Lembranças na aurora.



Capítulo dedicado a minha queridíssima beta Flavinha, que assumiu o imenso trabalho de revisar o monstro que essa fic se tornou. Graças à ela, esta estória esta sendo livrada de trechos confusos, erros, e incoerências.
OBRIGADO FLAVINHA!
*reverenciando a beta*

SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
Capítulo 1

Pensamentos na aurora.


O céu estava borrado com a chegada da aurora. Ela olhava timidamente pela janela. Sua vida estava em ordem, seus amigos estavam bem e felizes, seus pais estavam orgulhosos de sua filha.

O mundo bruxo mergulhara numa calmaria inédita, ao contrário do trouxa, que sempre contava com uma guerra aqui, outra acolá, além das disputas veladas sobre qual país iria explorar o outro... Mas nada que não estivesse dentro da rotineira individualidade egoísta de seus governantes. Não havia mais Voldemort para aterrorizar a todos. Mas também não havia mais Dumbledore para espalhar sua alegria e oferecer acidinhas, concluiu ela, pesarosa.

Dumbledore havia sido a única baixa – graças à Mérlin, pensou ela – sofrida pela Ordem. E mesmo assim – como todos descobriram mais tarde – sua morte havia sido premeditada e pensada pelo próprio. É claro que houve feridos, como Gui, Harry, Gina, e Neville. Mas todos haviam se recuperado com o passar dos anos. Na verdade, com relação ao Gui, os únicos inconvenientes foram as marcas no rosto, o gosto por carne mal passada (que se acentuava com a lua cheia) e o olfato poderoso que ele adquiriu.

Guí era capaz de saber quem se aproximava da “Toca” só em farejar o ar. Ele captava odores dos mais imperceptíveis nas pessoas, o que causava constrangimento em muitas situações, pensou ela, com um sorriso safado brincando no rosto. Lembrava-se de uma vez em que Gina e Harry voltavam de um passeio pelos arredores da casa da família Weasley, e foram surpreendidos por Gui que perguntara inocentemente por que eles haviam entrado no armário de vassouras do quintal. Observando o constrangimento dos dois, ele farejou novamente, e sentiu um cheiro mais suave, camuflado pelo cheiro do armário. Ao constatar que tipo de cheiro era aquele, ele ruborizou violentamente, ficando tão vermelho quanto os próprios cabelos. Obviamente toda a família percebeu. Depois desse fato, a senhora Weasley passou a atormentar Harry diariamente perguntando se ele não decidiria a data do casório com Gina de uma vez por todas.

Harry agora era chefe do departamento de Aurores. Ele continuava grudado em Ron, que também trabalhava no ministério, mas como vice-ministro da magia, subordinado apenas ao próprio pai, que assumiu o posto de ministro da magia pouco antes da derrocada do Lorde das Trevas, após o fracasso de Scrimgeour devido as injustiças praticadas por ele.

O casamento de Harry foi o mais lindo do mundo, pensou ela. Gina estava estupenda. Ela tinha pequenas flores do campo por todo o cabelo vermelho, e seu vestido era de um branco creme delicado, afinal, há muito ela havia perdido o direito de vestir branco. Era tomara-que-caia e possuía uma estampa de pequenas flores brancas, e era bem rodado. O véu era longo e bem seguro por uma tiara de ouro e pedrarias, como uma coroa de uma princesa.

O casamento realizou-se em uma bela manhã num descampado gramado em frente ‘A Toca’. Gina e Harry convidaram todos para o casamento e festa. A maior surpresa foi ver os elfos domésticos Wink, Dooby, e Monstro como “damas de honra”. Dooby carregava as alianças, Wink – recuperada do vício por cerveja amanteigada - levava alegremente o véu da noiva e Monstro jogava, raivoso, pétalas de rosas no chão. Sírius, quando retornou da dimensão à qual estava preso, recuperou seus bens com Harry, e para seu desgosto, dentre eles o elfo “Monstro” também. Ele ordenou que Monstro tomasse banho e vestisse um terninho branco para a ocasião.

Todos divertiram-se muito. Parecia que a dor da guerra havia sublimado.
No final da benção da sacerdotisa, todos sentiram uma brisa morna acompanhada de um canto de fênix. Era a presença de Dumbledore no coração de todos.

Alguns meses depois do casamento, Gina já exibia um barrigão lustroso de grávida. Ela teve as filhas de Harry em casa. Sim, Gina havia ficado grávida de gêmeas! Duas belas meninas de cabelos negros como os do pai, e olhos azuis como os da mãe.

