Surpresas...



Harry estava no topo de uma rocha muito alta, no meio de uma floresta. A rocha era tão alta que dava para ver o topo das árvores, embora não passasse delas. Estava tudo calmo, calmo demais. Harry suspeitava que essa floresta não estava ali à toa, e muito menos ele estava em cima daquela rocha sem motivo. Então ele viu. Um menino, de uns nove anos, tinha acabado de aparatar no pé da rocha. Ele estava vestido com um tipo de roupa azul, com detalhes dourados. Harry reparou que havia uma bainha também azul, só que mais escura presa a sua cintura. O menino desembainhou a espada, que tinha a lâmina prateada e afiadíssima e cabo azul da cor da bainha, com detalhes vermelho-sangue. As pontas do cabo tinham a forma de setas. O garoto parecia aguardar algo. Era muito pálido, tinha olhos pretos que agora esquadrinhavam o local a procura de alguma coisa, e cabelos bem pretos. Mas algo chamou a atenção de Harry... No meio daqueles cabelos pretos, bem na frente, uma mechinha curta, branca... Era o Prof. Snow! Mas enquanto Harry boquiabria-se de espanto, um velho, que tinha barbas e cabelos enormes e brancos e usava uma túnica roxa, aparatou lá perto e também tirou sua espada, que era prateada, mas com um arranhão visível, e tinha o cabo branco e reluzente. Harry se assustou. “Será que eles vão lutar? Mas vai ser injustiça com o velho, porque, além dele ser velho e lutar com um menino, sua espada esta danificada!” Cedo Harry aprendeu a respeitar os mais velhos, com o Dumbledore. Porém ele se lembrou do poder de Dumbledore mesmo ele sendo velho. Quando se lembrou disso, parou de achar uma injustiça e se pôs a olhar a luta. O prof. Snow havia avançado para o velho e tentara lhe acertar um golpe na perna, mas o velho se desviou girando o corpo e acertou as costas do menino. Ele caiu no chão, mas de um salto se pôs de pé e tentou acertar a cintura do velho, sendo bloqueado pela espada deste. Ficaram se olhando, então o velho, num movimento ágil, puxou sua espada e assim se iniciou uma série de ataques sendo defendidos, até que um golpe do professor Snow desequilibrou o velho, mas enquanto ele caía acertou sua espada na coxa do garoto, que também caiu, gemendo de dor.
- Chega por hoje, Deryl. – reclamou o Prof. Snow. Ao que o velho bradou:
- Está vendo? Esse é o problema! Você se cansa, desiste, se entrega ao inimigo! Você não agüentaria uma guerra como essa! Já vivi muito e sei da vida, e se uma pessoa for fraca, não suporta um mundo como o nosso! Não desista, levante-se e lute! E, se perder, que seja com honra, com você tendo dado o melhor de si, para que saia de cabeça erguida!
- OK, OK, sem stress, tudo bem? Eu luto, mas de uma coisa eu tenho certeza: hoje eu vou dormir todo moído...
Eles recomeçaram a luta, e o garoto foi evoluindo. Acertava mais, defendia mais, mas o tal Deryl continuava com uma enorme vantagem. Quando o sol começou a se pôr, eles pararam, ofegantes, e Deryl cumprimentou:
- Parabéns, você está evoluindo muito. Isso é muito bom para o que você pretende ser, um futuro... – Harry não ouviu direito o que ele falou depois. Professor é que não devia ser. Então a imagem foi se dissolvendo e um garoto chamado Harry Potter acordou em seu dormitório do sexto ano da casa Grifinória de Hogwarts”

