Beautiful Soul - 2ª parte



- Apple? – Brendon olhou para a garota que estava entrando. – O que faz fora do dormitório uma hora dessas?
- Eu? Ahm... Bom... eu estava na biblioteca.
- Biblioteca? Essa hora? – ele a olhou desconfiado.
- Sim! É tão difícil assim me ver lá?
- Não é difícil te ver lá. É difícil te ver lá sem pergaminho e sem livros! foi encontrar alguém?
- Não! Eu não encontro garotos à noite, querido, ou você está querendo insinuar que sou... – respondeu a garota irritada, fazendo Brendon a cortar, não a deixando terminar a frase.
- Não! É óbvio que não! – ele deslizou a mão de leve pelo rosto da loirinha. – Pelo contrário, você parece ser toda certinha. É isso que eu tanto admiro em você! – disse o moreno, praticamente admitindo que gostava dela. A loirinha ficou sem graça com o comentário do garoto.
- Er... Obrigada?! – agradeceu o elogio. Brendon sorriu e tornou a perguntar.
- Mas o que estava fazendo fora do dormitório essa hora?
- Eu já disse, estava na biblioteca! – falou pausadamente.
- É difícil de acreditar.
- Você não precisa acreditar!
- Mas você deveria tentar me convencer, afinal, posso te dar uma detenção. – o garoto lembrou-a que ele também era monitor, ainda por cima chefe.
- Olha, eu já disse onde eu estava, mas se você não quer acreditar, vou fazer o que?
- Não é esse o problema. Você estava fora do dormitório em horário proibido. O que pode fazer?! – perguntou, fazendo-a se arrepender de ter perguntado isso. – Você pode me dar um beijo, ficar comigo, que não recebe detenção. – disse, fazendo a garota ficar indignada.
- Por Merlin! Vou dormir que ganho mais. Passar bem! – a loirinha subiu as escadas para os dormitórios, porém, ainda ouviu o garoto falar.
- Mas pense. Amanhã você responde! – Brendon também subiu as escadas para o dormitório masculino e foi dormir com o coração cheio de esperança.
Na manhã seguinte, Addie evitou o monitor. Desceu correndo para o Salão Principal quando está entrando, viu Dumbledore saindo e encaminhando-se para a enfermaria. Assim que entrou no recinto, viu Summers e Jimmy.
- Sir Anonimmous pode nos deixar a sós, por favor? Álias, está na hora da sua aula. – Fletcher se despediu de Vic e saiu a caminho das aulas. – Bom dia, Victória! – Dumbledore falou cordialmente.
- Bom dia!
- Acho que está mais do que na hora de termos uma conversa. De onde você veio?
- Da Ucrânia, porém morava na Califórnia, EUA. Vim de uma escola pequena.
- Como veio parar aqui?
- Além do sonho que todos tem de estudar aqui, inclusive eu, vim atrás de proteção.
- E seus pais?
- Faleceram quando eu tinha sete anos.
- Sinto muito. Mas você disse proteção? A que?
- Não sei. Desde que completei 17 anos, mês passado, tem pessoas ou coisas atrás de mim.
- Parabéns. Que dia fez aniversário? Por que estão atrás de você?
- Dez de fevereiro. Por causa do meu amuleto. Meus pais morreram por causa dele. Meu dever é protegê-lo. Eles não me atacaram antes dos 17 porque meu tio me protegia, porém ele morreu bem no dia da minha festa. Não posso mais voltar aos EUA.
- Que poder o amuleto tem?
- Não sei. Está a gerações em minha família. Meu tio disse para nunca usá-lo, apenas se não houvesse mais saída.
- Você já tem para onde ir?
- Não. Talvez eu volte para o castelo de minha família na Ucrânia, mas não conheço ninguém lá. E não quero parar de estudar.
- Você gostaria de fazer parte da nossa escola?
- Claro. – Vic sorriu.
- Quer fazer a escolha agora ou na frente de todos? – a morena estranhou o diretor está lhe dando a opção, mas já que ele deu, ela preferia....
- Agora.
Victória e Dumbledore dirigiram-se para a sala do diretor. Chegaram lá em poucos minutos.
- Sente-se, por favor? – apontou para a única cadeira que existia na sala, sem ser a dele. Enquanto se aproximava de sua escrivaninha retirou de cima dela um chapéu velho e rasgado. Summers sentou-se na cadeira indicada pelo diretor que por sua vez colocou o chapéu em sua cabeça. Depois de um minuto de silêncio, ele pronunciou sua sentença.
Vic sorriu e sai a procura de Anonimmous, mas desistiu sabendo que ele não iria aparecer. Só quando ela cansasse de procurá-lo. Assim que se aproximou do Saguão de Entrada, viu o pessoal da Corvinal e da Sonserina se encaminhando para a aula e os seguiu. Apple, que estava um pouco mais a frente, sentiu alguém segurando seu braço. Ela se virou encontrando Remus parado a sua frente, observando-a.

