Lua Cheia



DISCLAIMER: Reconheceu é da J.K.Rowling. Não reconheceu... é meu!
AVISO: É uma história slash, se não gosta, não leia, mas é antes de mais nada um romance, daqueles melosos... toda construída sob o ponto de vista de algum personagem. O uso dos termos originais ou da tradução para o português variou conforme a forma que soaram na minha cabeça ...

Simplesmente desconsiderando o último livro...


Capítulo 11 – Lua Cheia

POV REMUS
Nos quatro dias seguintes vivemos uma rotina calma. Hermione e Rony trabalhando na poção e namorando. Harry e Gina, trabalhando na biblioteca e namorando. Eu e Padfoot, trabalhando na recuperação dele e namorando. E muito.
Acordei tenso. Todo o meu corpo doia e eu sabia que era pela proximidade da lua. Aquela noite eu me enfiaria no porão, dopado e com portas magicamente trancadas. Sírius estaria comigo. Ele já havia feito o teste e sua animagia estava perfeita. Mesmo assim eu estava tenso.
Padfoot percebeu meu estado e passou o dia me paparicando. Gostei disso.
Moody passou em casa pra levar uma dose da poção pro Gui. Hoje saberíamos a extensão dos seus ferimentos. Rony resolveu passar a noite na Toca, queria dar apoio à sua mãe. Hermione foi com ele. Gina, por outro lado, bateu o pé e ficou. Disse que não deixaria o Harry sozinho. Tentamos que ele fosse, mas é teimoso e lembrou-nos que alguém precisaria cuidar de nós dois pela manhã.
Confesso que fiquei feliz. Acordo sempre fraco demais e ainda não sabemos como Sírius vai estar depois de tantas horas transfigurado em cão.
No meio da tarde, estávamos na biblioteca, só os homens, pois Gina fora preparar um lanche pra gente na cozinha. Estou certo que não estava ajudando muito, pois não conseguia me concentrar. Acho que só por isso não me assustei com a voz retumbante do Sírius.
― Harry, tem um assunto delicado que precisamos conversar.
O garoto olhou-o concentrado e esperou.
― Você e a Gina estão namorando com a minha benção e a dos pais dela, vão passar a noite sozinhos porque eu vou estar acompanhando o Moony, mas...
― Padfoot, se você está preocupado com a possibilidade de nós dormirmos juntos...
― Estou!
Sorri. Harry, coitado, estava completamente vermelho e o Sírius tentava ser sério e formal.
― Se fosse qualquer garota, eu diria algo como “É isso aí”, “vai fundo” ou algo do gênero.
― Sírius! - adverti e ele me olhou sério.
― Estou sendo sincero, Moony. A questão é que não se trata de qualquer garota. Não é um caso passageiro, ela é a sua namorada, a mulher que você ama e vem de uma família que te recebeu e te considera como parte dela.- ele suspirou – Harry! Você é jovem e já está vivendo uma coisa que eu e o Moony só estamos vivendo agora e que muitos nunca vivem. Um amor verdadeiro. Por isso, não se precipite... não faça nada de que se arrependa!
― Não se preocupe, Sírius. Não planejamos ficar sozinhos pra isso. Eu a amo e a respeito. Só acontecerá quando chegar a hora...
― O problema é que os hormônios não têm um relógio muito eficiente...
Todos rimos.
― Prongs adoraria esta cena, Padfoot! - falei ainda sorrindo – Você com uma conversa sobre garotas com o filho dele sendo que namora comigo, um “garoto”.
― Estamos falando de amor e sexo com respeito, Moony! - respondeu sorrindo calmo – Lily ia gostar disso. Somos a família do Harry, temos a obrigação de orientá-lo bem.
Harry sorriu e creio que Padfoot está certo. Amor e sexo com respeito tinham a cara da Lily.
― Por precaução, vocês sabem os feitiços contraceptivos? - perguntei já sem rir.
― Sabemos...
― Andaram estudando, não? - Sírius brincou e Harry deu de ombros.
― Mione...
Gargalhamos. Aquela garota é incrível.
Não demoramos pra ir lanchar. A tensão dissipara um pouco e aproveitei aquele momento. Merlin, como é bom ser feliz!