Nos momentos angustiantes durante o nascimento das gêmeas, todos estavam desesperados. Andavam de um lado para o outro, num festival de encontrões. Fred e Jorge estavam extasiados por não serem mais os únicos “duplicados da família”. Rony exibia uma cara pálida e levemente esverdeada. Harry segurava os próprios cabelos, e a cada grito de Gina no cômodo acima, ele puxava as mechas negras inclementemente, como se quisesse arrancá-las do couro. Os outros homens Weasley roíam impiedosamente as unhas.

Ela e McGonagall eram as únicas mulheres na sala – pensou – e tinham que suportar perguntas freqüentes por parte dos homens do tipo: “será que ela está bem?”, “será que uma das meninas já nasceu?”, “será que não seria necessário chamar outro medibruxo para ajudar Pomfrey?”.

A senhora Weasley fazia o parto com ajuda de Fleur e madame Pomfrey, pois Gina negou-se a sair de casa para ir ao instituto Mungos. O parto não estava perigoso, mas um pouco complicado, pois Gina estava sentindo muita dor. Ela berrava, e seu gritos eram tão altos, que, provavelmente, alguém à um quilômetro da casa poderia ouvi-los sem problemas.

Todos na sala se assustaram quando Pomfrey irrompeu desesperada pela sala. Ela chamou McGonagall num canto e cochichou algo em seu ouvido. McGonagal deu um suspiro, aparentemente surpresa com o que a medibruxa havia lhe dito. Sem demora, ignorando as perguntas de todos os homens, foi até a lareira, pegou um pó fino que se encontrava em um vaso ao lado, jogou-o nas chamas, e disse claramente: “Masmorra de Hogwarts!”. E sumiu de vista.

A medibruxa olhava impaciente para lareira, e abaixava-se de vez em quando, como se pudesse ver quando alguém estivesse chegando. De repente, o ambiente esverdeou-se com as chamas da lareira. Mas, ao invés de McGonagall, todos viram um homem de aparência sinistra, com um narigão adunco e cabelos compridos e oleosos irromper para fora da lareira. Ele possuía uma braçada de vidros e maços de ervas. Sem olhar para ninguém na sala além de madame Pomfrey, perguntou onde era a cozinha. Pomfrey indicou o lugar com um aceno nervoso.

Ele caminhou resoluto para o local indicado, ignorando as caras surpresas. Mas antes de chegar ao destino, a voz da medibruxa fez-se ouvir novamente, pedindo para que, além da poção de “dilatação”, o bruxo fizesse também outra “calmante-tira-dor”.

Quando Snape terminou as poções, ele subiu para o cômodo de cima sem pedir permissão a ninguém. Harry e Ron ainda não haviam superado o fato de que Severo Snape não era e nunca foi um traidor. Sempre que o viam, mostravam uma tromba maior do que a de um elefante com caxumba de dragão. Mas o medo dos tempos de escola impedia que eles implicassem com o ex-professor. Por isso não se opuseram quando o mestre de poções subiu ao quarto ao qual todos os outros foram proibidos de entrar.

Cerca de dez minutos depois de sua subida, os gritos de Gina cessaram. Os habitantes da parte de baixo da casa conseguiram ouvir a voz da senhora Wesley suplicando alto para que a filha “empurrasse com força”. Mais cinco minutos, eles ouviram um choro esgoelado e desesperado de criança recém nascida. Neste momento Harry largou os cabelos e tombou para trás no sofá. Parecia desmaiar. Ele exibia o mesmo sorriso bobo e confuso de Girlderoy Lokart quando acordou de um feitiço de memória que havia saído pela culatra da varinha quebrada de Ron, pensou ela. Mais dez minutos, e outro choro bebê quebrou o silêncio da casa. Desta vez era mansinho e brando.

Harry, que novamente andava de um lado para o outro, desta vez fraquejou. Bambeou sobre as pernas. Ficou pálido. Revirou os olhos, e caiu sobre o sofá. Neste momento Snape descia do quarto, e, ao ver a cena, revirou os olhos, desdenhoso e impaciente. Jogou um punhado de ervas no sofá ao lado do “desmaiado menino-que-sobreviveu”, e disse para Ron e ela amassarem um pouco as ervas e colocarem perto do nariz de Harry. Snape completou dizendo que Pomfrey pedira para que ele trouxesse as ervas para o caso de ter que manter Gina acordada, mas como a garota era forte, ela não havia precisado. E completou falando: “ainda bem que eu trouxe, já que o mentor da barriga dela não agüentou a pressão de ter colocado mais dois Potters no mundo. Bem, na verdade ‘duas’, pois são meninas... Há sim... Diga a Potter quando ele acordar que eu deixei minhas sinceras condolências” – disse o bruxão com um ar malvado – “já que desde já eu pude perceber que a primeira que nasceu terá um gênio tão difícil quanto o dos tios também gêmeos dela”. E saiu para a porta, deixando apenas um barulho alto de “CRAK”, atestando que havia desaparatado.

