CAPÍTULO 10



-Eu não fiz nada! – ele exclamou. – É tudo culpa do Sirius!

Pelo que pude notar ele estava se sentindo culpado quanto a alguma coisa, mas achei melhor não comentar nada. Deslizei a mão pelos meus cabelos e suspirei, confusa.

-Pedro, o James alguma vez te falou alguma coisa... sobre mim? – por que, afinal, eu queria saber isso?

-Mas é claro. – Pedro disse sorrindo de leve. – Ele fala sobre você o tempo todo. “A Lily isso, a Lily aquilo...”, ele diz o seu nome enquanto dorme e quando o Remo acorda ele, ele resmunga alguma coisa e diz “Qual é, Remo! Tinha que interromper meu sonho com a Lily?”. Bom, basicamente é assim. Todo santo dia.

-Ai meu Deus. – comentei, um pouco assustada, mas feliz pelo fato de James gostar mesmo de mim.

Nossa! Por que eu gosto do fato de saber que o James gosta de mim? Eu nunca tinha me importado com isso antes. Sempre pensei que ele estava mentindo só para eu sair com ele e, então, ele poder se gabar para todo mundo que tinha conquistado a monitora ruiva. Mas pelo visto essa história não era verdade. Minha mente apenas me pregou uma peça, pois eu não queria sofrer. Achava que, se eu me apaixonasse por ele, ele partiria meu coração em dó nem piedade.

Acho que James não é desse tipo de cara. Ele é educado, gentil, inteligente, um cavalheiro, além de ser lindo de morrer. Então por que eu me sinto tão idiota? É como se eu tivesse acabado de descobrir algo que todo mundo sabe.

-Você gosta dele, não gosta? – Pedro disse quando eu menos esperava.

Assustei-me. Não esperava que Pedro fosse capaz de dizer esse tipo de coisa. Acho que tenho que arrumar o perfil dele, já que ele provou não ser tão desligado quanto aparenta.

-Hm... Na verdade... – eu ia mentir alguma coisa, mas optei pela verdade. Afinal, não seria legal inventar um monte de histórias, pois se o James ficasse sabendo, ele não teria idéia de qual das duas histórias era a verdadeira. – Eu não sei, Pedro. É tudo tão confuso pra mim.

-Entendo. – ele não entende! Ele é simplesmente um Maroto Seguidor que nunca presta atenção em nada! Além do mais, ele nunca teve uma namorada. Então duvido que ele saiba o que eu sinto. Pelo James, digo.

-Não, você não entende, Pedro. – eu suspirei. – Esse é o problema! Ninguém entende. Nem ao menos eu entendo que estou sentindo. É como o James disse “é um sentimento novo pra mim”.

-Escuta Evans... Lily... O James sempre foi, é, e sempre será louco por você. Só que... Bem... Você nunca notou isso. – ele comentou erguendo as sobrancelhas. – Não acho que seja porque você o odiava ou porque outro sentimento bloqueava o caminho. Talvez seja porque você se ocupava demais e não dava espaço para a sua vida... Hm... Romântica.

Ele tinha razão. Era uma coisa maluca de se dizer, mas ele tinha razão. Eu me ocupava demais. Passava horas na biblioteca estudando, estudando, estudando, pra provar que eu tinha potencial, que eu tinha valor, que eu era uma boa aluna. Mas eu não deixava as pessoas chegarem perto o suficiente para provarem que eu tinha valor. Eu queria me sentir amada, mas tinha medo que ninguém me amasse. Então eu me enterrava nos livros.

Mas alguém amou. Não apenas um alguém. O James. Agradeci ao Pedro e voltei para o meu quarto. Não tinha idéia do que fazer. Não adiantava mandar uma carta para o James pois eu não tinha idéia do que escrever ou, no caso, do que NÃO escrever. James sempre fora um bom amigo, sempre estava por perto, mas eu era orgulhosa demais para notar. Ou medrosa demais, não sei dizer ao certo. Se eu tivesse deixado-o entrar na minha vida há mais tempo, quem sabe eu não fosse mais feliz? Não que eu fosse infeliz. Eu tinha ótimos amigos, um grande amigo apaixonado por mim...

