Tentativas e Tropeções




Nem Rony nem Hermione apareceram nas três horas seguintes ao almoço, talvez procurando evitarem encontrarem-se, talvez porque estivessem muito nervosos e quisessem descanso, ou talvez mesmo porque tivessem caído no sono. Harry e Ginny almoçaram com avidez, em companhia de Alastor Moody, Os Weasleys, Fleur, Lupin e Tonks que pareciam estar em lua-de-mel. Os cabelos rosa-chiclete da bruxa estavam mais vibrantes do que nunca e até Lupin parecia mais jovem apesar das tensões do Ministério. Estava mais do que óbvio para todos que ele finalmente cedera e aceitara seus sentimentos por Tonks. Ambos não podiam estar mais radiantes. Por um breve momento, Harry esqueceu seus problemas e apenas apreciou aquele clima romântico enquanto observava Ginny comer, olhando-o com um sorriso de vez em quando.

Após o almoço, Harry e Ginny caminharam pelos corredores da casa dos Black, conversando sobre as notícias do Ministério e sobre Rony e Hermione. Ambos concordavam que aqueles dois já haviam dado o que tinha que dar e já era hora de algo acontecer entre eles.
- Veja só... 3 anos que o Krum e a Mione se correspondem e o Rony ainda se comporta como se... - começou Ginny, mas, eles ouviram um choro próximo vindo de uma porta entreaberta. - Espere aqui. - disse a garota a Harry com os olhos arregalados. - Acho que é a Mione, sabe...
Harry concordou com a cabeça e resolveu sair e deixar as duas sozinhas, afinal, achava que já sabia do que se tratava e seria muito melhor deixar as duas garotas conversarem sozinhas.
- Mione? - Ginny entrou no quarto e encontrou a amiga chorando deitada de bruços na cama, os braços cobrindo a cabeça. - Por que está chorando? Não chore...
Ginny sentou-se ao lado dela e passou um braço pelas suas costas, confortando-a:
- O que foi?
Hermione soluçou mais um pouco e se sentou, limpando os olhos. Olhou para Ginny com o queixo tremendo e começou, com uma voz embargada:
- È que eu realmente achei que... Realmente achei que o Rony estava diferente.
- Diferente como?
- Achei que ele tivesse amadurecido e tivesse... quero dizer... Às vezes acho que sei o que ele sente por mim, mas, então ele faz algo totalmente horrível como o que ele fez hoje e eu fico completamente confusa e magoada! E vejo que ele é o mesmo pateta imaturo de sempre! Ginny... - ela olhou para a amiga e lágrimas escorriam de seus olhos. - Acho que amo seu irmão.
Ginny escondeu a boca com as mãos sufocando um grito de excitação.
- Hermione! Isso... isso é... Quero dizer, eu sabia que você sentia algo por ele, mas... mas... puxa vida! Pelas barbas de Merlin! Quero dizer... nossa! - Ela estava se segurando para não cair na gargalhada. Aqueles dois eram tão idiotas. - Posso dizer uma coisa? Você é uma tonta.
Hermione arregalou os olhos.
- Tonta? Por que...?
- Porque só uma pessoa extremamente cega para não perceber que ele sente o mesmo por você! Quero dizer, sabemos que ele é um crianção idiota, mas, por Merlin, todos já notamos o que vocês sentem um pelo outro!
O rosto de Mione iluminou-se:
- Bem... bem, eu não sei. Ele não toma atitude alguma... Tirando dar uns amassos na Lilá na frente de todo mundo e...
- Hermione, vê se esquece isso. È passado. Você nunca mais vai ver a Lilá... Muito menos o Rony... Não vamos voltar pra escola, lembra? A questão é que é hora de deixar isso pra trás, não acha? - Ginny sorriu. - Agora pára de choramingar e vai conversar com ele!
- Eu? Conversar com ele? Não, Gin... Não! - Hermione cruzou os braços orgulhosa. - Se ele quiser, que venha falar comigo, não vou mesmo. Não, não vou.
- Mione... Ficar brigados só vai piorar a situação. Vai lá e diz que já escreveu para o Krum não vir. - Ginny estava adorando tudo aquilo. - Assim passa o nervosismo dele e quem sabe o que pode acontecer... - Ginny disse maliciosamente, fazendo Mione corar.
- Ok, ok... Eu falo com ele. - A garota se levantou da cama, visivelmente nervosa. - Mas, vou só pedir desculpas, só. - Suas mãos se abriam e se fechavam, convulsivamente.
- Acho que ele está no quarto dele. - Ginny sorriu, e quando Mione saiu do quarto, deu uma risada estrondosa e se deitou, falando sozinha. - Ai, esses dois...

