Beautiful Soul - 1ª parte



A lua começava a despontar no céu. Lupin parou instantaneamente ao vê-la. Seu coração começou a bater mais rápido, ao mesmo tempo em que suas pupilas se dilatavam.
Seu corpo foi se enrijecendo aos poucos, dando a impressão de dor. Esta tomava conta de seu corpo, à medida que este ficava mais rígido. Lentamente presas e garras nasciam com a dor.
Não conseguia mais agüentar. Berrava de dor, sentindo o focinho se alongar. Seus ombros encurvaram, rasgando suas roupas, à medida que o resto de seu corpo se adaptava a forma lupina. Os pêlos brotaram em seu rosto e em suas mãos, alastrando-se por todo o seu corpo, ao mesmo tempo em que perdia o controle de seus atos, ficando inconsciente aos poucos.
Depois de um tempo, a lua estava alta no céu. O menino não tinha mais consciência de quem era, agia somente pelo instinto de destruir e matar.
Não era somente o lobisomem que estava acordado àquela hora. A loirinha de mechas coloridas também não conseguia pregar os olhos. Era a única acordada no dormitório feminino da Corvinal. Cansada de se revirar de um lado para o outro, a menina decidiu dar uma volta pelos jardins para espairecer as idéias.
A loirinha pegou sua capa e jogou por cima do pijama, segurando sua varinha. Saiu devagar do Salão Comunal da Corvinal, passando pelo buraco escondido atrás do quadro do Cavalheiro Negro. Desceu a escadarias com pressa. Chegando aos jardins, ela andava lentamente, sem destino, chegando perto do campo de quadribol. Resolveu entrar e ficar deitada na arquibancada olhando a lua e pensando. Acompanhou todo o movimento da mesma. Percebeu de repente que esta está do outro lado do campo.
- Será que já vai amanhecer? – a loirinha sentou assustada.
Passou a mão sobre os cabelos curtos e decidiu voltar ao castelo antes que alguém a visse de pijama. Ao sair do campo, ela ouviu uns rosnados estranhos. Viu a silhueta de um monstro correndo em sua direção. A garota não hesitou em correr, tentando fugir do tal monstro. Sua varinha estava em punho. Olhou para o monstro logo em seguida, parando. O tal monstro parou também. Caminhou devagar em sua direção. Agora, ele estava a sua frente e ela caminhou para trás. Procurou um feitiço em sua mente. A loirinha se lembrou de uma pergunta de James e Sirius à Remus, sobre um tal de Sectusempra. Mesmo não lembrando para que serve, a garota o usou.
- SECTUSEMPRA! – um raio de luz saiu da ponta de sua varinha e atingiu o monstro em cheio. Fez um corte profundo desde seu pescoço até o seu abdômen.
Mesmo pingando sangue, o monstro pulou sobre ela, derrubando-a no chão e postou-se em cima da garota. Ensangüentado, ele a cheirou. A garota amedrontada o encarou por instantes e notou algo conhecido em seu olhar.
O sol saiu de trás das montanhas. O monstro, irreconhecível no escuro, revelou ser um lobisomem. Pulou de cima da garota apoiado nas patas traseiras. Seus movimentos e uivos dão a impressão de dor. A corvinoriana olhou abismada para a cena. O lobisomem voltou aos poucos a ser homem, ou melhor, um garoto que, por sinal, Addie conhecia muito bem.
- Lupin? – a loirinha levantou num pulo e correu em direção ao garoto que retornava a forma humana, indo de encontro ao chão. Antes que a menina pudesse abraçá-lo, ele caiu sobre seus braços. Ela ajoelhou e acariciou rapidamente seu rosto. – Fala comigo! Vai ficar tudo bem, ok? Eu estou aqui. Desculpa pelo machucado. – ela olhou para o corte profundo em seu abdômen, e notou que ele estava nu. Tirou sua capa e jogou por cima do corpo do garoto. – SOCORRO! SOCORRO! – ela gritou desesperada.
- Srta. Apple! O que está aconteceu? – Madame Pomfrey saiu correndo atrás dos gritos desesperados da garota. Addie ficou dividida em contar ou não para a enfermeira que o loirinho era lobisomem. A enfermeira percebeu a hesitação da garota, continuou. – Você o atacou? Ele estava transformado?
