Capítulo 1 - Encontrando Harry

Capítulo 1 - Encontrando Harry



Autor: Occasus

Nome Original: Cannon In D

Tradução: G.W.M.

Betagem: Anna Malfoy

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Severus Snape tinha 31 anos. Ele era solitário por natureza, preferindo a companhia de seu gato persa Fluffy e suas pinturas. Ele vivia em um flat em Londres e era relativamente feliz sozinho.

Ele era um homem alto, magro, mas musculoso. Seu cabelo era longo e negro e ele sempre o mantinha preso. Seu rosto era atraente com exceção de seu nariz, que era levemente largo demais e tinha um formato de gancho. Seus olhos eram negros e penetrantes.

Severus possuía uma estranha habilidade para ler quase todos com quem entrava em contato. Esse era o real motivo pelo qual ele ficava longe das pessoas. Ele não suportava ficar próximo a pessoas que se orgulhavam por aparências, dinheiro ou qualquer outro aspecto trivial da vida.

Não amado e abusado quando criança, ele ficou órfão aos 16. Seus pais lhe haviam deixado uma grande fortuna quando morreram. Ele nunca pôde trabalhar em sua vida, e ainda queria, de graça. Mas isso não o faria feliz. Ele vivia para pintar e, apesar de parecer frio por fora, era uma pessoa apaixonada.


Ele havia passado os dois anos seguintes à sua formatura de uma universidade de arte viajando pela Europa e pelos Estados Unidos. Ele viu as paisagens, pintou o que ele apreciara e teve alguns sórdidos casos amorosos.

Ele era gay e era aberto em relação a isso, mas se recusava a encarnar a figura do típico homem gay. Ele só vestia preto, normalmente calça e camisas abotoadas. Ele parecia um artista e seus dedos sempre estavam manchados de diferentes cores de tinta.

Agora ele voltara para Londres e procurava por trabalho. Ele não se importava de fazer trabalho freelance para ele mesmo, vendendo ocasionalmente uma peça ou duas na Galeria, mas ele queria algo para tirar seus pensamentos de sua vida. Tirando o fato de que ele provavelmente nunca encontraria o amor que ele sempre estivera procurando.

Foi provavelmente por isso que ele aceitou o emprego no hospital. Ele vira o anúncio no jornal.

Procura-se: artista no Hospital de Comportamento e Saúde Hogwarts para repintar as paredes da sala de reabilitação com mural. Deve trazer seu próprio material e possuir conhecimento de arte.

Severus rira do anúncio, estava realmente abaixo de suas habilidades. Mas ele queria algo para ocupar seu tempo. Então ele enviara seu currículo. Eles o chamaram no dia seguinte e o contrataram imediatamente. O trabalho demoraria cerca de seis meses e ele fora autorizado a usar sua imaginação, providenciando para que as imagens do mural não fossem escuras. Afinal, era um hospital de comportamento.

Então, agora ele estava preparando sua sacola de arte com as coisas que iria precisar. Fita crepe, lápis de pintura e lápis de carvão. Ele não precisaria de seu caderno de esboços ou seu cavalete, então ele não os levou. Ele adicionou alguns livros de arte, para evitar a impressão de que ele se sentia perdido, mas duvidava de que fosse precisar deles.

A enfermeira-chefe era uma jovem mulher chamada Hermione Granger. Ela iria lhe mostrar o ambiente, lhe mostrando onde ele precisaria pintar.

Ele chamou um táxi e chegou dez minutos mais tarde. O exterior do hospital era de pedras sujas e cinzentas e parecia um tanto deprimente. No interior, ele encontrou uma sala de espera com paredes amarelo-pálido e cadeiras espalhadas. Havia uma mesa no centro da sala, com revistas velhas e uma janela de vidro que conduzia ao balcão das enfermeiras. Ele passou pela janela e pressionou o botão de chamada. Alguns momentos mais tarde, a grande porta de aço se abriu e uma mulher alta e magra, com cabelos castanhos e cacheados e um sorriso genuíno apareceu.

Ela estendeu a mão e ele a apanhou. “Eu presumo que você é o senhor Snape, estou correta?”

Ele assentiu. “Prazer em conhecê-la, madame Granger.”

