Um desvio chamado Sírius Black



Poucos dias antes do fim daquele mês, Andrômeda recebeu uma carta de Remus pedindo que ela o encontrasse, pois tinha notícias. Infelizmente no horário marcado ela já tinha um compromisso.

Estava pensativa quando a filha entrou bufando e jogou-se em uma das cadeiras. A mãe nem perguntou o motivo, sabia que era por causa da monografia.

Os alunos do curso preparatório para aurores do último ano não estavam mais tendo aulas, mas teriam que entregar uma monografia até meados do mês seguinte e o tema do trabalho de Tonks a estava deixando muito irritada.

-- Nimphadora?!

-- Hum – respondeu de mau humor.

-- Recebi uma coruja de Remus – A garota se arrumou na cadeira, interessada. Quase três semanas depois do encontro em Hogsmead, ela achou que Lupin não entraria mais em contato – Ele pediu que eu fosse encontrá-lo amanhã à tarde – Continuou Andrômeda vendo que havia conseguido a atenção da filha – só que amanhã estarei enrolada. Você não quer ir no meu lugar?

Tonks adorou a idéia. Havia simpatizado sinceramente com Remus.

-- Claro que quero! – falou animada, para no instante seguinte ficar pensativa – Bom, terei que arrumar uma desculpa para Steve. – Então vendo o rosto da mãe explicou – Tinha combinado de sair com ele amanhã, mas estou um pouco cheia dele. – Fez uma careta – Na verdade nem teria aceitado namorá-lo se você e papai não ficassem pegando no meu pé – Deu de ombros.

Andrômeda sorriu e balançou a cabeça. Ela e Ted se preocupavam um pouco com esse jeito desencanado da filha. A moça já havia tido vários “namorados”, se é que se pode chamar de namoro, sair duas ou três vezes com um rapaz. Por outro lado não gostava muito de Steve, não sabia explicar porque, talvez fosse apenas implicância, mas talvez não. Ficou feliz em saber que o relacionamento não tinha futuro.

-- Certo Nimphadora! Se precisar de “cobertura” me avise.

Tonks estava bem mais animada agora.


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No dia seguinte, pouco depois da hora marcada, Tonks entrava no prédio correspondente ao endereço enviado por Remus em outra carta. Era um lugar velho no centro de Londres. A moça imaginou, acertadamente, que não deveria ser nada fácil para ele manter um emprego sendo um Lobisomem.

Tocou a campainha e aguardou. Hoje ela estava com cabelos negros e lisos até os ombros. Os olhos eram de um verde intenso, o rosto arredondado e o nariz arrebitado.

Obviamente ele não a reconheceu e assim que viu aquela moça desconhecida a sua porta perguntou:

-- Em que posso ajudar, senhorita?

Só então Tonks lembrou que ele não sabia sobre seu dom e apressou-se a explicar, um tanto esbaforida.

-- Oh, desculpe Remus, esqueci de contar! – Ele reconheceu a voz dela.

Olhou-a franzindo a testa. Então se lembrou de que ela era Auror. Talvez tivesse decidido vir disfarçada, mas ela estava irreconhecível! Rapidamente uma idéia lhe passou pela cabeça.

-- Nimphadora?!

-- É Tonks! – Falou rapidamente um tanto irritada.

Ele sorriu e ela percebeu que Remus havia feito de propósito para ter certeza de que era ela mesma. Ele afastou-se lhe dando passagem.

-- Seu disfarce está muito bom! Só pensei que pudesse ser você pela voz e porque havia marcado com sua mãe – Sorriu e indicou o sofá, onde ela se sentou.

-- Ela não pode vir, tinha um compromisso e eu estava de bobeira. Desculpe se te assustei – Ele fez que não com a cabeça, ainda sorria. – Esqueci de contar que sou Metamorfomaga – Remus arregalou os olhos, esse dom era muito raro.

Tonks rindo do espanto dele se concentrou, fez uma careta e seus cabelos se tornaram rosa-chiclete e espetados. Outra concentração e os olhos ficaram azuis. Sorriu para ele que ainda não podia conter a surpresa.

-- Incrível! – falou sorrindo.

-- Eu achei melhor vir bem disfarçada, principalmente quando havia dito a Steve que iria visitar a minha avó trouxa e só voltaria à noite.

Remus sentiu uma leve irritação e perguntou-se antes que pudesse controlar seus pensamentos – “quem será Steve?”.

Tonks percebeu que havia falado demais quando o sorriso dele sumiu. Apressou-se a explicar apesar dela mesma não entender por que queria que Remus soubesse que Steve não tinha nenhum significado.

