A primeira de muitas noites



Na manhã seguinte ao encontro com Remus, Tonks recebeu um bilhete de Steve pedindo desculpas e querendo que ela o encontrasse na lanchonete do Ministério na hora do almoço.

Ela ainda estava com muita raiva do ex-namorado, mas achou melhor conversar logo com ele sóbrio e em um lugar seguro para encerrar de vez aquele assunto.

Quando chegou Steve já estava esperando e ela gostou de ver que ele parecia um pouco nervoso “vantagens de ser uma descendente dos Black” – pensou.

-- Pronto Steve, o que você ainda tem para falar comigo? – disse seca.

Sentou-se em frente a ele e colocou as mãos sobre a mesa segurando sua varinha.

-- Desculpe Tonks! – falou rápido e desviou os olhos dela desconfortável – Não sei por que fiz aquilo!

Então notou os resquícios das marcas de seus dedos nos pulsos dela, alarmou-se.

-- Por Merlin! Fui eu que fiz isso? – instintivamente aproximou-se para tocá-la, mas ela foi mais rápida em retirar as mãos.

-- Não me toque! – falou mais alto do que pretendia chamando atenção de algumas pessoas em volta. Então se controlou e disse friamente – Não se preocupe, já foi muito bem cuidado.

Ele a olhou franzindo a testa, mas respirou fundo e tentou passar calma.

-- Tonks eu gosto de você! – ela deu um bufo e ele continuou depressa – Eu não queria que .....

-- Eu guardasse mágoa? – interrompeu sarcástica – Pode deixar, Steve, graças a Remus nada mais grave aconteceu e eu não pretendo guardar nenhum sentimento em relação a você. Nem mesmo mágoa. – os olhos dela faiscaram.

Ela se deu conta de que as palavras dele estavam aumentando a raiva que sentia. Como ele podia ter a audácia de dizer que gostava dela, isso era demais!!!

-- Não fale assim, Tonks! – assustou-se com a reação dela – eu não ia fazer nada....

-- .... Que eu não quisesse?! Ou que me machucasse?! – novamente sarcástica – Ora vamos Steve, seja sincero! – Estava perdendo a pouca paciência que ainda lhe restava.

-- Desculpe, desculpe – falou rápido – Você está certa, eu agi como um idiota! Bebi demais e perdi o controle, mas não quero que você me odeie por isto. Por favor – suplicou.

Tonks estava com muita raiva dele, mas sempre havia sido coração mole e achou ter visto sinceridade na súplica do ex-namorado. Suspirou pesadamente, fechou os olhos tentando ser um pouco racional. Ele havia errado feio, mas eram colegas de profissão e teriam que trabalhar juntos. Não seria inteligente entrar em uma missão sem ter confiança de que o outro estaria na cobertura.

-- Ok, Steve! Eu não o odeio, estou com muita raiva de você – olhou-o nos olhos, ele desviou – mas vai passar...

Ela já havia recolocado as mãos sobre a mesa e pela segunda vez ele tentou segurá-las, novamente ela as puxou para longe dele.

-- Você sabe que as coisas nunca mais serão como antes! – falou pesarosa – Eu perdi a confiança em você.

-- Isso significa que... não temos mais nenhuma chance.... – ele parecia arrasado.

-- De ficarmos juntos?! – disse impressionada. “É inacreditável!” pensou – Depois de tudo que você me disse no sábado e do que fez ontem? – “ele só poderia estar maluco!”

-- Eu sou louco por você Tonks! – ele a olhou, ela sabia que ele estava sendo sincero – Fico um pouco inseguro quando você esconde coisas de mim. Sei que passei dos limites ontem, mas jamais faria algo que te machucasse.

Ela respirou fundo e tentou trazer a conversa para um nível mais racional.

-- Sinto muito Steve! Não há a mais remota possibilidade de reconciliação. – ele baixou a cabeça parecia ter perdido a capacidade de falar. – Você sabe que foi um erro termos voltado – Continuou balançando a cabeça tristemente.

Ela acreditava que Steve gostava dela e por isso sentia-se culpada por ter aceitado ficar com ele quando já sabia que estava apaixonada por Remus. O auror pareceu captar a nota de pesar na voz dela e algumas peças daquele quebra-cabeça pareceram se encaixar. Ele levantou a cabeça olhando-a irado.

-- É ele não é, Nimphadora?! – concluiu irritado – É claro que é ele! Sempre foi! – tinha os olhos vidrados de ciúmes.

