Sangue para o Vampiro



CAPÍTULO XI. SANGUE PARA O VAMPIRO

Dois dias já tinham se passaram desde o incidente que quase resultou na morte de Mina.

Dois dias.

Dois dias, e ela ainda não tivera coragem de enfrentar o temido diretor de Hogwarts.

Dois dias, e Severo Snape continuava trancado em seu quarto escuro, sem falar com ninguém.

Mas aquele não era o assunto que a preocupava naquele momento – a poção já estava quase pronta, e a única coisa que ocupava a cabeça de Mina era a idéia de poder finalmente desvendar o caso e sair de Hogwarts.

Mexendo mais uma vez no caldeirão, ela suspirou. Só mais algumas horas...

A porta do laboratório abriu-se bruscamente, fazendo Mina sobressaltar-se e perder toda a sua concentração. Era Van Helsing, que irrompia na sala com passos firmes e um semblante obviamente irritado.

Ele se aproximou.

- Snape continua trancado?

Mina prendeu a respiração.

Como perita, ela já sabia da condição do diretor de Hogwarts desde a primeira vez em que o viu. Naquele momento, ao invés de hostilizá-lo, passou a admirar o homem, que tão bem guardava seus segredos em nome da posição que tinha na escola...

Mas, naturalmente, aquilo fazia dele o principal suspeito.

De certa forma, ela sempre acreditou que Snape não era o autor dos crimes. Mas, ainda assim, não podia negar que ele era um vampiro não-registrado e que, aos olhos de Van Helsing, deveria ser apontado como culpado e morto sem nenhum direito de defesa.

Van Helsing, ela notara, há muito também já sabia que Snape era vampiro. Mas nada podia fazer contra o diretor da instituição que estava ajudando o Centro de Vampirologia se não tivesse fortes provas – ou sem pelo menos que Mina confirmasse a sua natureza. Ela sabia que devia ter contado... Mas a admiração crescente por Snape fez com que ela se calasse.

Depois dos acontecimentos de duas noites atrás, Mina passou a desconfiar que talvez estivesse errada; passou a ver que, de fato, não era tão absurda a idéia de Snape ser o responsável pelos ataques... Mas já era tarde demais: a proximidade entre os dois fez com que um sentimento que há muito ela não experimentava aparecesse novamente... Era um sentimento que a assustava.

- Parece que sim. Eu não tenho o visto.

O homem bufou.

- Stoker, você tem certeza que não quer me contar nada?

Nervosa, Mina desviou o olhar para o caldeirão.

- Eu já lhe disse que não, Senhor Van Helsing.

- Eu tenho um pressentimento – Ele disse, aproximando-se.

- Um pressentimento?

Ele se aproximou mais, colocando levemente a mão no queixo de Mina e levantando-o para que ela o encarasse.

- Eu sinto que você está cometendo o pior erro da sua vida. Vampiros não são criaturas confiáveis, Mina. Eu não costumo dar conselhos... Mas, se você não se cuidar, acabará com dois furos no pescoço. Então, pense bem e me responda: você não quer me contar nada?

Mina olhou Van Helsing profundamente. A preocupação que viu naqueles olhos castanhos fez o seu coração saltar. Lágrimas vieram aos seus olhos quando a mão calejada que estava em seu queixo deslizou levemente para as maçãs do seu rosto, acariciando-as. Ela fechou os olhos, fazendo a lágrima cair.

- Mina...?

- Eu... - falou lentamente, quase num sussurro. – Eu não sei do que você está falando.

Van Helsing bufou, imediatamente afastando-se dela.

- Muito bem. Como você não quer confirmar, eu mesmo vou conseguir uma prova. Vou entrar!

- Não! – Van Helsing ergueu uma sobrancelha, exigindo uma explicação. Mina rapidamente inventou uma. – Nós dissemos que não atrapalharíamos a vida ordinária de Hogwarts, e já estamos o fazendo! Senhor Van Helsing, por favor! Sejamos racionais! Se o diretor passou dois dias trancado e ninguém procurou falar com ele, é óbvio que isso é comum por aqui!

Van Helsing abriu a boca para contra-argumentar, mas a porta que se abria desviou as atenções da conversa pouco amena.

Era o vice-diretor, Horácio Slughorn.

Mina deu um sorriso amarelo.

- Ah... Bom dia, Senhor Slughorn!

- Bom dia, minha querida Srta. Stoker. Posso entrar?

- Claro.

Van Helsing, percebendo que aquela conversa seria adiada pela inoportuna visita do vice-diretor, nada disse; apenas bufou e procurou um lugar para sentar. Slughorn se jogou num sofá, fatigado.

- Dias difíceis, aqui em Hogwarts. A proximidade dos NOMs e NIEMs é extremamente fatigante, para alunos e professores... Faz três noites que eu não durmo, preparando aulas – Mina assentiu. – Eu não vou atrapalhar vocês. Queria falar com Severo.

A voz grossa e imponente de Van Helsing ressoou no local.

- Ele está confinado no quarto a dois dias. Se quiser, eu mesmo vou chamar.