-- Um colega do curso com quem havia combinado umas pesquisas.

Remus aceitou a explicação, mas achou melhor mudar de assunto.

-- Sírius fez contato, está escondido, mas pretende aparecer para uns trouxas bem longe de Hogwarts. Assim quando as aulas recomeçarem ele poderá voltar para perto de Harry.

-- Acho que agora, com a Copa Mundial de Quadribol o ministério vai deixar um pouco de se preocupar com ele. Aquilo lá está uma loucura! – Remus concordou – Você chegou a encontrar com ele?

-- Ainda não, mas falei sobre a visita de sua mãe e ele concordou que eu poderia contar as novidades a vocês.

-- Gostaria de conhecê-lo – falou mais baixo, um tanto pensativa – Talvez fosse mais fácil se conversasse com ele....

-- O que seria mais fácil, Tonks? – Perguntou curioso.

-- Pensando alto! – corou levemente, justificando-se – Não é nada, Remus, não se preocupe.

-- Se algo poderia estar mais fácil é porque deve estar difícil – sorriu – então porque não me deixa tentar ajudar.

-- Certo! – foi a vez dela sorrir. – É sobre a minha monografia para conclusão do curso de Auror. Todos puderam escolher seus temas, menos eu.

Remus elevou a sobrancelha e ela não pode conter o pensamento de que ele ficava muito charmoso assim. Controlou-se e falou imitando o coordenador do curso.

-- “Srta. Tonks, você irá escrever sobre artes das trevas e sua influência nas antigas famílias bruxas puro-sangue”.

Ele a olhava surpreso.

-- E o pior foi dizer que isso não seria difícil para uma descendente direta dos Black – Bufou e Remus teve que rir da irritação dela. – E eu nem sou puro-sangue! Ninguém Merece!

-- Mas porque você acha que seria mais fácil se conversasse com Sírius?

-- Bom mamãe não comenta sobre os Lestrange e não posso escrever sobre os Malfoy, pois Lucius foi inocentado – Remus concordou carrancudo, sabia que havia rolado muito ouro nessa estória – E sei que tinha o irmão de Sírius, acho que se chamava Regulus, não? – Remus apenas concordou – De quem mamãe não fala nem sob ameaça. – Suspirou – Toda vez que me lembro dessa monografia fico irritada.

-- Vou falar com ele, se for seguro eu levo você quando for encontrá-lo. – Ela sorriu radiante – Para nossa segurança e a dele também, sempre que formos escrever sobre Sírius se refira como Padfoot. – Ela concordou.

A conversa continuou e nenhum dos dois viu o tempo passar. Já estava escuro quando Tonks falou:

-- Nossa! Já anoiteceu e eu nem percebi! – Voltou com seus cabelos pretos e olhos verdes – Adorei conversar com você, Remus! – disse sinceramente e sorriu.

Levantou-se para sair, mas tropeçou no tapete. Definitivamente ela tinha problemas com tapetes! Remus a segurou pela cintura antes que ela fosse ao chão. Por um momento seus olhares se cruzaram, em seguida ele quebrou o contato ajudando a moça a ficar de pé. Ela agradeceu em um murmúrio e saiu rapidamente.

Remus torceu para que ela não tivesse notado o quanto aquele contato o desconcertou. Em seguida balançou a cabeça impedindo que seus pensamentos continuassem voando naquela direção. “Era só o que faltava! Depois de velho ficar sem-vergonha e agarrar mocinhas com idade para ser sua filha!!! Certo! Ela não tinha idade para isso, mas era bem uns quinze anos mais nova e isso era bastante!”

Nimphadora saiu rapidamente do apartamento de Remus torcendo para que ele não houvesse percebido o tremor que havia passado pelo seu corpo quando ele a segurou. “Que sensação estranha!” – pensou. Tudo bem que ele era um charme com aqueles cabelos grisalhos e aqueles olhos cor-de-mel – suspirou – mas... “Não!” – recriminou-se – Ela não queria cair em uma arapuca daquelas. Ele não olharia para ela, ele já havia sido até mesmo professor de Hogwarts! E de DCAT, não ia perder o tempo dele com uma garota que ainda estava terminando o curso para Auror! Ela não faria nenhuma besteira que pudesse atrapalhar sua amizade com Remus. Pelo menos uma vez na vida não seria impulsiva. Seguiu para um local vazio de onde aparatou.