“Me chame apenas de Hermione,” ela disse. “Eu não gosto de formalidades, especialmente aqui. Os pacientes se sentem melhor, confiam mais em mim se os deixo usar meu primeiro nome.”

Ele assentiu, entendendo o que ela queria dizer. “Então sinta-se à vontade para me chamar de Severus.”

Ela o conduziu através da porta e por um corredor vagamente iluminado. “Esse é a ala das crianças. Esses quartos são ocupados por duas crianças e nós as mantemos próximas à porta porque crianças possuem menos instintos de fuga que os adultos.” Ela deu uma pequena risada.

Conduzindo-o por outro corredor estreito, ela o levou por duas portas vaivém para dentro de um aposento com paredes brancas severas. Havia algumas mesas no aposento, com quatro cadeiras cada uma. Havia uma pequena banqueta e um piano de aparência velha. Uma janela de vidro mostrava outro balcão de enfermeiros, onde um ruivo trabalhava atrás da escrivaninha.

“Esse é meu noivo, Rony.” Ela explicou rapidamente. “Ele e eu usualmente trabalhamos sozinhos durante a semana, mas ocasionalmente chamamos os assistentes de enfermagem. É relativamente quieto por aqui. Nós não temos nenhum paciente violento no momento. Nós raramente temos algum espancador ou até mesmo algum estuprador, mas eles geralmente são levados para algum hospital mais seguro.”

Severus percorreu o aposento com o olhar. As paredes seriam facilmente alcançadas e ele estava grato por elas serem brancas. O piso era de ladrilho e teria de ser coberto tão logo ele começasse a pintar, mas enquanto ele estivesse esboçando, não seria um problema.

“Esse é o único aposento?” ele finalmente perguntou.

Ela deu de ombros. “Por enquanto é. Como você pode ver, nosso hospital não é tão agradável como gostaríamos. Tenho permissão para lhe deixar um aposento. Então, dependendo dos custos, nós podemos ver sobre adicionar alguma coisa ao lobby.”

Severus suspirou internamente. Ele faria o serviço de graça se ela pedisse. Mas ele decidiu deixar para mais tarde.

“Você tem alguma pergunta?” ela lhe perguntou.

Ele balançou a cabeça. “Não. Isso não deve ser muito difícil. Bom ambiente de trabalho e paredes brancas. É o sonho de qualquer artista.”

Ela deu uma risada apreciativa. “Bem, você irá se encontrar trabalhando entre alguns dos pacientes adultos daqui. Nós tentamos restringi-los o menos possível e a maioria vive de acordo com uma rotina. Eu farei o possível para mantê-los longe de seu cabelo.”

Severus hesitou. Não que ele não gostasse de crianças, mas elas tendiam a ficar no caminho. “Quão freqüentemente as crianças...”

Ela o interrompeu com um gesto. “Oh, não, esse é apenas para pacientes adultos. Nós temos uma enfermaria separada para as crianças. Não podem ter muito contato com os adultos por razões de segurança.”

Ele assentiu e pôs a sacola sobre uma das mesas. “Eu suponho que eu deva começar.” Ele estendeu a mão novamente. “Foi um prazer conhecê-la.”

Ela sorriu. “E a você também. Eu vou estar nessa escrivaninha se você tiver alguma pergunta.”

E assim foi a maior parte do dia. Ele não viu um único paciente vagando pelos corredores e ele imaginou se não estaria perturbando a paz deles.

Severus havia escolhido um tema simples de floresta, com imagens calmantes de animais e árvores. Iria demorar mais do que ele havia previsto porque ele desejava fazer algo agradável para o hospital. Ele admirava o quão duro Hermione e seu noivo trabalhavam para manter as coisas funcionando. Ele teria certeza de ter adicionado cada detalhe específico e cada cena. Era algo que ele realmente amava, criar beleza para os outros apreciarem.

Enquanto Severus continuava o dia, ele captou uma visão de relance de um jovem caminhando de um aposento para o seguinte. Tudo o que ele viu foi cabelo curto, desarrumado e negro e um perfil de garoto.

Ele interrogou-se levianamente porque o homem estava naquele lugar, assim como se interrogou porque a maioria dos outros também estava trancada ali. Ele apanhou o táxi para casa e se aconchegou em sua poltrona para bebericar uma xícara de chá fumegante e assistir um filme antigo.

