Remus, Moony e o Lobo



Em uma noite no inicio do mês de agosto, Remus, Sírius e Tonks estavam na cozinha discutindo alguns relatórios de membros da ordem da Fênix quando Arthur entrou correndo.

-- Harry foi atacado por dementadores – falou recuperando o fôlego.

-- Como? Do que está falando? – Sírius e Remus levantaram em um pulo.

-- Fiquem calmos! Ele está bem! – disse sentando-se e passando as mãos na cabeça – Mas teve que conjurar um patrono para se livrar do ataque.

-- Um Patrono?! – falou Tonks surpresa – Mas ele só tem quinze anos! Como conseguiu conjurar um patrono capaz de espantar um dementador com apenas quinze anos!

-- Um não Tonks! Foram dois dementadores!

Nesse instante a Srª Weasley entrou esbaforida seguida de Rony, Hermione e Gina.

-- Arthur! Por Merlin, o que aconteceu com Harry?! – era difícil dizer quem estava mais nervoso.

-- Calma Molly – ele segurou a mão dela para lhe passar segurança – Mundungo deixou Harry sozinho, apareceram dois dementadores que atacaram ele e seu primo trouxa. – Os quatro prenderam a respiração, Gina tinha lágrimas nos olhos – Mas ele conseguiu se sair bem. O problema agora está sendo Fudge.

-- Como assim?! – novamente Tonks.

-- O ministério detectou a magia feita por um menor e na presença de um trouxa, mas não tem como detectar a presença dos dementadores. Dumbledore teve que intervir, pois eles estavam ameaçando expulsá-lo de Hogwarts e quebrar sua varinha.

-- Aquele, aquele... – Sírius soltou um palavrão cabeludo.

Hermione deu um gritinho e levou às mãos a boca de olhos arregalados, Rony e Gina apenas o olhavam assustados.

-- Sírius! – repreendeu a Srª Weasley.

-- Desculpe Molly – falou sem parecer nenhum pouco arrependido – mas estou com esse ministro idiota pela tampa!

-- Por favor, Sr. Weasley – Hermione parecia que ia às lágrimas – o que decidiram?

-- Dumbledore os convenceu. Harry terá que comparecer a uma audiência disciplinar daqui a dez dias.

-- Mas agora vão trazê-lo para cá, não vão? – perguntou ainda ansiosa.

Arthur olhou para Remus que olhou para Sírius.

-- Ele vai enlouquecer se ficar dez dias aguardando pela audiência naquela casa, com aqueles tios que ele odeia – continuou.

-- Não se preocupe Hermione – foi Sírius quem respondeu – eu vou falar com Dumbledore. Mas agora vou é mandar uma coruja para Harry – saiu da cozinha apressado.

-- Vamos é hora de estarem na cama, amanhã teremos muito trabalho. – falou a Srª Weasley encaminhando os três jovens para fora da cozinha.

Hermione delicadamente se desviou dela e abraçou Remus.

-- Obrigado professor! Se o senhor não tivesse ensinado a Harry como conjurar um patrono... – ela suspirou controlando as lágrimas – Muito obrigado!

Saiu seguida por Rony e Gina. Remus estava paralisado e emocionado. A cada dia Hermione o fazia lembrar mais de Lilly e da amizade deles. Foi retirado de seu devaneio pala voz de Tonks.

-- Você ensinou Harry a conjurar um patrono? Por quê? – Arthur e Molly também o olhavam curiosos.

-- Quando fui professor de DCAT, os dementadores estavam em Hogwarts e pareciam ter uma ‘atração’ especial por Harry. Depois que ele quase morreu ao cair de sua vassoura durante um jogo de quadribol ele me pediu e eu o ensinei a conjurar um patrono. – deu um sorriso – Nunca fiquei tão feliz por ter dado aula particular para alguém.

Logo em seguida Sírius retornou.

-- Arthur, Dumbledore disse quando viria?

-- Ele pediu que organizássemos uma reunião para amanhã à noite. Vocês podem avisar aos outros?

Sírius e Remus concordaram. Molly aproximou-se colocando um prato de sopa em frente ao marido.

