Capítulo III



Disclaimer: Não me pertencem.

Harry agitou sua varinha, a ponta brilhando e iluminando o infímo corredor. Ele franziu o cenho.
- É estreito.
- Acho que vai ser uma longa engatinhada. – comentou Selene ironicamente, atrás dele.
- Pelo menos você consegue enxergar o fim dele? – perguntou Hermione.
- Uhn...tem uma parada abrupta. Ou a gente desce, ou a gente vai ter que remover essa parede.
Os quatro começam a rastejar pelo chão de pedra, sentindo o ar úmido e velho em volta deles. Vez ou outra eles ouviam Ron espirrar, mas ninguém realmente o culpava. Aquela passagem devia estar fechada há anos, provavelmente desde a morte de Hepzibah. Harry continuou engatinhando, sentindo que o tecido de sua calça jeans começava a se esfolar pela fricção com a pedra.
Cinco minutos depois daquela lenta progressão, eles pararam diante de uma espécie de fosso. O grifinório agitou a varinha novamente, usando o feitiço de iluminação e apontou para baixo. O buraco não era tão fundo no fim das contas; ele pôde distinguir um pedaço de grama e flores há uns dois metros abaixo deles.
- Acho que poderemos descer.
- Ótimo! – exclamou Selene – Pode fazer as honras Harry.
O moreno apenas assentiu e se ajeitou como pôde no pequeno espaço, escorregando de pé pela abertura. Ele logo sentiu seus pés tocarem solo firme, esmagando algumas flores. Uma pequena abertura a frente, indicava ar livre. Ele ergueu a cabeça e gritou:
- Podem vir, o caminho está livre!

Um a um eles foram descendo e seguindo o jovem bruxo pela abertura. Logo chegaram a uma clareira, provavelmente da floresta onde o cemitério se localizava. Ron respirou fundo, aliviado de ter saído daquele corredor apertado.
- Eu já estava achando que ficaríamos lá para sempre!
- Exagerado. – comentou Hermione revirando os olhos.
Eles foram caminhando pela clareira, até notarem que um muro de pedra a cercava, cortando-a do espaço aberto da floresta. A morena retirou a varinha da calça.
- Revellus!
Um vento envolveu o local e por segundos, apenas as folhas balançaram com sua potência. Mas logo pequenos pontos iluminados apareceram na terra, como se fosse um céu estrelado. A jovem sorriu.
- Bingo. Alguém mexeu nessa terra. Não sei há quanto tempo, mas...
- Que feitiço é esse? – perguntou a jovem bruxa, muito interessada – Sei que Revellus lhe indica objetos escondidos e tudo mais, mas nunca vi ele criar uma reação destas e...
- Pronto, o monstro renasce. – comentou Ron, revirando os olhos.
Selene riu.
- Na verdade...esse é um Revellus modificado. Ele possui um elemento da terra, por isso ele revela os segredos da natureza, no caso a floresta.
- Nossa, e como você conseguiu isso? – exclamou o ruivo, agora interessado também.
- Que tal deixarmos isso pra depois? – cortou Harry, num tom seco, já se afastando do grupo, decidido a procurar pela provável horcrux.
Selene balançou a cabeça, parecendo divertida com os modos do moreno antes de se afastar também, indo procurar nos pequenos pontos iluminados. Quem sabe uma das horcruxes estaria lá?