Ele havia se sentido incerto quanto ao trabalho, mas depois de hoje, ele sentiu um pouco melhor a respeito.

Na manhã seguinte, Severus chegou cedo. Ele foi recebido por Rony, que o saudou com um sorriso alegre. “Bom ver que nós não o afugentamos, colega.”

Severus permitiu uma pequena risada. “Precisa de muito para me afugentar de um emprego,” ele brincou. Enquanto eles caminhavam pelo corredor das crianças, ele podia ouvir a voz suave de Hermione brincando de um jogo de adivinhação com as crianças, que riam.

“Ela é boa com eles.” Severus comentou.

Rony assentiu. “Ela é boa com qualquer um. Ela é a única que Harry permite contato.”

“Harry?” Severus indagou.

“Ele é o paciente que temos há mais tempo,” Rony explicou. “Foi deixado aqui aos onze anos por seus parentes imprestáveis. Ele estaria bem, caso tivesse tido melhores condições de vida. Eu não posso te contar sobre o caso dele, mas eu posso dizer que eu nunca me senti mais pesaroso por alguém em minha vida. Na verdade, ele não é louco e nem sofre de nenhum problema químico. Ele apenas...Está preso em sua própria concha. Oh, e ele é cego. Mas ele consegue se virar bem, então não o ajude, a não ser que você o veja realmente em dificuldades.”

Severus assentiu. “Certo. E como ele é?”

Rony o conduziu para dentro do aposento e apontou para uma cadeira no canto, onde o jovem de cabelos negros que ele vira ontem estava sentado. Ele estava encarando a janela, os olhos verdes abertos e sem ver. Ele era muito...belo. Não havia outras palavras para descrevê-lo.

“Eu o vi ontem.” Severus disse delicadamente.

Rony assentiu. “Você pode falar com ele, se quiser, mas não vai conseguir nenhuma reação. Ninguém conseguiu em dez anos.”

Severus sentiu uma pontada de tristeza. Ele se perguntou o que poderia ter acontecido para um homem tão jovem sofrer tamanho trauma. Ele assentiu para Rony e começou a tirar suas coisas da sacola. Ele estivera trabalhando na parede mais distante, mas por alguma estranha razão ele se sentiu compelido a ficar perto de Harry.

Ele apanhou seu lápis de carvão e se sentou de pernas cruzadas no chão próximo à cadeira que Harry ocupava. Ele começou a desenhar delicadamente, deixando-se absorver pelo trabalho.

Foi apenas depois de ter terminado uma figura detalhada de um filhote de veado que ele percebeu que a cabeça do garoto estava virada na direção do barulho do lápis de carvão.

“Olá Harry,” Severus começou. Ele esperou, mas como Rony explicara, não houve nenhum indício de que o garoto sequer o ouvira. Ele decidiu continuar falando, como se o garoto pudesse entender todas as palavras. “Meu nome é Severus. Eu sou um artista e eu estou desenhando um mural na parede. Você sabe o que é um mural?” Ele esperou por um momento. “Bem, é uma série de figuras, combinadas em uma pintura ou desenho. Aqui eu estou fazendo uma floresta para trazer a esse aposento comum um pouco de alegria. Parece um pouco deprimente, com todas as paredes brancas e mesas.” Severus disse com voz monótona enquanto desenhava e desenhava. A parede próxima a Harry estava finalmente terminada e ele moveu-se para o outro lado de Harry.

“Talvez algum dia você possa fazer uma caminhada em uma floresta, para saber como é. Você já esteve embrenhado em uma floresta?” Não houve resposta. “Eu já, mas eu era apenas uma criança e foi um pouco assustador para mim.”

Isso continuou por algum tempo. Severus não sabia por que exatamente continuava a falar com Harry. Ele apenas falava como se fossem velhos amigos. Talvez fosse o terrível vazio que ele via nos olhos do garoto. Ou a falta de amor que era tão aparente. Ele sabia como era e se considerava sortudo por não estar no lugar de Harry agora.

Era realmente uma pena que o garoto fosse cego. Severus teria adorado mostrar a Harry todas as cores brilhantes com que ele iria pintar a sala. Mas ele se resignou em relatar o que estava desenhando e por que. Ele percebeu que se Harry ainda estivesse por perto quando ele começasse a pintar, ele iria descrever as cores para ele. Se ele era bom em alguma coisa, era em descrições. Era essa a razão dele ser um artista tão bom.