Ela sobressaltou-se com a raiva contida na voz dele, nem retrucou por ele tê-la chamado pelo primeiro nome.

-- Do que você está falando?! – sua surpresa era real.

-- Não se faça de ingênua, Tonks! – sorriu um tanto sarcástico – Eu vi muito bem ontem como vocês estavam confortáveis juntos – ele elevou muito o tom de voz, estava quase aos gritos.

As pessoas em torno pararam as conversas e passaram a prestar atenção na discussão dos dois jovens.

-- Desde quando estão se encontrando? Você só me traiu com ele? – Steve estava descontrolado, nem deixava Tonks responder suas acusações – Posso até apostar que foi por causa dele que você terminou comigo no verão. Vamos! Negue se puder – Agora ele estava aos gritos.

Tonks normalmente era explosiva. Há alguns meses ela teria gritado que agora estava com Remus sim, mas que quando terminou com Steve ainda deu “uns pegas” em Sírius Black. Porém a sensatez do atual namorado já estava influenciando Nimphadora e ela lembrou-se das palavras do próprio alguns meses antes “você sabe tão bem quanto eu que seus colegas podem fazer associações de idéias perigosas”. Ela não se importava muito com o que fosse acontecer a ela, mas não queria expor Remus ou colocar em risco a liberdade de Sírius. Então se controlou para não falar nada que os comprometesse.

-- Você é um canalha, Steve! – levantou-se olhando para ele furiosa – Primeiro me diz um monte de desaforos, depois tenta me agarrar no Beco Diagonal, aí me chama dizendo que quer pedir desculpas para armar um escândalo desses! – Ela também estava aos gritos – Parabéns! Eu quase acreditei que você estava arrependido – Os olhos dela eram negros e profundos – Mas você só queria armar uma ceninha para tentar ter uma justificativa machista para o seu ato covarde!

Agora, todas as pessoas no salão prestavam atenção à discussão dos dois aurores.

-- Não fale assim comigo, Nimphadora! – Levantou-se e segurou o braço dela.

-- Solte o meu braço! – falou entredentes com o olhar faiscando. Só um completo idiota não temeria aquele olhar. – Ou vai tentar me agarrar dentro do ministério também! – continuou séria – Não achei que além de covarde você também fosse burro – falou sarcástica.

Ele soltou olhando para os lados e percebendo como haviam chamado atenção.

-- Isso não fica assim, Tonks! – falou bem mais baixo, mas ainda irritado – Eu vou...

-- Vai o que, Steve?! – o interrompeu propositalmente aos gritos.

Sua vontade real era de azará-lo, mas dessa forma perderia a razão e ela não deixaria que ele saísse como a vítima daqueles acontecimentos.

-- Deixe de ser moleque! – ela não perderia a oportunidade de pisar mais um pouquinho nele – Pare com essas ameaças vazias e aja como um homem – olhou-o de cima a baixo e falou sarcástica como só uma Black era capaz – Vamos, me desafie para um duelo.

O auror foi desarmado e ficou olhando-a paralisado com o queixo caído.

-- Acho que deixamos tudo bem claro! – Os olhos negros dela se prenderam por segundos aos azuis dele, então ela girou nos calcanhares e o deixou.

Cerca de duas horas depois da discussão, Kingsley Shacklebolt que era o responsável pelo setor de aurores estagiários, veio procurar Tonks. Naquele intervalo corriam pelo ministério as teorias mais mirabolantes. Desde que Tonks havia sido pega na cama com outro e que agora haveria um duelo entre o amante e o namorado traído até que a pobre moça havia sido violentada na praça do Beco Diagonal.

Obviamente Kingsley não acreditava em nada do que estava sendo dito, mas era fato que algo sério havia acontecido entre os dois aurores. Ele não podia correr o risco de tê-los tentando se matar durante uma missão.

Tonks terminou contando ao superior o acontecido tomando o cuidado de não mencionar quem era Remus. Não havia dúvidas de que Steve havia ultrapassado todos os limites do razoável. O auror recebeu uma advertência e iria ficar em observação disciplinar. Tonks foi transferida para um outro setor do Dep. de aurores para não ter que trabalhar diretamente com ele.


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A moça optou por não contar nada a Remus por enquanto. A noite de lua cheia foi a de sexta, Tonks enviou-lhe uma coruja no sábado à noite, porém só recebeu resposta no domingo. Nesse ponto ela já estava quase esquecendo os protocolos e aparatando na casa dele imaginando se ele estaria bem.

