me diga o que está acontecendo! – o moreno passava a mão nervosamente pelo cabelos.

- Por favor, Harry, vamos ao meu consultório, Ginny e os outros também vão para lá.

A menção ao nome da ruiva pareceu piorar o estado de Harry.

- Oh, Mione! Como eu vou poder encará-la, como?!

- Não é hora de pensar nisso, Harry, quem mais importa no momento é Matt.

O amigo acenou em concordância

- É. Você está certa – e então seguiu a mulher pelo corredor.

Ela nunca tinha visto Harry tão abatido. Após um momento ponderando, concluiu que não lhe restavam forças suficientes para consolar o amigo. Não dessa vez. Ambos caminharam em silêncio até a porta de seu consultório. Hermione pôs sua mão sobre a maçaneta, mas, afim de conseguir um pouco mais de tempo antes de explicar a situação para a família, não girou a peça imediatamente. O amigo pareceu aproveitar aquele instante.

Após uma tomada de fôlego mais profunda, moveu a mão e vagarosamente abriu a porta. A Sra. Weasley, junto com o marido que lhe abraçava, enquanto ela recostava a cabeça nos ombros dele, estava acomodada no pequeno sofá presente no ambiente. Ginny estava sentada em uma das cadeiras postadas em frente a sua mesa e Rony se mantinha em pé atrás da irmã, acarinhando o cabelo da ruiva.

Exceto o marido, nem um deles se virou para a direção da porta. O ambiente era preenchido pelos sons das lamúrias da ruiva mais velha. Sentiu quando Harry se movimentou atrás dela, indo se sentar na cadeira que estava vazia, ao lado de Ginny.

Hermione se manteve em pé, o murmúrio produzido pelo ato de limpar a garganta – uma tentativa de desfazer o nó que tinha se instalado ali – foi o suficiente para chamar a atenção dos outros presentes na sala. Encontrou o olhar de Rony, ele pareceu perceber que ela ainda não conseguiria falar.

- Já me comuniquei com os outros logo eles estarão aqui.

- Ok – Agora conseguiu fazer sua voz sair – Bem...

- Por favor, diga logo minha filha – incentivou o Sr. Weasley – Qual é a situação de Matthew?

- Bem, como vocês sabem, Matt caiu da vassoura...

- Caiu da vassoura? Mas, ele não pode gu... – Ginny não pode completar a frase, pois foi interrompida pela mãe.

- Minha querida, isso não importa agora, vamos escutar o que Hermione tem a dizer.

Aproveitando o silêncio da amiga, continuou num fôlego só.

- Acontece que com a queda ele sofreu algumas fraturas...

- Mas para isso se tem a poção Esquelece não, é? – interrompeu Rony

- Ronald! – o Sr. Weasley chamou rispidamente – Por favor, não fique interrompendo.

Hermione ouviu quando o marido murmurou suas desculpas.

- Sim, Ron, e quanto às fraturas ele já está sendo tratado, o caso é que, de algum modo, Matt acabou caindo na piscina... – não conseguiu se controlar, sua voz tornou-se embargada e a muito custo continuou – Ele... ele se afogou, o que o induziu a um estado de...

Suas pernas não a suportavam mais, se sentiu obrigada a se jogar em sua cadeira, Rony deixou a retaguarda da irmã e veio para o seu lado. Respirou fundo, tinha que continuar.

- ... Coma, Matt está em coma.

***

N/A: Viu?! Dessa vez eu nem demorei né?!

O problema agora é que eu não sei qual vai ser a reação de vocês com esse capítulo. Enfim... Só me resta esperar os comentários.

Priscila Louredo: Pois é... Tal pai, tal filho, hehehe. O Harry foi meio inocente, essa é a verdade. Se irei salvar o Matt? Aguarde cenas do próximo capítulo.

Dani W. Potter: Devo dizer que também foi emocionante poder voltar a atualizar a fic. Quanto a bronca da Ginny, não foi dessa vez, ou melhor, não foi nesse capítulo, hehehe. Acho que atendi seu pedido, a atualização foi rápida, né?

Tonks & Lupin: Espero que tenha conseguido evitar seu xilique. Atualizei o mais rápido possível. Bom talvez você tenha razão, talvez a Ginny enrole ou nem volte com o Harry depois disso... Mas veja bem, eu disse talvez.

Luca Lovegood: Aí está a atualização, espero que agrade.

Penny Lane: A Ginny é meio difícil né? Mas vamos ver qual vai ser a reação dela logo mais.

Yumi Morticia Voldemort: Desculpe a demora, e apesar dela ter ocorrido eu jamais desistiria da fic. Que bom que gostou do capítulo, tomara que tenha gostado deste também. Vamos ver a reação da Ginny em breve.

Mari Black: Será que consegui sanar sua ansiosidade ou só fiz aumentá-la? hehehehe.

Dora: Filho de peixe, peixinho é... Estejam a vontade para fazer o bolão sobre o sexo do bebê.

Bem, dessa vez tive tempo de responder individualmente, mas não vou deixar de fazer alguns comentários gerais:

MUITO OBRIGADA POR NÃO DESISTIREM DA FIC!!!!!

Um beijo e um abraço à la Molly em todos vocês.

Comentem.

E até a próxima atualização que virá em breve... muito em breve.

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