O fim do dia chegou rapidamente para Severus. Ele almoçara sozinho no hospital enquanto Harry se retirava novamente para seus aposentos para comer. O garoto retornou à janela, o rosto ainda em direção à janela, mas sua cabeça sempre penderia na direção em que Severus estivesse.

Quando era a hora de Severus guardar as coisas, ele as trouxe para perto da cadeira de Harry e as afastou lentamente. “Eu estou indo agora,” ele disse ao garoto. “Mas eu voltarei amanhã. Eu estarei voltando por um bom tempo, na verdade. Quase seis meses e eu acho que é o suficiente para que nos conheçamos, você não acha?” Ele fechou a sacola e a pendurou no ombro. “Foi um prazer conhecê-lo, Harry.” Ele disse e saiu.

Hermione o alcançou logo antes que ele saísse pela porta e sem aviso, atirou seus braços ao redor dele. “Eu acho que você não tem idéia o quanto isso significa para Harry,” ela disse em uma voz densa. “Ninguém nunca o visitou e ninguém, exceto eu e Rony, conversa com ele. Ele estava ouvindo-o, eu posso dizer.”

Severus lhe deu um sorriso fugidio. “Eu também posso dizer isso,” ele disse. “E eu sei o que é crescer sem amor e sem ser querido.” Ele deixou o Hospital de Saúde e Comportamento Hogwarts sem nenhuma palavra a mais.

Ele permaneceu em sua poltrona naquela noite, a televisão ligada, mas ele não estava realmente assistindo. Sua mente ficava voltando aos olhos verdes vazios no belo rosto do garoto não amado. Não era justo para ele. Sua casa era como uma prisão, e talvez Severus pudesse resolver isso...Mesmo por um curto tempo.

Severus voltou no dia seguinte, como prometido. Harry estava esperando na cadeira como usualmente e Severus continuou seu monólogo. Ele fez isso pelas três semanas seguintes enquanto completava o contorno de seu mural. Ele nunca obteve uma resposta de Harry, mas o garoto o esperava fervorosamente dia após dia. Severus optou por trabalhar em seus dias de folga, apenas para garantir que o garoto tivesse companhia enquanto os outros pacientes visitavam seus familiares. O aposento comum foi fechado enquanto Severus se preparava para pintar e apenas Harry tinha acesso permitido.

Era uma tarde particularmente chuvosa quando Severus finalmente trouxe suas tintas. Ele terminara de cobrir o piso com plástico e agora estava misturando suas tintas na palheta. Ele se ajoelhou, o pincel na mão e água preparada. Ele já havia decidido pintar a cena mais próxima a Harry, para manter sua conversa.

“Agora eu estou pintando, Harry,” ele explicou. “Estou pintando uma árvore e estou usando diferentes tons de marrom para o tronco. Você se lembra de como é o marrom?” Não houve resposta. “Marrom é uma cor mais escura. Eu sempre me lembro de calor e de casa quando vejo marrom. É como uma cor confortante para mim.” Ele mudou para sua palheta de verdes enquanto começava as folhas. “Agora estou pintando com verde,” ele disse delicadamente. “Verde sempre foi minha cor favorita. É quase luz e dá muita personalidade às coisas quando usado corretamente. Ele tem sido usado como símbolo da inveja, mas eu não o vejo assim. Claro, não sou uma pessoa invejosa por natureza. Eu gosto de deixar as coisas como elas são.”

Severus percebeu Harry se movendo pela primeira vez naquele dia. Ele prendeu a respiração enquanto o garoto deslizava da cadeira e afundava em seus joelhos ao lado de Severus. Tentativamente, o garoto estendeu a mão lentamente em direção às pinturas.

Severus entendeu imediatamente. “Você quer tocar as pinturas?” ele perguntou.

O garoto piscou lentamente, sua mão ainda pairando no ar. Severus assumiu isso como um sim. Ele rapidamente abaixou suas outras palhetas de cores e apanhou um pequeno caderno de esboços em sua sacola.