Na segunda-feira pela manhã ela viajou com um grupo de aurores para uma investigação de campo. Retornou apenas na quinta e exausta, porém a primeira coisa que fez foi chamar o namorado por flu. Ela quase não agüentava de tantas saudades. Ele estava com uma aparência boa. Combinaram um encontro para o dia seguinte.


Tonks definitivamente havia se tornado outra mulher após se apaixonar por Remus. Primeiro demorou quase uma hora para escolher a roupa, um jeans preto com uma camisa de mangas longas, azul petróleo de um tecido etéreo. Mais uma hora para decidir os cabelos e os olhos. Andrômeda estava achando quase impossível não rir da ansiedade de Nimphadora com esse encontro. Terminou optando por cabelos castanhos claros, quase loiros e olhos negros, os seus olhos. Por fim ela chegou à casa de Remus alguns minutos antes das oito horas, o que era definitivamente espantoso já que a moça nunca conseguia ser pontual!

Quando Remus abriu a porta prendeu a respiração e seu coração perdeu um compasso.

-- Você está linda, Nym! – Falou assim que se recuperou, fazendo-a entrar.

-- Como você é galante!

Ele a beijou com paixão.

-- Estava morrendo de saudades – beijou-o brevemente, mantinha os braços em torno do pescoço dele.

-- Eu também – encostou a testa na dela ainda segurando sua cintura.

Naqueles dias que passou longe dela, Remus só pensava porque havia resistido tanto a aceitar a paixão que tinha por Nimphadora. Ele não se lembrava de ter sido tão feliz, talvez na época da escola, mas mesmo assim era algo diferente.

-- Vamos jantar? – sorriu afastando apenas a testa da dela.

Só então Tonks percebeu o cheiro maravilhoso que vinha do outro cômodo.

-- Você cozinha?! – falou encantada com a notícia.

-- Claro! – Finalmente a soltou. Puxou a varinha e passou a pôr a mesa da sala e trazer a comida.

-- Eu sou uma mulher de muita sorte! – riu – Meu namorado e um homem charmoso, inteligente, corajoso e ainda sabe cozinhar – falava enquanto enumerava as qualidades dele nos dedos.

Eles se sentaram à mesa.

-- Acho que vou ter que trancar você aqui – disse pensativa enquanto ele a olhava curioso – Imagina se as outras descobrem esse homem incrível que você é? Nunca mais vou ter sossego!

-- Nym!! – falou sorrindo.

Tonks gargalhou, seus olhos sorriam em uma alegria inocente. Ele sorriu também ao vê-la tão feliz. Sentia o coração mais leve ao saber que ele era motivo para seus sorrisos e não mais para suas lágrimas.

-- Mamãe quer fazer um jantar para você lá em casa – disse displicente enquanto comia.

-- Para mim?! – perguntou inseguro. Respirou fundo tentando acalmar os nervos – O que eles acharam.... hum.... sobre nós?

-- Ser amigo de Sírius já lhe dá muitos pontos com Dona Andrômeda – Sorriu.

Remus a olhou franzindo a sobrancelha.

-- Sírius sempre disse que você era o mais “certinho” dos marotos. E mamãe simpatiza com você. Também não foi uma completa surpresa para ela.

-- Como assim? – perguntou com um meio sorriso.

Na verdade Remus havia percebido que Andrômeda o olhava com um sorriso contido naquela noite em que acompanhou Tonks de volta a sua casa. Ela contou resumidamente sobre as duas conversas que teve com a mãe sobre o namorado. Ele ficou um pouco mais tranqüilo em saber que tinham o apoio da “sogra”.

-- E seu pai?! – Pela recepção do Sr. Tonks, ele imaginou que a reação dele a novidade não seria tão positiva.

-- Bom... para papai a situação é um pouco complicada – falou desconfortável.

Se não estivesse tão ansioso para saber a opinião do sogro, teria achado engraçado ver Nimphadora em uma saia justa.

-- Ele ainda acha que sou uma menininha – fez uma careta – mas não se preocupe ele às vezes ladra, mas nunca faria nada que irritasse mamãe – Riu.

Remus não se tranqüilizou completamente, mas o comentário da namorada o deixou curioso.

-- Por quê?

Ela corou.

-- Vamos Nym, me conte! – falou sorrindo.

-- Quando eu estava no sétimo ano namorei Carlinhos – Ele concordou, sabia disto. – Ele foi jantar conosco na véspera de Natal e passou a noite lá em casa – Ela estava se esforçando para não rir – No meio da noite deu um pulinho no meu quarto.