-- Acho melhor eu ir! – disse Tonks que acariciava distraída a mão de Remus – assim chego cedo ao Ministério e não me atraso para a reunião. Até amanhã Molly, Arthur – Se aproximou de Sírius lhe dando um beijo e passando a mão carinhosamente no rosto dele – Fique calmo! Tudo vai dar certo.

Ela e Remus saíram de mãos dadas. A Srª Weasley suspirou.

-- Eles formam um belo casal, não é Arthur? – ele apenas concordou – Devo confessar que até bem pouco tempo ainda tinha esperanças de ver Tonks como parte da família, talvez com Bill!

-- Mas Molly querida! – alarmou-se o marido – Ela namorou Charlie!

Sírius teve que rir da reação de Arthur.

-- Eu sei, mas não acho que Charlie volte tão cedo da Romênia – deu de ombros – mas Tonks e Remus ficam perfeitos juntos – suspirou novamente.

**********************************************************************

O casal saiu da cozinha e andou silencioso até a porta da rua. Então Tonks puxou o namorado para um canto mais escuro e o beijou. Entre a lua cheia, o trabalho dela no Ministério e as missões de ambos para a ordem estavam tendo pouco tempo para ficarem juntos.

-- Nym! As crianças! – falou aos sussurros, porém em seguida a beijou novamente. Estava morrendo de saudades daqueles beijos.

-- Venha comigo Remus. Fique lá em casa esta noite – lhe deu *aquele* sorriso.

-- Não sei. Você disse que teria que chegar cedo ao Ministério amanhã. Não quero te atrapalhar – falou sem soltar a cintura dela.

Era claro que ele queria ir, mas sabia que a namorada precisava descansar.

-- Seu bobo! – deu-lhe um beijo rápido – desde quando você atrapalha?! E nem venha com essa que eu preciso descansar – ele a olhou curioso “desde quando ela era Legilimens?!” – eu sempre durmo melhor depois de – falou baixinho próximo a orelha dele – fazer amor com você.

Remus teve um arrepio de excitação e sorriu maroto.

-- Só preciso avisar Padfoot.

Com um floreio de sua varinha Tonks conjurou seu Patrono que voou em direção a cozinha.

-- Pronto! Podemos ir? – Ele apenas sorriu balançando a cabeça, nada adiantava ele tentar ser discreto.


Aparataram para o apartamento dela.

-- Vi como você ficou emocionado quando Mione o agradeceu por você ter ensinado o Patrono a Harry – falou seguindo para a cozinha.

-- Ela me lembra muito de Lilly! – abraçou-a pelas costas enquanto ela tomava sua poção – não fisicamente, mas no jeito de ser – Tonks se virou e passou os braços pelo pescoço dele – às vezes fico pensando se a história de James e Lilly não vai se repetir com Harry e Hermione.

-- Não acredito não, Remus – deu-lhe um beijinho.

Ele franziu a testa, ela o puxou para o quarto explicando.

-- Gina é apaixonada por Harry e Mione é muito amiga dela. – Ele balançou a cabeça duvidando. Tonks sorriu e entrou no banheiro sem parar de falar. – Sei o que você deve estar pensando, que ela é muito nova. Mas o que Gina tem por Harry não é uma paixonite de criança.

Ele sentou-se em uma poltrona, ela saiu do banheiro pouco depois usando apenas um camisão largo.

-- Mione adora Harry como um irmão. Ela mesma me contou que isso ficou muito claro no ano passado quando a Skeeter fez aquele escândalo sobre um triângulo amoroso Harry-Mione-Victor Krum. – sentou-se no colo dele – E de ambas as partes.

-- É disso que vocês ficam conversando é Srtª Tonks? – ele acariciava as pernas dela sem pressa.

-- Também! Mas quer saber? – falou pensativa e sem esperar resposta continuou – Acho que Rony é que é louco por Mione – Remus franziu a testa, ela sorriu – Gina contou que o irmão fez uma cena de ciúmes daquelas quando Hermione foi ao tal baile de Inverno com o Krum.