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Harry acordou com um susto, tentando imaginar se foi um sonho, realidade ou se alguém implantou isso em sua cabeça, como Voldemort fez ano passado. Não conseguia, mesmo não tendo assistido a nenhuma aula dele (já que a primeira seria hoje depois do café), imaginá-lo recebendo aulas de luta naquela idade, nem devia saber de Hogwarts ainda! A não ser que fosse sangue-puro... Mas isso não vem ao caso. E o que ele devia ser depois? Harry não ouviu, mas parecia importante. Resolveu deixar isso para depois e se concentrar no livro que achou no dia anterior. Naquele dia ele estava com sono e havia guardado o livro de novo embaixo da tábua para ir dormir. Agora ele abria a primeira página, onde havia um número 1, e a folha estava cheia de revisões e cortes nas palavras, mas lá embaixo estava escrito, sem cortes e dando a entender que o dono do livrinho é que tinha feito essas revisões: “Meriarln – Feitiço que invoca a água, especifico do Guardião da Água.”
Harry ficou espantado. Aquele livro ensinava feitiços, Feitiços Elementais! Harry ouvira Hermione falar neles uma vez... Esses feitiços são muito poderosos e pouca gente os conhece, e tem a capacidade de usar corretamente... Quem seria o tal Guardião da Água? Harry não queria dividir o livro com ninguém, por enquanto, então tratou de escondê-lo debaixo da tábua de novo, se trocou e foi tomar café da manha. Chegando no salão comunal, Nicolas e Rony já esperavam por ele.
- Cadê a Hermione?
- Ainda não desceu. – respondeu Rony.
- Hei, vocês dois podiam me mostrar algo enquanto ela não chega! – pediu Nicolas, ansioso.
Harry riu.
- Então vamos!
Ele levou os dois para uma passagem secreta que existia no salão comunal, que Harry descobriu nas férias enquanto examinava o Mapa do Maroto. Nem mesmo ele havia entrado lá. Depois de bater com a varinha no livro que não solta da prateleira e dizer: ”Annes!”, a prateleira deslizou pra dentro da parede mostrando um tipo de varanda enorme e magnífico. A amurada batia um pouco acima da cintura deles, e era composta por pilares, não um todo sólido. Havia uma poltrona dobrável, daquelas que viram uma cama, e alguns banquinhos perto de uma mesa. Algumas gárgulas enfeitavam as paredes. Aquele lugar era bastante agradável, com a brisa fresca batendo no rosto deles e a vista dando pro lago, apesar de pegar um pedaço da floresta. Os três se debruçaram na amurada e ficaram olhando o lago um tempinho, até que Nicolas os chamaram de volta a razão:
- Hei, e a aula?
- É mesmo!
- Vamos chamar a Mione!
Os três correram de volta ao salão comunal e encontraram uma Hermione muito nervosa e já batendo o pé de impaciência.
- Onde vocês estavam? A primeira aula começa agora, sabiam?
- Desculpe, achamos uma passagem secreta e perdemos a hora... – tentou Harry
- Nossa, agora que reparei... Perdemos o café da manha e eu tô morrendo de fome! – reclamou Rony.
Eles correram para o buraco do retrato e foram até o terceiro andar, que era onde ficava a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Nicolas ia atrás de todo mundo, pois não sabia o caminho. Hermione chegou a suspirar de alívio quando viu que o professor também se atrasara, mas Harry deu um muxoxo ao perceber que a aula seria dividida com a Sonserina. Rony também percebeu isso.
- Ah, não... – disse, quando viu um certo loiro se aproximando, sempre ladeado por seus dois primatas.
- Ora, ora, ora, se não é o trio maravilha... – então reparou em Nicolas, ao lado de Hermione – Agora é um quarteto? É, Potter, você não perdeu tempo em arrumar mais um admirador pro seu fã-clube, não é mesmo?
- E você não perdeu tempo em arrumar mais idiotices pra falar, não é mesmo? – retrucou Rony, com as orelhas já ficando vermelhas.
- Alguém te pediu opinião, Weasley? Acho que não... Então fique quieto, porque da sua boca só sai besteira...