POV HARRY
Já tem quase uma hora que a Lua Cheia saiu. Como o porão é magicamente selado não ouvimos som nenhum. Só estou tranquilo porque Remus preparou uma chave de portal a ser ativada pelo toque do Sírius para o caso de problemas.
Nossa espera é por notícias do Gui. Quando a cabeça da Hermione apareceu na lareira, quase pulamos.
― Tudo ok, ele não se tranformou, só tomou a poção por precaução. - sorriu – Vou lá ajudar a acalmar a Sra Weasley e a Fleur que agora choram de alívio. Depois conto os detalhes. Comportem-se e até amanhã.
Imediatamente ela partiu. Gina riu e relaxou nos meus braços.
― A Mione falou tudo tão rápido que parecia um relatório...
Sorri e a abracei forte.
― Tá com fome?
Ela meneou a cabeça, negando. Levei-a ao sofá e ficamos ali por horas, vendo o fogo crepitar, praticamente em silêncio. Ela cochilou e resolvi levá-la pra cama. Peguei-a no colo e subi as escadas com cuidado pra não acordá-la, muito menos derrubá-la. Quando coloquei-a na cama, falou manhosa.
― O Sírius está certo, colo é tão bom...
Sorri e brinquei.
― Você estava acordada e me fez carregá-la?
― E perder a chance do colinho?
Não resisti. Fechei a porta, coloquei um feitiço e olhei-a, tentando fazer cara de mau!
― Agora você será severamente punida, mocinha!
Sentei-me sobre as coxas dela, uma perna de cada lado, apoiando-me nos meus joelhos para não machucá-la e comecei a fazer-lhe cócegas. Gina tem cócegas pelo corpo todo e não consegue se conter.
Fazia pequenas pausas para que ela respirasse e logo recomeçava. Numa destas pausas meu coração disparou. Ela estava corada, os cabelos vermelhos despenteados e espalhados pelo travesseiro, os olhos brilhando e os lábios entreabertos e rosados. Os dois primeiros botões da camisa de seu pijama estavam abertos, mostrando a curva do seio. Respirei fundo e seu perfume de flores invadiu minha alma.
― Você é tão linda...
Minha voz quase não saiu e adorei o sorriso que recebi tanto quanto o beijo que veio em seguida.
― Gi, acho melhor eu ir pro meu quarto...
Eu não queria sair dali, mas estava ficando difícil e a voz so Sírius não saia da minha cabeça...
― Dorme aqui comigo, Harry.
A voz dela me deixou tonto e perdi toda a capacidade de raciocinar. Deitei-me ao lado dela e logo estávamos nos beijando de novo.
Passamos horas trocando íntimas carícias e nos descobrindo. Já era madrugada e olhei-a com todo o amor que eu sentia. Ela sorria suave e beijei-a com ternura.
― Eu te amo tanto, Gi...
― Eu também. Obrigada.
Ergui as sobrancelhas. ela me proporciona a maior “alegria” do Universo e me agradece?
― Por me dar e ter prazer comigo, Harry. E por não forçar a barra para irmos além.
Abracei-a forte, sem palavras e ficamos assim, em silêncio, por algum tempo. Ela não demorou a dormir, mas eu não, apesar do torpor que dominava meu corpo. Tive medo de dormir e descobrir que havia sonhado. Somente cochilei um pouco, sonecas picadas e assim que o dia amanheceu me levantei. Preparei um farto café para a Gina e uma refeição leve pro Remus e pro Sírius. Não iria acordá-los. Comeriam quando saíssem do porão.

POV REMUS
A primeira noite da Lua Cheia é sempre a pior. Parece que meu corpo esquece a dor que sofre na transformação e é lembrado com brutalidade. A consciência me escapa por alguns segundos e agradeço por isso e quando a recobro, parcial, o lobo brinca feliz com o cão. Sinto-me livre, completo.
Sei que não tenho controle total sobre o lobo, mas ele está calmo. A poção estava perfeita e deito-me enrodilhado frente ao fogo. Sinto o cão lamber meu focinho. É prazeroso! Logo ele se aninha em mim.
Com companhia, nem noto a noite passar e quando a dor do retorno à minha forma humana acaba, sinto os braços ainda magros de Sírius me amparando. Nos deitamos em um colchão que não sei de onde surgiu e dormimos. Não eram dez horas quando ele me acorda, sugerindo irmos para o quarto. Estou um bagaço humano e caminho com dificuldade. Sírius está bem, apenas cansado.
Encontramos o Harry na sala, ele sorri nos apoiando. Sugere que tomemos um banho pra relaxar enquanto ele nos leva um lanche. Tento sorrir, mas até os músculos do meu rosto estão doendo. Mas tenho consciência de que é apenas uma resposta do meu corpo. Muitas coisas aconteceram.
Tem sido assim nos últimos meses. Muita agitação, muita adrenalina, transformações dolorosas e desgastantes. Porém, desta vez algo novo ameniza tudo isso. Padfoot cuida de mim com zelo. Fico emocionado com suas demonstrações de cuidado e amor. O banho está divino, fecho os olhos e relaxo.

