O Grande Erro do Chapéu Seleto



A ASSASSINA

CAPÍTULO IV - O GRANDE ERRO DO CHAPÉU SELETOR

Ela sentiu as pernas falharem ao ouvir seu nome. Era agora. Olhou para o lado e viu Lupin, que exibia um sorriso encorajador. Amélia respirou fundo e avançou em direção ao banquinho. Dumbledore colocou o chapéu na cabeça dela. Imediatamente, ele (o chapéu) começou a falar:

“Vejo em você uma grande ambição. Um tanto de egoísmo também. Mas você é leal aos amigos e muito corajosa. GRIFIN"RIA!”.

Ela sentiu o coração parar. Aliás, foi como se toda a cena tivesse parado... Ou se passado em câmera lenta. Augusto a olhava surpreso. Remo, Tiago e as pessoas da mesa da Grifinória aplaudiam. Dumbledore aplicava alguns tapinhas carinhosos nas costas dela, pedindo gentilmente para que ela se encaminhasse para a mesa.

Como assim Grifinória?’

Ela se levantou e foi. Sentou-se ao lado de Lílian.

- Você parece surpresa! – ela disse.

- Eu estou! – “Lupin, Remo” – Quer dizer, eu poderia jurar que seria selecionada para a Sonserina! – “GRIFIN"RIA”. Ela olhou rapidamente para Remo e o aplaudiu – Eu... queria ser da Sonserina.

- E por que? – Sirius, sentado na frente de Amélia interrompeu – Você sabia que a maioria dos bruxos das trevas vem da sonserina?

Sabia não, na verdade.’

Lupin chegou na mesa. Essa era uma boa deixa para mudar o assunto... E Amélia aproveitou a oportunidade, dizendo:

- Que bom que estamos na mesma casa, Remo!

- É, eu sei! – Remo falou animadamente.

“Malfoy, Augusto”.

Amélia esticou o pescoço para ver a escolha do chapéu seletor, rezando para que Augusto, assim como ela, tivesse se enganado e acabasse na Grifinória. Mas... “SONSERINA”. Ele sorriu e foi para a mesa da Sonserina.

Droga!’

- EI! Amélia! Estamos falando com você!

- Hã? O que? – Ela se virou e percebeu que Lílian e Remo estavam a olhando há um tempo. Lílian sorriu.

- Menina, você está no mundo da lua, é?

- Não, é só que... – Ela desviou o olhar para a mesa da Sonserina e encarou o garoto loiro que acabara de chegar lá. Voltou a olhar os grifinórios. – Bom, eu conheci Malfoy no trem e queria ficar na casa dele.

- Malfoy? – Sirius perguntou sarcasticamente – Meu 'amigo' Augusto, você quer dizer? – Ela assentiu. Sirius deu uma grande gargalhada. – Ah, Amélia, você não quer ser amiga dele, não! – Ela ergueu uma sobrancelha – O cara não sabe o que é amizade! O pai dele o ensinou a ser assim! O cara só fala com gente importante! Me admira muito que ele tenha falado com você... Quer dizer, eu nunca ouvi falar de você! Você nem européia é!

Ela abaixou a cabeça e explicou:

- Eu sou filha do ministro americano.

- Ah, explicado! – “Potter, Tiago”. Sirius voltou o olhar para o amigo, sentado no banquinho “GRIFIN"RIA”, sorriu e começou a aplaudir. Amélia imitou o gesto. Sirius se voltou para ela – Aposto que ele já sabia disso quando se aproximou de você! – Ela acenou – Ele e minha prima Bella são igualzinhos!

Tiago chegou contentíssimo na mesa e se imprensou ao lado de Sirius. Disse:

- Quem diria! Todos daquela cabina acabaram na Grifinória! Quais eram as chances?

- Quase nenhuma – ela respondeu, espiando a mesa sonserina.