- Você devia falar menos bobagens agora que seu pai está na prisão... Mas vejo que você tem tanto respeito pelo seu pai quanto tem por qualquer outro... Ou seja: nenhum!
Draco tirou sua varinha na mesma hora, porém Harry e Rony também tiraram assim que metade da varinha de Draco saiu pra fora. Draco pareceu nem notar, olhava para Hermione com raiva.
- Nunca... Ouviu? Nunca mais mencione meu pai por essa sua boca imunda de trouxa novamente!
- Estou morrendo de medo! – Hermione retrucou com firmeza, encarando Draco, que se surpreendeu. Harry e Rony também olharam para ela, surpresos. Nicolas olhava de Harry para Hermione, desta para Draco e seus dois primatas e destes para Rony, sem entender o motivo da briga.
Draco logo recuperou seu tom arrogante depois do susto:
- O quê? Perdeu o valor pela vida, sangue-ruim?
Hermione não disse nada, pois naquele momento o prof. Snow havia chegado. Harry, Hermione, Rony e Nicolas se sentaram em uma carteira perto da janela, mas com distância suficiente de Draco e da mesa dos professores. O prof. Snow então começou:
- Olá, alunos, eu sou o prof. Snow. Hoje irei apenas introduzir vocês no meu método de trabalho, mas na próxima aula já começaremos as aulas pra valer. Eu acredito que vocês só entenderão a profundidade das Artes das Trevas quando viverem a experiência, porém não farei nada que possa machucá-los. Durante minhas viagens, aprendi um método de fazer vocês sentirem tudo o que sentiriam realmente, mas de um modo que seu corpo e sua mente não sofrerão nada. Por exemplo, se eu quiser usar a Cruciatus, eu usarei, vocês sentirão a dor de uma Cruciatus verdadeira, porém quando eu retirar a maldição, vocês verão que não sentiram nenhuma dor de verdade, não sofreram um único arranhão. – os alunos pareciam assombrados. – e é assim que vocês trabalharão na minha aula.
Enquanto isso, Nicolas perguntava a Hermione:
- O que aconteceu com aquele menino pálido lá fora? Ele provocou vocês do nada, e vocês responderam como se isso fosse rotina...
Hermione riu.
- Mas é rotina!! Aquele menino se chama Draco Malfoy, e ele briga comigo e com o Rony porque somos amigos do Harry, mas também porque o Rony tem... Bem... Pouco dinheiro... E eu nasci trouxa. E ele briga com o Harry desde antes da seleção no primeiro ano, porque o Harry é bastante famoso e não quis ser amigo dele... Bem, ódio recíproco... Daqueles de primeira vista... Então todo dia ele tenta provocar e nós o respondemos, às vezes rola algum duelo de feitiços, nada muito grave... Agora vamos... Harry! Rony! Andem logo! – ela então começou a guardar seus materiais. Os quatro saíram e Harry então se lembrou:
- Mione! Nós não te mostramos a Sacada da Grifinória! Vem comigo... Vocês dois vem?
- Eu vou mostrar o Nicolas o campo de quadribol, pode ir, nós vemos vocês lá...
- Então vem, Mione!
- Tô indo!
Eles foram para o salão comunal e chegaram em frente à prateleira. Harry tocou com a varinha no livro intitulado “Beleza Divina”, e que nunca soltava da prateleira, e murmurou “Annes!” A prateleira deslizou, e os dois entraram na sacada. A primeira reação de Hermione foi prender a respiração, para depois murmurar:
- Harry... É... É... Lindo!
- Sabia que ia gostar!
- Quando você descobriu isso?
- Nas férias, enquanto olhava o Mapa do Maroto...
- Adorei!
Harry ficou observando Hermione olhar deslumbrada a sacada. Quando Hermione se debruçou na amurada para olhar o céu e o lago, Harry sentiu uma fisgada, mas que não foi na cicatriz dessa vez... Foi em seu peito. E não foi de dor, tampouco... Tentou ignorar, mas foi mais forte que ele. Então a imagem de Hermione começou a piscar, cada vez mais rápido, e Harry percebeu que a imagem não estava sumindo, estava se transformando em outra... A imagem alternava entre Hermione e mais uma mulher, uma mulher de cabelos ruivos e que era bastante bonita. Então começou a ver imagens...