POV SÍRIUS
Passar a noite em forma de cão paparicando meu lobo foi incrível. Parece que finalmente voltei, já que desde que fugi de Azkaban não pude fazer isso e senti-lo me cheirando, me reconhecendo, me aceitando fez com que todos os anos de ausência fossem esquecidos.
Preparo um banho pro Moony. Havia um frasco ao lado da banheira com um bilhete da Gina. Um óleo pra banho a base de camomila. Relaxante e cicatrizante. Fico feliz com sua atenção. Ele fica um bom tempo na água e quando sai, Harry já trouxera o lanche.
― O banho estava incrível. Camomila?
― Cortesia da Gina.
Ele sorri cansado e come pouco. Deito-o com cuidado e pego a loção que usa em mim para massageá-lo. Nos primeiros toques ele já sente os efeitos e geme prazeiroso. Gosto do som, meu Moony gemendo...
Nestes dias temos nos tocado, nos descoberto e decido dar um pequeno prazer ao Moony. Termino a massagem e passo a beijá-lo com suavidade, descendo por todo o seu corpo, indo até o seu membro que, a esta altura, já está lindo pra mim. Beijo-lhe a ponta com delicadeza, ele geme e murmura.
― Feitiço... silêncio...
Dou um sorriso maroto antes de pegar minha varinha e murmurar o feitiço. Entendo que ele não quer se conter e fico feliz com isso. Volto a beijá-lo, sugá-lo, lambê-lo. Ele arqueia o corpo e grita. Aperta o colchão até os nós de seus dedos ficarem brancos.
― Sírius... eu... eu...
Tiro-o da boca somente para dizer-lhe que não se contenha e ele explode em mim. Sugo-lhe por completo antes de voltar meu caminho, beijando-lhe o corpo todo até chegar à sua boca. Sua expressão é de deleite e serenidade. Sinto que meu sorriso nunca foi maior.
― Oh! Paddy...
― Relaxe e descanse, meu amor...
― Mas você...
― Outra hora, Moony, agora só descanse.

POV HARRY
Agora que a Lua Cheia acabou, estamos mais tranquilos, por um lado, mas ao mesmo tempo mais anciosos por outro. Depois do casamento do Gui partiremos em nossa jornada. Rony, Hermione e Gina irão comigo. Tentei fazer com que desistissem, mas eles conseguem ser mais teimosos que eu. Não nego que isso me tranquiliza, me fortalece.
Moony e Padfoot ficarão em Grimald Place. Precisaremos de uma base de apoio e de quem nos despite aos olhos dos comensais. Eles serão nossa retaguarda.
Algo ótimo aconteceu. Adan passou por aqui e deu “alta” pro Sírius. Eles, agora ótimos amigos, ficaram um tempão no quarto. Eu já estava vendo a hora que o pacífico Remus Lupin ia ter um ataque de ciúme digno de um Black. Mas, por sorte, não precisamnos passar por esta experiência assustadora.

POV REMUS
Depois da Lua Cheia mais insana de toda minha vida como licantropo, estou no ceú. Padfoot se comporta como um namorado apaixonado e eu nunca fui tão feliz.
Sei que ele está tenso com a iminente partida dos garotos, mas não comenta. Esta maduro. Amanhã será o casamento de Gui e Fleur. Os garotos foram passar a noite na Toca. Eu e Sírius iremos depois, no horário da cerimônia. Ele usará um feitiço de disfarce pois seu retorno ainda é segredo para a maioria. Uma espécie de trunfo.
Jantamos em silêncio, tentando nos acostumar com a falta que o vozeirio vai fazer. Sírius está com uma expressão estranha, meio aérea. Me preocupo.
― Paddy, tudo bem?
― Ah?
Ele estava na lua.
― Moony, se importa de cuidar sozinho da cozinha? Vou subir...
Concordo e ele sai. Limpo tudo com calma, dando-lhe tempo pra pensar no que quer que o esteja afligindo. Subo para um longo e relaxante banho e tenho uma divina surpreza.

