Afetada... De Novo



AFETADA... DE NOVO

No dia seguinte, ao acordar, Andi viu as lembranças da noite anterior voltarem gradativamente ao seu cérebro. Começou a avaliar a situação.

A primeira memória a voltar foi sobre o que ela tinha feito às margens do lago. Tudo bem, ela não podia ser responsabilizada por aquilo. Estava afetada pelo Diamante da Noite e pouco podia responder pelos seus atos... E, além do mais, a idéia de que ele poderia estar assistindo também era simplesmente absurda!

Claro que ele não estava – relaxe.

E então veio a memória de bater na porta de Snape e exibir seu corpo através de um vestido molhado.

Aquilo, sim, fora total e completamente dispensável! Por que diabos ela fez aquilo? E por que ela agira tão naturalmente quando ele apontou que a sua roupa estava transparente?

Porém, antes que Andi pudesse continuar a remoer o seu constrangimento, mais uma lembrança voltou à sua mente: ela lembrou como ele estava quando abriu a porta. A camisa... desabotoada e... todo o resto. Que grande surpresa!

E, estranhamente, aquela memória parecia dominar todas as outras, e ocupou os seus pensamentos pelos próximos dez minutos, mais ou menos.

Andi olhou para o seu relógio. Era quase sete horas. O café da manhã já descansava na sua mesinha de cabeceira.

Seria ótimo comer nos jardins, naquela manhã!

Ela juntou os croissants e as frutas na toalha da bandeja, colocou o suco de laranja em sua garrafinha e, colocando um vestido de algodão, deixou o quarto.

Sem que Andi percebesse, diminuiu a velocidade ao chegar à porta de Snape. Ele estaria tomando café naquele minuto, sentado à mesa? Ou estaria ele ainda dormindo em sua cama...?

Oh, por Deus!

Ela apressou-se para o Salão Principal e saiu do castelo.

Estava silencioso do lado de fora; tudo parecia fresco e gotas de orvalho estavam em todos os lugares.

O dia já estava quente, porém Andi podia sentir a grama estava fria em seus pés descalços à medida que ela caminhava em linha reta para a floresta. A liberdade do ar livre era simplesmente maravilhosa, depois do abafado do castelo. Andi começou a correr, adorando o vento que passava por ela, pelo seu vestido, refrescando o seu corpo, fazendo o seu cabelo esvoaçar.

A floresta era muito escura, mas ela não tinha nenhuma intenção de adentrá-la; Andi sabia bem que, se o fizesse, jamais encontraria o caminho de volta ao castelo. Ela queria apenas caminhar ao longo dos seus limites, apenas para ter uma vista diferente, para variar.

Raios de luz solar brilhavam por entre as árvores, formando pequenos holofotes no chão da floresta – um espetáculo tão lindo que chegava a tirar o fôlego.

Andi achou uma boa clareira, sentou e, abrindo o seu pequeno pacote de café da manhã, começou a comer. Apesar de estar dentro da floresta, ainda conseguia ver a entrada do castelo. Esta estava bem. Não iria se perder.

As frutas estavam ótimas. Uvas, Kiwi, morangos e manga – todos frescos e suculentos. Aquela certamente era uma maneira muito agradável de tomar café da manhã... pelo menos até que algo parecido com uma vespa começou a voar em volta da sua cabeça, obviamente atraída pelo doce do suco. Andi espantou-a uma vez, duas vezes, mas a maldita vespa era persistente. Na terceira aproximação, Andi quase acertou o mosquitinho... e percebeu imediatamente que cometera um erro.

A vespa deu um zunido alto e zangado e, como uma bala, fez o seu caminho até Andi.

Ela tentou desviar, mas a vespa lhe acertou na base do pescoço, perto do seu ombro direito. Uma dor alucinante a acometeu e Andi sentiu o veneno fluir entre suas veias tão rápido quanto anestesicamente.

A vespa já não estava mais lá, mas a dor em seu pescoço crescia muito e o efeito do veneno já era forte: Andi se sentia como se tivesse bebido um bocado de vinho forte.

Estava encrencada.

Derrubando as frutas e deixando tudo para trás, Andi cambaleou para os limites da floresta. Antes de sair de dentro das sombras, no entanto, parou abismada.

Haviam duas árvores na entrada da floresta e elas estava fazendo um barulho. Não era o farfalhar normal das folhas... as árvores estavam discutindo!

- ...obviamente, leite é servido primeiro...

- Oh, minha querida, isso é TÃO deselegante. Serve-se do chá primeiro.

- Quem você está chamando de “deselegante”? Lembre-se que estamos bebendo em porcelana
chinesa.