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Nos primeiros dias de julho, Remus enviou uma mensagem a Andrômeda, dizendo que ‘Padfoot’ queria revê-la. Combinaram um encontro no apartamento de Lupin para o sábado seguinte.

Depois de passar alguns dias viajando, Sírius havia encontrado um lugar para esconder o hipogrifo e fez contato com o amigo. Este lhe sugeriu que ficasse alguns dias em sua casa.

Sírius demorou quase uma semana para responder. Remus chegou a preocupar-se imaginando se o amigo estaria em apuros, mas ele finalmente fez contato e tudo foi combinado.

No dia e hora marcados, Andrômeda e Nimphadora chegaram ao apartamento de Remus. Ele abriu a porta e ambas puderam ver um enorme cão negro do outro lado da sala que abanou o rabo em cumprimento. Assim que a porta foi trancada o cão tornou-se Sírius Black.

Nimphadora prendeu a respiração. A maioria das fotos que havia visto dele eram da época em que foi preso aos vinte e três anos. Ela sempre o havia achado lindo! Hoje, no entanto, o homem que surgiu no lugar daquele cão não era de forma alguma belo. Tinha os cabelos longos, sujos e maltratados, estava muito magro. Mas os olhos..., aqueles olhos eram iguais aos dela e tinham um brilho que nem doze anos de Azkaban foram capazes de apagar. Ela não conseguiu explicar o que, mas algo em Sírius Black a fascinou.

Andrômeda não perdeu nenhum segundo, passou pela filha e abraçou o tão querido primo. Ela murmurava palavras desconexas com o rosto escondido no ombro dele e Tonks teve certeza de que sua mãe estava chorando. E ela achava que nunca havia visto a mãe chorar.

Após um tempo ela afastou-se um pouco, olhou-o nos olhos passando a mão no rosto dele como se quisesse ter certeza de que ele era real. Parecia que havia esquecido como falar.

-- Andie, sou eu mesmo! – sorriu – Treze anos mais velho, mais ainda assim seu primo favorito – riu alto, como um latido. Andrômeda riu também.

-- Convencido assim, só pode ser você mesmo, Sírius!

Ele se desvencilhou um pouco da prima e se aproximou de Tonks.

-- Você não mudou quase nada, Andie! Mas quem seria esta moça tão bonita que veio te acompanhando?! – a pergunta era retórica, mas ele não perderia a oportunidade de fazer um gracejo para a jovem prima.

Sírius poderia estar magro, com os cabelos sujos e sem corte. Tinhas marcas profundas que doze anos de Azkaban deixaram em sua alma e que provavelmente nunca seriam apagadas. Mas ele tinha um charme inato que nada, nem ninguém nunca poderiam roubar dele. Ele a enfeitiçou!

Remus percebeu facilmente o encanto que Sírius causou em Tonks e isto lhe deixou triste, ele porém, não quis investigar os motivos daquela sensação. Por outro lado ele sabia que apesar de Sírius estar bancando o galante sedutor, ele tinha consciência de que Nimphadora era a filha pouco-mais-que-uma-adolescente de Andrômeda. Ele não teria coragem de se envolver com ela. “ou teria?” – perguntou-se, para em seguida recriminar-se – “E porque, diabos, você esta se preocupando com isso?” – e mais uma vez ele não respondeu ao seu próprio questionamento.

Tonks ouviu a pergunta do primo, mas não conseguiu articular uma resposta, ao invés disto desviou os olhos dele corando enquanto ouvia a mãe responder.

-- Minha filha, Nimphadora! – Tonks fixou novamente os olhos cinza e profundos e falou sem nada de sua conhecida irritação quando apresentada pelo seu nome.

-- Mas me chame de Tonks, ok? – Deu-lhe um belo sorriso.

Remus continuava paralisado observando a interação harmônica entre Sírius e Nimphadora, o encanto dela por ele era óbvio. Antes que pudesse inibir um pensamento surgiu “Qualquer esperança agora está acabada!”. Ele murmurou uma desculpa qualquer e seguiu para a cozinha recriminando-se “De que esperança você está falando Remus Lupin! Só mesmo sendo muito ingênuo para acreditar que uma garota como Nimphadora teria um segundo olhar para você! Se enxerga!” – falou uma vozinha no fundo de sua cabeça.

Sírius beijou Tonks no rosto enquanto continuava.

-- Você sim, está muito diferente! Era uma criancinha quando.... – perdeu um pouco a vivacidade, mas recuperou-se rapidamente e abraçou-a – É claro que a chamarei como preferir. Eu não sou louco de me indispor com uma filha de Andrômeda! – Olhou novamente para a prima que sorria e balançava a cabeça como se dissesse “você não tem jeito”. Voltou-se para Tonks perguntando.

