A decisão de Hermione II



Deixando acontecer




Capítulo 11: A decisão de Hermione, segunda parte.





“Senhor Malfoy,
Depois de lermos sua carta, tomamos a decisão de recebê-lo. Sua entrevista foi marcada para o meio dia de hoje, com o senhor Alastor Moody, no departamento de aurores, no nível dois, na seção da elite dos aurores. O senhor Moody não aceita atrasos.
Atenciosamente,
Direção de Serviços Administrativos.”


Draco leu a carta com um sorriso irônico no rosto, seria mais fácil do que pensara. Aquela era sua chance e não iria desperdiçar. Alimentou sua coruja e foi tomar um banho.
Mesmo que seu sonho tivesse lhe impedido de voltar a dormir, ele estava com bastante disposição. Resolveu assistir um jogo de quadribol que se passava perto de Londres. Ainda tinha muito tempo.





Gina cantarolava, enquanto vestia seu vestido azul claro. Achava que Harry iria gostar do visual. Ela sentou em sua penteadeira antiga, presente de sua mãe, para pentear os cabelos bem ruivos. Ela os prendera em um rabo-de-cavalo no alto de sua cabeça e ajeitara a nova franja que teria feito no dia anterior.
Passou um lápis preto sob os olhos e um batom vermelho escuro, que combinava com seus cabelos, em seus lábios. O pó veio depois, deixando sua pele, branca, em um rosa claro.
Pôs as sandálias altas, arrumou as coisas na bolsa e se olhou novamente. Estava radiante, como seu humor naquele dia. Iria conquistar Harry aos poucos, tudo voltaria a ser como fora um dia.
Colocou a bolsa sobre o ombro, tomou o último gole de seu chá, e sentou-se no sofá para ver o noticiário trouxa. Havia aprendido com Hermione a gostar daquelas coisas esquisitas. Porém, não prestava atenção a uma só palavra proferida pelo âncora. Só estava o esperando buscá-la.
Demorou mais uns vinte minutos, para o som do interfone tocar e ela avisar que estaria na portaria em cinco minutos. Fechou a porta e entrou no elevador, com um sorriso radiante.

- Bom dia, meu amor. – Ela o beijou nos lábios, quando ele se levantou do sofá que havia no hall de seu prédio.
- Bom dia. – Seu humor parecia não ter melhorado desde a última vez que o virá. – Você está muito bonita. - A ruiva deu um sorriso de lado, ao ver que a expressão do namorado não havia mudado.
- Obrigada. Mas o que houve com você?
- Estou um pouco preocupado. – Ele falou, passando seu braço por volta dos ombros da namorada e caminhando até fora do prédio, onde seu carro estava estacionado. Ela sorriu e continuou prestando atenção no que ele dizia. – Você não sabe quem resolveu dar as caras, aqui em Londres...

Gina realmente estava interessada. Ela entrou no carro, ajeitou o vestido e cruzou as pernas, enquanto Harry dava a volta no carro para entrar e sentar-se no banco do motorista.

- E então, quem apareceu?
- Belatriz Lestrange. – Ele disse, ligando o carro.
- Não, eu não acredito.

Harry passou o caminho todo contando o havia acontecido para sua namorada.

- E hoje, teremos uma reunião daqui a uns dez minutos, com o Olho-Tonto, sobre isso.
- Por que será que ela voltou? Ainda mais, sabendo que estamos todos procurando-a.

Harry pensou em falar sobre a hipótese de ser pelo sobrinho. Porém, pensou melhor. Depois daquela conversa com Luna, queria não pensar muito que a culpa era de Draco Malfoy, por mais estranho que parecera. Afinal, ele teria salvo a vida de Luna, não foi? Talvez, apenas talvez, Hermione e a loira tivesse razão. Quem sabe, Draco Malfoy não teria nada de ruim assim.

- Não sei, Gina. – Ele falou depois de uns segundos em silêncio. Os dois entraram no elevador, que abriu naquele exato instante. Eles não se tocavam mais, embora estivessem bem próximos.

O elevador abriu e os dois saíram e logo viram no sofá em frente à sala, um Rony deitado, completamente relaxado, sobre o colo de uma Hermione risonha, com uma Luna sonhadora observando, encostada sobre o braço do móvel.
Ao ver a loira, Gina puxou a mão de Harry e entrelaçou seus dedos nos dele. O garoto virou-se desentendido e ela sorriu. Ele voltou a virar para frente e seu sorriso de lado sumiu ao ver a mesma loira.