Então a corvinoriana percebeu que a enfermeira sabia da verdade e confirmou com a cabeça. Madame Pomfrey conjurou uma maca e o levou para a enfermaria. Apple entrou, ficou um pouco com ele e se lembrou que era segunda-feira. Foi correndo para a casa da Corvinal, colocou suas vestes, pegou seus livros e correu para a Torre Norte. Chegou à aula atrasada. Profª Trelawney não a deixou entrar. Ela sentou nas escadas pensando no que aconteceu, em tudo que ela viu. “Será que eu o feri gravemente?”, era o que ela mais pensava. Cansada de tanta indagação, desceu para a enfermaria. Chegando lá, encontrou Madame Pomfrey logo na entrada.
- O que está fazes aqui a uma hora dessas, srta Apple? – perguntou a enfermeira, com um tom de desaprovação.
- Perdi a primeira aula e vim ver como ele está! – respondeu a loirinha preocupada, notando em seguida que havia mais alguém na enfermaria. – Olá Summers! Olá Anonimmous!
- Bom dia! – responde a garota que está saindo, acompanhada do moreno.
- Bom dia, Apple! – o menino retribui o cumprimento. Saiu para os jardins com Victória ao seu lado.
- Ele vai ficar bom. Mais alguma coisa, srta Apple?
- Posso ficar aqui até dar o horário pra segunda aula?
- Pode, mas não o acorde! Ele precisa descansar. – a enfermeira pegou a bandeja com os remédios e voltou para a sua salinha no fundo da enfermaria.
- Ok! – Addie se aproxima da cama do maroto, debruçou ao seu lado e ficou alisando seu rosto, fitando todos os traços faciais. Faltando dez minutos para a aula de vôo, ela se despediu dele com um beijo na testa. Pegou seus materiais e saiu andando, assim que ela virou de costas para o garoto, ele abriu os olhos, revelando que esteve acordado o tempo todo, vendo-a sair.
Desceu para o Saguão de Entrada correndo, encontrando com os alunos ali mesmo, inclusive seus amigos.
- Por quê chegou atrasada para Adivinhação? – perguntou Lily e Kammy juntas.
- Estive com o Lupin. Passei a noite fora! – a garota não respondeu animada. Sirius e James se olharam e caíram na gargalhada.
- E onde ele está? – perguntou James rindo.
- Na enfermaria! – respondeu ainda sem ânimo.
Os dois pararam de rir instantaneamente.
- Sério? – perguntou Black, com um semblante assustado.
- Eu não brincaria com algo assim!
James, Sirius e Peter correram para a enfermaria, enquanto as garotas se dirigiam para a aula.
- O que aconteceu Addie? – perguntou Engels, demonstrando estar curiosa.
- Eu não consegui dormir, fui para os jardins, fiquei a noite toda no campo de Quadribol, quando estava voltando para o castelo estava amanhecendo e um lobisomem me encontrou. Eu o ataquei e...
- E era o Lupin?! – completou Kammy. Lily parou bruscamente olhando-as sem entender.
- O Lupin é lobisomem? – perguntou Evans pasma.
Suas amigas confirmaram com a cabeça.
- Mas eu não queria machucá-lo! – lágrimas escorreram pelos olhos da loirinha com mechas.
- Você não teve culpa, já que não sabia que era ele! – Kammy abraçou a amiga.
- Eu podia tê-lo matado! – Apple retribuiu o abraço.
- Como podem deixar um lobisomem, assim, solto pela propriedade? Eu vou falar com Dumbledore! – Lílian parecia indignada.
- Pára Lily. Pra quê isso? – a loirinha de mechas defendia Lupin.
- Lobisomens são perigosos, ele podia tê-la matado! – retrucou a ruvinha.
- Mas não matou! Ele teve chance e nada fez. Isso que importa, eu estou bem!
- Não é por que não atacou uma vez, que ele vai nunca vai atacar!
- Sua sem coração inútil! Não é porque você não quer assumir sua paixão pelo Potter, que tem que acabar com o amor de todo mundo.
- Eu não amo o Potter, e você sabe muito bem disso! Eu não suporto aquele idiota. Imagina a cara do Black e do Potter quando eles descobrirem! Afinal, Lupin é monitor! Preciso falar com Dumbledore!
- Dumbledore já sabe Lily! – Engels estava irritada. – Os marotos também já. Eles fizeram mais pelo Lupin do que vocês imaginam! – finalmente as duas se calaram, estavam agora boquiabertas.
- Como assim? – a corvinoriana estava intrigada. Devido a sua irritação, a loirinha não percebeu que falará demais.
- Nada! Esqueçam e vamos pra aula! – a loirinha caminhou rápido, sendo que suas amigas acompanharam ainda intrigadas.

