Capítulo Um



cidade de Londres amanhecera naquela segunda prometendo tempo bom, com sol de dia e chuva à noite. Já era 6:30 e já havia movimento nas ruas. Pessoas que iam para o trabalho, donas de casas e empregadas fazendo a compra semanal. A mesma rotina de sempre. Nada de novo.

Naquele dia, Harry acordou com enormes olheiras. Não conseguira dormir direito. Tudo por causa de um projeto que apresentaria para o seu chefe e para comitiva japonesa que estava na cidade. Os orientais pediram que projetassem uma casa para eles em Londres no estilo anglo-japonesa.

E Harry não queria fazer feio. Trabalhara arduamente durante duas semanas projetando aquela casa. Depois de pesquisar os costumes japoneses, Harry juntou as decorações orientais e britânicas, montando uma enorme maquete.

Harry foi para a cozinha e encontrou Neville, seu companheiro de quarto arrumando a mesa do café. Neville era dentista que estava trabalhando num consultório provisório, já que queria montar seu próprio local de trabalho.

- Ih, pela sua cara, não dormiu bem. - Harry se sentou a mesa com a fisionomia cansada.

- Pois é. Hoje é o grande dia.

- Não esquenta cara, vai dar tudo certo. Como deram certos todos os seus projetos. - Neville tentou tranqüilizar o amigo.

- Fala isso porque não conhece os japoneses. Eles são perfeccionistas. Qualquer coisa fora do lugar, já era. (n/a: me desculpem os japoneses).

- E aquele projeto do hotel? Como anda? - Harry não queria pensar naquele projeto até receber carta branca dos japoneses. Na verdade, ele estava fazendo um esboço do próximo projeto dele, que seria mais além do que fizera. Mais do que a casa anglo-japonesa.

- Ainda está no papel. Por enquanto, não quero pensar nele. Esse eu gostaria de terminar o mais breve possível, mas será impossível. - Harry serviu-se de um copo de suco de laranja com waffles.

- Quem sabe o senhor Richardson aumente o seu salário depois de apresentar o projeto da casa? - Harry deu uma risada irônica.

- Impossível. O Richardson pode fazer qualquer coisa, mas aumentar o salário... - Harry revirou os olhos. - aposto que ele só aumenta do seu advogado, Oliver Chilson.

O telefone toca. Harry levanta-se para atender.

- Alô?

- Quem é? - Harry sorri ao reconhecer a voz de Hermione. Ele reconheceria a voz dela em qualquer lugar.

- Sou eu, Hermione. Harry

- Harry?? Que saudades?? Tudo bem com você?? Como sabia que era eu??

- Ora, eu seria capaz de reconhecer sua voz em qualquer lugar. - Neville girou os olhos ao ouvir o comentário do colega.

- Nossa, fico lisonjeada com isso. - Hermione falou brincalhona.

- Como está Paris??

- Linda!! - suspirou Hermione. - Mas pena que estou me despedindo dela.

- Como assim?? - Harry deu um sobressalto.

- Ora, como assim, Harry?? Não é óbvio?? Estou voltando hoje!!!

- Jura?? - o coração de Harry deu um solavanco e toda a preocupação com o projeto pareceu evaporar-se.

- Ahan. Já estou no aeroporto esperando para embarcar. No fim da tarde estou chegando.

- Certo. Quando você chegar, me liga. - Harry tentava conter sua felicidade.

- Tá certo. Bom, tenho que ir estão chamando meu vôo. Tchau, Harry. Beijo.

- Outro pra você. Tchau. - Harry desligou o telefone com cara de bobo.

- Nem precisa dizer. - Neville disse ao ver a cara do amigo. - Hermione chega hoje.

- Ahan. - disse Harry sonhador ao sentar-se na mesa. - Estou louco para contar a ela sobre o meu projeto e quem sabe... tentar algo com ela.

- Há quanto tempo você espera se decaclar para ela?

- Dez anos. - Neville arregalou os olhos.

- Então, desista. Ela jamais olhará para você com outros olhos que seja de amiga.