Remus arregalou os olhos e ela riu dele.

-- Nós não íamos fazer nada demais. Era só pelo gosto de aventura tipo “dar um amasso na namorada com os pais dela no quarto ao lado”.

Ele não pode deixar de pensar que essa seria o tipo de aventura que Sírius e James achariam divertida.

-- O problema foi que meu pai havia ficado vigiando meu quarto – Remus balançou a cabeça sorrindo – Você não imagina a confusão que foi! Ele correndo atrás de Carlinhos, aos gritos tentando lançar feitiços nele e eu correndo atrás dele também aos gritos até que minha mãe apareceu.

-- O que ela fez? – curioso.

-- Primeiro petrificou meu pai e só o libertou depois que ele prometeu que teríamos uma conversa civilizada. – Os dois estavam rindo. – Durante as duas horas seguintes ela ainda o ameaçou algumas vezes, mas no final ficou tudo bem. Carlinhos saiu de lá inteiro, nós não fomos obrigados a noivar – Remus riu novamente – e mamãe proibiu que ele escrevesse a Prof. McGonagal.

-- E porque ele escreveria a Minerva?

-- Exigindo que ela ficasse de olho em nós. Ameaçou processar Hogwarts, Dumbledore e McGonagal se algo acontecesse a mim – Lançou um olhar significativo e riu – Tadinho do papai nunca soube que o inocente na estória era ele.

Remus riu também, mas não pode deixar de pensar que não deveria ser nada fácil ser pai de uma adolescente. Perguntou-se se também não tentaria enfeitiçar um rapaz se o encontrasse no quarto de sua filha no meio da noite.

-- É claro que todo esse episódio serviu para eu saber que deveria manter meu pai sempre na ignorância em relação aos meus namoros, flertes, casos, encontros ou qualquer nome que se queira dar. Minha mãe concordou que ele só precisava saber o mínimo.

-- Às vezes a ignorância é uma benção! – disse sorrindo.

Como já haviam acabado de jantar, Remus balançou a varinha e tudo foi para a cozinha. Os dois se sentaram no sofá.

-- Pelo que percebi sua mãe é mais compreensiva.

-- Ah sim! Mamãe é minha melhor amiga, sabe tudo de mim!

-- Tudo?! – perguntou um pouco desconfortável.

Remus tinha segundas intenções com Nimphadora e não sabia como iria encarar Andrômeda sabendo que ela sabia o que havia acontecido.

Tonks sorriu sedutora, ela também tinha segundas intenções com Remus, se aproximou lentamente e então falou baixo sem desgrudar dos olhos dele.

-- Tudinho!

Remus percebeu que estava prendendo a respiração. Não conseguia desviar dos olhos dela. Sentiu um arrepio de excitação passar por seu corpo quando ela roçou seus lábios nos dele. Apenas um pensamento lhe ocorreu: ele queria aquela mulher!

Ele a abraçou forte trazendo-a bem próximo e aprofundou o beijo. As línguas se esbarravam, se embolavam, mãos passeavam sem controle pelos corpos. A respiração de ambos estava acelerada. Os lábios perderam o contato e os beijos passaram para orelhas e pescoços.

Ele recostou-se no sofá ela passou uma perna sobre ele, sentando-se em seu colo. Com mãos ágeis ela o livrou da camisa e acariciou o tórax com pelos mais escuros do que ela esperava.

Remus não demonstrava nenhuma pressa no que fazia. Lentamente desabotoou a blusa dela e desceu beijando o pescoço, o colo a parte exposta dos seios ainda protegidos pelo sutiã. Tonks estava adorando cada carinho cuidadoso dele que a tratava como se ela fosse feita da mais fina porcelana. Nunca nenhum homem a havia tratado assim.

Os suspiros e gemidos de excitação daquela mulher que povoava seus sonhos e suas fantasias há tantos meses estavam deixando Remus louco. Por um segundo o racional Remus Lupin ainda pensou se não estariam indo muito rápido. Lembrou-se do encontro anterior, ele tinha certeza de que se não tivesse interrompido os beijos teriam terminado em seu quarto.

Como que pressentindo as dúvidas, Tonks segurou o rosto dele fazendo-o olha-la. Os olhos dela estavam cheios de luxúria, desejo.

-- Eu quero você, Remus! – falou num sussurro.

Por Merlin! Ele não queria esperar nem mais um segundo para tê-la.

--Nym! – sorriu – vamos para o meu quarto? – convidou galante.