O restante da cerimônia foi bastante rápida. Snape também foi selecionado para a Sonserina, o que deixou Amélia bastante triste (isso ela não podia explicar. Nem ia muito com a cara dele). Mas tudo bem... Ficar na Grifinória também não seria de todo mal! Aliás, o pessoal era ótimo!

Depois da seleção, um homem alto se levantou da mesa onde estavam os professores. Ele se apresentou como o diretor da escola (o nome dele era Percival Lichtenstein) e disse que os alunos não poderiam adentrar a floresta proibida – ‘o que é óbvio, a julgar pelo nome’ – e nem quebrar as regras da escola. Disse que, se por acaso alguém fosse pego desrespeitando as normas, um certo Senhor Filch iria ficar grato em aplicar as mais severas punições.

Depois desses avisos, o banquete começou. A quantidade de comida era enorme – lembrava muito as festas que o pai de Amélia costumava dar ou participar nos estados unidos. Ela sempre achou esse tipo de coisa um exagero...

O banquete terminou e o diretor disse mais algumas palavras. Logo depois, o monitor da grifinória chamou os alunos para o dormitório. Mas Amélia decidiu, antes de se retirar, ir desejar boa-noite para os sonserinos que tinha conhecido no trem.

Amélia correu até os Sonserinos, não se importando em esbarrar com alguns alunos no caminho. Chegou até o grupinho e se apoiou no ombro de Malfoy. Ele disse, secamente.

- Lair? Desculpe, mas não confraternizamos com grifinórios.

Ela o olhou, incrédula. Abriu a boca, mas não saía nenhum som. A respiração dela começou a ficar um tanto irregular. Tirou a mão do braço dele e sentiu raiva. Olhou para o resto do grupo. Todos a olhavam com desprezo. O monitor Sonserino chamou os alunos. O grupo começou a andar, sem nem se importar com a existência de Amélia. Ela disse.

- Eu também estou surpresa. – Apenas Snape se deu ao trabalho de se virar e a encarar, erguendo a sobrancelha, como se pedisse uma explicação. – Você sabe... De ter sido selecionada para a Grifinória.

- Também? Quem disse que isso foi uma surpresa para mim?

Ela ficou parada, olhando o grupo se distanciar. Virou-se ao sentir uma mão no ombro dela. Era Lílian.

- O nosso monitor está chamando. É melhor irmos.

Amélia a olhou e assentiu. As duas se apressaram para acompanhar a multidão Grifinória que se deslocava. Elas andaram até chegar nem grande salão, quase todo decorado em vermelho. Amélia adorou o lugar... Principalmente as suas inúmeras poltronas e tapetes.

Todos os alunos foram para o quarto... Menos Amélia, que se acomodou numa poltrona. Lílian a acompanhou.

- O que está acontecendo, Amélia?

Tudo.’

- Minha vida virou de cabeça para baixo nesses últimos dois dias... Quer dizer, até antes de ontem eu pensava que ia passar a minha vida inteira nos estados unidos... Aí descobri que teria que vir pra cá... Então eu pensei que não ia conseguir nenhum amigo... E encontrei Augusto Malfoy, Lestrange, Black e... Bom, eu pensava que até Snape poderia ser meu amigo!... E então eu pensei que ia ser selecionada para a sonserina... E agora eu vejo que estava errada em tudo! Tudo que eu previa e queria que acontecesse, não aconteceu... E, sempre que eu estou assim, eu corro para a minha mãe... Mas nem isso mais eu posso fazer!

- Bom, pelo menos você sabia que era bruxa! – Lílian suspirou – Nem isso eu sabia! Eu nem sabia que esse mundo existia... Nem eu, nem a minha família!

- Quer dizer que você nasceu trouxa?!

- Isso tem algum problema?

- Não! Claro que não! Eu nunca entendi, na verdade, esses bruxos que odeiam trouxas... Você sabe, tipo esse Voldemort, que está surgindo agora!

- Voldemort?! – Ela franziu o cenho – Nunca ouvi falar!

