De navio até a Rússia!






- E agora? – Perguntava Tonks enquanto o trio se via caminhando para um vilarejo.

- Daremos um jeito! – Respondeu Lupin ainda pensativo com o acidente no trem. Como podia haver uma ponte quebrada bem no meio da rota?
Lembrou-se do que havia visto do lado de fora do trem quando estava no bagageiro. Mas seus pensamentos foram perturbados por Moody que gritou:

- Já estou vendo casas!




- Está decidido! – Moody disse animado. – Haha! Eu sabia que conseguiríamos!

Lupin, Tonks e Moody se encontravam na estação de ônibus. Lupin havia achado melhor pegar um ônibus até a Alemanha e de lá pegar um navio até a Rússia.

- Moody, não se anime tanto... – Lupin estava ainda um pouco nervoso então olhou para Tonks. – Não precisa ter medo, Tonks.

- Eu...eu não estou com medo. – Respondeu a menina fechando a cara.

Lupin sorriu ao vê-la irritada.

- Vamos, o ônibus já chegou!

E os três embarcaram em direção à Alemanha. Tonks se viu um pouco nervosa durante a viagem. Lupin também notou.

- Veja bem, Tonks. Você não precisa ficar assim.

- E se minha mãe não acreditar que sou eu? – A menina perguntou enquanto via a cidade ficar mais perto.

- Ela vai acreditar... – Moody se meteu na conversa. – Mas não seria nada mal se treinássemos você.

- O que? – Tonks perguntou sem entender. – Me treinar?

- É. Seria interessante. – Moody continuou. – Já que você não se lembra que é bruxa.

O ônibus finalmente parou e o trio saltou na estação. Estava tudo muito bonito no começo de primavera na cidade alemã.

- Não entendo. – Tonks continuava a discutir com Moody. – Para que o treinamento?

- Moody está certo, Tonks. – Lupin se interpôs. – Podíamos te mostrar como se comportar como uma bruxa!

A menina pensou um pouco. Depois riu de seu pensamento.

- Tudo bem. Ensinem-me, então. – Disse ainda rindo.

Lupin pegou a varinha do bolso.

- Está vendo isto? – Mostrou o objeto. – É uma varinha. Posso fazer o que quiser com ela.

- Eu já vi você a usando. – Tonks disse pegando a varinha da mão dele.

Lupin recolheu-a e depois apontou para o passarinho que piava alegremente em uma árvore.

- Petrificus Totales! – E o passarinho ficou duro feito pedra. – Porque você também não tenta?

Tonks pegou novamente a varinha com receio. Depois pigarreou convencida.

- Petrificus Tótales!

O passarinho continuou piando olhando para o céu azul. Lupin deu uma risadinha.

- Acho melhor tentar de novo. É Petrificus Totales...

- Eu...eu sei! – Tonks apontou novamente para o passarinho e recitou cuidadosamente. – Petrificus Totales!

- Muito bom... – Lupin disse observando o passarinho paralisar.

- Não vamos ficar aqui o dia inteiro! – Moody disse pegando a varinha de Lupin da mão de Tonks e devolvendo a ele. – Temos que chegar ao porto ao meio dia.

- Já sei como chegaremos até lá! – Tonks apontou animada para algumas bicicletas paradas perto do parque.

Um homem segurava uma plaquinha de papelão com os dizeres: Aluguel de bicicletas.

Lupin e Moody se encararam por um momento. Mas ao perceber a animação de Tonks Lupin se encaminhou até o homem e pediu três bicicletas.



- Você foi ótima, Tonks! – Lupin disse ao chegarem ao porto. – Conseguiu executar todos os feitiços com perfeição!

Tonks, Lupin e Moody agora deixavam as bicicletas com outro homem perto do cais.
Tonks parecia bem mais feliz e muito mais convencida de que era bruxa. Os dois haviam ensinado uma porção de feitiços durante o trajeto de bicicleta.

- Pelas barbas de Merlim, é meio dia! – Moody exclamou ao ver o grande relógio do porto marcar as horas.

E os três subiram em direção ao navio que os levaria até a Russia.

- Terceira classe. – Disse Lupin não muito contente ao chegarem ao luxuoso hall. – Lá em baixo.

Enquanto iam descendo percebiam a diferença entre a entrada do navio e os corredores da terceira classe.

Lupin abriu a porta do quarto com dificuldade, pois o corredor estava movimentado. Era um quarto extremamente pequeno com apenas uma beliche.

- Eu durmo no chão. – Lupin se precipitou a dizer. – Mas tenho certeza de que vi um rato passar perto da porta.

Tonks olhou apavorada para a porta. Lupin riu.

- Idiota, não me acorde para falar de seus ratos imaginários!

- Vamos Lupin, vamos jogar xadrez! – Moody disse saindo da cabine com seu olho mais tonto do que o normal.



O navio já havia partido há algumas horas e Tonks ainda estava no quarto enquanto Lupin e Moody estavam no deck jogando xadrez.

- Tonks! – Lupin se levantou com um embrulho em uma das mãos.

- Oi. – A menina se aproximou.

- Comprei isso para você. – Ele desembrulhou rapidamente o pacote. – É um vestido.

Tonks observou atentamente a peça de roupa. Era muito deslumbrante para uma pobre menina.

- É um vestido ou uma tenda? – Perguntou rindo pegando o vestido e o examinando.

Lupin amarrou cara.

- Fico feliz que tenha gostado. – Respondeu irônico voltando-se a se sentar.

- Não, é brincadeira! Eu gostei! – Tonks tentou parecer animada.

- Então porque não veste?

- Ah...vestir? Ah...certo...

Tonks se retirou do deck. Como iria vestir aquilo sem parecer um enfeite de natal? Então foi até o banheiro e dando alguns retoques com os feitiços que tinha aprendido voltou ao deck sem a boina e sem o casacão verde musgo.

Lupin e Moody a encaram abismados. Não era mais aquela menina desleixada em uma roupa demasiadamente grande para ela. Tonks estava muito bonita com os cabelos agora vermelhos assim com suas bochechas.

Moody pigarreou olhando sério para Lupin. Este entendeu e levantou-se rápido.

- Você...quero dizer...você está linda!

- Obrigada. – Respondeu a menina ficando mais vermelha.

- Você quer dançar?

- O que? – Tonks se assustou. – Mas não tem música.

Moody imediatamente conjurou um rádio sem deixar nenhum outro passageiro ver.

Lupin estendeu sua mão para Tonks. A menina aceitou o convite e os dois começaram a dançar juntos.

Tonks ia ficando mais vermelha e Lupin também não se sentia muito diferente dela. Quando a música finalmente parou os dois se encararam por um momento. Tonks se aproximou um pouco mais dele.

Lupin queria dizer alguma coisa para quebrar o silencio constrangedor, mas não achava palavras. Então quando Tonks estava quase encostando seus lábios nos dele Lupin se afastou bruscamente sem dizer uma só palavra desceu para o quarto.



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