Felicidade



Bellatrix estava parada na frente de uma grande mansão, do tipo de mansão que desperta desejo em qualquer pessoa que tenha um pouco de cobiça circulando por sua alma. Ela se aproximou, com o pescoço erguido, porém como rosto tapado por um capuz negro. Bateu à porta da mansão.
-Sim?- uma voz invisível perguntou.
-Narcisa! Deixe-me entrar!- implorou Bella, contraindo os lábios com medo de ter seu pedido negado.
-Mas quem... -Continuou a voz.
-Narcisa!
-Bellatrix! É você?- Disse a voz, tão surpresa quanto uma criançinha trouxa a ver um bruxo executar m feitiço.
-Sim! Deixe-me entrar!
Em dois instantes, a grande porta de madeira da entrada da mansão se abriu, revelando para Bellatrix um hall de entrada digno de reis. Bellatrix entrou e tirou a sujeira das vestes.
Estava parada em uma magnífica sala. Grandes janelas cobertas por cortinas vermelhas, feitas do mais caro tecido que se pudesse encontrar iluminavam um aposento enorme, com uma grande lareira, meia dúzia de sofás magníficos, porta retratos em prata e rodapés de ouro.
Uma mulher magra, de cabelos louros e uma expressão facial de poucos amigos desceu pelas escadarias de mármore:
-Ora, ora, ora. Como saiu daquele lugar doentio?
-Eles se juntaram a nós Narcisa! -Respondeu Bellatrix, de modo muito histérico.
-E... Quem exatamente são eles? -Perguntou Narcisa, contraindo as sobrancelhas.
-Os dementadores! Eles nos libertaram! Finalmente estão a serviço do Todo-Poderoso Lorde das Trevas!- Gritou Bellatrix, fazendo seus lábios tremerem.
Um homem também muito louro, alto e com ares de importância, que havia ouvido o berro, entrou na sala:
-Quem...
-Lúcio -disse Narcisa- Bellatrix está aqui.
-Pensei que você estivesse em Azcaban... – disse o homem para Bellatrix, olhando com muita surpresa.
-Não mais, Lúcio, os dementadores finalmente se juntaram ao Lorde das Trevas!
Um sorriso se abriu nos lábios de Lúcio, que instantaneamente melhorou de humor;
-Deve estar com fome, Bella. - Ele estalou os dedos, e rapidamente um elfo doméstico apareceu na sua frente. - Sirva para nós um banquete especial, e trate de providenciar rapidamente nosso melhor uísque de fogo para esta adorável dama. - falou Lúcio, beijando a mão de Bellatrix. – E providencie um quarto e um banho para Bela, ela ficará conosco por um tempo.
Narcisa fez uma cara de desaprovação, mas não falou nada. Bellatrix abriu um sorriso, e fez questão de demonstrar sua gratidão rapidamente:
- Muito obrigada, Lúcio, significa muito para mim. E Draco, onde está?- Perguntou Bellatrix, olhando ansiosa para os lados, como se esperasse que seu sobrinho de repente saltasse de trás das cortinas gritando “surpresa!”.
-Draco está na escola, Bella - respondeu Narcisa, com muito desgosto escorrendo de cada palavra que saía de sua boca. – Creio que deve saber que crianças estudam nesta época do ano. Mesmo que ele não seja mais tão criança assim.
-Nossa, é mesmo! Esqueci completamente... Mal posso esperar para vê-lo...
Então entrou novamente na sala o elfo doméstico, carregando uma bandeja de prata, com uma garrafa cheia de um líquido cor-de-fogo. O elfo colocou a bandeja numa mesa.
-Queira sentar-se, Bella, então pode nos contar sua história fantástica com todo o conforto possível - disse Narcisa, com um pouco de ironia.
Bella sentou-se em um sofá de veludo vinho, al lado de narcisa, e logo depois Lúcio sentou-se em uma poltrona verde, com detalhes dourados. Detalhes que Bella, a julgar pelo dinheiro do marido de sua prima, podia julgar serem de ouro de verdade. O elfo serviu a cada um dos presentes uma dose do uísque em taças de cristal muito elegantes e chiques.