- O meu pai o conheceu no ano passado! Ele é meio doido, sabe? Ele acha que os bruxos de sangue-puro e os outros não devem se misturar! E parece que ele tem um monte de idéias para fazer isso!

- Muitas idéias? Que tipo de idéias?

- Na verdade, eu não sei! Eu ouvi meu pai falando sobre ele com um amigo... Mas não ouvi a conversa toda... A única proposta que eu escutei foi a banir os bruxos que tiverem algum parente trouxa nas ultimas cinco gerações e proibir os que têm trouxas na família nas ultimas dez gerações de ter filhos!

- Nossa! O cara é um louco!

- E sabe o que é o pior? Há rumores de que o ministro daqui vai se aposentar em, no Maximo, três anos, e parece que esse tal de Voldemort está querendo a vaga!

- Você acha que ele pode ganhar?

- Acho que não!... Quer dizer, espero que não! Eu não entendo muito de política, sabe?! Tudo que eu sei é de ouvir meu pai falar... Mas acho que as pessoas vão ver logo que ele é louco... Quer dizer, se duas meninas de onze anos de idade perceberam isso, por que os adultos não perceberiam, né?!

Amélia não só tinha ouvido falar de Voldemort como já tinha o conhecido. Ela tinha o visto numa das festas dadas pelo seu pai. Ele era um homem bonito, simpático, elegante, charmoso... Passou a festa inteira rodeado de amigos. Sempre estava sorrindo... E sempre arrancava sorrisos daqueles que estavam à sua volta.

Na ocasião, Amélia não foi apresentada a ele... O que ela tinha achado muito estranho, já que o pai fazia questão de exibi-la sempre que tinha chance. Ela só entendeu no dia seguinte, quando ouviu uma conversa onde o seu pai dizia coisas horríveis sobre aquele homem que parecia ser tão bom. A partir de então, Amélia passou a achar o homem um louco.

O que mais assustava Amélia foi ter escutado que aquele homem estava ganhando cada vez mais as pessoas. Cada vez que aquele homem ia à uma festa, conquistava mais partidários. As famílias tradicionais européias apoiavam as idéias dele... E, além disso, ele não discriminava ninguém abertamente! Ao contrário: Ele sempre estava posando de bom moço para o “povão”. Por isso, era muito provável eu acabasse se tornando o ministro.

Pensar no louco fez Amélia sentir dor de cabeça. Chamou Lílian e as duas subiram para os dormitórios.

xXx

No outro dia, Amélia acordou com muito sono. Olhou ao redor e viu o dormitório vazio. Olhou para o relógio e viu que estava atrasadíssima!

O sono sumiu de repente.

Droga!’

Ela pulou da cama e vestiu os robes da escola por cima do pijama. Correu para o banheiro e escovou os dentes... Quer dizer, passou a escova pelos dentes. Jogou uma porção de água no rosto – e acabou molhando as vestes.

Droga!’

Se olhou no espelho. Depois para o relógio. Já tinha perdido o café da manhã... Estava atrasada para a primeira aula. Não dava tempo de escovar o cabelo.

Ele é liso demais! Ninguém vai perceber se eu não penteá-lo!’

Ela correu de volta para o dormitório e pegou uma porção de livros e pergaminhos. Desceu as escadas correndo, checando o relógio a cada dois segundos. Ela ficou tão preocupada com o relógio que não percebeu que tinha mais alguém lá... E ela estava indo bem ao encontro dele.

BAM!

Todos os livros, pergaminhos e tinteiros se espalharam pelo chão.

Droga! Droga, droga, droga, DROGA!’

Ela se jogou de joelhos no chão... E doeu – ‘E droga!’. Ela começou a juntar os materiais espalhados pelo chão. A pessoa que tinha esbarrado nela falou.

- Calma Amélia! Isso tudo é porque está um pouquinho atrasada para o café?

Somente então ela levantou a cabeça para ver com quem ela tinha esbarrado. Era Sirius. Ela sorriria, se não estivesse tão preocupada com a hora.