Posteriormente, ela soube por Gina o que havia acontecido durante o parto e depois que o professor subiu. Gina contou que sua cunhada não conseguia chegar perto dela de tanto medo. Portanto, até Snape chegar, apenas Molly e Pomfrey cuidavam do parto. Molly desdobrava-se em secar o suor da filha, segurar a mão da moça, lavar as toalhas, e massagear a barriga dela para que os bebês se acomodassem na posição certa. Já Pomfrey cuidava do parto como medibruxa e fazia exames com a varinha para ver como estavam as crianças e a mãe, verificando sempre a dilatação da moça.

Após um tempo a medibruxa constatou que os bebes iriam precisar de ajuda para nascer. Mas diferente dos médicos trouxas, os bruxos não cortam a barriga da mãe quando o parto normal não dá certo, eles ministram uma poção perigosa, que deve ser dada em gotas precisas à paciente. Com a chegada de Snape, e a incapacidade de Fleur ajudar Molly no parto, a medibruxa não podia ficar ministrando a poção, então pediu para que ele ficasse ao lado dela gotejando à cada dois minutos a poção de ‘dilatação’ e a poção ‘calmante-tira-dor’. Então Gina disse que pela primeira vez na vida, viu uma expressão que não fosse ódio ou desdém no rosto do professor. Contou que o bruxão sentou-se ao lado dela na cama, tomou sua cabeça para o próprio colo, e da mesma forma que um pai faria com uma filha, a cada dois minutos ele dizia baixinho para ela tivesse calma, abrisse a boca e para que ele pudesse ministrar as poções. Gina contou também que ele tinha um ar de preocupação contida, e que quando Molly pegou o primeiro bebê e mostrou a ela, todas as mulheres no quarto puderam notar no professor uma cara boba de admiração pela nova vida que acabara de nascer.

Essa foi a primeira e ultima vez que ela havia visto o professor desde o final da guerra.- pensou. É claro ela ainda tinha noticias dele, afinal, ela tornou-se uma grande amiga de sua professora de transfiguração McGonagall, que agora era diretora de Hogwarts. A diretora havia lhe contado que Snape ganhara seu tão sonhado cargo de professor de Defesa Contra Artes das Trevas, e que após empossá-lo, ela havia encarregado o professor de entrevistar os candidatos para seu antigo cargo de poções, porém, segundo McGonagall, ele considerava todos os pretendentes ao cargo um bando de ‘imbecis’ e ‘cabeças ocas’ e, portanto indignos ao cargo. E assim, por escolha própria recusou o cargo de vice-diretor, para acumular o cargo em Poções e DCAT.

Ela soube pela professora também, que ele continuava rabugento e maldoso com os alunos que não eram de sua casa, e que persistia em ser seco e sarcástico com os colegas de trabalho e, dessa forma, estava tanto ou mais recluso do que era antes.

Certa vez, em num tom de segredo, McGonagall havia lhe dito que achava que o professor sentia falta de Dumbledore, pois este foi a única pessoa que compreendeu o mestre de poções verdadeiramente, que confiou e lhe deu uma chance para se redimir.

Ela sentia um misto de pena e identificação com seu antigo professor de poções. Tudo havia mudado depois da guerra – pensou ela – mas ela não conseguia se desvencilhar de antigos hábitos, como o de ser a “sabe-tudo-da-Grifinoria” - pensou ela divertindo-se. Dez anos se passaram desde a morte de Dumbledore. E ela havia feito coisas dignas do título que lhe fora dado pelo Mestre de Poções. A guerra durou na verdade apenas um ano. Um ano corrido, onde ela, Ron, e Harry, saíram pelo mundo para caçar as horcrux de Voldemort. Juntos eles destruíram todas, e por fim Harry destruiu o maior bruxo das trevas desde ‘Rasputin’.
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Fic SS/PO que segue a história da JKR
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