- Querida, você sempre deve beber em Limoges! Você é tão simplista... Exatamente como a sua mãe...

- Não coloque a minha mãe nisso!

Olhando para as árvores completamente chocada, Andi deixou a floresta.

Oh, alguma coisa está errada... Muito, muito errada!

Ela se voltou para o castelo – sobre o qual, agora, chovia glitter cor-de-rosa – e viu o gramado à sua frente transformar-se num extenso e ondulante lago verde.

Mas ela tinha que voltar para o castelo, e rápido! Uma parte do seu cérebro ainda sabia que a vespa, ou o que aquilo fora, tinha injetado algum tipo de veneno que estava afetando seu discernimento... Mas aquela parte foi rapidamente preenchida com as visões.

Andi percebeu que teria que nadar para chegar ao castelo.

Como um teste, ela colocou um pé na água-grama. Surpreendentemente, ela segurou o seu peso. Deu mais um passo.

! Ela estava caminhando sobre a água.

Ela caminhava cada vez mais rápido, esparramando seus pés pela água-grama enquanto as ondinhas verdes batiam em seus calcanhares. A euforia encheu a sua alma – ela estava caminhando sobre a água! Exatamente igual a Jesus! Aquilo era fantástico! Ela tinha que contar a alguém, rápido!

Sentindo uma felicidade nunca antes experimentada, Andi acelerou o seu passo e gritou o mais alto que conseguiu:

- SNAPE! EI, SNAPE! VOCÊ PODE FUGIR, MAS NÃO PODE SE ESCONDE-ER!

O veneno tinha se estabilizado. A sua mente estava agora completamente possuída pela droga.

Ao se aproximar do castelo, seu pranto tinha se tornado uma voz irritante e cantarolante. Andi começou a dançar pela água.

- Snapinho! Snapinho! Saia e venha brincar! A lua brilha e como no dia a luz irradia! Venha ver do que a Andi é capaz! Hahahahahaha! Snape-erini-fetticcine…!

Esqueçam Jesus! Agora ela era Katharine Hepburn em Casamento Escandaloso!

Ela ergueu o seu rosto pra o céu – que agora estava vermelho e vivo, cheio de golfinhos que pulavam sobre brilhantes estrelas, que, com os braços alongados ao máximo possível, ela tentava alcançar.

Um barulho chegou aos seus ouvidos... tirando a sua atenção do céu...

...um som familiar... uma melodia... Musica! E uma voz...

"...what will they say

Monday at school...?"

... Ela conhecia aquilo! Era de Grease! Aquela era a música de apresentação da Sandy.

A banda parecia estar logo atrás dela. Maravilhada, Andy se virou. Uma pessoa, vestida toda em preto, descia de perfil os degraus do castelo no mesmo compasso da música.

John Travolta!

Não!

Era Snape – e ele estava cantando!

"Sandy, can't you see

I'm in misery..."

Ele fez uns passos de dança na direção de Andy, cantando.

Ela sorriu, enquanto dava saltinhos e batia as mãos em deleite.

Snape se aproximou.

"...love has flown, all alone..."

Agarrou a sua mão e começaram a dançar juntos.

"...Oh, Andi, Ba-e-by someday

When High-yi School is done..."

Ele tinha uma voz ótima! Eles estavam dançando brilhantemente e ele estava cantando para ela!

A música esmoreceu enquanto chegavam às escadas do castelo.

Andi subiu o primeiro degrau, então ela...

... subiu o primeiro degrau, então ela...

... subiu o primeiro degrau.

- Eu não consigo subir a escada! – ela riu. Até parecia que estava revivendo sem parar aquela cena...

... eles estavam correndo por um corredor, de mãos dadas; havia um grande segredo. Ela não queria contar.

Como ela chegou ao sofá? Ele estava sentado perto dela, tocando seu ombro. Por que ele estava fazendo aquilo?

- AI! – Andi gritou quando ele tocou a ferida – Que porra…? – Deu uma tapa na orelha dele... E a orelha explodiu numa massa de meleca alaranjada.

Gritou de novo.

- Oh-oh! Seu pobre cérebro...! Não foi de propósito... Eu vou lhe ajudar a colocar de volta... – Ela começou a tentar pegar o “cérebro” no ombro Snape, lágrimas descendo pelas suas bochechas.

Andi parou, olhou diretamente para o rosto Snape... e então jogou seus braços em volta dele, num abraço apertado.

- Oh, por favor... não morra... eu preciso de você... por favor.. me ajude!

XxXxXxX

Reviews, por favor.

Bjus para Lara, que betou mais esse cap, e para o pessoal que revisou: Olívia Lupin, Shey, Lo1s.Lane, Renata e Doesnt Go Away.

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