CAPÍTULO 9



Entrei o quarto das meninas. Quer saber? Vou me referir a ele como MEU QUARTO. Bom, eu entrei no MEU QUARTO, deitei na minha cama e fiquei fitando o teto. Alguma coisa estava tomando conta de mim, mas eu não fazia idéia do que era. James estava me dizendo que estava adorando ser meu amigo, mas que queria mais do que isso, mas não podia dizer nada, pois isso poderia atrapalhar nossa amizade?

Meu Deus. Não tenho idéia do que fazer a respeito. Eu o adoro, quero dizer, ele é um bom amigo, sabe ouvir, me faz rir... Mas eu não ser o que fazer! Quando eu estou com ele eu sinto que posso ser eu mesma. É como se todo o nosso passado tivesse sido apagado e só existisse o agora, os momentos que passamos juntos, rindo, conversando, “brincando”... É tudo tão confuso pra mim. Eu também gostaria que nunca tivéssemos brigado. Nunca, nunca, nunca. Que tivéssemos sido amigos desde o dia que nos conhecemos, que estivéssemos sempre juntos e quem, talvez, um sentimento mais forte crescesse entre nós.

CARAMBOLA! O que está acontecendo comigo? Eu não posso estar apaixonada apor ele! Quer dizer, nós nos tornamos amigos faz uns dois dias. Não tem como um sentimento maior nascer da noite pro dia. Ou será que isso pode acontecer?

Talvez eu devesse dar uma chance pra ele. Mesmo que tudo dê errado nós podemos continuar amigos e esquecer o que tivesse acontecido. Ele procura amor verdadeiro. Eu também. Ele me fazia rir, sorrir, abrir o meu coração... Era tão estranho, tão confuso... Mas eu estava gostando do que sentia quando estava com ele.

Mesmo não sabendo o que poderia significar. Jessy entrou no quarto, deitou na cama dela, apoiou a cabeça nas mãos e ficou sorrindo de um jeito abobado.

-Hey, Lily! – ela me chamou. – Me lembre de agradecer ao James depois, ok?

-Pelo que? – perguntei virando-me para ela.

-Por ter dito aquelas coisas pra todo mundo. – o que ela queria dizer com isso? – Por causa dele, o Remo me disse que me ama. ELE ME AMA!

Então ele começou a pular na cama, com cuidado pra não bater a cabeça, e ficou exclamando “ele me ama”. Isso causou uma sensação de enjôo e desconforto da minha parte. Mas o que poderia significar? Eu queria ouvir isso de alguém. Não do babaca do Jefferson, não de mentiroso do Amos, mas de alguém especial pra mim... Alguém como o...

-Sabia que o James vai voltar pra casa? – Jessy disse se levantando e indo em direção da porta.

-O quê? – exclamei, com o coração descompassado. – Mas por quê?

-Ele disse que prefere assim. – ela disse. – Foi só o que ele disse.

-Deus... – eu disse saindo da cama e correndo pra fora do quarto, quase atropelando a Jessy.

O encontrei na praia, com as malas feitas deixadas na areia. Ele andava pela água, molhando os pés, e observando o movimento das ondas. Eu fui uma idiota e não coloquei as minhas sandálias, então eu quase morri pra atravessar aquela areia quente. Pisei na água que estava mais gelada que um cubo de gelo e corri até ele.

-James! – exclamei, mas ele não me ouviu. – JAMES!

Ele se virou para mim e sorriu de leve.

-James, você não pode ir embora! – eu disse parando na frente dele.

-Mas Lily... – ele ia dizer.

-Shhh... – calei-o. – Você disse não pode dizer nada, pois poderá prejudicar a nossa amizade, certo?

-Certo. – ele concordou.

-E se eu disser? – eu disse, sem pensar. – Mas você precisa me dar um tempo.

-Tempo pra que? – ele quis saber.