Ele segurou a mão dela e a trouxe até o quarto, como se a estivesse levando para um passeio no parque, mas o olhar que lançou a ela não tinha nada de inocente. Era de puro desejo!

Esse Remus seguro do que queria, era muito diferente daquele que Tonks conhecia, mas não menos encantador e apaixonante.

Ele voltou a beijá-la, assim que entraram no quarto. Sentiu que ela abria e retirava sua calça, fez o mesmo com ela aproveitando para acariciar aquele corpo que era mais perfeito do que em seus sonhos mais delirantes.

Beijos, carícias sem controle, corpos colados e suados, desejo à flor da pele. Ela lentamente roçou seu corpo contra a ereção dele recebendo um gemido de agrado.

-- Você está me enlouquecendo, Nym! – sussurrou de olhos fechados.

-- É o objetivo!

Ele abriu os olhos a tempo de ver o sorriso sapeca dela. Capturou os lábios em um beijo urgente. Retirou a blusa e o sutiã dela tornando-se mais ousado em suas carícias.

Ela desceu as mãos que passeavam displicente pelo corpo do homem que povoava seus pensamentos há meses. Aquele momento era como um sonho que se tornava realidade. Livrou-o da última peça de roupa enquanto ele brincava com os seios dela lábios e mãos se revezando neles.

Tonks acariciou a ereção e riu ao vê-lo perder a noção do que fazia.

Remus subiu as nuvens com o toque das mãos dela, ele achou que não poderia existir nada tão bom, mas em seguida o toque mudou e ele soube que estava errado. Abriu os olhos e viu que Tonks estava ajoelhada a sua frente e colocava a ereção na boca.

--Nym! Isso é .... – suspirou “Céus isso é maravilhoso!”. Perdeu a capacidade de falar.

Tonks achou que se demorasse mais um pouco ele iria atingir o clímax e ela não queria que as coisas acabassem tão rápidas, então parou. Levantou-se e o viu abrir os olhos.

-- Acho que posso dizer que você gostou! – sorriu travessa.

Lentamente livrou-se de sua última peça. Ele parecia que havia sido atingido por um feitiço paralisante.

Ela terminou de retirar a calcinha e jogou-a para ele, que a pegou com segurança sorrindo sedutor para ela.

Ele abraçou-a dando-lhe um beijo exigente. Sentir o gosto dele na boca dela o excitou mais. Sem pararem de acariciar seus corpos e sem desgrudar seus lábios ele a deitou na cama.

Voltando sua atenção para os seios dela, a penetrou lentamente. Nimphadora arqueou as costas e soltou um gemido ao se sentir preenchida por ele. Ela cruzou as pernas em torno da cintura dele aprofundando ainda mais a penetração.

Eles tentavam manter os olhos abertos, mas em alguns momentos isso se tornava impossível. O quarto era preenchido por gemidos, palavras desconexas e sussurros. Os cheiros de luxuria e paixão se misturavam. Os movimentos se tornavam cada vez mais rápidos, profundos e irregulares.

Remus percebeu que logo atingiria seu clímax e então a ouviu gritar seu nome. O orgasmo dela desencadeou o dele.

Ela o abraçou com força grudando seus corpos. As pernas dela afrouxaram e se entrelaçaram nas dele quando ele rolou para o lado sem soltá-la do abraço.

Afastaram-se apenas o suficiente para se olharem. Ela tinha um sorriso tão lindo, os olhos estavam úmidos, mas com certeza era de alegria ou emoção, pois estes também sorriam. Ela transpirava amor.

-- Amo você, Remus! – Beijou os lábios dele calmamente.

Ela nunca havia dito isto a ninguém, mas não tinha nenhuma dúvida que era exatamente isso que sentia por aquele homem.

-- Eu também, Nym! – sorriu – Também te amo!

Alcançou sua varinha e com um movimento o edredom cobriu ambos.

Tonks bateu na testa e sentou-se olhando em volta.

-- O que foi? Algo errado? – perguntou preocupado com a reação dela.

-- Nada sério! Só preciso da minha varinha e da minha bolsa.

-- “Accio” varinha e bolsa Tonks!

Ambas vieram voando da sala. A auror pôs sua varinha ao lado e pegou um frasco pequeno em sua bolsa, bebendo todo o conteúdo.

-- Poção anticoncepcional! – explicou vendo o olhar interrogativo dele.

Remus pensou em como fora irresponsável em não perguntar sobre isso a ela. Respirou um pouco aliviado por ela não ser nenhuma “cabeça de vento”.