Neville sabia da paixão de Harry por Hermione Granger. Desde os quatorze anos, Harry gostava da garota mais que amigo. Não agüentava se ciúmes ao vê-la namorando ou ficando com outro garoto que não fosse ele. Por respeito a ela, não se metia na vida dela, apenas quando ela lhe pedia opinião e conselho. Aí sim ele falava o que pensava, mas sem demonstrar o ciúme.

- Eu sei, mas um dia isso nunca. Eu nunca perco as minhas esperanças. - suspirou Harry tomando um gole de suco. Neville encarou o amigo, sério.

- Harry, presta atenção. Eu não estou querendo ser otimista, não é nada disso. Você ama a garota há quase dez anos e não teve coragem de se declarar até agora, acredite, é melhor fazer isso antes que ela arrume um namorado. E não estou te falando um namorado qualquer, mas si, o futuro marido dela. Imagine você ter que ouvir da boca de seu grande amor que ela se casará com outra pessoa. E você se sentirá incapaz de amar novamente!

Harry ficou pasmo com as palavras de Neville. Não queria admitir, mas sabia que no fundo o amigo tinha razão. Neville era ótimo em conselhos, não podia negar, já que os conselhos que ele lhe davam sempre foram eficazes.

- Você está certo, eu vou tomar coragem e me declarar. Quem sabe hoje? Marco um jantar de boas-vindas, crio um clima e me declaro, que tal? - Neville concordou.

- Isso. Mas lembre-se que você pode levar um fora.

- Mas valerá a tentativa. - Harry disse, esperançoso.

- Boa sorte então. Eu vou indo nessa. Tire a mesa antes de sair. - Neville terminou o seu café e saiu para trabalhar.

Harry pensou em como pediria a mão de Hermione. Queria que esse momento fosse especial.Mas e se ela lhe desse o fora? Bom, ele corria todos os restos.

Tentando afastar os pensamentos em Hermione e focar no projeto, Harry pegou a maquete. que não estava muito pesada e saiu para trabalhar.

Na Empresa Archtect e CIA

- Estou atrasado? - perguntou Harry aproximando-se de Ellen Morgan, a secretária de seu chefe, que levantou os olhos, surpresa.

- Atrasado? Pelo contrário, você está mais adiantado que o chefe e a comitiva japonesa.

- Eles ainda não chegaram? - perguntou Harry surpreso. Ellen negou com a cabeça.

- Ainda não. Eric ligou avisando que esperaria os japoneses no hotel para virem juntos.

- Ufa. Que bom. - Harry respirou aliviado.

- Que bom mesmo. - Ellen sorriu. - A propósito. Parabéns pela pontualidade.

- Obrigado. Bom, eu vou para a minha sala, quando eles chegarem, me avise.

- Pode deixar. Precisa de ajuda com a maquete. Ela me parece pesada.

- Não, obrigada. Dá para carregar. - Harry acenou com a cabeça e foi para sua sala.

Ellen Morgan era a competente secretária do Senhor Eric Richardson há quase 20 anos. Era uma pessoa de confiança e era considerada da família, por ser amiga e confidente de Eric. Mas como havia pessoas invejosas na empresa, já falaram que ela tinha um caso tórrido com o chefe e o pior, que tinham filhos. Ellen quis morrer e até pediu a conta, mas o senhor Eric a fez mudar de idéia e expulsou os autores dos boatos. Até a própria mulher do homem ficou com um pé atrás quando recebeu uma carta anônima contando sobre o suposto caso de Eric e Ellen: os dois eram como se fossem irmãos, seria estranho se tivessem um caso.

O elevador se abriu e Eric entrou na sala com comitiva japonesa. Eram quatro homens e uma mulher impecavelmente vestidos. Ellen sabia quem era a mulher, pois já havia falado com ela antes da chegada dos japoneses ao país. Era a intérprete que Eric havia pedido para contratar para os hóspedes.

- Bom dia, Ellen. O Harry chegou? - a mulher acenou para a secretária que correspondeu.

- Já sim, senhor Richardson. Está na sala dele esperando ser anunciado.

- Ótimo. Daqui cinco minutos pode chamá-lo. - e foi para sua sala abrir a porta e dar passagem à comitiva.