[i]Uma criança, com menos de um ano de idade, era carregada no colo enquanto a mulher que a segurava nos braços cantava uma canção de ninar afetuosamente...

[i]Uma menina de cabelos castanhos e volumosos conversava com um menino de cabelos pretos rebeldes dentro de uma floresta numa noite de lua cheia...

[i]A mesma mulher que segurava a criança no colo dava um beijo no que parecia ser o mesmo menino conversando na floresta... Mas não, ele tinha olhos castanhos e o outro tinha olhos verdes, iguais aos da mulher...

[i]Um rosto flutuava na frente do menino de olhos verdes enquanto este deixava o dever pra depois...

[i]A mulher repreendia o homem de olhos castanhos por deixar a varinha ao alcance da criança, que segurava uma vassoura na mão querendo montar...

[i]A mulher e a menina se encontram e começam a conversar em uma clareira, no meio de uma floresta também, porém de manhã...

[i]As duas mulheres erguem a varinha em um gesto gracioso, fazendo uma grande cúpula de gelo em volta das duas, e em um outro gesto de varinha a cúpula vira água...

[i]O menino de olhos verdes enfrenta um homem com o rosto mais parecendo o de uma cobra... Mas ele está mais velho, não é um menino mais...

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Hermione levou um susto, ela estava olhando pela amurada quando ouviu Harry soltar uma exclamação de espanto. Ela então se virou para ele e viu que ele olhava para ela, mas ao mesmo tempo não olhava. Parecia estar com um tipo de transe. Ela chegou perto do Harry e deu um grito quando ele caiu apertando a cicatriz. Apoiou a cabeça dele no seu colo:
- Harry, Harry acorda! HARRY! – o menino não dava sinais de querer sair do transe. De repente ele, com uma exclamação de terror, acorda e olha para Hermione branco de terror. – O que houve? – perguntou Hermione já ficando branca de susto também.
- Eu... Eu não sei... Meu passado... Algo que eu nunca vivi, mas sei que era eu... Você, minha mãe, meu pai, e Voldemort...
- Voldemort?
- É, eu estava mais velho e frente a frente com ele, mas antes eu vi você...
- Eu?!
- É, você estava treinando algo com minha mãe, vocês duas formaram uma barreira de gelo e transformaram-na em água...
- Peraí, Harry, você está dizendo que me viu com sua mãe treinando Magia Elementar? – perguntou, preocupada com a sanidade do amigo.
- Sim, mas, aquilo era Magia Elementar? – e depois que viu a cara da amiga, acrescentou – Olha, isso não é doideira, eu estou falando que vi!
- Mas Harry, sua mãe está... Bem... Morta!
- Eu sei! Mas eu não estou dizendo que acreditei em tudo que vi, mas estou contando o que vi!
Hermione pareceu ficar aliviada.
- Bem, se você não acredita como da última vez então está tudo bem! Anda, temos aula de Poções agora...
- Aula de Poções... Ah, que maravilha, era tudo que eu precisava agora, ser atormentado pelo Snape...
Hermione teve de se segurar para não rir, pois sabia que o amigo iria ficar mais bravo. Rumaram então para as masmorras, depois de descer oito lances de escadas chegaram então á fria e úmida masmorra. Rony e Nicolas já esperavam por eles.
- Por que vocês demoraram? Você disse que ia encontrar com a gente lá!
- Não deu, Rony, eu e Hermione só conseguimos chegar agora. O que achou do campo de quadribol, Nicolas?
- Simplesmente o máximo! É igual um de verdade, só que em miniatura! Eu nunca joguei quadribol, meu pai dizia que eu tinha que ser um bruxo sério, não um bruxo de rua que fica por aí sendo acertado por balaços... Mas minha mãe ia aos jogos e me mostrava pela penseira escondido do meu pai... Esse jogo é ótimo, embora eu não entenda direito as regras... Hei, Rony me disse que você tem uma Firebolt, minha mãe disse que essa é a melhor vassoura do mundo! Depois você dá uma volta nela para eu ver?
- Hauhauhauahuahuahuahuahuahu! Depois eu deixo você voar nela sim!
- E-eu? Mas eu nunca voei! E se eu cair?
- Hauhauhau! Não se preocupe, eu te ensino! E o Rony pode te ensinar as regras e como jogar, afinal, Weasley é nosso rei, certo?
- Ah cala a boca, Harry! – retrucou Rony, porém sorriu. – nós podemos te explicar tudo depois das aulas, e aí o Harry deixa a gente dar uma volta! Ei, harry, você viu quem vai ser o novo capitão da Grifinória?
- Não, esqueci de olhar com a McGonnagal!
- Ei, vocês dois, a próxima aula da McGonnagal é a primeira depois do almoço! Você pode olhar com ela lá! Mas agora, façam silêncio, estou com muita fome e quero acabar com essa aula logo! – disse ela quando viu Snape entrando na sala.
- Hauhauhau! Tá bom!
Assim que Snape entrou a sala ficou em silêncio. Todos olhavam para ele e, embora ele falasse em voz baixa, todos escutavam bem cada palavra que ele dizia.
- Estou... Ah... Surpreso, que todos tenham chegado até aqui, embora tenha certeza de que reprovei alguns que estão nessa sala... – seus olhos faiscaram na direção de Harry.
- Esqueci! O resultado dos N.O.M.s chegou, gente, mas foi no dia do ataque, e esqueci de entregá-los a vocês! – murmurou Hermione, então ela fez um feitiço convocatório e entregou as notas de Harry e Rony. Harry abriu a dele em silêncio. Dizia:

"Resultados dos N.O.M.s obtidos por Harry James Potter:"

"Feitiços - Excede Expectativas
Transfiguração - Excede Expectativas
Herbologia - Excede Expectativas
Defesa Contra as Artes das Trevas – Ótimo
Poções – Aceitável
Trato das Criaturas Mágicas – Ótimo
Astronomia – Aceitável
Adivinhação – Trasgo
História da Magia – Deplorável"


Notas de aprovação: Notas de reprovação:

Ótimo Péssimo
Excede Expectativas Deplorável
Aceitável Trasgo
*****************************************************

Harry engoliu em seco. Segundo McGonnagal, ele teria que ter tirado pelo menos um “Excede Expectativas” para passar em Poções. Começou a se sentir extremamente quente e sabia que estava vermelho. Porém, naquele momento, uma coruja – das – torres entrou voando pela porta, já que a masmorra não tinha janela. Do lugar onde estava, Harry pôde ler a carta.