I don’t want another pretty face
[Eu não quero outro rosto bonito]
I don’t want just anyone to hold
[Eu não quero apenas alguém para abraçar]
I don’t want my love to go to waste
[Eu não quero desperdiçar meu amor]
I want you and you beautiful soul
[Eu quero você e sua alma maravilhosa]

- Você gosta dele, Addie? – Evans perguntou.
- Am? – ela se confundiu.
- Você gosta do Lupin?
- Hum... – ela foi pega de surpresa. – Gosto! – ficou corada ao contar pras amigas.
- Mas aquele rosto bonitinho é um lobisomem! – contestou Lily.
- Ele é legal, amigo, compreensivo e inteligente, isso basta pra mim!
- Mesmo assim continua sendo um lobisomem, mesmo sendo legal e tals...
- Não me importo! Gosto dele do jeito que ele é. O fato dele ser ou não um lobisomem é só um detalhe! E Lily, pára de se meter na minha vida! Obrigada! – Apple saiu andando pra aula sem falar com a ruiva.

You’re the one I wanna chase
[Você é a única que eu quero perseguir]
You’re that one I wanna hold
[Você é a única que eu quero abraçar]

Assim que os garotos chegaram à enfermaria, encontraram Lupin sentado, olhando para a parede à sua frente, bem concentrado, pelo que deu pra perceber.
- O que ela fez contigo, cara? – Sirius disse rindo ao ver o amigo na cama.
- Ela me viu ontem, ela me... – foi cortado por James.
- Ela foi atrás de você? Pow foi animal hein?
- Animal?! Sim e muito! Eu estava um animal ontem! – disse Lupin ironicamente.
- Então, como foi?
- Horrível! Ela... – dessa vez foi cortado por Black.
- Como horrível? Estava com a garota que você gosta!
- Deixe-me falar! – Remus gritou sem perceber. Esperou que os marotos se recuperassem do susto para poder continuar, olhando-os, seguiu com a narrativa. – Ontem era noite de lua cheia, ela me viu transformado. Ela nunca mais vai querer falar comigo.
- Noite de lua cheia... – os belos olhos azuis arregalaram. Ele esqueceu completamente devido a detenção que teve que cumprir.
- Deixa disso! – Potter consolou o amigo. - É óbvio que ela vai falar contigo!
- Ela veio me ver de manhã, mas garanto que foi porque ela me machucou. Depois que eu sair, ela não vai mais querer me ver!
- Calma Aluado! A Addie não é assim! – Sirius defendeu a amiga. – Ela não julga as pessoas pelas aparências. – sussurrou. – Espero... – voltando ao tom normal. – Você gosta mesmo dela, né? – o loiro olhou em volta, os três estavam olhando para ele.
- Ela foi a única que mexeu comigo! Eu daria tudo pra tê-la em meus braços. Para poder beijá-la.
Os marotos se olharam.
- É realmente ele está apaixonado. – Potter comentou mais para Sirius e Peter do que para Remus. – Precisamos ir! A aula de vôo já começou. – os três se despediram rapidamente do amigo e seguiram para a aula.