-Tempo pra descobrir o que eu realmente sinto por você. – eu disse. – Sempre que estamos juntos, eu me sinto... Sei lá... Feliz... Completa... Mas eu não sei o que isso significa!

-Lily... – ele suspirou. – Devemos dar um tempo, então. Eu vou pra casa, você fica aqui. Podemos nos falar por cartas. Talvez a distância seja o que...

-Nós estamos precisando. – eu completei.

-É. – ele disse. – Tchau, Lily.

Aí ele me abraçou. Abraçou-me com força, mas não a ponto de me quebrar ao meio. Abraçou-me como se estivesse hesitante de ir embora. Como se quisesse ficar ali, mas quisesse que eu descobrisse o que sentia por ele ao mesmo tempo. Foi tão estranho, sabe. Nos braços dele eu me senti inteiramente protegida... Completa... E... Amada.

Sinceramente, eu queria ficar ali para sempre. Além do mais, ele tinha um perfume tão bom, tão entorpecente...

Então ele me soltou, pegou as malas e aparatou. E eu fiquei ali, imóvel, apenas pensando. Voltei para a casa, mas parei em frente à porta que dava para a cobertura. Eu teria coragem de subir até lá? Onde eu passei momentos felizes com ele... Onde eu me senti a garota mais feliz do mundo...

Decidi voltar para o meu quarto. Parei em frente a minha cama e fiquei parada, perdida em pensamentos. Peguei minha mala e procurei algum livro. Acabei escolhendo um de drama e romance, que era exatamente o que estava sendo a minha vida.

Mas eu não queria ficar ali no quarto. Coloquei as minhas sandálias preferidas, um casaco leve e subi para a cobertura. Sentei-me lá e abri o livro na primeira página. Lá dentro havia uma carta, ou, no caso, um bilhete. Peguei-o e desdobrei. Era uma letra conhecida. Inclinada para a direita. A letra de James!

“Você é a luz que me guia na escuridão. E você mora, agora e sempre dentro do meu coração. Eu te amo. J”.

AI MERLIN! AI MERLIN! AI MERLIN!

Será que eu o amo também? O PROBLEMA É QUE EU NÃO FAÇO A MÍNIMA IDÉIA! SOCORRO MERLIN!

Quando eu li aquele bilhete, a primeira coisa que eu fiz foi guardá-lo dentro do livro e voltar, correndo toda estabanada, para dentro da casa procurar a Save.

-Mandy! – chamei. – Ei Mandy!

-O que foi, Lily? – ela perguntou um pouco aborrecida.

-Cadê a Save? – perguntei, apressada.

-Foi caminhar na praia com o Jack. – ela disse. – Por quê?

-É que eu preciso falar com ela! – eu disse indo em direção da praia.

O único problema é que eu não tenho muita resistência física, então eu logo me cansei de tanto correr. Finalmente eu avistei a Save e o Jack uns cinqüenta metros adiante. O problema era: agüentar correr até eles.

-SAVE! – gritei. – HEY! SAVANNA!

Ela se virou para mim e colocou as mãos na cintura. Consegui correr, mas devagar, até ela.

-Lily, o que houve? – ela perguntou. – Você está bem?

Pelo visto ela notou o meu estado totalmente deplorável.

-Save, olha... Isso... – eu disse, ofegante.

E entreguei o bilhete para ela. Save olhou, analisou, pensou e relatou:

-Você é uma idiota.

COMO SE EU NÃO SOUBESSE!

-Eu sei. – eu disse. – Save... O que eu realmente quero saber é... O que eu faço?

Ela sorriu daquele jeito misterioso e enigmático. O sorriso que só ela tem. Jack olhou para ela com uma sobrancelha erguida.

-Pelo olhar dela eu diria que... – ele disse. – Hm... Se eu não me engano... Esse olhar significa... “Se mate ou siga o seu coração”. Acho que está mais pra siga seu coração.

Sorri. Mas só havia um problema...

PROBLEMA: MEU CORAÇÃO ESTAVA CONFUSO DEMAIS PRA ME DIZER ALGUMA COISA!