“Caro prof. Snape,

Creio que Harry esteja na sua aula nesse momento. Também é de meu conhecimento que Harry possui um Aceitável em suas notas, coisa que não o permite cursar Poções. Porém quero lhe advertir que enviei os resultados no dia em que ocorreu o ataque á casa dos Weasley, denominada A Toca, portanto a coruja, se teve sorte, foi recebida, porém, se me perdoe à falta de formalidade, a correspondência que a coruja levava deve ter ficado esquecida num canto. Portanto, se Harry estiver aí foi porque McGonnagal entregou o horário dele de acordo com as notas passáveis, não as exigidas. Por isso não tire pontos da Grifinória e nem desconte nada em Harry. Gostaria de lhe avisar também, que me foi comunicado um erro, parece que a nota de Potter foi confundida com a nota de Parkinson durante a escrita das notas. Não tendo tempo de me avisar antes de eu mandar a coruja, aviso agora.

Esperando sua compreensão,
Alvo Dumbledore”

Snape deu um olhar raivoso a Harry, que mostrava com todas as letras o seu desagrado em continuar dando aulas para ele. Não disse nada a respeito, apenas ergueu a varinha e convocou:
- “Accio notas de Parkinson!” – e as notas dela vieram voando de debaixo de sua carteira até a mão estendida do professor.
- Mas, professor, o que significa...?
- Calada, senhorita Parkinson! – ele murmurou com desagrado um “Excede Expectativas”. Harry ficou branco.
- Sr. Potter poderia me dizer qual foi o seu N.O.M. em Poções?
- Aceitável, senhor.
- Senhor Potter, o senhor acha que seu trabalho mereceu esse aceitável? – perguntou na voz mais mansa, portanto mais perigosa, que tinha.
- Acho que sim, senhor, já que foi essa a nota que os jurados me deram... – Harry tentou esconder o riso.
- Srta. Parkinson, a srta. concorda com o Sr. Potter?
- Não. Ele merecia menos. – disse Parkinson rindo.
- Pois pare de rir, srta. Parkinson, porque acabo de ser informado por Dumbledore que sua nota está trocada com a do Sr. Potter. A srta. tirou um Aceitável. Não está apta para fazer o meu N.I.E.M.
Hermione e Rony estavam radiantes. Nicolas continuava sem entender nada. Snape estava furioso, com Harry, Parkinson e Dumbledore, provavelmente. Parkinson estava em estado de choque. Hermione olhou de esguelha para Malfoy. Ele parecia estar se... Digamos... Divertindo? Com a cena...
- O que – começou Snape – a srta. ainda está fazendo na minha sala se foi reprovada em Poções?
Parkinson saiu resmungando. Rony quase caia no chão de tanto segurar o riso. Hermione parecia que tinha acabado de ver um boletim com Ótimo em todas as notas assinado com o nome dela. Nicolas resolveu ficar quieto. Harry estava abismado. Sua ambição de ser auror não havia acabado!
- Agora que resolvemos o mal-entendido – continuou Snape – podemos dar início a nossa aula. Como dizia, me surpreendi que tantos tenham chegado a esse nível em Poções. Porém, os que conseguiram não esperem moleza. Vou exigir ainda mais de meus alunos de N.I.E.M. Hoje começaremos com a revisão da poção da paz. Alguém se lembra de seus efeitos?
A mão de Hermione se ergueu, mas foi completamente ignorada. Harry começou a se lembrar vagamente da insinuação de Snape de que Harry não sabia ler, quando este esqueceu de acrescentar as duas gotas de heléboro. Lembrou-se então, perfeitamente, da voz de Snape falando sobre a poção da paz. Confiante, ele também ergueu a mão. Snape mostrou-se surpreso.
- Ah, então parece que o Potter sabe... Vamos ver se sabe mesmo... Então Potter? Responda!
- A poção da paz é uma beberagem para acalmar a ansiedade e abrandar a agitação. – Harry mostrou-se surpreso, não se lembrava daquilo, mas ouvia a voz de Snape na sua cabeça, dizendo claramente essas mesmas palavras.
Snape mostrou-se mais surpreso ainda. Arregalou os olhos.
- exato, Potter, mas saberia me dizer os efeitos colaterais que qualquer erro causaria?
Harry não sabia o que estava acontecendo, mas na sua cabeça a voz de Snape insistia: “Mas fiquem avisados: se pesarem muito a mão nos ingredientes, vão mergulhar quem a beber em um sono pesado e por vezes irreversível, por isso prestem muita atenção no que vão fazer.”