- Sim, senhor. - Ellen percebeu que Eric estava com uma aparência cansada. Devia ser por causa do atraso.

Harry estava tomando algumas notas no seu relatório quando o telefone tocou.

- Fala, Ellen.

- O chefe chegou e está chamando.

- Ótimo. Obrigado. - desligou o telefone e respirou fundo. Seria agora. Harry pegou sua maquete e foi para a sala de Eric.

-... então eu implantei uma sala de jantar japonesa com vista para o jardim que será anglo-japonês. - Harry explicava a maquete, apontando para cada lugar. A cozinha terá decorações orientais e britânicas. Como fiquei em dúvida em relação aos quartos, eu ampliei mais um dormitório, um será japonês e o outro ocidental.

A intérprete traduzia rapidamente para os japoneses, que balançavam a cabeça em tom de aprovação. Harry e Eric entreolharam-se, na expectativa.

- O Sr. Tanaka disse que está perfeito. - disse a intérprete e esperou o japonês falar mais alguma coisa. - Mas para ficar mais perfeito ainda, ele quer que você aumente mais um dormitório, misturando as decorações orientais e ocidentais. Isso é possível.

Harry teve que conter a sua alegria. O seu projeto fora aprovado. Eric seu um sorriso satisfeito.

- Claro... mais eu terei que ampliar mais três metros. - o Sr. Tanaka disse mais alguma coisa no ouvido da mulher que acenou.

- Ele disse que está ótimo e que pergunta quando pode começar as obras. - os olhos de Harry brilharam.

- Bem... o senhor é quem decide.

- Que tal no mês que vem? - Harry arregalou os olhos, mas foi Eric que falou.

- Mês que vem... perfeito. Não é, Harry? - se dirigiu para o rapaz, que saiu do transe.

- Claro... está ótimo... mês que vem... - Harry sorriu.

- O Sr. Tanaka fez questão que o Sr. Potter acompanhe as obras pessoalmente. - o rapaz olhou para o chefe, que acenou com a cabeça.

- Claro. Vai ser um prazer. - Harry não podia está mais feliz. O Sr. Tanaka levantou-se e estendeu a mão para ele, que a apertou, satisfeito. - Fico feliz que tenha gostado do projeto, Sr. Tanaka. Garanto que o senhor não vai se decepcionar.

- Ele espera que não. - sorriu a intérprete. - Precisamos ir. Tenham um bom dia.

Harry e o Sr. Richardson despediram-se dos clientes com aperto de mãos cordiais.

- Eu pensei que os japoneses só se curvavam para cumprimentar. - Harry comentou depois que a porta foi fechada.

- E se curvam. Só que eu tenho um sério problema nas costas e os ensinei o aperto de mão tradicional. - Eric brincou sentando-se em sua mesa. - Sente-se, Harry. - apontou a cadeira à sua frente, onde o rapaz se sentou. - Harry, eu queria te dar os meus parabéns pelo projeto. Realmente está ótimo, devo admitir.

- Obrigado, chefe. E eu pensava que eles não gostariam tanto assim.

- Eu também não. Mas gostaram e ainda aumentar mais o projeto. E por isso, eu estou pensando seriamente e lhe dar uma recompensa.

- Não... o senhor não precisa se incomodar. - sentiu um bolo se formar na sua garganta.

- Harry, meu caro não seja modesto. - riu Eric. - Você sabe que merece.

- Bom... - Harry estava sem jeito. - E o que é? - Eric adiantou-se e analisou melhor o rapaz.

- Que tal um aumento de 50 porcento no seu salário? - se Harry tinha suas dúvidas sobre aumento de salário, elas evaporaram no mesmo instante.

- Cinqüenta porcento?

- Isso. Que tal?

- O senhor é quem sabe. - Harry se conteve para não pular de alegria.

- Ótimo. Agora, vai trabalhar e deixe a maquete aqui. E por falar em maquete, como está indo aquele projeto do hotel? - perguntou Eric com um certo interesse.