I know that are something special
[Eu sei que você é algo especial]
To you I’d be always faithful
[A você eu serei sempre fiel]
I want to be what you always needed
[Eu quero ser tudo o que você sempre precisou]
Then hope you’ll see the heart in me
[Então eu espero que você veja o coração em mim]

Novamente, Lupin se viu sozinho na enfermaria. Cansado de ficar ali, levantou e foi andando meio mancando, ainda com roupas da enfermaria, para o Salão Comunal da Grifinória. Colocou suas vestes e foi para a aula de Vôo, onde todos já estavam saindo.
- Remus? O que você faz aqui? Está doido? – Black estava surpreso e preocupado ao ver o amigo andando livremente pelo castelo daquele jeito.
- Lá é chato! Tudo muito quieto. Não gosto disso. – o loirinho falou como se fosse uma criança, fazendo todos rirem.
- Acho que alguém ficará feliz em saber que você está bem... – disse Lily olhando para o lado, percebendo de repente que Addie não estava ali, aliás, Lily não a via desde que discutiram, “Teria Addie sumido de nós?” pensava a ruivinha.
- Quem? – perguntou Lupin intrigado.
- Ela não está aqui, desapareceu depois da nova discussão... – a grifinoriana se sentiu culpada.
- Discutiram por quê? – os marotos perguntaram juntos.
- Assuntos femininos! – encobriu Engels para ajudar à ruiva. - Hey, mas ela tava na aula!
- Então ela se isolou de nós. – deduziu James.
- Eu sabia que isso ia acontecer. – resmungou Remus.
- O quê? – a loirinha estava curiosa.
- Ela se afastou. Até por que não é todo dia que você descobre que seu amigo é um monstro.
- Deixa de bobagem Lupin – Black defendeu a amiga. – Você sabe que ela não é assim! Olha, rimou Lupin, assim! – riu com a brincadeira.
- Vamos procurá-la? – propôs a ruivinha.
Foram para os jardins procurando-a, passando por Victória e Jimmy. Vic os observava.
- Por quê você não gosta deles? – indagou a Jimmy.
- São umas crianças mimadas! – o garoto respondeu sem se alterar.
- Você não está julgando precipitadamente?
- Seria bom se fosse verdade, mas eles nem sabem o que querem, nem como a vida é, julgam seus problemas são os maiores e piores do mundo.
- Não sejamos hipócritas, todos somos assim.
- Há pessoas muito individualistas. Porém, há pessoas que passam a vida ajudando os outros, colocando-os em primeiro lugar. – respondeu a garoto a ela, fazendo-a refletir. Após um momento de silêncio Vic responde.
- Você não está sendo individualista isolando-se do mundo?
- Eu ajudo sempre que necessário.
- Isso não significa que é o suficiente. – Vic olhou pra frente e viu Apple sentada, segurando os joelhos e deitada sobre eles.
- Vamos até lá ver o que está acontecendo com aquela garota. – antes que Jimmy pudesse reagir, Summers o puxou pelo braço soltando-o somente quando estavam em frente da garota.
- Você está bem?
- Tô. – respondeu a loirinha desanimada.
- Responde com sinceridade. – disse Vic em uma voz serena. – Não, você não está bem. O que houve?
- Nada.
- Nada é uma palavra esperando tradução. – retrucou a garota nova, fazendo Addie levantar a cabeça.
- Existem algumas pessoas tão superficiais.
Jimmy que não estava prestando atenção na conversa deu ouvidos a garota, mostrando-se surpreso com a resposta. Victória o olhou com expressão “eu não disse”.
- A quem você se refere? – Fletcher perguntou.
- Eu jurava que minha amiga se importava com as pessoas, mas ela só se preocupa com seu umbigo.
- Porque ele tá sujo? Ela não limpa? Pôs piercing? Ele inflamou? – Anonimmous disse com naturalidade. Vic lhe deu um cutucão, fazendo a loirinha abrir um sorriso para as besteiras do garoto.
- Jimmy... – Victória falou com um tom de quem tá avisando.
- Engels ou Evans? – o moreno perguntou agora em tom sério.
- Evans. – a corvinoriana respondeu com uma voz cansada. – A Kammy se preocupa mais com os outros do que com ela mesma.
- O que ela fez? Conte-nos. – a morena perguntou interessada.