- Mergulha quem a beber em um sono pesado e por vezes irreversível, se for pesado muito a mão nos ingredientes. – a voz saiu de sua boca automaticamente. Snape estava lívido.
- E como é o aspecto da poção depois de pronta?
De novo Harry se lembrava do que aconteceu quando esqueceu o heléboro.
- Um vapor claro e prateado deve se desprender da poção dez minutos antes de ficar pronta.
Um longo tempo de silêncio se seguiu a essa fala. Então, relutante, Snape respondeu:
- D-dez pontos para a Grifinória.
A sala inteira prendeu a respiração. Todos se perguntavam se aquilo era mesmo real. Snape? Dando dez pontos para a Grifinória? Isso era um sonho. Ou, no caso dos sonserinos, um pesadelo. Porém Snape já tinha recuperado sua conduta habitual e voltou a andar pela sala.
- Os ingredientes e o método estão no quadro negro. Tudo de que precisam está no armário do estoque. Vocês têm uma hora e meia. Podem começar.
Os alunos logo começaram a trabalhar. Harry se curvou para acender seu caldeirão, mas num lampejo ele se lembrou do ataque a toca. Olhou para os lados para saber se tinha alguém olhando, então se curvou até a base do caldeirão e murmurou:
- “Ectinger”!
Inesperadamente o caldeirão se tornou muito mais aquecido do que seria normal pra alguém que acabou de acendê-lo. Harry recuou, assustado. Então começou a preparar, tomando cuidado com cada instrução para que não fosse repetida a cena do ano anterior. Mas algo estranho estava acontecendo. Quando precisava aumentar ou diminuir o fogo, ele mal pensava em se curvar para regulá-lo e ele já estava do jeito que ele queria. Em compensação, quando já faltavam dez minutos para a poção ficar pronta, ela estava desprendendo um vapor prateado idêntico ao de Hermione. Ela mesma estava chocada com o fato de Harry saber as respostas de Snape e de ter conseguido deixar a poção daquele jeito sem nem ao menos estudar. E, também havia o fato que todos estavam comentando, Snape deu dez pontos a Grifinória! E o que é mais estranho: para Harry!
- Acabou o tempo. Arrolhem amostras de sua poção e deixem em cima da minha mesa.
Um por um, os alunos foram levando as amostras. A de Malfoy estava idêntica a que Harry havia feito no ano anterior. Snape deu um sorriso amarelo para ele. Quando Hermione colocou sua amostra lá, Snape não se mostrou muito surpreso, mas não fez nenhum comentário. Na vez de Rony ele deu um sorriso desdenhoso para a poção escura que cuspia fagulhas verdes para todo lado. Porém, quando Harry apresentou sua poção ele deixou cair os pergaminhos que estava segurando e ficou com um ar extremamente calculista. Quando todos os frascos já estavam sobre a mesa, ele dispensou os alunos.
- O que foi aquilo? – perguntou Hermione de olhos arregalados.
- Não faço a menor idéia... Só sei que do nada eu estava ouvindo a voz do Snape na minha cabeça dizendo exatamente o que ele havia dito ano passado. Eu apenas repeti.
- E quanto à poção? Só Hermione fez igual a você! – retrucou Rony.
- Também não sei! Mas acho que tem algo a ver com o fogo do caldeirão... Ele simplesmente regulava certinho sem eu encostar um dedo na varinha!
Hermione pareceu pensativa. Nicolas estava calado desde o começo da aula. Rony pareceu deixar pra lá.
- Vamos almoçar logo pra gente ir perguntar a McGonnagal sobre o capitão – sugeriu Harry.
Eles foram para o salão principal e almoçaram. Hermione pareceu distante o tempo todo. Depois rumaram para a sala de transfiguração, onde Nicolas permaneceu calado. Após os alunos saírem, Harry se dirigiu a McGonnagal:
- Professora, eu gostaria de saber quem vai ser o capitão do time de quadribol esse ano...
- Mas, Potter, eu não já te falei? Esse ano você é o capitão!
- Você não me falou, professora!
- Bem, mas agora você já sabe! Pode marcar a seleção e os treinos pra quando quiser.
Harry se reuniu e quando contou a novidade Hermione continuava distante. Porém Rony se animou dizendo que já sabia, e Nicolas falou pela primeira vez desde a aula de Poções.