Ele já estava acariciando a barriga dela, ela suspirou.

-- Cena de ciúmes aos quatorze anos? Esse está perdido! – Riu.

Ela sentou-se de frente para ele que a livrou de sua camisa. Qualquer outro assunto foi esquecido quando ele começou a beijar o pescoço dela e desceu se aproximando dos seios.

-- Aprendi um feitiço novo, quer ver? – sussurrou no ouvido dele. Alcançou rapidamente a varinha, agitou-a e as roupas dele desapareceram.

Capturou os lábios dele num beijo selvagem, uma das mãos dele acariciou o seio enquanto a outra a mantinha pressionada contra a ereção.

-- Gostei desse feitiço – sorriso maroto – preciso aprender!

Ela suspirou quando ele abocanhou seu seio. Remus não gostava muito quando as coisas aconteciam muito rápidas, mas eles estavam há quase dez dias sem se encontrarem e isso era quase um recorde. Ele estava no seu limite, queria estar nela. Agora! Afastou a calcinha e penetrou-a de uma vez só.

Tonks foi surpreendida, soltou um gritinho e arqueou as costas. Em seguida iniciou movimentos com sua pelve. Ela mordiscava e beijava o pescoço e a orelha dele.

-- Hum! Como estamos selvagens hoje! – a voz era sexy, excitante.

Ele gemeu, ela o beijou novamente, mas estavam muito ofegantes para conseguirem manter um beijo longo.

-- Nym... você é ... deliciosa!

Ele tentava administrar os movimentos, mas ela percebeu que ambos estavam muito próximos então acelerou. Gemeu alto, deu gritinhos. A visão de sua amante naquele momento tão mágico o fez perder o controle.

Eles atingiram juntos o orgasmo.

Ela gritou seu nome.

Ele uivou.

Abraçaram-se incapazes de se moverem enquanto seus corações retornavam ao ritmo normal. Ele sussurrou um feitiço que a tornou mais leve e levou-a para a cama. Deitou-se ao lado dela, mas evitou seus olhos.

Ela percebeu que algo estava errado! Bom eles já haviam transado de formas pouco ortodoxas outras vezes, não estava entendendo porque ele estava agindo assim hoje.

-- Me desculpe Nym! – ele falou ainda sem encará-la.

-- O que houve meu amor? – perguntou ainda surpresa.

-- Eu fui... bem, um pouco.... – ele queria dizer “animal”, mas não conseguiu. Então perguntou – Te machuquei?

Ela sorriu tranqüila, segurou o rosto dele com as duas mãos e dessa vez ele teve que olhar nos olhos negros dela.

-- Não Remus! – beijou-o brevemente – Você está perguntando por causa do que eu disse? Não queria te magoar! – outro beijo breve – Eu adoro quando você me trata como se eu fosse de cristal, mas um sexo mais selvagem de vez em quando também é bom...

-- Então você acha que eu fui mesmo – baixou a voz – um animal?

-- Remus deixe de besteiras! – ela falava sério, mas estava tranqüila – Hoje NÓS, e não VOCÊ, fomos um pouco mais selvagens.

Ele ainda não a olhava. Ela respirou profundamente antes de falar.

-- Certo! Eu sei que vocês homens odeiam quando nós falamos de relacionamentos anteriores – ele a olhou surpreso – Mas vou lhe dizer que já tive transas muito mais “animais” do que esta.

-- Aposto que nenhum deles uivou – falou rapidamente desviando o olhar mais uma vez.

Pronto! Havia chegado ao ponto. Ele estava envergonhado por ter perdido o controle, achava que ela não precisava ser lembrada que ele era um semi-humano, principalmente em um momento como aquele.

Então era isso! Ela deveria ter imaginado desde o início que o maior problema havia sido o uivo.

-- Você tem razão! E já que tocamos nesse assunto posso te perguntar uma coisa?

Ele franziu a testa, mas fez que sim com a cabeça.

-- É a primeira vez que você tem vontade de uivar quando fazemos amor?

-- Não. – falou com a voz sumida. Ele odiava admitir isso, mas achava que depois do que havia feito o mínimo que ela merecia era a verdade.