-- Você também foi Sonserina, como todos?

Ela abriu um largo sorriso. De repente estava se sentindo muito a vontade com Sírius, como se fossem velhos amigos. Balançou a cabeça negando.

-- Nada disso, primo – saboreou a palavra – não sou como todos! Eu fui Grifinória – lhe lançou um olhar maroto que deixou Sírius bobo por um segundo.

Tonks podia ser nova mais não era nada inocente e sabia muito bem ser encantadora e até um pouco sedutora quando queria.

Sorte de Lupin não ter visto mais esta interação entre os primos, ele já estava se sentindo péssimo. Sabia que Tonks era pouco mais que uma menina e era uma auror. Desde a primeira vez que a viu sentiu algo especial, não entendeu muito bem o que era. Mas agora quando a viu encantada por Sírius ele percebeu que estava com ciúmes. “Como se eu tivesse esse direito!” – pensou com raiva de si. “Melhor assim!” – concluiu e retornou para a sala levando o chá. Ele já estava mais do que acostumado a inibir qualquer sentimento mais significativo que uma amizade em relação a qualquer mulher, teria que agir assim em relação a Tonks também!

Sírius se recuperou rapidamente e soltou mais uma de suas gargalhadas características, puxando-a para se sentar ao seu lado no sofá. Andrômeda sentou-se do outro lado ao mesmo tempo que Remus surgia da cozinha trazendo chá para os quatro.

Andrômeda não se demorou muito mais. Mãe e filha trocaram um olhar e a Sra. Tonks concordou com um aceno. Despediu-se com um abraço carinhoso em Sírius e um mais breve em Remus.

-- Não chegue muito tarde, Nimphadora! – disse antes de sair, mas para não perder o hábito.

A garota concordou com um suspiro resignado. Sírius riu da reação da priminha.

-- Não ria! Não sei de onde minha mãe tirou esse nome, mas ela o adora – bufou.

-- De qualquer forma você não vai querer mesmo ficar até tarde, não é? Deve ter programa melhor para um sábado a noite do que ficar enfiada aqui comigo e Moony. – falou ainda rindo de irritação dela.

-- Na verdade não! Ando meio cheia de sair com o pessoal do curso de preparação – deu de ombros – Sem falar que Steve não quer entender que nosso tempo já passou e não larga do meu pé – falou mais baixo.

Sírius e Remus perguntaram quase juntos.

-- Steve não era só um colega? – falou Remus.

-- Curso de preparação? – perguntou Sírius.

Tonks corou ao perceber que tinha falado demais mais uma vez, e por isso respondeu primeiro à Lupin.

-- Bom – disse meio sem graça – não era, mas depois daquela tarde passou a ser.

Respirou fundo vendo a interrogação estampada no rosto dele. Na verdade nem ela mesma entendia porque quis tanto vir encontrá-lo naquele dia. Sorriu.

-- Ok, você me pegou! Eu estava mesmo “namorando” ele e preguei uma “mentirinha” para poder vir aqui. – Remus ficou um pouco sem graça e viu Sírius rir silenciosamente pelas costas da garota – O namoro sempre foi meio mais ou menos, e quando ele percebeu que eu não tinha ido visitar minha avó, mas também não contei aonde tinha ido, nós discutimos e terminamos.

Remus a olhava abobado. Sírius perguntou:

-- Como assim “sempre foi meio mais ou menos”?

Tonks recostou-se no sofá antes de responder.

-- Meus pais viviam me dizendo que eu deveria namorar sério, e não ficar só de farra. Então aceitei namorar sério com o Steve – Fez uma careta – Era a coisa mais chata do mundo! E depois de – parou fazendo as contas – uns dois meses eu já estava cheia dele. Então chegou a sua carta, Remus – olhou para o homem sentado na poltrona que parecia não acreditar em como ela encarava aquele assunto. Parecia que estava vendo Sírius falando sobre namoros na época de Hogwarts – Mamãe não poderia vir e eu não podia dizer: “Se preocupa não Steve, eu vou à casa do amigo lobisomem do meu primo. Que primo? Aquele foragido de Azkaban e procurado por assassinato, Sírius Black. De noite a gente se fala. Beleza?!”

Remus corou violentamente a referência tranqüila dela a sua licantropia. Porém sentiu o coração aquecido ao perceber que ela encarava a maldição apenas como mais uma característica sua. Lembrou-o de quando os marotos descobriram sobre a sua condição.