- Harry, eu estive pensando, sabe... Na minha irmã... Bem, você já faz alguma idéia de porque ela foi seqüestrada?
- Nicolas, hoje é só o primeiro dia de aula, podemos achar sua irmã, mas também podemos descansar e aproveitar... Lembre-se que sua irmã ainda deve estar bem...
- Como sabe?
- Se Voldemort a pegou, já deve saber que você está aqui em Hogwarts, e provavelmente vai tentar usá-la contra mim antes de fazer algo...
- Bem, agora vocês podem me explicar porque ficou todo mundo espantado quando aquele tal de Snape deu dez pontos pra você?
- Por que ele odeia o Harry e o Harry o odeia. Pense pelo seguinte ângulo: para as pessoas isso é como Voldemort doando balinhas para as crianças e Merllin encarnar e sair matando todo mundo. – respondeu Rony.
- E me expliquem o que aconteceu com aquela coruja...
- Dumbledore avisou Snape de que a nota da cara-de-buldogue estava trocada com a do Harry, porque Harry tinha tirado um aceitável e não podia mais fazer aula de Poções, mas a Pansy tinha tirado excede expectativas, que já pode cursar essa aula. Só que as notas estavam trocadas, e você deve imaginar a raiva que o Snape deve ter sentido quando viu que o Harry ia continuar na aula dele. – cortou Hermione.
- E como afinal é o quadribol?
- Depois da aula eu te explico... – respondeu Rony.
Eles chegaram a aula de Feitiços, e depois desceram direto para o campo de quadribol. Harry começou a explicar:
- O quadribol tem quatro bolas e sete jogadores em cada time. A goles é atirada pelos três artilheiros da equipe para tentar fazer um gol. – ele retirou uma bola vermelha ligeiramente grande da caixa. - Um gol é quando a bola passa num daqueles aros. Cada gol vale dez pontos. Está me acompanhando? – perguntou, se lembrando na hora de Olívio.
- Acho que sim... Três artilheiros que atiram a goles para marcar pontos.
- Exato. Agora é a vez do nosso amigo Rei aqui explicar sobre os goleiros.
Rony deu um sorriso e um empurrão em Harry antes de começar.
- Existe um goleiro em cada time. Ele fica lá perto dos aros, pra guardar as balizas. Sua função é não deixar a goles passar, por que senão o outro time marca dez pontos. E há também dois batedores em cada time. Estas aqui, menores que a goles e pretas, são os balaços. Eles ficam voando para lá e para cá tentando derrubar os jogadores das vassouras. Os maiores ferimentos são feitos por balaços. O Harry aqui já quebrou um braço por causa deles. Os batedores têm a função de usar aqueles bastões – e aponta para os bastões de Fred e Jorge, que agora não tinham dono, escorados no vestiário – para rebater esses balaços longe do seu time e acertar o time adversário. Por isso os batedores geralmente têm mira excelente e força muscular razoável. Agora é a vez do nosso amigo “filho-do-máximo-apanhador-James” aqui explicar dos apanhadores. – descontou.
- Tá bom, Rony – riu – essa – e abriu o brasão na caixa tirando de dentro a bolinha dourada com asinhas que se batiam freneticamente – é o pomo de ouro. Ela é muita rápida e difícil de se ver, tornando quase impossível de ser pega. Há um apanhador em cada time. A função do apanhador é justamente apanhar essa bolinha, porque o jogo só acaba se essa bolinha for pega, ou se os dois capitães desistirem do jogo, apesar desta ultima opção ser rara. A captura do pomo de ouro também dá ao seu time 150 pontos. Suponhamos que estamos em um jogo Grifinória X Sonserina. Os artilheiros da grifinória fizeram cinco gols.
- Portanto estão com 50 pontos.
- Exato. Mas os da sonserina estão com 60 pontos. Só que aí eu, o apanhador da Grifinória, consigo pegar o pomo. Em quanto o jogo termina?
- 200 a 60 para Grifinória!
- Isso mesmo! Mas também existem regras no quadribol.
Então Rony saiu explicando todos os milhares de regras do quadribol, ele descreveu as vassouras, os times, os jogadores, enumerou os recordes, contou sobre os jogos que já assistiu com a família, contou a história do quadribol, e etc.
Depois, Harry chamou Nicolas:
- Hei, você não disse que ia voar? Se for anda logo que já esta escurecendo!