-- Teoricamente é para tomar antes – aconchegou-se novamente a ele – mas se tomada logo depois dá no mesmo e estaremos protegidos por vinte e quatro horas. – piscou para ele.

Ele a abraçou sorrindo, aproveitando simplesmente o fato de estarem juntos.

-- Falei para mamãe que preferia a mensal, mas ela acha mais seguro preparar esta. – deu de ombros.

-- Porque seguro?

-- A outra e bem mais difícil de preparar e como não ensinam isso na escola, minha mãe teve que aprender sozinha depois que eu nasci. Não queria correr o risco de acontecer de novo e também não queria que acontecesse comigo o que aconteceu com ela.

-- O que aconteceu.... – perguntou automaticamente, parando quando imaginou o que deveria ser – Desculpe! Não é da minha conta – desconversou.

Tonks riu, seu Remus tímido estava de volta. Aquele homem incrivelmente sedutor que havia estado naquela cama há poucos minutos ficava muito bem escondido. Ela preferia que fosse assim, não queria ter que se preocupar com concorrência.

-- Isso não é segredo, achei que você saberia. Minha mãe engravidou pouco antes de fugir de casa. Ela me contou que iria esperar até o casamento da irmã. Então aconteceu a estória do noivado com Snape e ela descobriu que estava grávida. Bom, se os Black descobrissem quem era o pai a obrigariam a tirar o bebê – fez uma careta – por isso ela fugiu.

-- Sabia que ela havia fugido para se casar, mas não sabia que o motivo era tão... bom – sorriu maroto.

Ela sorriu também, talvez o Moony não ficasse tão bem escondido assim, bastava deixar Remus a vontade que ele se mostrava.

Então ele ficou sério de repente.

-- Quando você fala em “tirar o bebê” quer dizer que a obrigariam a fazer um aborto?

-- Isso mesmo. – concordou com a cabeça – Você sabe que meu pai era nascido trouxa e Lufa-lufa, nada mais vergonhoso para uma Black. Principalmente estando noiva de um Sonserino. Só há pouco tempo soube do tal noivado com Snape, mas imagino que ele seja puro-sangue.

-- Mas o noivado sempre foi de aparências. – falou rindo – Eu, Sírius e James demos cobertura a Andrômeda quando ela foi conversar com Snape.

-- Mas para a família ela havia aceitado o noivado. Imagine só quando descobriram que ela estava grávida e que não era do noivo e sim de um bruxo nascido trouxa. – Balançou a cabeça fazendo uma cara engraçada.

-- Deve ter sido uma barra!

Tonks sorriu concordando.

-- Então desde que eu comecei a minha vida sexual ela faz a poção para mim também. Não sou ruim em poções – deu de ombros – Desde que Snape é o professor que na turma de NIEM só entra quem consegue Ótimo no NOM e para ser Auror eu precisava de poções, mas não gosto muito.

-- Você e sua mãe são mesmo muito amigas, acho isso super legal.

-- Somos sim! Acho que ela nunca foi próxima da mãe e das irmãs dela e acho que quis que na nossa família fosse diferente. Sempre se interessou por tudo que dizia respeito a mim e mesmo quando não concordava com alguma coisa ela respeitava a minha decisão.

-- Mas vocês discordam muito?

-- Não muito. Por exemplo, ela não gostou quando eu decidi ser auror, mas nós conversamos e ela percebeu que era isso mesmo que eu queria, então respeitou. Não me arrependo da escolha que fiz.

-- Também se você se arrependesse aposto que não ia dizer – falou só de implicância.

-- Engano seu senhor sabe tudo – Remus fez uma cara de “ta bom, até parece” – É verdade, quer saber – ele concordou sorrindo – Ela nunca gostou do Steve e quando eu voltei com ele, ela me disse que eu estava fazendo besteira. Eu assumi que foi burrada, não assumi?

-- Não quero nem lembrar daquele cara – ficou sério.

Ela acariciou o rosto dele e o beijou lentamente. Ele acariciou o corpo dela fazendo com que gemesse baixinho.

-- Essa poção é mesmo eficaz – perguntou com uma voz baixa e sedutora.

-- Eu sou filha única, não sou? – lançou um olhar maroto.

As mãos acariciavam livremente os corpos, ela ficou feliz em perceber como o deixava excitado. Ela o fez rolar de costas ficando sentada sobre a virilha dele.