Então o conselho da Save/Jack não valia muita coisa naquele momento. James tinha ido embora, eu estava com as minhas amigas, mas isso não parecia ser o suficiente naquele momento. Pelo menos não para mim. Mandy e Black continuavam a se agarrar por aí, só que nunca em público. Também espero que eles nunca se agarrem em público, pois após a minha visão do Remo e da Jessy eu não pretendo ver mais nenhum casal se agarrando. Só em filmes, talvez.

Certo. Eu definitivamente não tenho mais cérebro. Todos os últimos acontecimentos o derreteram por completo e agora eu não consigo pensar, raciocinar nem processar nenhuma informação. Tipo, quando eu voltei para a casa, Mandy e Sirius (se eu chamo o Potter de James não há motivos pra não chamar o Black e o Pettigrew pelos primeiros nomes também, certo?) estavam sentados no sofá da sala, sussurrando coisas um para o outro e rindo como duas criancinhas. Ou como dois adolescentes apaixonados, sei lá. Então eles se beijaram. Nem notaram minha presença, pelo que pude ver. Mas eu não me importei. Apenas voltei para o quarto.

Quando cheguei lá, havia uma carta sobre a minha cama. Claro que eu só vi quando subi no beliche e meio que deitei em cima dela. Só notei quando senti uma coisa muito desconfortável e fui olhar o que era.

-James. – murmurei abrindo o envelope com pressa e tirando a carta de lá de dentro.

“Querida Lily, sinto muito ter ido embora dessa maneira, principalmente sem ter lhe avisado. Mas acho que a Jessy não é a garota mais túmulo do mundo. Bem, espero que você esteja legal e quero que saiba que sinto muito a sua falta. Recebeu meu bilhete? Desculpe ter dito isso sem antes deixar você pensar um pouco. Sei que está muito confusa, mas eu também estou. É um sentimento novo pra mim, Lily. Eu nunca amei tanto uma garota como amo você. E dizendo isso dessa maneira até que soa meio gay. Mas não me importo. Acho que finalmente encontrei alguém que mereça que eu me sensibilize para escrever poemas de amor. ‘Nos seus olhos eu vejo um mar se abrindo diante de mim. Nos seus braços eu sinto o seu perfume de jasmim. Quero que seja assim para sempre, não quero que mude jamais. Eu só quero, e espero, que você deixe nosso passado para trás’. É só isso que eu queria lhe dizer, Lily. Com amor, James”.

AI MEU DEUS!

Sério. Agora a única grama cerebral que eu tinha se dissipou completamente. Não consigo pensar em nada inteligente para fazer. Acho melhor falar com a Save. Não, eu não agüento mais correr e acho que ela está a uns cinqüenta quilômetros daqui. A Jessy? Não, ela provavelmente está se agarrando com o Remo no armário. Nota pessoal: nunca mais abrir o armário. A Mandy? Não, ela está toda melosa por causa do Sirius e não fala coisa com coisa. Só me reste o Pettigrew. Pedro! Pettigrew não! Pedro!

Saí do quarto e fui procurá-lo. Ele estava no quarto dos meninos, jogando uma bolinha de borracha para cima e depois pegando, claramente morrendo de tédio.

-Pedro! – eu disse entrando ali.

-Evans? – desde quando ele me chama assim?

-Pode me chamar de Lily. – eu disse. – Escuta Pedro, temos um assunto muito importante pra conversar.

SÓ POSSO ESTAR DESESPERADA!


GS: Oiê! Ainda estou esperando os comentários! As aulas começaram ontem e eu já adorei o professor de física e química. Ele parece ser bem legal. Bom, comentem galera! Só haverá mais um capítulo, mas não se preocupem (não se alterem, de acordo com a Lily), estou pensando em fazer uma continuação. Mas, é claro, só com a aprovação dos meus amados leitores! Comentem, por favor! Até o capítulo 10! Beijão!

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