- Uau! Eu vou aprender a voar! Ainda bem que meu pai não está aqui... Mas cadê sua vassoura, Harry?
- Ah é, já ia me esquecendo... "Accio Firebolt!" – e a vassoura apareceu zunindo e parou na altura exata para Harry montá-la. – Primeiro, tenho que te ensinar a montar. A primeira coisa que você deve fazer é montar nela, assim, e segurar o punho bem firme para não escorregar pelo outro lado. Isso, agora dê um impulso forte do chão e quando quiser descer incline o corpo para frente. Não se esqueça de inclinar de volta pra cima pra não se esborrachar com a cara no chão. Pode ir!
Nicolas deu um impulso forte com os pés e já estava subindo. A Firebolt era excelente, veloz e virava ao menor toque. Ele deu voltas pela quadra, contornou a baliza do meio perto deles e inclinou o corpo pra frente para descer. Porém não conseguiu controlar essa parte e voou direto contra o chão. Harry jogou-se embaixo da vassoura e ergueu o punho com a mão, evitando que Nicolas batesse de cara no chão. Nicolas desmontou, um pouco abalado.
- Nada mal para a primeira vez! Só precisa controlar o pouso! – elogiou Harry.
- Obrigado! Posso usar sua Firebolt para treinar enquanto não tiver a minha vassoura? Vou encomendar uma hoje.
- Hei, isso me lembra algo. Ontem eu vi uma cesta do lado da sua cama, o que era?
- Era minha coruja! Ele é todo esquisito, mas entrega as cartas. Ele não dorme no corujal, mas dentro de uma cesta de gatos...
Todos riram.
- Quer vê-lo? – ao ver Harry assentir com a cabeça puxou um tipo de apito de prata do bolso e soprou com força. Harry não ouviu nada, mas parece que a coruja ouviu. Eles viram um vulto se aproximar, e logo uma coruja pousava no braço de seu dono. – Olá, Shinji, como tem andado? – disse para a coruja, que deu uma mordidela carinhosa no dedo dele. Era uma coruja imponente, não era preta nem marrom como as comuns, era de um tom de areia meio claro. Tinha olhos estranhamente parecidos com os do dono, só que eram mais amarelados. Era um pouco maior que uma coruja normal, mas parecia ser bastante ágil. Harry ficou impressionado.
- O nome dele é Shinji, em homenagem ao fundador do clã Martorelli, que foi fundado na época dos ataques vikings ainda. Ele também se chamava Shinji. Quem me contou foi meu avô.
- Onde você o achou?
- Ah, essa história eu nunca entendi direito. Ele era da filha de Shinji, que arrumou a coruja quando o pai dela morreu. Aí ela batizou a coruja de Shinji e minha família está com ela desde então.
- Mas isso é impossível! Uma coruja não vive tanto tempo!
- Pois é, eu nunca entendi isso. Meu avô acredita que Ayanami tenha colocado algum feitiço nele, ou algo do tipo, para ele viver tanto assim. Ayanami é o nome da filha de Shinji – acrescentou, quando viu a cara dos três.
Naquele momento o céu estava ficando tão escuro que eles resolveram voltar para a escola. Shinji voou para a floresta caçar. Os quatro seguiram para o salão principal jantar. Então aconteceu algo que Harry não esperava acontecer tão cedo desde que Sirius morrera: Harry recebeu uma carta.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

N/A: Olá a vocês. Gostaria de deixar registrado aqui o quanto meu coração transbordou de alegria ao ver um comentário. Gostaria de transmitir meu sincero agradecimento à carol_2006 e à Juℓiиhα мα&f por seus comentários e pedidos de capítulos. Aqui está ele, e espero que gostem. Até a próxima! ~*Aparatei*~

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Comentários (1)

  • Dryka Jane M. Potter

    A Hermione ñ pode ser a guardiãn da água, é muito pouco para ela,tem q ser a dominadora do tempo, seria bem legal, ou a dominadora do elemento mais forte que tem, a Gina concerteza estará no meio, então dá um ñ tão importante(eu odeio a Gina,simplismente odeio,ñ era pra ela ficar com o Harry,ela é muito sem sal!!kkkkkk),mais nesse caminho, concerteza a mione vai ficar com o da Água.....fazer o quê, né?, há, bote mais diálogos, muito só no pensamento é cansativo de ler!!!Mais sua fic está ótima!!!!!!!!!

    2011-08-15
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