A mudança brusca de posição o surpreendeu, mas o contado íntimo fez Tonks fechar os olhos e soltar um gemido mais audível.

A visão do corpo nu dela sobre ele era algo maravilhoso. Ele acariciou as coxas e foi subindo lentamente pela pele branca e cremosa de sua amante observando extasiado a entrega dela as sensações que ele provocava.

Ela aproximou-se dele, acariciando o tórax com seus seios. Sorriu sedutora falando próximo a orelha.

-- Você se importa...? – mordiscou-a.

Uma mão acariciou o pescoço e entrou pelos cabelos dele.

-- .... que eu fique por cima?

-- Não mesmo! – Acariciou os seios sorrindo.

Aquele Remus sem-vergonha estava de volta. Tonks o beijou faminta e ele retribuiu com o mesmo desejo.

Ela movimentou o quadril e escorregou para trás fazendo com que ele deslizasse profundamente nela. Ambos gemeram sem interromper o beijo.

“Céus! Essa mulher não existe” – foi tudo que o cérebro dele ainda conseguiu raciocinar.

Ela interrompeu o beijo e elevou o tronco, sem parar de se movimentar sobre ele. Remus não tirou os olhos do corpo daquela mulher que o enlouquecia. Uma mão brincava com os seios dela, a outra tocou o ponto mágico de prazer.

Ela gemeu alto, ele sorriu. Os movimentos tornaram-se mais rápidos e profundos, a respiração mais superficial.

-- Hum.... Isso...... É....... Bom – olhou-o com paixão – Muito bom! – mais um suspiro.

Ele a segurava pela cintura e também movimentava-se de encontro a ela. Sorriu ao vê-la tão entregue.

-- O que é bom? – a voz era ofegante.

Um sorriso luminoso surgiu nos lábios dela que jogou a cabeça para trás enquanto respondia.

-- Você...... – gemidos – .... Em mim!

Remus não acreditava que algo ainda pudesse excitá-lo tanto, mas aquelas palavras ditas naquele momento e de forma tão erótica o levaram ao auge do prazer. Ele sentiu que ela aumentava os movimentos e então estremeceu.

-- Remus..... Eu..... – a voz dela se perdeu em um redemoinho de emoções. Paixão, luxúria, amor, desejo! Remus era tudo, ele a completava.

E ele também alcançou seu clímax. A mente dele nublou, mas sentiu que ela soltava seu peso sobre ele e a abraçou forte.

Ficaram assim por um tempo indeterminado apenas percebendo a respiração e o coração retornarem ao ritmo normal.

Ela rolou para o lado, permanecendo nos braços dele. Ele acariciou o rosto dela sorrindo.

-- Nym, você é incrível! Maravilhosa!

-- Nós somos! – O sorriso dela era quase inocente.

Tonks não era nenhuma menina inexperiente, já havia transado com outros caras, mas hoje ela soube o verdadeiro significado de fazer amor. E ela não tinha dúvidas: não precisava de mais nada para ser feliz

Ele a puxou para mais perto e ela descansou a cabeça no peito dele. Não queria nunca mais ter que soltá-la, queria ficar assim para sempre sem ter que pensar em mais nada além de sua Nym.

-- Você vai poder ficar aqui essa noite? – perguntou tentando disfarçar a ansiedade. Não queria que ela fosse embora, não hoje!

-- Não tenho nenhuma intenção de sair do seu lado tão cedo – sorriu.

Ele alegrou-se, mas o Remus racional estava de volta e ele não se conteve em perguntar:

-- Mas e seus pais?

-- Não se preocupe, avisei mamãe que não ia voltar hoje – piscou para ele.

Ele corou e tentando afastar o pensamento de como conseguiria encarar Andrômeda nos próximos dias, decidiu perguntar algo que o deixava curioso.

-- Você também contou a ela sobre Sírius?

Tonks riu e concordou com um aceno. Remus nem quis pensar em como o amigo ficaria quando soubesse que Andie sabia do acontecido entre ele e a “priminha”.

-- Mamãe nunca foi boba, Remus. Ela me conhece, sabia que eu já tinha idéias nada inocentes em relação a Sírius quando fui para Athenas. – bocejou e deu de ombros.

Ela não parecia ter percebido o rumo perigoso que aquela conversa havia tomado.

Ele estava quase chocado, mas ela falava com tanta tranqüilidade que se sentiu um tanto infantil ou antiquado por ter essa reação.

-- Bom e ela conhecia a fama dele também – falou disfarçando um pouco o constrangimento.