-- E porque, em nome de Merlin, você achou que não devia? – ela parecia chocada. – Eu já me perguntei se você não teria vontade de uivar nessas horas! Remus nós estamos juntos há quase seis meses e só hoje você se permitiu essa liberdade, ou melhor, pela sua reação as coisas simplesmente saíram do controle. Você continua achando que não tem esse direito!

-- Direito?! Que direito! – agora era ele que estava chocado. – direito de te lembrar o que eu sou?! De te constranger por ter em sua cama alguém que não é....

-- Por Merlin Remus não diga isso nunca – ela o interrompeu colocando uma mão sobre os lábios dele e o abraçou com força. Não permitiria que ele dissesse tal coisa, não daquela forma tão pejorativa. – Eu amo você! E você não precisa me lembrar QUEM você é. Você é Remus Lupin o HOMEM que eu amo e eu tenho orgulho de ter você em minha cama.

Ela o obrigou a olhá-la. Ele viu sinceridade em seus olhos, ela ainda estava séria quando continuou.

-- O lobo faz parte de você Remus, você passou mais tempo da sua vida coexistindo com ele do que sendo somente humano – Ele a olhou assustado.

Apesar dela ter dito que ele era um semi-humano, ele não se sentiu humilhado. Não! A forma como ela falou fez com que ele se sentisse apenas..... diferente.

Ela sorriu um sorriso calmo, como o de uma professora que percebe quando o aluno finalmente entendeu o detalhe importante da lição.

-- Você entendeu o que estou querendo dizer? – perguntou passando a mão no rosto dele. Ele suspirou e fechou os olhos brevemente. Concordou – Por isso que eu disse que você tem esse direito. Direito de ser você! Você não deve e não precisa se esconder de mim. Você precisa aceitar que é um Homem-Lobo e como tal tem vantagens e desvantagens em relação aos bruxos comuns.

-- Do jeito que você está falando até parece que eu sou melhor que alguém por ser Lobisomem – e pela primeira vez em sua vida ele não baixou a voz ao se referir a sua condição.

-- Nem melhor e nem pior simplesmente diferente. O seu olfato, a sua audição e o seu instinto são melhores do que de qualquer bruxo, por outro lado você precisa da poção para se controlar durante a lua cheia. Todos são assim tem defeitos e qualidades! Ninguém é perfeito!

Percebendo que ele já estava bem mais relaxado ela aninhou-se nos braços dele.

-- No início eu bem achava que você era! – falou sorrindo.

-- Mas você já sabia da Licantropia quando nos conhecemos.

-- Nunca achei que isso fosse um defeito. Na verdade até bem pouco tempo eu só tinha um item na sua lista de defeitos.

Ele franziu a testa interrogativo.

-- Ser um cabeça-dura!

-- Agora você arrumou outros? – perguntou sorrindo.

-- Sim – ficou séria e o olhou profundamente – Você acredita que vale menos que os outros.

Ele estava silencioso sentindo a intensidade das palavras dela. De repente ela sorriu e com um rápido movimento sentou-se sobre suas pernas. Depois de todo aquele clima pesado ele estava se dando conta da nudez de ambos. O coração dele acelerou quando ela o beijou e o puxou sobre seu corpo.

-- E tem mais: não quero saber de você se controlando – falou ofegante. – Quero ouvir você uivar de novo! – ela desceu a mão pelo corpo dele e alcançou a ereção.

-- Não... – suspirou quando sentiu a carícia mais íntima – Nym!

Aquela mulher o enlouquecia, o tirava do sério. Ela o masturbava de tal forma que não demoraria muito para ele alcançar o clímax. Quase que por reflexo ele puxou os dois braços dela e os prendeu sobre a cabeça. Pôs uma perna de cada lado do quadril dela e a olhou. A respiração ofegante fazia os seios perfeitos subirem e descerem, os lábios estavam muito vermelhos e inchados pelos beijos apaixonados que haviam trocado.

O olhar dele para ela era algo que ela nunca tinha visto em seu doce Remus, ele parecia devorá-la com os olhos.