I’ll ease you mind
[Eu facilitarei sua mente]
If you give me the chance
[Se você me der à chance]
I will never make you cry c’mon let’s try
[Eu nunca faria você chorar, deixa disso, vamos tentar]

- Lupin? – a loirinha olhou assustada.
- Deixa-me te ajudar a ver que eu não sou o cara que você pensa que eu sou? – o maroto olhou fixamente nos olhos dela.
- Como você faria isso? – ele mal a deixou terminar a frase e a beijou, fazendo ela retribuir, mas logo se separou dele.
- Não Lupin, não! – vários alunos pararam para ver a cena.
- Vê se entende. Eu não te faria sofrer, deixa-me tentar te fazer feliz!
- Vem Addie! Vamos pra aula! – Vic segurou o braço da loirinha e foi arrastando-a pelo corredor. Lupin correu atrás dela, abaixou a cabeça até o ombro da garota.
- Encontre-me hoje às sete horas no banheiro dos monitores! – murmurou no ouvido de Apple, afastando-se em seguida. Logo Brendon se aproximou.
- O que ele disse? – Victória, como sempre, estava curiosa.
- Pra encontrá-lo no banheiro dos monitores, hoje às sete horas.
- Você vai?
- Então, já pensou? – Urie lembrou a loirinha da proposta.
- Já. A resposta continua sendo a mesma e é NÃO! – Apple se irritou.
- Então terei que te dar uma detenção. Hoje à noite às sete horas, esteja na sala do profº Slughorn! – o corvinoriano continuou andando, agora mais rápido. A corvinal, a princípio, nem se tocou do horário, somente quando se aproximou da sala de McGonagall foi que a ficha caiu. Summers notou que havia algo de errado com a menina.
- O que houve? – Victória olhou para o rosto dela que parecia angustiado, no mesmo instante em que a professora entrou na sala.
- Bom dia classe! – começou McGonagall em voz baixa, fazendo todos se calarem. – Hoje começaremos a estudar a Animagia, um dos ramos mais difíceis da transfiguração. Somente aqueles que realmente são capacitados conseguem este feito.
Assim que a professora se virou, Vic sussurrou para a garota ao seu lado.
- O que houve? – Summers perguntou com um tom urgente e preocupado na voz.
Com medo que mais alguém escutasse ou a professora as pegassem, a loirinha escreveu seus problemas por um bilhete.

“Lembra-se do horário da minha detenção?
É o mesmo do encontro! Como eu vou estar em dois lugares ao mesmo tempo? A não ser que eu consiga roubar um vira-tempo, eu não conseguiria...”

Vic leu o bilhete pensando em um modo de ajudar a menina.
- O animal em que você se transforma reflete seu caráter, sua personalidade e suas atitudes... – Minerva continuou a aula.
Depois de um tempo, Vic não ouvia mais a voz da professora, pensava em um modo de ajudar a loirinha.
Ao término da aula, Summers levantou-se animada. Correu para alcançar a corvinal que andava cabisbaixa.
- Acho que tenho a solução para seus problemas.
- Qual? – a menina estava intrigada.
Victória, que hoje estava ruiva, puxou Apple para um corredor vazio.
- Que... – a loirinha se virou para Summers e encontrou uma replica de si mesma.
- Que tal?
- Cara, tá perfeita. Tirando a voz, claro.
- É, eu sei. Acho que se ensaiar um pouquinho consigo disfarçar. Eu cumpro a detenção no seu lugar e você se encontra com o tal Lupin.
- Você faria isso por mim?
- Já estou fazendo, não estou?
- Por que você tá fazendo isso?
- Dá pra perceber pelos seus olhos que você gosta dele. Como você vai andar pelos corredores sem ser vista?
- Não se preocupe.
As aulas da tarde arrastaram-se lentamente, para a agonia de Addie, que não via a hora do encontro chegar. Faltando poucos minutos para às sete horas, Apple dirigiu a sala de Slughorn, com medo que o plano falhasse.
- Boa noite, srta. Apple.
- Boa noite professor. – respondeu a menina.
- Sua detenção é arrumar o armário de poções.
A loirinha não respondeu. Somente se encaminhou para lá, ficando fora da vista do professor, quando sentiu alguém a puxando pelo braço. Quando ela se virou, encontrou Victória ali parada. Ao mesmo tempo em que Addie e Vic estão se despindo para trocarem de roupa, a ruivinha transformou-se em Apple lentamente. Summers entrou no depósito e a corvinal se transfigurou em arara e saiu voando pela janela em direção as torres do lado oeste.
Chegando lá, a menina trocou suas vestes rapidamente e saiu correndo em direção a porta, lembrando-se que deveria estar em detenção. Transfigurou-se novamente e saiu voando, desta vez por dentro do castelo.

