Dumbledore



A Última Horcrux
Escrito por: BastetAzazis
Beta Reader: Ferporcel



Resumo: Dark Snape; se você ainda acredita no Snape, talvez não goste destas linhas...Snape, mau que nem pica-pau, mas ainda assim é capaz de sofrer por um amor grande amor. Não Slash.

N.A.: Esta fic foi escrita para o Amigo Secreto de aniversário do Snape. Presente para a Shey!!!!





Capítulo 2 – Dumbledore


Merda!

Narcisa Black e Belatriz Lestrange na minha porta. Como se eu já não tivesse incômodo suficiente com aquele rato se esgueirando pela casa.

Já fazia um ano que o Lorde das Trevas havia voltado, entretanto o Ministério da Magia só havia reconhecido isso há alguns meses, quando o intrometido do Potter invadira o Departamento de Mistérios.

Eu ainda enfrentava a desconfiança dos membros da simplória Ordem da Fênix, criada por Dumbledore e mais uma dúzia de cabeças ocas que só sabiam seguir suas ordens, porque não fiz nada para deter o Black. Como se não fosse do meu próprio interesse acabar com a vida daquele cachorro pulguento. O único inconveniente foi ter que fingir pesar com a morte dele.

Mas os Comensais da Morte também andavam suspeitando de mim. Eu não estava fornecendo informações concretas há algum tempo. Aliás, acho que esse era o motivo da presença de Rabicho, imposta pelo Lorde das Trevas, em minha casa. E as acusações de Belatriz só me mostravam que deveria ter mais cuidado no papel de espião duplo. As dúvidas dela provavelmente eram compartilhadas pelos demais Comensais.

Mas então, a pobre Narcisa veio ao meu socorro. O Lorde das Trevas havia designado uma missão para o incompetente do filho dela, uma missão que ele provavelmente falharia. Essa era a maneira dele se vingar da seqüência de incompetências da família Malfoy. Claro, se eu matasse Dumbledore no lugar do Draco, garantiria a confiança e o respeito dos Comensais da Morte e do próprio Lorde das Trevas. Entretanto, as irmãs Black eram ardilosas; a minha palavra apenas não era suficiente para Narcisa, e logo me vi preso a um Voto Perpétuo.

Merda!

A princípio, a idéia de estar preso a Narcisa Malfoy e Belatriz Lestrange pelo Voto Perpétuo me pareceu uma estupidez enorme. Mas Dumbledore já estava começando a se tornar um estorvo. Nós já sabíamos há muito tempo que o diário destruído de Tom Riddle era uma Horcrux, mas agora que ele acabara de destruir uma segunda Horcrux, estava certo de que haviam ainda muitas mais a procurar. Seria uma questão de tempo até chegar a Nagini, e isso eu não podia permitir. Dumbledore podia se comover facilmente com uma historinha de amor e tentar protegê-la, mas não os demais membros da Ordem, ou os aurores, que a veriam apenas como a filha do Lorde das Trevas, a última ligação de Voldemort com este mundo, a última tentativa dele de vencer a morte. Não, definitivamente, era melhor perder a proteção de Dumbledore que entregar Nagini à Ordem da Fênix.

Mas minha decisão de matar Dumbledore só foi tomada no início da primavera seguinte. Ele foi atrás de mim na Floresta Proibida certa noite para questionar meu trabalho como espião da Ordem enquanto eu buscava alguns ingredientes que Hagrid esquecera-se de colher para mim. Eu lhe expliquei mais uma vez que estava preso à segurança de Draco, que não poderia fazer nada para impedi-lo enquanto o pirralho não aceitasse minha ajuda. O velho tolo tinha certeza de que conseguiríamos convencê-lo a mudar de lado.

Um Malfoy? – pensei escondendo o meu escárnio. – Velho tolo!

Nós discutimos por algum tempo, e eu o avisei que não continuaria me arriscando se tivesse que depender das suposições românticas dele. E então, aquele velho ousou me ameaçar...

– Você concordou com isso, Severo – ele disse sem rodeios. – Assunto encerrado.

Eu sabia muito bem o que ele queria dizer. Quando ele testemunhou a meu favor, eu concordei em continuar como espião da Ordem caso o Lorde das Trevas retornasse. Foi o que me manteve fora de Azkaban, e caso eu não fosse mais leal a ele, seu testemunho poderia ser modificado.

Filho da puta! Parece que andou aprendendo alguns métodos sonserinos.

Eu me virei para voltar para o castelo, mas senti a mão forte dele segurando meu braço.

– Eu ainda não terminei, Severo – ele disse firme. – Você deve fazer um busca meticulosa na Sonserina; o Ministério está me pressionando cada vez mais por pistas sobre o caso do colar...

– Você sabe que eu tenho feito o possível – eu o interrompi, impaciente.

– Está bem – ele respondeu –, não vou mais importuná-lo com isso. Entretanto, ainda tenho uma pergunta a lhe fazer: você sabe que Tom teve uma filha?

Eu me virei bruscamente para encará-lo ao ouvir aquilo. Tentei disfarçar a raiva, esperando que meus olhos arregalados fossem interpretados como surpresa.

– Ela foi convidada a estudar em Hogwarts quando completou onze anos, mas parece que Tom preferiu mandá-la para Durmstrang. Recentemente, descobri que ela se formou com as melhores notas em Artes das Trevas. Você nunca a conheceu? Vocês dois têm quase a mesma idade.