O semblante de Slughorn se tornou preocupado.

- Bom... er... é melhor não fazer nada. – Com muito custo, o homem se levantou. – Não é realmente necessário... Se ele sair, apenas avise que o que foi encomendado por Madame Pomfrey já chegou, que ele pode ficar tranqüilo.

Mina assentiu, enquanto o homem simplesmente saia sem se despedir.

Um minuto de silêncio, até que Van Helsing falou:

- E as poções?

Finalmente, o semblante de mina se iluminou.

- Ah, as poções! Ficam prontas em uma hora! Eu, inclusive, queria falar com você sobre isso: Senhor Van Helsing, será que você poderia fazer o imenso favor de pegar as amostras dos vampiros principais, no Centro de Vampirologia? Eu realmente não quero arriscar ir pegar as amostras e acabar deixando a poção passar do ponto!

Ele resmungou.

- E como eu iria?

- Pó de flu. Eu sei que você não gosta de mágica, mas essa não é conjurada por ninguém, então, não conta, certo?

Depois de pestanejar, ele aceitou.

XxXxXxX

Uma hora se passou, e o caldeirão pôde, finalmente, ser desligado.

Mina suspirou. Agora era só fazer as comparações e, em fim poder ter algum norte sobre quem era o tal vampiro misterioso.

Mas, ao invés de alegria, Mina sentia um pouco de pânico. Afinal, ela não mais poderia evitar: teria que falar com Severo Snape sobre o fim do preparo da poção.

Sentindo o coração bater mais forte com a perspectiva do primeiro encontro após o incidente em que quase acabou com uma mordida no pescoço, ela foi até a porta do quarto dele e bateu duas vezes.

Nenhuma resposta.

Entreabriu-a.

- Senhor Snape? Senhor Snape, eu vou entrar.

Mina abriu totalmente a porta que levava ao mausoléu escuro que o quarto tinha se tornado. Estava mais frio que normalmente. Ela se abraçou, sentindo um arrepio cruzar a sua espinha.

Ruídos de uma respiração pesada ecoavam pelo total breu.

- Severo?

Ela pegou a sua varinha.

Um grunhido... sufocado.

O coração ficou apertado.

- Severo, por favor, responda.

Mais ruídos sufocados.

- Mi---- Mina!

- Oh, Deus, Severo! Lumus!

Um feixe de luz apareceu na ponta da varinha dela... despertando um grito de agonia do homem que estava jogado no chão, há apenas um metro dos pés de Mina.

Severo Snape exibia o seu aspecto vampirizado, com os dentes longos e olhos brancos. Mas ele se contorcia no chão. A pele beirava a transparência, deixando visíveis escuras veias roxas onde o sangue não mais circulava. Os seus lábios estavam ressecados, partidos.

Mina, num impulso, fechou a porta atrás de si e correu para cuidar do homem jogado aos seus pés.

Ajoelhou-se ao lado dele. Tocou levemente a sua testa. Ele estava gelado.

- Severo... Meu Deus, o que aconteceu?

Ela mordeu o lábio, finalmente entendendo... as sementes secas de tentáculos venenoso... Sementes que deveriam ser usadas para a poção que o alimentaria... Ela pegou todas as que ele tinha para... E, agora, por culpa dela Snape agonizava de fome e fraqueza.

Lágrimas vieram aos seus olhos.

Acariciou o rosto do homem, que a olhava com dor.

Sem pensar, Mina levou o pulso dela até a boca dele.

Num breve momento de sanidade, Severo virou o rosto, não querendo deixar que a mordida acontecesse.

Mas ela insistiu, cravando o pulso nos dentes dele.

Ao sentir o gosto metálico e tão agradável de sangue quente e fresco em sua boca, Severo Snape já não mais pôde resistir. Entregou-se à fome e à necessidade, liberando a fera que ele procurou conter.

Os seus braços agarraram a cintura de Mina, e ele puxou o corpo dela para o chão. Deitou-se por cima dela. Sua mão agarrou o pulso, colando mais a sua boca à fonte de alimento.

A sua outra mão também obedeceu aos seus impulsos, passeando por cada curva do corpo da mulher. Afastando-lhe o horrendo blazer, abrindo três botões da sua blusa, e se deliciando ao perceber o corpo que sempre ficava tão escondido.

Mina suspirou, sabendo que jamais experimentara sensação igual. Ela sabia que estava perdendo sangue, mas tudo aquilo era simplesmente muito bom para querer parar. As mãos dele passeando pelo seu corpo despertavam cada novo prazer que era quase impossível querer estar em outro lugar, senão ali, morrendo.

Ela gemeu, quando a mão dele chegara à barra do seu sutiã... enquanto ele passeava as mãos no seu seio e sentia o seu coração, cada vez mais desacelerado.

XxXxXxX

Reviews, por favor!

Bjus para a Shey, maninha linda que betou mais esse cap. E, claro, para quem revisou: a DevilAir, a Tina Granger, a Lua Mirage2 e a Lois

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