Rony estava sentado na poltrona carcomida do quarto que dividia com Harry perto da janela com uma expressão de profundo mau humor quando Hermione entrou pela porta aberta:
- Rony...
O garoto olhou pra ela com má vontade.
- O que você quer? - Na mesma hora, Hermione endureceu, fechando as mãos com força.
- Só queria avisar o Sr. que já mandei uma coruja ao Vítor, dizendo para ele não vir, que não precisamos de ajuda. Agora, Ronald... Se formos prejudicados de alguma forma pelo seu chilique com relação á Krum vir pra cá, a culpa será toda sua.
- Prejudicados de que forma? Prejudicados de não vermos a cara feia e carrancuda dele ou prejudicando a sua vida amorosa, Hermione? - disse sarcasticamente, erguendo as sobrancelhas. - Mesmo que aquele idiota viesse, o Harry não ia permitir que ele fosse com a gente atrás das Horcruxes... Sinto muito.
- Eu também não permitiria que ele ficasse sabendo das Horcruxes! Mas, acontece que estamos em uma época que precisamos nos unir aos amigos para...
- Desde quando ele é seu amigo...? Não me faça rir, Hermione! - Rony levantou-se da poltrona e ficou de costas pra ela, olhando pela janela sem realmente olhá-la. - Todos sabemos o que vocês dois fizeram naquele baile.
Hermione ruborizou-se ainda mais, juntando a raiva com a vergonha.
- Ronald, eu... Você não tem nada...
- Verdade. Você está certa. Não tenho nada a ver com a sua vida. E nem me importo. - Ele fez uma pausa, enquanto Hermione lutava contra as lágrimas. - Já que não tenho nada a ver com a sua vida, faça como quiser, chame o Vitinho e pronto.
- Rony... - Hermione segurava-se ao máximo para não chorar. - Eu... Eu não te entendo... Por que você me...?
- Sabe, também não te entendo. No fundo você é como a Rita Skeeter disse naquele artigo no quarto ano. Gosta de bruxos famosos... Deve ser por isso que ainda se corresponde com o Krum, não é? Me espanta que não tenha saído com o Harry. Mas, claro... Ele não é burro.
- PARE COM ISSO! - Hermione gritou, chorando e fazendo Rony pular de susto. - NÃO DIGA MAIS NADA!
- Hermione...
- Você é realmente patético... Ridículo. Não sei como pude... Não sei como... - Ela balançou a cabeça. - Não sei porque ainda me dou ao trabalho de... E quer saber...? Eu... eu... - Ela parou de articular as palavras para soluçar por alguns segundos. Rony se aproximou dela com a mão estendida, mas, ela se afastou com um olhar de ódio.
- E pensar... E pensar que eu tinha vindo até aqui... Te pedir desculpas! Desculpas pelos insultos que VOCÊ fez á mim... Porque eu queria estar bem com você. - Hermione chorava muito, mas, claramente não conseguia parar de falar. - Como você pode... Como você...??
- Mione, eu sinto...
- Eu também sinto muito. Sinto por me importar tanto com o que você pensa de mim. Sinto muito por gostar de um palhaço imaturo como você.
E virando-lhe as costas, saiu do aposento, batendo a porta atrás de si.

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