Sírius gargalhou ao imaginar tal cena.

-- Então inventei a história de visitar a minha avó. – deu de ombros.

-- Ele também é do tal curso de preparação? Aliás, preparação para que? – perguntou ainda rindo da situação

-- Curso preparatório de aurores – falou tranqüila.

O sorriso fácil de Sírius sumiu e ele olhou preocupado para Remus. Tonks percebeu a mudança no primo que imediatamente perguntou ao amigo.

-- Ela está estudando para ser auror? Você sabia disto Moony?

Antes que Remus pudesse responder Tonks falou, ainda sem entender a mudança súbita no primo.

-- Não estou estudando! Só falta eu entregar minha monografia para receber meu Diploma! Mas qual é o problema? – ao mesmo tempo em que perguntou ela encontrou a resposta – Hei, Sírius! Você não está preocupado com isto, não é? – Olhou-o bem nos olhos, segurou as duas mãos do primo.

Os olhos dela que estavam azuis se tornaram cinzas como os dele, os verdadeiros olhos dela. Os olhos de um autêntico Black.

-- Você não está achando que há alguma chance de eu.... de eles.... – era difícil de acreditar que ele estava desconfiando dela! Achando que ela seria capaz de entregá-lo.

Remus notou a tensão de Sírius e a angústia que isto causou em Tonks, então respondeu rapidamente.

-- Claro que sabia Padfoot! Desde o dia que Andrômeda me procurou em Hogsmead, e Tonks já havia acreditado na sua inocência.

Sírius olhou ainda desconfiado para Remus, depois de tudo que havia passado com Pettigrew era de se esperar que ele estivesse um pouco paranóico.

Ele olhou os olhos cinza dela e seu coração perdeu um compasso. Ele viu sinceridade neles e isso também o enfeitiçou. Respirou profundamente.

-- Ok, Tonks! Me desculpe! – Soltou as mãos dela e passou pelos cabelos – Claro que não preciso me preocupar, mas é que desde que fugi de Azkaban venho me escondendo de aurores – sorriu – e agora ter uma tomando chá comigo é algo definitivamente estranho!

Tonks sorriu de volta. Remus soltou a respiração que nem havia percebido estar prendendo.

-- Desculpe por não ter te contado antes, Padfoot.

Sírius balançou a mão dizendo um “esquece” e perguntou curioso.

-- O que você fez com seus olhos, que estavam azuis e agora ficaram cinza?

Tonks e Remus trocaram um olhar.

-- Mais uma que você esqueceu de contar? – disse Nimphadora rindo – Eu sou Metamorfomaga.

Sírius fez cara de surpresa, mas em seguida bateu na testa.

-- É claro! Como pude me esquecer?! Andie havia me contado em uma carta sobre isto.

Qualquer mal-estar que pudesse ter existido havia se dissipado completamente.

Os três continuaram conversando como velhos colegas de escola que se encontram depois de muito tempo. Tonks recolheu varias informações sobre a família Black e outras famílias bruxas para usar em sua monografia. O próprio Sírius a estimulou a escrever que ele era adepto de magia negra, e dessa forma não despertar nenhuma desconfiança em relação a aproximação deles.

Obviamente Tonks e Sírius passaram pelo tópico “falar mal de Snape”, do qual Remus não participou, mas também não defendeu, aliás, como sempre.

Quando Tonks deixou a casa de Remus já era, sem sombra de dúvidas, tarde. Combinaram que Sírius seria visto dali a dois dias no centro de Londres. Apesar dos protestos iniciais dos dois homens, ela fez questão de estar por perto disfarçada para ajudar caso algo desse errado.

Tudo deu certo! No dia marcado Sírius foi visto por vários trouxas em uma movimentada rua do centro de Londres e logo foi reconhecido. Antes que os aurores fossem avisados ele fugiu em direção ao metrô e desapareceu. Como o ministério não sabia que ele já estava de posse de uma varinha, imaginou que ele não poderia aparatar. Deram uma busca pela região e como não o acharam concluíram que ele deveria estar escondido um pouco afastado do centro, mas ainda em Londres.

Sírius aparatou para o local aonde havia deixado bicuço escondido e seguiu para Itália e depois Grécia.

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Aí está o segundo capítulo!

Marcela Almeida - obrigado pelo comment! Valeu a força.

A todos que leram e não comentaram, obrigado também, mas cquando comentam eu tenho como avisar das atualizações. Espero que isso seja um estímulo para mais commnets.

Um Beijão Diana Black

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