- Aquele projeto... - sentiu-se envergonhado. - Eu... eu quis terminar esse projeto primeiro para depois eu pensar nele. - Eric pensou um pouco antes de responder.

- Muito bom. Não é só porque você ganhou carta branca para comandar as obras do Sr. Tanaka que você terá tempo livre. Eu quero o projeto do Hotel para daqui há dois meses.

- Pode deixar, senhor. Talvez eu termine antes.

- Assim espero. Você é uma pessoa eficiente, Harry. Espero que continue assim.

- Eu também, senhor.

- Agora vá. - Eric fez um gesto com a mão para dispensar arquiteto.

- Sim senhor, com licença. - Harry levantou-se e saiu da sala. Estava indo para sua sala, quando ouviu baterem palmas.

- Parabéns, Harry. Soubemos que o seu projeto foi aprovado. - disse Ashley Logan.

- Mas... como vocês souberam?

- A intérprete contou a Ellen que a reunião foi um sucesso. - a secretária fuzilou Ashley com os olhos. - Quer dizer... nós ouvimos pela porta. Você fez um projeto ousado, mas que deu resultado. E que tal um jantar de comemoração?

- Bem... sabe o que é... - Harry coçou a nuca. - É que hoje não vai dar. Eu tenho compromisso hoje à noite. Um "Ahhh" se fez ouvir pelo saguão.

- E quem é ela, Harry? Uma namorada nova? - gritou um rapaz lá no fundo. Antes que Harry pudesse resolver, Ellen interrompeu a comemoração.

- O papo está bom, agora é hora de voltar ao trabalho. Antes que o Sr. Richardson saia da sala dele e acabe com essa
bagunça. - as pessoas se dispersaram lamentando não terem comemorado mais o sucesso de Harry. Ele murmurou um "obrigado" a Ellen e entrou na sua sala.

- Soube que o projeto para os japoneses deu certo. - Oliver comentou assim que se se sentou à mesa de Eric.

- É, tenho que admitir que o Harry se superou desta vez. Fez um trabalho perfeito.

- Dá para perceber que ele é uma pessoa muito competente. Até aumentou o salário dele.

- Ele fez por merecer. E pode crescer ainda mais. - Eric levantou-se pensativo.

- Algum problema, Eric? - perguntou Oliver perante a expressão do cliente e amigo de décadas.

- Eric, o projeto da casa pode ser uma pequena amostra que Harry tem futuro.

- Como assim? - Eric sentou-se na mesa.

- Harry montará um projeto de um Hotel, um Resort, que ficará na divida entre o País de Gales e a Inglaterra.

- E daí?

- E daí que, se tudo der certo como hoje, eu terei o meu substituto na diretoria. - Oliver percebeu aonde Eric queria chegar.

- Eric... você está pensando em... - Eric balançou a cabeça. - Mas Harry trabalha aqui há quatro anos, menos do que muitos daqui.

- Mas Harry é o mais dedicado ao trabalho, Oliver. Eu percebo isso desde que ele começou a trabalhar aqui. Era apenas um universitário com gana de aprender e conseguir o que quer e isso Harry está conseguindo com muitos méritos.

- Se você tem tanta certeza assim... poderei cuidar de tudo, documento, papelada...

- Tenho. Harry é minha primeira opção. - fez uma pausa. - Estou ficando muito velho, meu amigo, Já está na hora de jogar a toalha e dar espaço para pessoas que tem espírito de comandar uma equipe.

- E você acha que Harry pode ser essa pessoa?

- Quem sabe... Vamos ver como o Harry se sairá nesse hotel. Se Harry se mostrar tão competente quanto a casa, dai não terei mais dúvidas: ele será meu substituto.

Era seis e meia da noite quando Harry chegou em casa. Neville não estava. Tinha deixado um recado, avisando que sairia com Luna, sua namorada.

Harry se jogou no sofá e fechou os olhos. Estava feliz. Tinha dado tudo certo naquele dia: seu projeto foca aprovado e receberia um aumento de salário. Sua felicidade só poderia aumentar se...