Lúcio acomodou-se adequadamente e bebeu um gole longo de seu uísque:
-Antes de nos dar o prazer de ouvir sua história, penso que devo deixá-la a par da nossa situação atual. - Ele fez uma pausa, na qual que Bella virou os olhos para ele, cruzou as magras pernas e mirou-o com toda a atenção possível, como se estivesse com sede de informações - deve saber que no ano passado, o Lorde das Trevas retornou. – Bella fez que sim com a cabeça. – O menino Potter viu tudo, mas ao invés de morrer, como fora o planejado desde o início, ele fugiu, e imediatamente contou a Dumbledore o que sucedera. – Belatrix espantou-se, e ficou com um pouco de receio sobre o que viria a seguir na história de Lúcio. – porém, o ministério estúpido, com medo de confusão e pânico, ignorou o aviso de Dumbledore, e espalhou o boato de que ele e Potter são dois loucos que anseiam por atenção. – Bella riu alto. – O Profeta espalhou o mesmo, e agora noventa por cento da população bruxa acredita nisso. Infelizmente, Dumbledore conseguiu convencer várias pessoas a acreditarem em sua história, devido a seu grande poder acumulado durante todos esses anos em que foi visto como o maior bruxo de todos os tempos.
-Basicamente é isto. – Completou Narcisa a história do marido.
-Interessante... – Bellatrix observou a sala, ajeitou as pernas, suspirou, e quando ia contar a sua história, o elfo voltou e a interrompeu:
-Senhor Malfoy, o banho e o aposento da senhorita Bellatrix estão prontos. – Disse a Lúcio o elfo, com a cabeça baixa.
-Ótimo. Agora suma desta sala, seu imbecil! Ou pensas que eu acho agradável ver a sua cara imunda? – Gritou, chutando com força o pequeno elfo. – odeio estes animais miseráveis. Desde que Potter me fez perder Dobby, não consigo achar um único que faça o trabalho decentemente. Claro que Dobby também não fazia, mas pelo menos escondia bem suas escapadas e artimanhas, poupando o meu tempo.
-Nunca gostei destes bichos idiotas, nunca fazem nada direito! Tivemos um, logo depois que Dobby se libertou que quebrou um vaso caríssimo, cravejado de esmeraldas, que Lúcio ganhou uma vez de um sultão árabe! Claro que tivemos que manda-lo embora. Coitado, morreu de choque, logo depois que lhe dei uma meia.
-Bem, nunca tive mordomias em azcaban... – Disse Bellatrix repulsivamente.
-Bella, porque não toma um banho e coloca umas vestes limpas antes do jantar? Então ouviremos com detalhes sua história. – Disse Narcisa. Bellatrix sorriu do melhor jeito que poderia sorrir. Um banho de banheira relaxante era tudo que ela podia desejar naquele instante. E ela ainda vestia suas vestes de Azcaban, então vestes limpas e arejadas não poderiam vir em melhor hora.
-Bm, eu realmente gostaria de um banho.
-Não tenha pressa. – Falou Lúcio amigavelmente.
Bellatrix subiu as escadarias, e se dirigiu a seu aposento. Um quarto grande, com uma cama de casal macia, uma penteadeira, um tapete persa, um armário e uma lareira a esperavam. Sobre a cama estava um conjunto de vestes de bruxo novas e limpas. Bella foi para o banheiro de seu quarto, encheu a banheira com água e espumas coloridas e tomou um banho realmente demorado.
Ela se sentiu limpa e feliz, ao mesmo tempo, pela primeira vez em doze anos. Enquanto saía da banheira deixou o vento acariciar-lhe o rosto numa sensação de frescor maravilhosa. Notou que em cima de sua penteadeira encontravam-se cremes mágicos maravilhosos, e passou por todo seu corpo um que prometia uma pele macia e rejuvenescida.
Enquanto se vestia, ela sorriu com uma paixão doentia ao pensar em Voldemort.

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