“Eu tenho aqui um caderno para você pintar,” ele explicou, colocando o caderno aberto aos joelhos do garoto. Cautelosamente, Severus tomou a mão de Harry com a sua. O garoto visivelmente enrijeceu, mas após um momento permitiu que o contato continuasse. Ele trouxe a mão de Harry para baixo e pôs seu dedo na tinta verde.

“Você tem verde em seu dedo agora, Harry,” ele explicou. “Aquele que eu mencionei há um minuto. Você pode espalhá-lo no papel próximo a seu joelho.”

Harry franziu levemente o cenho. Ele lenta e precisamente desenhou uma linha reta no papel com seu dedo. Não havia jeito do garoto ser estúpido ou louco, Severus pensou, esse garoto é muito inteligente.

“Eu tenho muitas cores aqui, Harry. Eu tenho vermelho e roxo, azul e laranja e preto.” Ele deixou Harry pintar com cada uma das cores. Severus esqueceu completamente de seu trabalho. Ele estava tão absorto em ajudar o garoto e tão arrebatado pela pura inocência no rosto do garoto que não percebeu quantas horas haviam se passado.

Hermione estivera observando por um tempo, sua respiração presa na garganta. Ela nunca imaginara que iria viver para ver o dia em que Harry pediria para ter contato com alguém. Ele permitia que ela o tocasse, mas nunca a tocara. E ela era voluntária no hospital desde os seus doze anos.

Finalmente ela teve de contê-los. Estava tarde e Harry precisava comer. Ela, é claro, não se importava que Severus tivesse abandonado seu trabalho. Na verdade, ela não se importava se ele jamais voltasse ao seu trabalho se ele pudesse manter Harry querendo contato.

Ela limpou a garganta, fazendo com que Harry se afastasse de Severus. O homem mais velho a olhou por um momento e ela ofereceu um sorriso de desculpas.

“Desculpem, garotos,” ela disse delicadamente. “Mas é hora de comer.”

Severus suavizou seu olhar e olhou de volta para Harry, que estava sentado na cadeira, as mãos em seu colo. “Desculpe Harry, nós temos de parar por hoje. Mas eu voltarei amanhã e eu trarei as tintas.” Ele olhou tentativamente apanhou o caderno das mãos de Harry. “Posso ficar com isso?”

Harry piscou muito lentamente novamente. Severus estava começando a entender que isso era um sim. Ele fechou o caderno e o pôs em sua sacola. Apanhando uma grande sacola de plástico, ele a abriu e retirou uma grande toalha molhada.

“Posso limpar suas mãos, Harry? Preciso limpá-las para que você possa comer.” Ele esperou por alguns momentos, prendendo a respiração. Finalmente, Harry estendeu suas mãos cautelosamente para Severus.

Atirando um sorriso triunfante para Hermione, ele limpou lenta e gentilmente as mãos sujas de tinta do rapaz. Elas eram tão delicadas e magras, ele estava relutante em soltá-las. Harry também não as puxou. Na verdade ele parecia deleitar-se com as mãos igualmente delicadas, de artista, de Severus.

Hermione sentiu lágrimas brotando nos cantos de seus olhos. Ela se odiou por quebrar o momento e temeu falar novamente. “Hora de comer,” Ela labializou para Severus. Ele entendeu o teor do que ela dissera.

“Apenas me mostre para onde levá-lo.” Ele labializou de volta.

“Para o quarto dele,” ela apontou o corredor. “Última porta à esquerda.”

Severus se inclinou para Harry. “Posso ir com você até seu quarto, Harry? Para que você possa ter algo para comer?” Piscada lenta. Severus se levantou e percebeu que Harry não soltaria suas mãos. “Você terá que me levar,” ele disse alegremente. “Nunca estive no seu quarto antes”.

Harry caminhou ao lado do homem, sua mão ainda enroscada nos dedos do homem mais velho. Ele caminhava com agilidade e conhecimento de seus arredores. Ele parou em sua porta e finalmente soltou a mão de Severus. Ele esperou por um minuto antes de entrar. Ele voltou-se para o homem e subitamente lhe deu um aceno hesitante.

Severus lutou para não explodir em risadas. “Eu voltarei amanhã,” ele disse em despedida. “Eu sempre voltarei.”

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N/T:

Que fic boa! Eh uma das melhores que já li em inglês. Espero que concordem comigo!

G.W.M.

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