Logo os quatro andavam olhando para o chão, usando as varinhas para remover a terra, mas não encontrando nada de concreto. O tempo pareceu passar depressa naquele local isolado da floresta e Harry sentia o dia morrer no horizonte, dando lugar a um céu salpicado de estrelas. Ele suspirou e chutou um pedaço de terra, já começando a se irritar com tudo aquilo. Foi quando seu pé bateu em algo duro.
- Ouch!
- O que foi Harry? – comentou Hermione, se aproximando.
- Eu bati em algo duro. – respondeu o grifinório, segurando o pé, dolorido pela pancada.
- Será que você encontrou algo? Hey Ron, Selene, Harry achou algo!
Os dois últimos integrantes chegaram perto dele e murmuraram um feitiço, fazendo a terra se revirar. A ponta de uma caixa de bronze pôde ser vista no começo da noite de lua cheia.
- Bom trabalho Harry!
- Meu pé agradece o incentivo. – reclamou o moreno, num franzir de cenho.
Selene ajoelhou-se e retirou o resto da terra com as mãos, logo erguendo uma caixa de tamanho pequeno, feita de bronze, com alguns pedaços em prata. Sua fechadura tinha uma cobra prateada desenhada.
- Interessante. Mais um objeto de Salazar Slytherin?
- Não duvido, se a sra. Smith era uma grande colecionadora... – disse Hermione, já passando os dedos pela caixa, curiosa.
- Vamos abri-la então! – exclamou Ron.
- Não acho que vai ser questão de enfiar uma chave e abri-la. – ponderou Selene.
- Me dê a caixa. – disse Harry, estendendo a mão.
Ele segurou o objeto nas mãos, revirando-o com curiosidade. Então mirou seus olhos verdes no emblema de cobra desenhado na fechadura, franzindo o cenho. Ele tentou imagina-la se movendo, como fizera anos atrás, num distante segundo ano e um sibilo curto saiu de seus lábios. Os olhos da serpente cintilaram na noite e a caixa se abriu. Dentro dela, um pergaminho enrolado repousava em sua superfície de veludo.
- O que será isso? – comentou Hermione, já pegando o pergaminho e desenrolando-o. Um intrincado desenho estava impresso no pergaminho, sua tinta preta já sumindo em alguns pedaços.
- Parece um mapa... – sussurrou Ron, olhando o pedaço de pergaminho por vários angulos.
- Ou um pedaço dele. – disse Selene – Vê esse pedaço? Parece ter uma continuação.
- Tem mais um papel aqui. – comentou Harry, tirando outro pedaço de pergaminho da caixa. Ele desdobrou o papel e leu em voz alta – ‘Nas profundezas do alto poder, se encontra a trilha continuada’. O que será isso?

Um uivo, alto e mortal, ecoou pela floresta, fazendo um arrepio percorrer suas espinhas. Os quatro se ergueram, as varinhas em posição. Ron sentiu um segundo arrepio correr sua espinha.
- Não me diga que são...?
- ...Lobisomens? – concluiu a morena, pegando a caixa e jogando-a no chão, colocando a terra de volta em seu lugar – Podemos sempre torcer que não.
- Mas com um uivo desses... – comentou Hermione.
- E é por isso que iremos sair daqui. Agora. – a bruxa pegou o pergaminho, guardando-o dentro do bolso da calça – Harry, guarde isso e vamos! Precisamos achar um lugar seguro!
Harry assentiu, guardando o misterioso bilhete em sua calça. Estava tudo indo tão bem. Mas conhecendo seu carma como conhecia, isso estava a ponto de mudar.

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Ele não sentia a magia em lugar algum. Todas as proteções, os encantos, tudo havia sumido. Como se tivessem seguido Dumbledore para a tumba.
Draco passou as mãos pelos cabelos, suspirando, andando cauteloso pelas sombras da floresta proibida. Não sabia como havia conseguido chegar até lá sem ser pego, mas não ia reclamar da sua sorte, longe disso. Ele apertou a capa que usava contra si, tentando se proteger do vento frio daquele fim de verão. Após olhar novamente o lugar, ele foi andando, com passos lentos mas decididos.
O loiro não sabia dizer quanto tempo se passou, mas logo ele chegou a borda da floresta, vendo a cabana de Hagrid perto dali. Estava apagada. Ele continuou seu caminho, logo chegando na trilha que levava a porta de entrada de Hogwarts.
O vento frio assobiou na noite silenciosa, e ele estremeceu, apertando ainda mais a capa contra si, seus pés descalços sentindo a terra úmida. Ele subiu o pequeno caminho, logo chegando no corredor de pedra, entrando no pátio do castelo. O local parecia abandonado e sem vida, nenhum som podia ser ouvido, nem mesmo dos pássaros que habitavam os arredores.
- Ótimo, um castelo fantasma. Tudo que eu precisava. – comentou o sonserino para si, ironicamente.
Ele só esperava que as portas ainda estivessem abertas. Porque Hogwarts agora era o único lugar seguro para si.

CONTINUA

Pequena nota: Esse capítulo com certeza vai para a Juliana Guerreiro, que me incentivou e cobrou e pediu por ele. Sinto muito pela demora, mas a vida de universitária não é fácil. Vou tentar ao máximo não demorar na próxima atualização, tá bom? ^^

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