O som do telefone interrompeu os pensamentos de Harry que se levantou para atender. Harry lembrou-se que Hermione chegaria naquela tarde. Havia trabalhado a todo vapor, fazendo vários esboços para o Hotel, que tinha se esquecido completamente da amiga. Ficou envergonhado, mas sabia como recompensaria sorriu.

- Hermione? - Harry deduziu assim que atendeu ao telefone.

- Harry?? Como sabia que era eu??

- Intuição.

- Hum, sei. Escuta, eu acabei de chegar em casa. Pensei que me pegaria no aeroporto. - Harry engoliu um seco ao ver que dera uma vacilada.

- Puxa, me desculpe, é que não deu. Trabalhei o dia inteiro. Hoje estou muito feliz.

- E posso saber porquê? - Harry deu um sorriso enigmático

- Que tal jantarmos hoje para colocarmos as novidades em dia? - Harry percebeu que aquela seria a hora. - Eu sei que você está cansada, mas é que tenho que te contar uma coisa.

- Eu topo. A que horas?

- Às oito. No Dinner Roon.

- Por mim, está ótimo.

- Ótimo. Então, até lá. - Harry desligou o telefone se sentindo o ser mais feliz do mundo. Sua felicidade seria completa depois daquele jantar. Olhou no relógio e correu para tomar banho.

Não havia muita gente no Dinner Roon, apenas alguns casais e duas famílias. Harry chegou no local e sentou-se numa mesa perto da janela. Hermione não havia chegado ainda. Pediu ao garçom um copo da água.

Cinco minutos depois, Hermione chegou. Harry não sabia de era impressão, mas nunca havia visto a amiga tão bonita como naquela noite. As bochechas estavam coradas, os cabelos mais brilhantes e um sorriso de aquecer qualquer ser. Hermione correu e abraçou o amigo.

- Harry, que saudades!

- Finalmente, você voltou. Eu também estava morrendo de saudades. - Harry murmurou embevecido pelo perfume da morena.

- Você não mudou nada. - afastou-se para analisá-lo melhor.

- E você mudou muito. - fez com que Hermione desse uma volta. - Está mais bonita, se isso é possível ainda.

- Ai, Harry. Pára com isso. Assim você me deixa encabulada.

- Tá bom. Desculpa. Vamos sentar? - Harry a guiou para a sua mesa e puxou a cadeira para que ela se sentasse. Logo, o garçom trouxe o cardápio e fizeram os pedidos. Hermione comentou que estava morrendo de saudades da comida do país e que scargot era muito bom.

- Então, me conta como foi lá. - Harry pediu, bebendo um pouco de vinho.

Entusiasmada, Hermione contou tudo sobre a viagem. As comidas, os costumes, os pontos turísticos, as pessoas. Harry prestava atenção em cada palavra que a amiga contava, mas percebeu que tinha mais alguma coisa.

- Tenho uma novidade para te contar. - Hermione concluiu, confirmando as hipóteses de Harry. - Mas antes... você vai me contar porque está tão feliz hoje.

Então Harry contou tudo para ela. Hermione abriu um largo sorriso, feliz pelo amigo e se jogou nos braços dele.

- Puxa, Harry. Meus parabéns. Fico tão feliz por você.

- Obrigado. - Harry disse, contente. - Mas agora é sua vez: o que você para me contar.

- Bom, Harry eu estou muito feliz. Eu estou...

- Hermione? - os dois se viraram e viram um homem alto, ruivo diante deles. Hermione abriu um largo sorriso e levantou-se, se jogando nos braços daquele homem, deixando Harry sem reação.

- Rony! O que você está fazendo aqui? - deu um beijo nele, mas não parou de abraçá-lo. Aquela cena fez o sangue de Harry gelar.

- Estava passando e vi você aqui. - Rony disse sorrindo.

- Ah, deixe que eu te apresente. - Hermione soltou-se do ruivo e virou-se para Harry. - Este é Harry Potter, o amigo que eu te falei. Harry, esse aqui é o meu namorado: Rony Weasley!

- Namorado?? - Harry não estava acreditando naquilo. Não podia ser! Não podia! Hermione só podia estar de brincadeira, era isso!