-- Mas temos que ser justos, ele resistiu bravamente – falou casual – Foram precisos oito dias e uma garrafa de vinho dos elfos para quebrar a resistência dele – disse pensativa – Acho que foi o cara mais difícil....

Parou arregalando os olhos e tapando a boca com as mãos.

-- Ah meu Merlin! O que você deve estar pensando de mim!

Remus teve que rir. Agora parecia que ela tinha dezesseis anos. Ele a abraçou sorrindo. Ela era tão espontânea e sincera que chegava a ser inocente.

-- Estou pensando que você é uma mulher maravilhosa e que vocês dois são adultos e estavam solteiros – ela pareceu que ia interrompê-lo, mas ele continuou falando e sorrindo – É claro que eu tenho um pouco de ciúmes, mas também eu não tinha nada que ser curioso.

-- Eu e minha boca grande! – falou recriminando-se – Certo, eu confesso, as coisas não saíram do controle simplesmente. Eu tinha “más” intenções em relação a Sírius desde que cheguei lá. – Então mudando o tom para um mais ameno – E você não precisa ter ciúmes, meu amor – os olhos dela brilhavam. – Eu nunca senti por ninguém o que sinto por você, Remus.

Ele parou de sorrir ao notar a seriedade do que ela estava dizendo, o coração dele acelerou.

-- Não quero que você pense que eu sou leviana. Eu já “fiquei” com vários caras, mas não fui pra cama com tantos. E todo esse tempo eu estava procurando... – ela suspirou e sorriu – .... por você!

Ele não conseguia desviar os olhos, encostou a testa na dela.

-- Eu também sempre estive esperando por você.

Ela sorriu e aconchegou-se a ele. Pouco depois Nimphadora adormeceu. Remus ainda permaneceu acordado observando o sono tranqüilo de sua Nym e pensando que nunca havia sido tão feliz. Ele não tinha dúvidas era com ela que ele havia sonhado por toda a sua vida.


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Eu tentei escrever algo bem romântico, mas não podia esquecer que estava falando sobre um relacionamento entre dois adultos. Espero que tenha ficado bom. Não consigo escrever um relacionamento apenas falando sobre sentimentos e sensações, preciso falar um pouco da ação. Quem não gosta de NC-17 me desculpe, essa não é uma Fic erótica, mas ainda terá outras cenas de sexo. Beleza?!

Não fiquem com raiva do Steve, o cara é um mané, mas gosta da Tonks e não se conforma de ter sido jogado para escanteio.

Eu achei que devia falar novamente do “caso” da Tonks com o Sírius, pois no outro capítulo o Remus apenas comenta que sabe e ela confirma. Acho importante deixar claro (para todos – leitores e personagens) que foi algo que aconteceu porque ambos estavam sozinhos e havia uma química entre eles, mas que nunca houve amor.

Vocês devem ter reparado que o Remus nesse capítulo está "bem saidinho". Não acredito que um amigo de Sírius Black e James Potter pudesse ser muito inocente e tímido. Acho que Remus é apenas discreto, porque não quer chamar atenção, mas nunca bobo ou inocente.

Agora vamos aos agradecimentos:

Marcela Almeida – Pois é Marcela, aí estamos nós com a tão falada parte NC, espero que tenha ficado legal (Oh insegurança!). Um beijão!

Ana L. Weasley – Que bom que você gostou tanto da minha Remus/Tonks. Conto com a sua presença nos próximos capítulos. Eu passei na sua Fic, está super legal, não se esqueça de avisar quando atualizar e quando postar a sua Song.

Larissa Manhães – É demorei muito, mas não estava feliz com a minha parte NC, sem falar que esse mês de maio foi o caos (ainda bem que acabou!). Espero que continue lendo e gostando. Eu também AMO o Remus, tenho duas outras Fics com ele (na verdade uma é adaptação da outra), mas não é com a Tonks. Se decidir arriscar dê uma olhada nas minhas Fics: O Fim e o Recomeço e Surpresas do Coração.

Tai – Obrigada. Eu passei na sua Fic, mas foi em um dia daqueles corridos e não consegui deixar um comment. Não desista e continue sempre. Um beijão

Julie Tonks – Eles é que são dois fofos! Passei na sua Fic tb garota, obrigado por ter me avisado da atualização (já li o cap 16). Obrigadão pelo comment.

Para todos aqueles que leram mas não comentaram obrigado também (quem comenta recebe e-mail avisando de atualização, então...) – Diana Chantagista!!!

Um beijão para todos
Diana Black

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