Ele baixou-se lentamente e roçou os lábios nos dela, foi descendo queixo, pescoço, mordidinhas na orelha. Apenas uma mão dele mantinha os pulsos dela ainda presos a outra acariciava livremente o corpo. Brincou com o mamilo dela, uma mão displicente acariciou o quadril e a coxa enquanto beijava o ângulo do pescoço, lambia a concavidade formada pela clavícula. Ela era só gemidos, sua pelve movimentava-se em busca da ereção dele que estava muito próxima, mas não o suficiente. Ele continuou descendo, devagar demais para a excitação que ela sentia. Chegou ao vale entre os seios e sem aviso abocanhou um deles. Ela suspirou e arqueou as costas.

-- Ah! Remus...

-- Sim Nym! O que você quer? – a voz dele estava apenas uma pouco mais rouca. Inacreditavelmente controlada.

A mão que passeava pela coxa dela subiu lentamente e acariciou o ponto de prazer, ela novamente moveu a pelve, agora de encontro aos dedos dele. Ele posicionou-se na entrada dela, mas não a penetrou.

-- Então! Diga-me o que você quer! – a voz dele estava um pouco menos controlada. Mas ela não tinha nenhuma condição de perceber isso. Ele voltou a acariciar os seios.

-- Quero você! – mais gemidos. Abriu os olhos e fitou diretamente os dele. Ele nunca viu tanta luxúria, tanto desejo – Quero você, Remus! Agora! – Ela jogou a cabeça para trás e gemeu mais alto.

Ele a penetrou rapidamente, ela estava tão excitada que apenas alguns movimentos foram necessários para ela chegar ao orgasmo.

-- Olhe para mim Nym! – ele pediu sem parar de se mover

Ela abriu os olhos e sorriu “gostoso” foi o que saiu de seus lábios. Ela mais uma vez fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, ele ainda pode vê-la agarrar com força os lençóis e também não pode mais manter os seus abertos, ela veio pela segunda vez e ele a acompanhou.

Ele deitou-se e a puxou para junto dele, por alguns segundos eles apenas se olharam.

-- Você não uivou – falou fazendo biquinho.

-- Não tive vontade! – respondeu com um sorriso. Aquele sincero que ela tanto amava.

Ela ia perguntar “Jura?”, mas depois daquele sorriso não havia mais necessidade.

-- Quer dizer que era só você? – fez uma fingida cara de surpresa – O que você fez com o meu Remus? – estreitou os olhos.

-- Mandei ele e o Lobo se entenderem enquanto eu ficava com você só para mim – beijou-lhe delicadamente e disse mais baixo – Eu amo você, Nym!

-- Eu também te amo... Moony!

Ele riu ao ouvir o apelido.

Pouco depois ainda deitados um nos braços do outro, ambos haviam adormecido.

**********************************************************************

Na manhã seguinte quando acordou Tonks já havia saído.
Na mesa de cabeceira havia um bilhete e uma rosa vermelha. Ele sorriu.

Para Remus, Moony e o Lobo.
Comportem-se! Tem comida na cozinha. Vejo vocês à noite. Te amo Nym.

Remus fechou os olhos e continuou deitado pensando nos acontecimentos da noite anterior. Ele havia ficado mesmo muito constrangido por ter uivado, sempre havia se controlado. A única época em que se permitiu tal “liberdade” foi quando viveu com Catherine, mas ela também era uma lobisomem.

Levantou-se e seguiu para a cozinha relembrando aquele período de sua vida. Ele não a amava, nem mesmo fora apaixonado pela moça e sabia que ela também não o amava. Eles haviam se aproximado em busca de companhia e proteção.

********************************Flashback******************************

Remus acordou deitado no chão da floresta. Havia passado por mais uma de suas transformações. Antes mesmo de abrir os olhos percebeu que algo estava muito fora do normal. Ele estava abraçado (?!) a uma jovem.

Despertou imediatamente e tentou se afastar dela. Seu corpo estava muito dolorido e ele tinha várias marcas de arranhões e dentadas, como se tivesse brigado. Ele nunca havia conhecido um lobisomem fêmea, mas imaginava que elas deveriam ser mais fracas que os machos. Provavelmente tentou se defender dele, por isso ele estava ferido, mas não devia ter tido muita chance.