- Ela é hipócrita e ainda julga pelas aparências.
Anonimmous olhou para Vic dizendo.
- Eu não disse?!
Summers abaixou a cabeça. Addie os olhava sem entender.
- Não entendi. – Apple respondeu intrigada.
- Jimmy julga as pessoas de forma peculiar e parece que tem acertado.
- “Com a mesma força que julgas serás julgado”. – a garota de cabelos coloridos pronunciou a citação olhando nos olhos do garoto tentando decifrar o que passava em sua cabeça, porém o garoto não demonstrou nada. A loirinha ainda olhava o belo par de olhos verdes do rapaz que retribuiu na mesma intensidade. Anonimmous percebeu pureza e muita solidão nos olhos dela. Apple incomodou-se e desviou o olhar.
- Tenho consciência disso. Mas estamos falando de você. Já os observei e acho-lhe muito diferente deles.
- Não andamos juntos, eu ando com eles. Com uma exceção. – notou-se um tom diferente na voz da menina. – Sinto-me excluída ou não tão importante, talvez por eu ser tão diferente, como você disse. Sei que eles não fazem por mal.
- Eles não têm noção dos seus atos, não medem as palavras. – Jimmy falou num tom de quem sabe das coisas.
- Quem é a exceção? – Summers como sempre estava curiosa.
Addie procurou uma saída, um modo de desconversar. Anonimmous se levantou puxando Vic consigo.
- Hora de voltar pra enfermaria. – o garoto olhou para Addie com um olhar “de nada”. Ela retribuiu com um sorriso.
- Mas já? Por que tão cedo? – Victória demonstrou certa irritação na voz. A garota não gostava de não ter respostas as suas perguntas, que não eram poucas.
- Tenho a impressão que amanhã será um dia cheio para ti, e acredito que aquelas pessoas estejam procurando uma certa loirinha de mechas coloridas.
- Obrigada Victória, obrigada Sir Anonimmous. – a corvinoriana sorriu sincera. – “Nossa, Sir Anonimmous fala!” – pensou impressionada com o rapaz e a nova garota.
- Como assim? Amanhã será um dia agitado? Como sabes? Quem é a tal exceção da Addie? – Summers perguntou enquanto se afastavam. – Por que te chamam de Sir? Que coisa mais estranha e irritante te chama de Sir. Seu fosse eu não chamava.
- Mas você não chama, dãã. Você é muito curiosa, faz muitas perguntas.
- E você parece gostar de me manter curiosa.
O grupo se aproximou de Apple, parecendo mais interessados no que Anonimmous e Summers estavam fazendo ali, do que com o próprio bem estar da menina.
- O que o casalzinho queria? – Kammy perguntou curiosa, até porque sabia que não iria adiantar conversar com ela agora.
- Sir Anonimmous nem falar fala, duvido se saiba beijar. – ironizou Sirius, fazendo todos rir, exceto Addie.
- Summers é muito areia pro caminhãozinho do Sirzinho. – Potter falou rindo.
- Pro seu também. – disse Lupin zoando com o amigo, que parou de rir.
- Anonimmous está páreo a páreo com a Summers. Ele é lindo, os olhos verdes, o cabelinho no rosto e o corpo então... – Lily falou suspirando, fazendo ela e Kammy rirem.
- Eu não o acho bonito, pra mim é um idiota. – resmungou Bruny irritada, que estava passando de mãos dadas com Thom.
- Ambos são lindos, nenhum é idiota. – a loirinha estava séria.
- Mas você não respondeu. O que eles queriam? – Lily perguntou interessada.
- Nada que você precise saber, estávamos apenas conversando.
- Eles conversam? – Black parecia impressionado.
- Vocês são uns idiotas! – Addie estava irritada, todos pararam e olharam pra ela, que estava chorando. – Sim! Sim! Vocês se julgam bons demais, que seus problemas são os maiores do mundo, fecharam o grupinho de vocês, ninguém sai, ninguém entra, zoam com todo mundo, humilham vários na frente de todos e ainda acham isso engraçado! Mas não é! Isso é triste! – Apple, levantou-se e saiu andando. Todos ficaram boquiabertos.
- Não esperava ouvir isso de você Addie! – Engels gritou, vendo a outra loirinha se afastar.
- Alguém precisa falar com ela! – Lupin estava sério.