POV SÍRIUS
No dia que o Adan me deu alta tivemos uma longa e proveitosa conversa. Só faltava a aportunidade para pô-la em prática. Este dia finalmente chegou.
É a primeira noite que efetivamente estarei sozinho com o Moony desde que voltei, sem mais ninguém em casa e nem posso classificar como me sinto. Um misto de felicidade e anciedade que desorienta, mas me esforço para fazer tudo perfeito. Pelo Moony!
Deixo-o cuidando da cozinha e vou para o quarto. Quando ele chega estou parado perto da porta, o quarto todo iluminado por velas aromáticas. O ambiente é aconchegante e ele sorri surprezo.
Pego-o pela mão e o conduzo à banheira, já preparada com óleos. Dispo-o com carinho, dando-lhe beijos pela pele quente, sem falar. Ele faz o mesmo comigo. Entramos juntos na água morna e não mais resisto. Beijo-o com intensidade antes de falar olhando em seus olhos para que ele sinta, mais do que ouça, o que digo.
― Eu te amo, Remus! - ele sorri.
― Eu também, Sírius.
Ficamos nos beijando enquanto ensaboamos o corpo um do outro. Como uma atividade tão rotineira pode ser tão sexy? Moony torna tudo sexy.
Terminamos o banho e vamos para a cama sem nos soltar. Nunca beijar alguém foi tão intenso. Tão fundamental para sentir-me vivo como é com o Moony. Aliás, com ele tudo é intenso e sinto-me queimar quando seus dedos percorrem minha pele.
Um gemido escapa pela minha boca e ele me beija, apertando o abraço e fazendo nossas ereções se tocarem. O prazer é imenso e quase grito em meio ao beijo. Sinto sua boca descendo pelo meu corpo. Sei o que pretende e não consigo conter o grito quando sua boca finalmente me toca o membro.
― Moony... - balbuciu – Quero que me prepare agora!
Seu olhar era de puro êxtase.
― Você tem certeza? Não prefere o contrário?
― Tenho Moony! Quero que você saiba que me tem completamente.
Ele me beija novamente com intensidade e ainda me tortura com carícias um bom tempo antes de pegar o frasco que deixei ao lado da cama. Não sinto medo, só prazer!

POV REMUS
Mal creio no que ouço... Além de toda excitação, sinto tanto amor pelo ser em meus braços que me dedico em fazê-lo sentir tanto prazer quanto estou sentindo. Nossa primeira noite!
Tudo é tão intensamente forte e tão marcado por amor, ternura e entrega que sinto-me flutuar, vagar pela amplitude do universo, onde os corpos não têm peso nem as almas, máculas. Já amanhecia quando, completamente realizados e esgotados, ficamos abraçados, somente nos olhando e trocando pequenos beijos repletos de carinho. Achando que nunca mais teria força prea sair dali, me aninhei no peito de Sírius, ouvindo seu coração bater.
― Moony... Se nós tivermos “um quinto” de tudo que tivemos hoje todas as noites, morreremos em breve, por estafa sexual...
― Está reclamando, Padfoot? - brinquei e ele riu.
― Claro que não! Mas acho bom preparar-se... Este será o ritmo da nossa vida... Estou viciado em você!
― Falei que você estava carente...
Ele me olhou sério, retirou o braço que me envolvia, ficou de joelhos na minha frente e com as duas mãos segurou meu rosto.
― Remus, presta atenção no que vou dizer pois espero nunca mais ter que repetir isso. Se eu precisar repetir, vou entender que você não acredita em mim e que eu sou realmente um grande merda!
Senti vontade de chorar.
― Mas eu acredito, Sírius!
― Então entenda que não é carência, é você! Entenda que eu te amo! Tudo que aconteceu hoje foi amor puro. Eu não dormi com você, nós não transamos. Nós fizemos amor! Eu não sabia que isso existia, pra mim sexo sempre foi só sexo! Mas, nunca na minha vida eu me senti tão pleno nos braços de alguém, com alguém nos meus braços... Eu amo você!
Também me ajoelhei, emocionado.
― Eu também te amo, muito!
Meu coração batia descompassado ao olhar pra ele, tão sério, mas tão entregue.
― Moony, eu quero que você faça um juramento pra mim...
― Que tipo de juramento, Padfoot?
― Nós dois juraremos que faremos de tudo para continuarmos vivos após esta guerra. Um pelo outro. Quero comemorar o final disto tudo com a minha família, Moony, com você em meus braços. Até ficarmos velhinhos, lembra-se? Mas eu preciso que você também queira, Moony, que não se arrisque a toa e...
― O imprudente sempre foi você!
― Eu não tinha motivo pra querer viver. Agora eu tenho você! Por favor, Moony...
― Eu juro! - solucei emocionado- E você?
― Eu juro! E... er... Moony?
Olhei-o com carinho, esperando que falasse...
― Quer se casar comigo?

............................
Quase acabando... Amanhã o epílogo...
Beijinhos a todos...

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