Remus estava horrorizado, tentou afastar-se dela, mas a garota percebeu o movimento brusco e despertou. Olhou-o surpresa, farejou o ar, olhou para seu corpo e pareceu ainda mais surpresa.

Ele estava tão chocado com o que havia feito que nem notou que ela não parecia ter sido vítima de um estupro de um lobisomem. Não estava nem um pouco machucada.

Ignorando a nudez de ambos a moça fechou os olhos e recitou um feitiço, quando os abriu novamente estes eram amarelados, os olhos de Lobo e ela parecia em transe.

Ele não acreditava na reação dela, mas o que mais o surpreendeu foi que em um dado momento ela sorriu. Quando parou de recitar o feitiço e seus olhos voltaram a ser azuis ela corou. Parecendo que só naquele momento havia percebido estar sem roupas no meio de uma floresta e na presença de um homem desconhecido também nu, ela seguiu para trás de uma arvore próxima, porém falou com ele.

-- Eu me lembro de você de Hogwarts. Era uns três anos mais velho que eu. Sei que foi monitor, mas não lembro seu nome, me desculpe!

Voltou já vestida, suas roupas eram simples, mas estavam em bom estado.

Ele estava cada vez mais surpreso, “ela não deve ter percebido o que aconteceu! Só pode ser isso!” – pensou.

-- Sou Remus Lupin. Desculpe, não lembro de você da escola.

Ela lhe deu um sorriso e balançou a cabeça como que dizendo “Tudo bem”.

-- Você percebe o que eu fiz? – perguntou sem conseguir encará-la.

Ele estava se sentindo péssimo, não importava que ambos estivessem sob suas formas lupinas, ele só conseguia pensar que a tinha forçado e isso o estava destruindo.

-- Oh! – ela corou novamente – e você está ferido! – falou preocupada – Será que pode aparatar, eu posso cuidar disso, mas preciso de materiais que só tenho em casa.

-- Não!... Não precisa se preocupar! – olhou-a surpreso – você estava se defendendo! Me desculpe – falou mais baixo e desviando o olhar constrangido – não é muito, mas é tudo que eu posso lhe dizer.

-- Oh Merlin! Eu sempre esqueço – recriminou-se – Não fui eu que o ataquei, Remus – se aproximou dele – Onde estão suas roupas, eu vou buscá-las, vou levá-lo para minha casa e então lhe conto tudo.

Ele estava cada vez mais surpreso e intrigado, tinha certeza de que havia “transado” com ela, mas a moça estava muito tranqüila e havia afirmado com segurança que não havia sido ela que o atacara. Por outro lado ele achava que não conseguiria sair dali sozinho, achou melhor aceitar a ajuda dela. Indicou onde estavam suas roupas e sua varinha. Minutos depois precariamente vestido e com a ajuda de Catherine eles aparataram para o apartamento dela.

Só depois que ambos estavam de banho tomado e que os curativos dele haviam sido feitos é que ela lhe contou o que havia acontecido.

Catherine havia sido da Corvinal, foi mordida por um lobisomem quando estava a serviço do Ministério da Magia. Ela trabalhava no Departamento de regulação e controle das criaturas mágicas. O caso foi considerado acidente de trabalho e por isso ela foi aposentada com salário integral.

Depois de se tornar lobisomem ela descobriu um feitiço que a permitia ter acesso a flashs da memória da Loba.

Ela contou a Remus que na noite anterior estava sendo cercada por dois outros Lobisomens. Ele os enfrentou, por isso estava ferido. Quando os concorrentes fugiram ele fez uma espécie de rito de sedução para ela.

Ela corou mais uma vez quando confirmou que eles realmente haviam “transado”, mas o tranqüilizou afirmando que foi de “comum acordo”.

Eles se viram algumas vezes nas semanas seguintes. Ela o ensinou como realizar o feitiço e eles terminaram combinando de irem juntos para a floresta na próxima lua cheia. Dessa vez não houve concorrentes para Remus “afastar”.