- Finalmente, vocês dois! – O ruivo falou, rindo e sentando-se no sofá, Gina fitou seu relógio.
- Mas nós nem estamos atrasados. – Disse desentendida.
- Não quis dizer sobre isso, maninha. Estou falando sobre terem voltado, finalmente.

Hermione fitou a loira do seu lado e deu um meio sorriso. Essa fingiu não entender e continuou fitando o casal que se aproximava.

- Não é, Hermione?
- Claro, demoraram uma eternidade. – Gina sorriu.
- Sim, sim, é verdade. Porém, estamos juntos novamente e é isso o que importa, não é Harry? - Esse fitava Luna Lovegood com uma expressão indecifrável.
- Claro. – O contato entre os olhos verdes e os azuis bem claros não foi cortado um só minuto, até Olho-Tonto aparecer, murmurando.
- Desculpem o atraso, crianças.
- Tudo bem, Sr. Moody, mas o que houve? – Hermione perguntara, enquanto acenava para uma Ninfadora Tonks que vinha logo atrás, com um sorrisinho besta.
- Ah, problemas administrativos, minha jovem. – Ele abrira a porta e fora direto para a sala de reunião, sem acender as luzes do caminho, apenas acendendo a do cômodo. – Vamos começar logo com isso, que estou atrasado e tenho outras coisas para resolver hoje.

Todos sentaram em suas devidas cadeiras, com apenas uma mudança. Harry havia sentando do lado de Gina, que o segurava pela mão, por de baixo da mesa.

- Não sei quantos de vocês sabem o que houve na noite passada. De qualquer forma, vou dizer novamente. – Todos olhavam atentamente para o chefe do Grupo de Elite dos Aurores do Ministério da Magia. – Ontem à noite, Belatriz Lestrange atacou uma casa, nesse mesmo bairro. Matou uma mulher de 34 anos e sua filha recém-nascida. A filha seria uma bruxa, nascida de pais trouxas. - Hermione respirou fundo e todos a fitaram naquele minuto. – Aparentemente, não há motivos para Belatriz Lestrange voltar assim para Londres, porém achamos...
- Como não há motivos? – Rony fora o único que se exaltara. – É óbvio que ela está aqui por causa daquele sonserino ridículo. – Harry depositou sua mão sobre o ombro do amigo.
- Talvez não. – Todos na mesa se viraram para ele, incrédulos. – Eu sei que é estranho, mas... Às vezes, devemos dar uma segunda chance às pessoas. – Os olhos de Hermione brilharam. – Todos merecem, não é? Até o Malfoy. O ministro o livrou das acusações, nós deveríamos seguir esse exemplo, não é, Hermione?
- É claro. Ele nos provou que estava nos ajudando, não é? – Luna concordou. E os dois irmãos, embora sem achar aquilo muito correto, tiveram que aceitar.

Olho-Tonto comentou sobre hipóteses das mais variadas, para a volta de Lestrange. O que era certo é que teriam que achá-la e jogá-la em Askaban. Aquela era a Comensal mais perigosa ainda livre.

- Por hoje, é só. Vamos voltar ao trabalho.

Todos levantaram ainda comentando sobre Belatriz e quando saíram da sala de reunião e foram para sala principal, viram ali parado, encostado no portal da porta, esperando, Draco Malfoy.

- O que esse cara está fazendo aqui? – Rony perguntou, segurando sua raiva. E apesar de ter falado tudo o que falou, Harry também se segurou, ainda sentindo raiva daquele sonserino à sua frente.
- Nada de brigas, rapazes. – Olho-Tonto Moody deu um tapinha no ombro de Ron e foi até Draco, cumprimentá-lo. - Ok, vamos até a minha sala, creio que está adiantado, então teremos mais tempo.
- Com certeza. – Draco passou com um sorriso vitorioso por Ron e Harry e piscou o olho para Hermione, com um sorriso de lado. Ela não conseguiu conter um sorriso e uma risada abafada.
- O que é que esse cara está fazendo aqui, afinal, Moody? – Ron perguntou novamente. Draco já havia entrado na sala e Olho-Tonto estava parado na porta.
- Ele veio ser entrevistado.
- Entrevistado? – Dessa vez fora Harry que perguntara sem entender.
- Sim, quem sabe vocês não tenham Draco Malfoy como colega de trabalho. Agora, vão almoçar. – E então, ele fechou a porta e todos se entreolharam.