- Sirius, o que você ainda está fazendo aqui? Você, quer dizer, nós não deveríamos estar na aula de transfigurações?

Ele a encarou um tanto confuso. Se agachou. Checou o relógio no pulso dela e começou a rir. Amélia cerrou os olhos, exigindo uma explicação.

- Aula?! Amélia, o seu relógio está mais de uma hora adiantado! Todos estão tomando café agora!

E Droga! Maldito fuso-horário! Maldita hora que eu fui perguntar a hora para um poltergeist! Maldito Pirraça!’

Respirou fundo e soltou todos os livros que já tinha coletado (logicamente, eles voltaram a se esparramar no chão). Ela gargalhou. Sirius a ajudou a colher os materiais... Até que ela pôde se levantar e sentir como tinha machucado o joelho. Sirius riu.

- Seria uma boa idéia pentear o cabelo!

Droga!’

Eu senti o meu rosto queimar!

Droga! Eu não posso ficar vermelha! Que vergonha!’

A garganta dela secou. Sirius riu ainda mais.

- Calma! Estava só brincando!

Ela sentiu um pouco de alívio. Mesmo assim, sem dizer uma só palavra, subiu correndo as escadas. Trocou de roupas e penteou os cabelos. Quando desceu, Sirius ainda estava lá... A esperando?

- Se nós corrermos, acho que ainda conseguiremos pegar o resto do café da manhã.

Ela o acompanhou. Logo chegaram ao salão principal, que estava abarrotado de alunos. Eles se sentaram ao lado de Tiago e Remo.

Os quatro passaram quinze minutos na mesa.

- É melhor irmos – Remo disse – A aula começa daqui a pouco.

Sirius estava dizendo que não era justo que tivessem aulas tão cedo, quando a atenção de todos os alunos se voltou para duas pessoas: Uma garota da Lufa-lufa tinha acabado de se levantar da mesa, levando um copo de suco de abóbora, quando um garoto da Sonserina passou. Acidentalmente, eles colidiram. Ela caiu no chão e o garoto ficou melado de suco.

Amélia pensou que ele iria ajudar a garota a se levantar, já que tinha sido um acidente. Mas ele começou a xingar a garota (principalmente de sangue-ruim desastrada). A coitada começou a chorar de vergonha e saiu correndo. Dois grandalhões da Lufa-lufa foram tirar satisfação. O sonserino, auxiliado por um amigo, comprou a briga. Os quatro começaram a se azarar. A briga só parou quando os professores chegaram.

- Malditos Sonserinos!

Um garoto que estava ao lado de Amélia disse. Ela ainda não o conhecia. Ele era alto, meio gordinho e tinha as bochechas rosadas. Olhos e cabelos negros.

- Porque malditos? – Ela perguntou – Eles são todos assim?

- Todos eu não sei... Mas boa parte, com certeza!

- Mas porque essa rivalidade toda? Porque esse ódio dos trouxas, se somos no fim, todos humanos mortais?

- Sinceramente, não sei. Você é novata, não?

- É, sou! – Ela sorriu – Amélia Lair.

- Eu sou Frank Longbotton, do terceiro ano. Amélia... Posso te chamar assim? – Eu assenti – O que acontece é que a maioria dos Sonserinos é de famílias tradicionais que pensam que os trouxas são inferiores a nós, bruxos. Não é culpa deles... Pelo menos não totalmente. Muitos deles já são criados pra odiarem trouxas!

- Mas isso é... horrível! Os pais deles os ensinam a ter ódio...?

- Mas ou menos por aí.

Amélia sentiu um cutucão no braço. Era Tiago, a chamando para a aula. Ela se despediu de Frank.

- Frank, eu tenho que ir! Foi um prazer te conhecer!

- Foi um prazer te conhecer também, Amélia!

Depois disso, Amélia se levantou e se encaminhou para ter a sua primeira aula em Hogwarts.

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