Digamos que a história Jack & Save estava meio que se desenvolvendo entre mim e o James. Ele declarou seu amor e eu, muito tansa, não fui capaz de corresponder. Eu sabia que ele não me esqueceria tão fácil.

Era amor verdadeiro. Eu sentia isso dentro de mim.

-Lily? – era Mandy, mais uma vez com o batom borrado.

-O que foi? – perguntei, encostando minha cabeça no travesseiro.

-O James quer falar com você. – ela disse, surpreendendo-me.

-O quê? – eu não podia acreditar. – Ele está aqui? Onde ele está? Meu Deus!

-Não. Calma aí, Lily. – ela disse cortando minha onda. – É que... Ah, vem comigo.

Então eu a segui até a sala de estar. Lá estava, sobre a mesinha de centro, um espelho muito bonito.

-O que é isso? – perguntei, curiosa. A curiosidade mata, Lily!!!

-Um espelho de duas-faces. – explicou. – Esse é do Sirius. O outro está com o James. Quando usado incorretamente você apenas vê o seu reflexo, mas se você quiser falar com o James...

-O que eu preciso fazer? – perguntei.

-Segure o espelho e diga o nome dele. Seu rosto aparecerá no espelho dele e vice-versa. – ela disse.

Qualquer coisa para rever aquele olhos castanho-esverdeados! Nossa! Eu disse isso mesmo? Quem escreve minhas falas, afinal?

-Vou deixar vocês dois a sós. – ela disse deixando o aposento.

Sentei-me no sofá, segurei o espelho firmemente e disse:

-James Potter.

E instantaneamente eu pude ver o rosto dele. Ele sorria. Fracamente, mas sorria.

-James! – exclamei, animada.

-Lily... – ele disse em voz baixa. – Recebeu minha carta?

-A carta e o bilhete. – respondi, sorrindo.

-Como é bom ver o seu sorriso... – ele disse com a voz fraca.

Alguma coisa estava errada. Eu não sabia o quê, mas eu ia descobrir.

-Você está bem? – perguntei, preocupada, sentindo um nó na garganta.

-Só estou um pouco doente. – ele disse. – Um pouco de febre, mas nada demais. Não precisa de preocupar Lily. Não vou te deixar tão cedo.

-Como você espera que eu não me preocupe? James! Você fez uma declaração de amor pra mim, confundiu meu coração todo e agora espera que eu não me preocupe com você?

Sinceramente, eu disse tudo isso sem pensar. As palavras escapuliram da minha boca como flores ao vento. Oh, que sentimentalismo... Mas a Save sempre diz: a verdade sempre é dita quando não percebemos que as estamos dizendo.

E ela tem razão! Eu estava dizendo a verdade! James me amava, eu estava confusa, pois não sabia se o amava também. E estava, muito, muito, muito, preocupada com ele.

-Quer que eu vá até aí? – perguntei.

-Não é necessário, ruivinha. – ele disse.

Nossa! Faz eras que ele não me chama de ruivinha. Nem de anjo ruivo. Nem de meu amor, minha querida, minha ruiva, minha Lily... Eu meio que sentia falta disso tudo.

-Eu faço questão, James! – eu disse, firmemente. – Já vou para aí!

-Mas Lily...

Tarde demais. Eu já tinha aparatado, sem o espelho, lógico, na casa dele. Era enorme. Uma casa muito, muito, muito grande. Havia uma longa escada que levava até o segundo andar. Deduzi que os quartos ficavam no segundo andar. Subi as escadas de dois em dois degraus e me deparei com um longo corredor, cheio de portas de carvalho. Pude ouvir, atrás de uma delas, cuja porta estava entreaberta, a voz rouca e abafada de James.

Afastei a porta devagar, e o vi, deitado na cama, sob as cobertas, com a pele branca, os olhos entreabertos e as sobrancelhas um pouco arqueadas. Ele sorriu, de leve, quando me viu.

-Lily... – ele disse. – Não precisav...

-Shhh... – calei-o. – Escuta... James... E-eu...

Caminhei, vagarosamente, até ele e me sentei ao seu lado. Eu tinha algo preso na minha garganta. Havia alguma verdade que ainda não havia sido revelada. Procurei dentro de mim, mas dentro da minha mente só havia uma pergunta, que deveria ser respondida com verdadeiro ou falso. Respirei fundo, tentei relaxar, e perguntei ao meu coração se eu amava James. A resposta foi imediata. Quase pude ver meu coração sendo flechado pelo Cupido. VERDADEIRO.

