O enterro



Survivre

Título: Survivre

Autora: Annette Fowl

Classificação etária: T

Shipper: Harry/Hermione

N.A.: olá gente, estou de volta com essa nova fic.Aviso a quem acompanha os outros trabalhos que não abandonei nenhuma fic.q “A Proposta” está a caminho e q “Savage Gardens,nº359” vai esperar mais um pouco antes de ser publicada, sei q tem um ano já q digo isso, mas é a vida...

Essa fic, eu dedico aos meus amigos, principalmente a você Maira, minha mais nova beta.

Ah, sim, tenho de avisar a vocês que a Sally anda mto ocupada, então eu arranjei uma beta substituta XD espero q vcs gostem do nosso trabalho, hehe.

Boa leitura e mais uma vez muito obrigada aqueles que leram e me deram aquele apoio...

Kisse,boa leitura e deixem reviews...

Capitulo I: O enterro

Era uma tarde qualquer. Sentada em sua cadeira não podia imaginar que seus pensamentos lhe levariam até ali. A sua frente, uma foto em um porta-retrato moderno, que destoava completamente do ambiente. Fechou seus olhos, tentando apagar a imagem que já havia ficado gravada em sua mente. Perguntava-se quantas vezes mais faria aquilo, por quantas vezes mais, tentaria ignorar algo tão grande em seu peito.

O telefone tocou. Deixaria que tocasse indefinidamente, mas, na sua ânsia de saber se era ele do outro lado, se levantou vagarosamente e o retirou do gancho, tentando aparentar calma.

- Alô...

A voz que ouviu do outro lado não era a que queria ouvir. Respondeu da maneira mais polida possível e assim que pôde se despediu alegando outras coisas pra fazer. Sim, pois tinha muitas coisas para fazer. A começar por terminar seu artigo pra revista, que já deveria ter sido entregue na mesa do editor há mais de uma semana, mas sem tempo e sem paciência, não entregara.

Pegou o pergaminho e se preparou para continuar escrevendo o artigo, mas parou, ao ver que nada lhe vinha à mente. Na verdade, tudo lhe vinha à mente, tudo relacionado a Ele. Com um suspiro, pegou outro pergaminho e anotou um recado para o editor. Pediu mil perdões pelo atraso e um novo prazo para entrega. Com sorte lhe daria mais uns dias. Perguntou-se se adiantaria de alguma coisa mais uns dias...

A coruja voou com a carta. Voltou-se para a mesa em seu escritório. Seu refúgio nas horas de transtorno, seu refugio nos momentos de angústia, como poderia ter se tornado seu maior pesadelo?

Sentar-se àquela mesa lhe trazia muitas recordações boas, assim como tantas outras ruins. Em sua mente, uma luta de titãs. Cada qual lhe fazendo lembrar do que queria. Seria cômodo esquecer tudo de errado e só ficar com o belo, mas também seria mais fácil esquecer se ignorasse as coisas boas e só lembrasse da dor, não?

Dor... Reteve umas lágrimas teimosas que sempre queriam escapar a cada vez que lembrava estar sofrendo por Ele. Não tinha culpa. Era inocente, seu único erro fora se apaixonar pelo seu melhor amigo e tarde demais perceber que ele não queria nada com ela além de amizade. Talvez o mais triste fosse saber que nem isso teria mais.

Em sua mente, ecoava as palavras dele quando lhe contara o que sentia.

- Vai ficar tudo bem... Nada vai mudar...

Mas mudara. Ela não já tinha mais cara para pedir ou cobrar algo dele, porque tinha medo dele achar que o estava pressionando. Ele por sua vez, não falava mais com ela com tanta freqüência, achando que assim seria melhor. Deixara de convidá-la para sair, como sempre fazia, alegando que isso, sabia ela, fora o que a fizera se apaixonar...

Dissera que não. Quantas vezes já não havia chorado por causa daquilo tudo? Seu amigo... Tinha a triste impressão de que nem como amiga ele a queria mais.

Sentou-se a mesa novamente e ao ver tantos papéis à sua frente tentou se concentrar em algo que não fosse ele. Cansara-se de tudo aquilo. Em sua mente, só havia lugar para ele. Nem trabalhar conseguia mais e só Deus sabia como estava sofrendo. Não segurou mais as lagrimas. Ele estava vivendo, como se nada houvesse acontecido e ela também deveria fazer o mesmo.

Tentara se afastar, pra ver se a dor amenizava, mas não adiantara muito. Ele pedira pra ficar, que não podia viver sem ela, praticamente lhe implorara para que não o deixasse.

- Sem você me sinto como um peixe fora do aquário...

