Scar, Ice and others pretextes



O tempo passou depressa e tudo estava na mais tranqüila paz, até que uma noite a cicatriz de Harry começou a queimar muito. Ele a massageava para aplacar a dor, mas de pouco adiantava. Durante todo este tempo agradável que havia passado na companhia dos Weasley, ele se esquecera completamente dos problemas, de Voldemort, e até da morte de Sirius, mas sabia que o ministério agora finalmente caíra na real e estava caçando os comensais, os que haviam se safado. Harry não conseguiu dormir com aquela dor forte, desceu as escadas pra ver se conseguia um pouco de gelo para ver se surtiria resultados. Não quis acordar Rony, pois sabia que o amigo ficaria preocupado se dissesse que sua cicatriz voltara a doer. Chegou à cozinha e viu algo que se parecia com uma geladeira, a abriu mas ao invés do que geralmente se encontra em geladeiras comuns, havia pratos, copos e talheres lá dentro. Então Harry escutou alguém descendo as escadas, fechou rapidamente a geladeira, não queria dar a impressão de que andara bisbilhotando a casa durante a noite.

Era Gina que descia escada, trajava um robe cor de rosa e pantufas da mesma cor.

_ Harry? – disse a garota – Que houve?

_ Eu ah! – enrolou Harry – não estou me sentindo muito bem.

_ É a sua cicatriz, não é? – adivinhou Gina

_ Ah... Sim – respondeu Harry largando-se na cadeira mais próxima.

Gina se sentou ao se lado.

_ Tem doido com freqüência? – perguntou ela.

_ Não, fazia um bom tempo que não acontecia, só hoje veio aparecer – respondeu Harry

_ Vou pegar um pouco de gelo pra vc – disse Gina.

Em pouco tempo ela voltou trazendo uma pedra de gelo enrolada em um pano.

_ Me dá licença – disse Gina segurando o queixo de Harry para levantar sua cabeça, e encostando a pedra de gelo envolta pelo pano na cicatriz de Harry. Suas mãos eram suaves e macias. Gina encarou Harry e sorriu – melhor?

_ Sim – respondeu ele – pode deixar que eu seguro agora, obrigado.

Gina voltou a se sentar.

_ È muito difícil pra vc não é? – perguntou ela

_ Como assim? – disse Harry sem entender.

_ Tudo isso, essa conexão com Você-sabe-quem, a morte do Sirius principalmente e saber que a responsável está solta pronta pra matar mais, não sei se agüentaria – disse ela com ternura – vc é muito forte Harry, é corajoso e excepcional, foi isso que sempre chamou minha atenção em vc.

Harry sorriu para Gina, sentiu-se grato por ter alguém com ele que o compreendia.
_ E o que aconteceu que vc desceu? – perguntou Harry

_ Também não estava conseguindo dormir, estava pensando muito nos NOM’s, este ano vou presta-los.

Harry havia se esquecido que Gina era um ano mais nova que ele. A dor em sua cicatriz diminuíra.

_ Ah! Até que não é tão difícil assim, vc só precisa estudar bastante – disse Harry dando uma de experiente.

_ É? E o que vc achou mais difícil? – perguntou Gina

Os dois vararam a noite conversando sobre os mais variados assuntos, Harry nunca tinha conversado tanto com Gina antes e percebeu que deveria ter feito isso a mais tempo, era muito fácil puxar assuntos com ela do que com Cho, e também Gina não ficava falando de outros garotos o tempo todo.

Logo amanheceu.

_ Puxa! – exclamou Gina dando um salto ao ver a claridade no cômodo – que horas são?

_ Seis e meia – respondeu Harry consultando o relógio de pulso.

_ Uau! Como passou rápido – disse ela.

_ É verdade – disse Harry levantando-se também.

_ Oh! Bom Dia! – disse Hermione que acabara de descer as escadas – acordaram cedo hein? – exibia um largo sorriso maroto.

_ É pois é né? Insônia, uma droga – disse Gina – vou adiantar o café – e foi até o fogão.

_ Harry, Harry – disse Hermione muito marota ao amigo.

_ Quê? – perguntou ele sem entender.

_ Nada! – disse ela indo se juntar a Gina.

Logo os outros membros da família foram se juntando, a Sra. Weasley carregava uma expressão de tristeza e desgosto. Olhou as cadeiras da mesa retangular e deu um suspiro, Harry viu seus olhos se encherem de lágrimas. E ela entrou na cozinha sem dizer nada a ninguém.

Rony e Penny desciam a escada e pareciam furiosos com alguma coisa, pois xingavam e reclamavam quase aos gritos.

_ Que houve com sua mãe? – perguntou Harry.

_ Hoje é dia vinte e dois de agosto – respondeu Penny e para Harry isso não fez sentido nenhum.

_ É aniversário do imbecil do Percy hoje! – explicou Rony.

_ Não acredito que ele ainda esteja... – começou Harry mas Penny o cortou.

_ Ah! Está – disse ela com muita frustração – ainda não veio se desculpar com ninguém, ainda não encara o papai nos olhos no trabalho, é como se nada tivesse mudado.

_ A verdade dói – disse Rony sabiamente – não suporta perder, o idiota e o pior é que a mamãe ainda sofre muito com isso.

_ Ele é um retardado imbecil e troglodita, parece que estava muito disposto a nos “perdoar” mas não a ser perdoado. E ainda depois de saber a verdade fica causando sofrimento à mamãe – disse Penny – acho que ele está precisando de mais uns...

_ Vc não se atreva a ir procurar briga outra vez Penny – disse a Sra. Weasley que obviamente escutara tudo.

_ Mas bem que ele merecia uma... – começou Penny.

_ Nada! Da última vez quase foram parar no St. Mungus, nem parecem dois irmãos – retrucou a Sra. Weasley alteando a voz cada vez mais.

_ E não somos – disse Penny em tom conclusivo, indo até a porta e deixando a casa para os jardins.

Seguiu-se um momento em que ninguém falou.

_ Bem... – disse Gina que usava um avental – vamos então nos servir? Estou faminta.

Eles comeram em silêncio, como se prestassem sentimentos ao óbito de alguém. Isso estava incomodando muito Gina.

Penny não voltou em casa o dia todo. A Sra Weasley garantiu a Gina que se preocupava muito que a garota com certeza estava na loja dos Gêmeos, ou havia ido procurar Gui.

Logo a última semana de férias havia se passado e eles estavam mais uma vez na noite da véspera do seu retorno a Hogwarts.

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