- Ele só pode estar brincando! – Rony começou a falar, assim que colocou a bandeja na mesa redonda e se sentou.
- Draco Malfoy? Trabalhando com a gente? – Gina comentou, esperando o namorado, para sentar-se com ele, de frente para seu irmão mais velho.
- Acho que estamos voltando no tempo. – Luna comentou, meio risonha, sentando-se do lado de Ron, por hábito. Todos a fitaram, pelo comentário.
- Realmente, parece. É meio estranho pensar em Draco Malfoy sentando numa mesa ao meu lado. – Hermione disse, sentando-se ao lado de Luna e de Harry, na ponta da mesa.
- Sabe o que é mais estranho, ele almoçando na mesma mesa que a gente! – Harry disse, olhando para o único lugar vago daquela mesa. Todos olharam para o mesmo lugar.
- E por que ele se sentaria na mesma mesa que nós? – Ron perguntou.
- Porque essa é a única mesa dos aurores com lugar vago, Ron. – Hermione disse, risonha, fazendo Rony observar as outras mesas, ao redor.
- E se ele não for aceito por Moody? – Gina disse, desviando a atenção de todos.
- Por que ele não seria aceito? – Luna perguntou.
- Nós sabemos muito bem que ele não é um auror. Todos aqui tivemos que fazer um curso para isso, por que ele seria privado disso e iria conseguir uma vaga destas assim, tão facilmente?
- Bem, Gina, Moody sempre achou que precisávamos de mais um membro, alguém que também pertencesse à Ordem da Fênix. Como Malfoy é o único que pertenceu à Ordem, é alguém que conhece bem os Comensais da Morte e quer essa vaga, acho que Moody vai aceitá-lo para esse cargo. – Hermione disse, fazendo todos da mesa direcionarem sua atenção a ela.
- Ela tem razão, Gina. – Harry disse, levantando-se. – Posso levar sua bandeja? – Gina assentiu e ele levou as duas bandejas.

Hermione olhou o relógio e também se levantou, sendo seguida por um ruivo e uma loira. Gina puxou Harry mais à frente, antes de todos voltarem para sua sala. A porta da sala de Moody ainda estava fechada.

- Será que aquele loiro aguado já foi embora? – Gina perguntou, sentando-se em sua mesa.
- Acho que não. – Harry disse, ao ver Moody abrindo sua porta e aquele do qual falavam, saindo de sua sala, com um sorriso vitorioso tão grande quanto aquele que fez ao entrar.
- Boa tarde a todos. – Ele disse, olhando para Hermione, com um sorriso indecifrável.
- Boa tarde, Malfoy. – Luna disse, sorrindo. E Harry a fitou sério.
- Boa tarde. – Ninfadora também disse, seguida por Hermione.
- Então, Malfoy, acho que nos vemos amanhã. – Moody disse, finalmente.
- O senhor se importaria se eu ficasse para observar o trabalho de vocês?
- Claro que não, é bom ver seu interesse, Malfoy.

O dia passou de uma maneira muito estranha. Ninguém se atrevia a dizer uma palavra e Hermione estava sentindo o olhar de Draco cada vez mais forte em sua nuca. Ele sentava-se na única mesa fazia, logo atrás da sua e aquilo a incomodava. Hermione não deixava de pensar em como aquele dia acabaria.
Harry, às vezes, se atrevia a olhar para Draco, e tentava entender porque estava dando aquela chance para ele. Era nesses momentos, em que ele seguia o olhar do loiro de olhos azuis-acinzentados e fitava Hermione, achando seu motivo.
Nas outras vezes, Harry fitava Luna, pensando em como havia a magoado e pensando em seu futuro, sem ela. Gina fingia não perceber seus olhares e quando voltava a perceber, sentia raiva de sua não-tão-amiga de olhos azuis e cabelos claros.
Ron não tirou os olhos nenhuma vez, naquele dia, de Draco. Sua vontade era se levantar, fechar o punho e dar um soco na cara daquele sonserino, porém, por incrível que parecesse, ele não tinha motivos para isso. E dessa vez, estava sozinho.
Quando Moody disse que todos poderiam ir para casa descansar, Harry abraçou Gina e disse que a levaria para casa. Por mais que não gostasse, Harry queria mostrar para Luna que a realidade era aquela agora.