– Ela está morta – eu respondi seco. Dumbledore não acreditaria se eu lhe dissesse que, mesmo sendo um Comensal da Morte, não a conhecia.

A expressão dele mudou de instigadora para decepcionada.

– Tem certeza?

Eu não respondi, então ele continuou:

– Eu estive pensando, assim como Pedro permaneceu tanto tempo escondido como um rato, se ela fosse uma animaga, sendo também herdeira de Salazar Slytherin, seria muito parecida com a cobra que Tom sempre carrega consigo, Nagini. O que você acha?

– Eu tenho certeza que ela está morta – respondi, tentando fechar minha mente para qualquer coisa relacionada a Nagini.

De onde, diabos, Dumbledore foi tirar aquela idéia?

– Eu não teria tanta certeza assim, meu caro.

Diabos! Eu não vou conseguir convencê-lo tão facilmente.

– Veja bem – ele continuou –, eu não acredito que Tom deixaria escapar a ligação que ele tinha com a filha. Eu sei que é uma idéia odiosa, mas é de Voldemort que estamos falando. Alojar uma porção de sua alma no corpo da sua herdeira seria um golpe de mestre, uma Horcrux muito mais poderosa que as outras.

Eu ainda não respondi, tinha que pensar; pensar numa maneira de despistar Dumbledore.

– A forma como ele controla aquela cobra não é comum, mesmo para um ofidioglota – ele insistiu.

– E o que você quer que eu faça, Alvo? – perguntei suspirando, precisava fazer Dumbledore acreditar que qualquer esforço nesse sentido seria inútil.

– Voldemort matou um homem há alguns anos, através de Nagini – ele respondeu. – Talvez eu esteja errado quanto à teoria dela ser filha dele, mas mesmo assim, gostaria que você investigasse...

– Aquele pirralho ainda não conseguiu a informação do Slughorn, não é? – eu o interrompi com escárnio. Mudar o assunto para o Potter poderia fazê-lo esquecer da idéia.

– Eu confio no Harry, assim como confio em você, Severo. Acredito que ainda posso assumir que você continua fiel à Ordem...

– Eu não admito que você duvide da minha lealdade, Alvo – respondi na melhor maneira que podia fingir indignação. – Você! Que viu o que passei, que sabe como lamento até hoje o que fiz a serviço do Lorde das Trevas. Que sacrifiquei a vida da única mulher que amei para... – deixei a frase solta no ar, fingindo segurar lágrimas que jamais seriam realmente minhas. Aquilo sempre funcionava.

– Eu não estou duvidando de você, Severo – ele disse depois de alguns minutos de silêncio constrangedor. – Eu só peço que você não conteste minhas ordens. Eu tenho motivos para acreditar que Draco pode se aliar a nós.

Eu bufei. A ingenuidade de Dumbledore me espantava às vezes.

– Assim como também tenho motivos para acreditar que Nagini esconde alguma coisa – ele continuou, ignorando minha indignação. – Eu quero que você me traga provas de que a filha de Tom Riddle está morta e, também, mais informações sobre a influência que Voldemort exerce sobre essa cobra.

Dumbledore passou por mim e seguiu seu caminho até o castelo. Eu permaneci na orla da floresta mais um tempo, observando-o se afastar. Aquele tom autoritário não era comum nele. Ele sabia alguma coisa além do que me contou; Nagini corria perigo. Eu precisava matá-lo.

Entretanto, Draco ainda não confiava em mim, e eu não sabia quais eram seus planos para cumprir a missão que lhe fora designada pelo Lorde das Trevas. A resposta veio apenas no final daquele ano letivo, trazida por Flitwick. Ele chegou correndo em meu escritório uma noite, gritando como um louco que Comensais da Morte haviam invadido o castelo e que eu precisava acompanhá-lo para ajudá-los.

Duende estúpido!

Foi extremamente fácil estuporá-lo e convencer as alunas que estavam com ele que o coitado havia sofrido um acesso nervoso. O caminho estava livre. Se Draco estava realmente tentando alguma coisa contra Dumbledore, eu estava pronto para me juntar aos Comensais e garantir que a missão fosse cumprida.

Chegar até Dumbledore foi fácil. A escada que levava até a Torre de Astronomia fora bloqueada, apenas os portadores da Marca Negra poderiam subir. Quando abri a porta das ameias, a cena que presenciei era mais ou menos o que esperava: Comensais da Morte cercavam Dumbledore, mas não se atreviam a desferir um único golpe, tinham ordens para deixar que Draco fizesse o serviço sujo.

Eu ouvi a voz de Amico dizendo que Draco não era capaz de matá-lo, mas foi outra voz que me chamou a atenção. Dumbledore me chamava, com uma voz fraca e baixa, achei que estava implorando por ajuda.

Passei a frente de Draco e fitei o velho Diretor. Ele estava morrendo, uma rápida inspeção e era óbvio que ele estava envenenado. Ele queria minha ajuda, para salvá-lo, para ajudá-lo a destruir as demais Horcruxes, para destruir Nagini.

Não!!!

Isso eu não permitiria. Não arriscaria minha vida tentando protegê-lo na frente de Greyback e mais três Comensais da Morte e, principalmente, não arriscaria que o segredo de Nagini fosse descoberto pelos demais membros da Ordem. Chegara a hora de matá-lo. Ouvi-lo suplicando pela vida, chamando pelo meu nome, me colocando em risco na frente dos demais Comensais, o que só me deu mais certeza do que deveria fazer. Ergui minha varinha e a apontei diretamente para ele.

– Avada Kedrava!




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