- É. Nós nos conhecemos em Paris. Estávamos no mesmo hotel. Ele mora aqui em Londres. A irmã dele é enfermeira e trabalha no Hospital Saint. John.

- Prazer. - Rony estendeu a mão e Harry teve vontade de socá-lo, mas não tinha coragem. Levanto-se e apertou a mão de Harry.

- Prazer. - tentou parecer gentil, mas seu cérebro não conseguia aceitar aquela situação.

- Hermione falou muito de você. Espero que possamos nos conhecer melhor.

- É... - Harry não conseguia articular uma palavra sequer. Sua vontade era sumir dali.

- Senta-se com a gente, Rony. - pediu Hermione e o ruivo se acomodou ao lado da morena. - O que quer pedir?

- Bem, eu vou querer... - foi interrompido por Harry.

- Na verdade, pode ficar com o meu pedido. Eu tenho que ir embora. - Harry levantou-se apressado, sentindo a sua cabeça rodar.

- Mas, Harry... - Hermione se levantou. - O que aconteceu?

- Eu... eu tenho que terminar um projeto ainda hoje. Com licença. - Harry deixou um dinheiro para pagar a água, pegou o seu casaco e saiu. Já estava saindo quando Hermione apareceu na porta.

- Harry, foi bom ver você. Vamos marcar outro jantar? - Harry virou-se encarou a melhor amiga e seu grande amor e sentiu seus olhos arderem.

- Acho melhor não. O seu... namorado pode não gostar. Adeus, Hermione. - antes que ela pudesse falar algo, Harry já havia sumido.

Ele dirigia a mais de cem. Seu cérebro estava atordoado e ele não conseguia assimilar as palavras de Hermione: “Harry, esse aqui é o meu namorado: Rony Weasley!" Tinha vontade de dar uma surra naquele ruivo metido à besta por ter ficado com a sua garota.

"Ela jamais olhará para você com outros olhos que seja de amiga." Era verdade. Embora não aceitasse, ele sentia, lá no fundo, que suas chances com a Hermione já não existia mais. Agora ele tinha certeza que Hermione nunca o veria mais do que um amigo.

"Você ama a garota há quase dez anos e não teve coragem de se declarar até agora, acredite, é melhor fazer isso antes que ela arrume um namorado. E não estou te falando um namorado qualquer, mas sim, o futuro marido dela. Imagine você ter que ouvir da boca de seu grande amor que ela se casará com outra pessoa. E você se sentirá incapaz de amar novamente!" As palavras de Neville flutuavam na sua cabeça como uma praga. Droga! O amigo tinha razão. Ele demorou demais.

Bebeu mais um gole da garrafa de cachaça que havia comprado no bar mais próximo. Tinha que por para fora. A vontade de morrer era enorme.

"Você está certo, eu vou tomar coragem e me declarar. Quem sabe hoje? Marco um jantar de boas-vindas, crio um clima e me declaro, que tal?”

"Isso. Mas lembre-se que você pode levar um fora”.

E que fora ele havia tomado! Nunca se sentiria tão miserável como estava sentido. Tinha se esquecido de tudo de bom que acontecera naquela manhã. Sua felicidade havia evaporado como água.

- Ai!! -uma buzina o despertou de seus devaneios e Harry viu um carro vindo na sua direção, desviou-se e conseguiu se livrar de uma batida, mas o desvio fez com que seu carro caísse num barranco e batesse na árvore.

"Me perdoe, Hermione, por te amar." Essas foram as últimas palavras que ecoaram no seu cérebro antes de perder completamente os sentidos.

Continua...

N/A: Pronto, aqui está o 1° cap. Espero que vocês gostem e comentem.
Não, eu não virei H/Hr (isola!). Isso é uma fic UA e quem leu o trailer sabe que ele é apaixonado pela Mione até sofrer uma decepção. Rony e Harry rivais? Como assim? Nas UAs pode tudo. ;-)
Essa será uma shortfic, com máximo 12 caps. Eu tenho uma PA para terminar, se vocês me entendem. E "Uma Segunda Chance" para continuar.

Bom, até a próxima. Beijo.
Jubs.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.