Achara lindo aquilo tudo, toda aquela aparente fragilidade, toda aquela necessidade de tê-la ao seu lado e... Ficara. Pensara que as coisas iam mudar, mas não. Seu coração só sofria cada dia mais e mais.

Até o dia que resolveu enterrar tudo.

Era um final de tarde, estava cansada de tanta pressão. Precisava entregar aquele artigo até o dia seguinte...

Andou pela casa a procura de traços dele. Cada foto, cada bilhete, cada palavra... Tudo que pudesse lhe evocar lembranças dele. Lembranças do que deveria ser e não foi. Antes que a noite acabasse já tinha umas três caixas, com tudo que ele lhe dera, bem, quase tudo. Deixara o livro... O livro era para que se lembrasse o quão tola fora...

Andara até os jardins e com certa dificuldade começou a cavar. A cada monte de terra retirado, uma lágrima lhe caia, mas não desistiu. Era as lembranças ou ela. Enterraria aquele sentimento aquela noite. Aquela noite derramaria a sua última lágrima. Não que renegasse o que sentia por ele, muito pelo contrário. Sabia que o seu amor era lindo e precioso, mas estava sendo destinado a pessoa errada. Perdia seu tempo tentando amar alguém que não dava valor ao seu sentimento e que não queria nem ouvir falar daquele sentimento.

Sim, lembranças lhe vinham, mostrando tudo que ele já lhe dissera sobre aquele sentimento, incluindo aquela conversa de que não queria compromisso, que queria viver, queria ser livre...

- Eu não menosprezo o que você sente por mim Hermione, só que... Não quero pensar nisso agora. Não quero sentir isso novamente... Tudo que quero é viver minha vida, livremente, sem cobranças e...

Mais lágrimas vieram... Cobranças? Ela por um acaso o cobraria? Se eles estivessem juntos o que ela teria para cobrar? Se duvidasse nem ciúmes teria, afinal ele era dela, estava com ela. Se hoje ficava chateada porque ele sorria para outra, falava de outra, era porque tinha medo de que ele viesse a se interessar e não a visse como queria ser vista.

Pra que teria ciúmes, sabendo que ele a amava, que a queria ao seu lado, nem que fosse por uns poucos momentos...

Sentou-se cansada na grama, com a pá de lado. Lagrimas embaçavam a sua visão. O que estava fazendo da sua vida? Porque ela, tão racional, tinha de estar sofrendo daquele jeito por um homem que não estava nem ai pro que ela sentia, que nem sabia como ela sofria...

- Idiota, idiota, idiota... – falou consigo mesma – Ele está nem aí pra você e você aqui, sofrendo... Você tem um artigo pra entregar amanha sua lerda e só sabe pensar nele... Acorde Hermione, acorde... ACORDE!!!!!!

Gritou. Sua alma doía, seu corpo doía.

- Você não vai ser a primeira e nem a última a se apaixonar sem ser correspondida...

- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Seu grito irrompeu à noite. Ficou de pé e com raiva, voltou a cavar. Não seria a primeira nem a ultima, mas também não tinha culpa se não percebera que ele estava dando em cima dela... E que culpa tinha se só vira depois, quando ele parara... Que culpa tinha se ele desistira tão fácil, e não tentara ao menos dizer que a amava.

Que culpa tinha se hoje ele agia como uma criança fugindo dela, como se tudo que ela fosse falar fosse sobre esse assunto. Que culpa tinha se hoje ela dissesse oi, ele pensava que ela queria falar sério.

Ficou com raiva das lágrimas que derramava. Ele não merecia nenhuma delas. Estava sozinha naquela luta, estava sozinha na sua amargura, no seu sofrimento. Nem com ele que dizia que sempre estaria ao seu lado, que sempre a apoiaria, que era seu companheiro podia mais contar...

- AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH...

Jogou o último punhado de terra pro lado e olhou para as caixas... As coisas iam se resolver... Iam... Daria seu jeito. Sempre dera... Não dava antes de conhecê-lo? Então... Continuaria dando. Pegou a primeira caixa e a jogou dentro do buraco. Secou as lágrimas. Uma parte dela se ia ali...

- Morra... Morra... Morra... – falava a cada caixa jogada – MORRA... Não quero mais sentir nada por você... Isso não me faz bem... Isso está me consumindo... Estou deixando de viver por causa disso... Não quero mais...

Em sua mente, apenas uma questão: como enterrar um sentimento tão profundo? Um sentimento tão lindo, tão puro... Como enterrar seus últimos anos de vida? Como desistir de algo que com um sorriso ele fazia ressurgir em seu peito? Como?


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N.A.: reviews, por favor pra atualizar, oks? beijos

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