Baby do you think you cold me too?
[Baby você pensa em me querer também?]
I just wanna know if you feel it too
[Só quero saber se você também sente isso]
There is nothing left to hide
[Não há mais nada a esconder]

A menina chegou obviamente atrasada.
- Boca de Dragão! – a porta não se abriu. – Boca de Dragão! – repetiu a menina. Aparentemente a senha havia mudado.
A loirinha tentou todas as senhas possíveis que conseguiu se lembrar, já estava quase desistindo quando inesperadamente a porta se abriu por dentro.
- Addie?! – os olhos de Remus ganharam um novo brilho ao vê-la.
- É... Ham... hum... a senha mudou?!
- Sim. – sorriu. – Ainda está disposta a me escutar?
- Hum... acho que se não estivesse não estaria aqui. – o menino abriu a porta para ela sorrindo.
A corvinal entrou no banheiro e se apoiou na pia.
- Por que você queria me encontrar?
- Pra tentar te mostrar mais uma vez que eu sou diferente dos outros garotos.
- Hmm... você sabe que você é igual aos marotos.
O loirinho se aproximou dela, porém sem beijá-la.
- Não, não sou. Eles só pensam em garotas e pegação, já eu penso em coisas sérias também. Reconheço e assumo meu coração, ao contrário deles. – ele acariciou o rosto dela, fazendo a mesma baixar o olhar.
- Eu tenho medo! – falou em voz baixa. – De acabar me apaixonando e depois sofrer.
- A vida é feita de sucessos e fracassos. Erros e tentativas. Aprendemos com nossos erros e crescemos com ele
- Eu sei. Mesmo assim tenho medo.
- Você acha que a Kammy não teve? – o menino segurou seu queixo fazendo-a encará-lo. – Eu quero ficar com você, para sempre, protegendo-te de tudo que possa te fazer mal. Será que você não pode me dar uma chance?
- Deixa de ser bobo. Você sabe que sim.
- Mesmo? – o grifinoriano estava levemente intrigado, mas com um doce sorriso. – Você me quer mesmo ao seu lado? Mesmo eu sendo um...
- O fato de você ser ou não um lobisomem não influência em nada.
- Sabia que você era especial.
- Posso até ser especial, mas você não confia em mim.
- Há certas coisas que eu não posso te contar.
- Então por que a Kammy sabe? – contestou a menina.
- Porque provavelmente o Sirius deve ter contado a ela.
- Isso não justifica...
- Ok loirinha. Prometo que não te escondo mais nada. – terminou sorrindo.
A corvinoriana também sorriu ao mesmo tempo em que o garoto foi se aproximando. Ao sentir a respiração dele próxima, a menina fechou seus olhos. Lupin sabia que teria que ir com calma. Primeiro beijou sua testa suavemente, foi descendo lentamente pelo seu rosto beijando a ponta de seu nariz e finalmente tomou coragem pra aterrissar seus lábios. O beijo começou com um selinho que foi aos poucos se transformando em um beijo de língua, porém calmo e tranqüilo, demonstrando todo o amor e carinho que sentiam um pelo outro. Foi um beijo longo e demorado. Ao término do beijo, eles ficaram se olhando.
- Tenho que ir.
- Por que?
- Estou de detenção.
- Que horas?
- Às sete.
- Mas como você está aqui?
- A Victória se transformou em uma réplica minha. Ah, depois te explico direito.
Aproximaram-se dando um beijo rápido. A garota transformou- se em arara novamente, indo em direção ao armário de poções sem conseguir esconder a felicidade. Remus ficou impressionado com a habilidade e saiu do banheiro cuidadosamente.
Addie encontrou Victória, já saindo da detenção. Pousou no ombro da moça, que foi a um lugar seguro para a loirinha voltar a forma humana.
- Obrigada Victória. – Apple abraçou Summers em agradecimento.
- Não foi nada linda. – Vic retribuiu o abraço sorrindo.
- Então, vamos? –perguntou a corvinal
- Onde?
- Para o dormitório arrumar suas coisas você vai ficar comigo, tem uma vaga lá. – a loira disse feliz.
- Eu não sou da Corvinal. – um breve momento de silêncio. – Sou sonserina.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.