- Então vai você! – Sirius começou a rir. – Talvez, você arranque um beijo dela.
- Sirius! Pelo menos uma vez na vida tenha um pouco de sensibilidade! – Kammy disse, dando um tapinha em seu braço, fazendo o moreno olhar emburrado para ela.
- Ok! Eu vou. – Remus, vendo que não tinha outra solução, corre atrás da garota, pegou em seu ombro, fazendo ela se virar assustada para ele.
- Lupin? – os olhos dela brilharam.
- Addie... – pausou, no que os dois se olharam. – Vim falar contigo, porque acho que temos muito pra conversar.
- Temos?! – a loirinha estava intrigada.
- Bom, tudo que aconteceu ou pode ter acontecido ontem à noite... – foi cortado por ela.
- Pode ficar sossegado! Quanto a isso, não contarei a ninguém! – recomeçou a andar.
- Não por isso!
- Por que então?
- Desculpa por não ter te contado antes, eu devia ter te falado! Sei que você não vai mais querer falar comigo!
- Ok! – ainda sem olhar para ele. – Eu vou falar contigo, mas não agora, eu estou...
- Eu sei que você está irritada. Alguma coisa aconteceu? Quer conversar? – seguiu ao lado dela.
- Obrigada Lupin. Mas já falei o que me aflige.
- Eu não me encaixo em tudo que você disse sobre o “grupinho”... – fez aspas com os dedos indicadores. – Encaixo? – Addie não agüentou e começou a rir.
- Não em tudo! – ela parou e olhou para ele. – Começando pela primeira frase, você não é um idiota. – ela sorriu e enxugou as lágrimas.
- Isso já é um bom começo. – retribuiu o sorriso da garota.
- Já eu, sou tudo o que eu disse e mais um pouco.
- Você não!
- Sim, eu sou! Eu via tudo aquilo acontecer e mesmo não concordando, aceitei! Sou pior do que qualquer um deles.
- Eu sei que há algo especial em você! – passou a mão pelo rosto dela acariciando-a. Sirius olhava de longe.
- Olha tô falando. – apontava para os dois. – Aprendeu tudo comigo. – Kammy lhe lançou um olhar irritado, parecendo que queria fuzila-lo com os olhos.
Apple ficou olhando para o garoto, vendo-o se aproximar. Ela começou a se render, mas voltou a si rapidamente, afastando-se.
- Desculpa Lupin! Mas vocês, marotos, são todos iguais! Só querem pegação e acham que nós, garotas, não temos sentimentos! Eu não quero correr o risco de me apaixonar profundamente por você.
- Eu sou diferente! – a menina riu.
- Não! Não é. Lembra da Laura?! Por que ela terminou contigo, mesmo? – o loirinho abaixou a cabeça.
- Porque ela me viu beijando a Melissa.
- Então.
- Foi um deslize.
- Um deslize que pode voltar a acontecer.
- Mas...
- Lupin, tu sabes que és assim... Os marotos não sabem ter uma só, não ligam pros sentimentos, por que vocês não têm sentimentos.
- Á você, Addie, eu serei sempre fiel, eu quero ser tudo o que você sempre precisou, vou ter deixar ir agora, mas eu espero que um dia você veja um coração em mim. – o grifinoriano se virou e voltou para onde estavam seus amigos. A menina começou a chorar novamente e foi para o dormitório da Corvinal.
Remus voltou cabisbaixo.
- Cara, não foi assim que eu te ensinei! – Black comentou parecendo decepcionado. O loirinho soltou um sorriso forçado.
- Pontas? – Lupin falou, ao ver o amigo encostado numa árvore, viajando em pensamentos.
- O que aconteceu Pontas? – Sirius estava meio preocupado.
- Ah? Não, nada. – Potter respondeu, voltando a si.
- Que houve Pontas? Você ficou quieto de repente. – falou Rabicho.
- Sei lá. Acho que foi o que a Addie falou... – todos pararam e meditaram um pouco. Ficaram em silêncio mas logo foi quebrado por Sirius, vendo que algumas horas já haviam se passado.
- Aluado, já vai anoitecer, temos que ir! Meninas vão para dentro, AGORA! – ele não queria que elas se machucassem. Sirius puxou sua loirinha e a beijou antes de deixá-la ir.
Os marotos correram para um lado e as garotas para outro, no caso, o Salão Comunal da Grifinória, onde não ficaram muito tempo e foram dormir.