Eu o amava, então. Era estranho dizer isso, principalmente depois que tudo que já havia acontecido entre nós.

Mas James tinha razão. Na carta dele, ele me pediu que deixasse nosso passado para trás. As brigas, os tapas... Os beijos roubados era outro caso. Eu meio que sentia falta deles. Daquele calor que eu sentia quando ele se aproximava muito de mim e me beijava. Do arrepio que eu sentia quando ele sussurrava o meu nome...

QUE CONFUSÃO!

-James eu... – não havia modo fácil de dizer isso. – eu te amo.

Ele abriu os olhos o máximo que pôde, ergueu as sobrancelhas como se estivesse espantado e eu quase pude ouvir a batida descompassada do coração dele.

-Não precisa se alterar. – comentei, sorrindo.

Ele sorriu para mim. Um sorriso calmo, manso, misterioso... Simplesmente irresistível.

-Se eu pelo menos tivesse forças pra me levantar. – ele disse, fracamente.

-Acho que você não precisa. – eu disse, totalmente sem pensar.

Foi aí que aconteceu. Foi inevitável, foi confuso, foi absolutamente perfeito.

Inclinei-me e o beijei. Nos lábios, dessa vez. Mas a confusão que meus neurônios faziam na minha cabeça não me impediram de aprofundar aquele beijo que há tanto tempo eu ansiava, desejava, sonhava e queria.

James encostou, delicadamente, uma das mãos no meu rosto e a outra na minha cintura. Meu coração batia rapidamente, como se eu estivesse pulando de pára-quedas, bung-jump ou algo do tipo. Notei que James também se sentia assim, pelo modo que me beijava. Não me beijava com os lábios. Beijava-me com a alma, e mais importante, com o coração.

-Eu também te amo, minha ruivinha. – ele disse, quase num suspiro.

Eu me senti a garota (mulher) mais feliz do planeta! Ele me amava! E eu o amava! Nossa, que coisa estranha de se dizer...

Achei que seria melhor deixá-lo descansar. Então me levantei e fui em direção à porta. Virei-me, apenas para ver se ele estava melhor. Estava com os olhos fechados e o coração ainda batia rapidamente.

-Quer sair comigo? – assustei-me quando ele disse isso.

Sorri, de leve, com o coração voltando a bater rápido.

-Mas é claro. – respondi, abrindo um sorriso ainda maior.

Ele abriu um os olhos e me fitou, sorrindo.

-Estaremos juntos... – eu disse pausadamente.

-Para sempre e eternamente. – ele completou.

-Sinceramente, não sei se vou conseguir te aturar por tanto tempo. – eu disse, brincando.

-Você é muito má. – ele disse jogando um travesseiro em mim.

-Ah, você quer assim? Então agora é guerra. – eu disse jogando o travesseiro nele.

Acabamos começando uma guerra de travesseiros, entre beijos, é claro, até, sem querer, pegarmos no sono. Adormeci com a cabeça pousada no peito dele e um meio sorriso nos lábios.

Esse amor, eu sabia, que era para sempre.

PARA TODO E TODO O SEMPRE!!!

Então foi aí que eu percebi! Como se alguma coisa tivesse despertado na minha mente. Tudo, todos os relacionamentos, começaram quando tocamos na água da praia. Pode parecer maluquice, mas eu realmente acho que há mais do que apenas sal naquelas águas. Há, sem sombra de dúvida, magia.


AVISO!!! SE GOSTOU DA FAN FICTON, LEIA ABAIXO!!!

GS: Último capítulo postadinho! Espero que tenham gostado, amado, se divertido, rido, chorado, enfim, se deliciado com essa linda história de amor e amizade. Comentem, ok? Mesmo esse sendo o último capítulo eu vou continuar checando os comentários, pois como eu disse no capítulo 9, estou pensando em escrever uma continuação. Mas só se vocês concordarem! Então:

Escrevo O Lado Doce do Mar 2? Sim ou não?

Espero comentários! Beijinhos lotados de magia!

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