- Nos encontramos em casa, Hermione? – Luna disse, querendo ir embora o mais rápido possível, depois que Harry e Gina saíram da mesma sala. A grifinória não entendeu a pergunta, porém, acreditou que a corvinal quisesse ficar sozinha. – Tchau, Ron. E Malfoy. – Ela sorriu para ele.

Rony, Hermione e Malfoy saíram em seguida. A castanha ainda estava calada.

- Afinal, Malfoy, o que você quer aqui?
- O mesmo que você, Weasley. – Ele disse, completamente irônico.
- Meu deus, Ron, não vale a pena ficar brigando agora, não é?
- É, Weasley. Escute a Granger, antes que faça uma besteira.
- Do que está falando, Malfoy? – Ron se aproximou, o desafiando.
- Sobre você tentar ser herói, sem o Potter ao seu lado.
- Malfoy, pare de provocar. – Hermione tentou parar a briga pela segunda vez.
- Sei me defender sozinho, Mione! – Ron disse com raiva. E virou-se para o outro. – Olha só, Malfoy, você pode estar se achando agora com tudo isso. O Olho-Tonto lhe aceitando, e seu nome sendo publicado no Profeta. Você pode ter conseguido enganar a Hermione e talvez o Harry, mas você nunca, NUNCA vai conseguir me enganar, está me ouvindo, Malfoy? – Ele disse isso perto o bastante de Malfoy, que não mostrou nenhuma reação. – Vamos embora, Hermione.

Ron disse ainda grosseiro e começou a andar até a porta das escadas. Hermione o olhou, incrédula, sem se mexer.

- Vamos, Hermione. – Ele tentou novamente.
- Não pense que só porque está nervoso, pode me tratar assim, Ronald. – E ao ouvir isso, Ron foi embora, sem dizer mais nada. – É incrível, como você não consegue ficar perto da gente sem fazer nenhum estrago! – Ela disse, ao se virar para Malfoy.
- Você sabe muito bem que foi ele quem me provocou.
- Não importa, Malfoy. Você não consegue deixar as coisas como estão, sempre precisa causar algum estrago!
- Ah meu deus, Granger, eu não disse nada! – Ele disse, jogando seus cabelos para trás. Ela bufou alto. – Não ponha a culpa em mim, só porque o pobretão te tratou mal. - Ela o olhou com raiva, porém teve que concordar.
- Desculpe, Malfoy. Realmente, você não fez nada. Não dessa vez.
- Nossa, Granger, você se desculpando e me dando razão? – Ele riu, sarcástico.
- Não se acostume. – Ela também riu, da mesma maneira. E se virou.

Hermione foi até o elevador e involuntariamente, passou a mão por sua cicatriz, por cima da roupa, antes de apertar o botão do elevador. Ao perceber o que havia feito, ficou fitando o lugar onde tivera passado a mão. Balançou a cabeça para afastar os pensamentos, porém uma voz não a deixou fazer o mesmo.

- Posso apagar essa cicatriz, se quiser, Granger. – Hermione prendeu sua respiração.
- Como é? – Ela se virou lentamente, para fitar um Draco surpreso com suas próprias palavras. Talvez, ele não quisesse ser um herói sem méritos, afinal.





N/A: *Um coro de anjos cantando ‘aleluia’* Eu sei, eu sei... Estou mais do que atrasada. Mas como a Rhaissa disse, estou irritantemente sem tempo. Ou melhor, estava. Agora, ‘de férias’, tudo vai mudar... Eu espero! Como pedido de desculpas, eis aqui DOIS, não apenas um, mas DOIS capítulos! E vamos a eles... A coisa mais importante desses dois capítulos, é como o título diz : ‘A decisão de Hermione’ em acreditar plenamente em Draco Malfoy. E o mais estranho, é que ela não é a única a acreditar nele. Não só Luna, como agora Harry tem dado ouvido à ela e essa sua idéia não-mais-tão-absurda.
Tirando isso, vocês devem estar cheios de ódio de mim, com esse namoro ‘tão fofo’ de Gina e Harry ¬¬’ Espero que tenham gostado desses capítulos, apesar de tudo :X
Desculpa estar passando aqui bem rápido, porém vou compensá-los.
Beijos e continuem comentando. Para aqueles que não comentam, comentem, é muito importante.
Beatriz Granger Malfoy, a sua disposição. ;)

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Comentários (1)

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