Na manhã que se seguiu a essa “transformação conjunta” ele teve acesso as memórias do Lobo, viu que eles haviam corrido pela floresta, uivado para a lua e que em dado momento ele fez o que supôs seria o tal rito de sedução. O homem Remus Lupin achou aquilo muito ridículo, mas observou que parecia ser exatamente o que a Loba esperava dele. Surpreendeu-se ao perceber que o sexo entre as feras não era tão violento quanto ele imaginava que seria e que não havia a menor dúvida de que ela o aceitava.

Depois desse dia ele mudou-se para a casa dela, mas durante os dois meses seguintes viveram sem qualquer contato íntimo, exceto nas noites de Lua cheia. Ao final desse período e por iniciativa de Catherine eles concluíram que não havia nada de errado se o homem e a mulher também dividissem a cama.

Eles viveram juntos por três anos, foi uma época tranqüila na vida de Remus e ele achava que apesar de não amá-la poderia viver com ela durante toda a sua vida.

Em uma noite de Lua cheia, na mesma floresta em que se conheceram eles foram atacados por um grupo de cinco lobisomens. Remus tentou defendê-la, mas após o ataque conjunto de três deles perdeu os sentidos. Catherine não teve tanta sorte e terminou morrendo por causa dos ferimentos. Ele nunca mais retornou aquela floresta.

Pouco depois descobriu que ele era o único herdeiro dela e que continuaria recebendo uma pensão do Ministério. Ele tentou negar, mas quando foi informado que se recusasse tudo iria para as irmãs que haviam “expulsado” Catherine de casa quando descobriram sobre a maldição, decidiu aceitar.

******************************* Fim do Flashback*************************

Já era quase meio-dia quando Remus chegou ao largo Grimmauld. Encontrou Sírius na biblioteca.

-- Isso são horas, Moony meu amigo? Achei que Tonks havia dito que iria acordar cedo hoje.

-- Ela acordou cedo, Padfoot! Eu não – lhe deu um sorriso que o amigo devolveu. Então ficando sério comentou – Passamos por um momento tenso ontem, mas tudo terminou bem – Sírius o olhou interrogativo – Perdi o controle e – baixou a voz – uivei.

-- E você nunca tinha uivado antes? – perguntou surpreso

-- Só quando estava com Catherine. Eu te contei sobre ela – Sírius concordou com um aceno – Mas Nym me tira do sério! Me faz perder qualquer controle!

-- Mas ela ficou chateada? – Sírius não acreditava que Tonks se importaria se Remus uivasse durante uma transa.

-- Não! Ficou um pouco surpresa que eu tivesse me controlado por tanto tempo e me deu umas lições de moral – sorriu um pouco constrangido – às vezes nem parece que ela tem só vinte e três anos.

-- Então tudo ficou bem, Moony! – sorriu.

Remus concordou e sorriu também

-- Estive pensando, agora que Snape vai voltar a produzir a Wolfsbane para mim – corou – em, bem, deixa-la me ver como Lobo.

Sírius arregalou os olhos, mas ficou muito feliz. Essa era a maior prova de que Remus considerava seu relacionamento com Tonks algo de futuro.

-- Acho uma excelente idéia Moony! – abraçou-o – Tenho certeza de que ela vai adorar.

-- Mas não fale nada para ela ainda, quero pensar bem sobre isso e em como faremos.

Sírius concordou com mais um sorriso confiante, tudo o que ele queria era que as coisas dessem certo para seu amigo e sua prima.

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Será que ainda tem alguém lendo essa fic?! Eu sei que o mínimo que mereço é o gelo de todos, mas ta mesmo difícil conseguir tempo de sentar perto de um computador.
Sei que são mais de seis meses sem atualizar. Desculpem. De qualquer forma se alguém ainda quiser ler o que eu escrevi aqui está o capítulo 12.

Um beijo Diana Black.

PS: O meu pequeno bebe Black faz 10 meses semana que vem e já está quase andando. Vcs não tem noção do trabalho que dá esse pequeno!!!!

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