You night need time to think it over
[Você precisara de tempo para pensar nisso]
But in just fine moving forward
[Mas eu estou indo bem atrás do que quero]

Kammy, ao chegar ao dormitório feminino, não conseguiu parar de pensar no que a amiga disse à tarde, e decidiu conversar com ela, “mas como?” A loirinha se perguntava, porém não percebeu que falára em voz alta.
- Manda uma carta! – disse Melissa, de sua cama.
- Ãn? O que você disse? – indagou a loirinha.
- Manda uma carta pra sua amiga! Pessa pra ela te encontrar. Dai vocês conversam! – Melissa sorriu docemente.
- Como você sabia? – Engels estava assustada.
- Desculpa me intrometer, mas você falou em voz alta.
- Não, tudo bem! Obrigada. – a garota se levantou, pegou sua pena e um pergaminho e começou.

Addie,

Desculpe-me se te magoei, se fiz algo que você não gostou! Pode ter certeza que essa não era minha intenção. Tenho quase certeza que você não vai me ouvir, mas mesmo assim quero falar com você pessoalmente. Se estiver disposta a me escutar, me encontre em frente a estátua do Barnabas, no sétimo andar. Lá teremos total privacidade. Bem era isso. Tô te esperando, ok?

Kammy

A loirinha encerrou a carta, amarrou na perna de sua coruja e enviou-a a Apple. A coruja a encontrou rapidamente. A corvinoriana leu a carta diversas vezes, sem saber o que fazer. Desviou o olhar da carta por uns instantes quando avista três silhuetas ao longe, suspeitando que uma delas fosse Lupin.
Decidiu ir ao encontro da amiga, mesmo sabendo que como monitora, não deveria sair pelo colégio a essa hora, contudo uma coisa a intrigava. Como poderiam ter privacidade em um longo corredor? Mesmo assim foi ao encontro da amiga no corredor do 7º andar. Ao se aproximar do local, percebeu que Engels estava esperando-a. Apressou o passo e chegou ali. Kammy deu três voltas em sua frente e logo aparece uma porta. Ela a abriu e passou por ela.
- Vem Addie!
- Ok! – Apple começou a entender como teriam privacidade. Passou pela porta que a grifinoriana fechou logo em seguida. Ficou admirando o ambiente. Uma sala pequena, com duas poltronas, uma de frente para a outra, algumas almofadas no chão e uma mesa redonda, atrás de uma poltrona com quatro cadeiras em volta e um puff ao lado de uma das poltronas. Addie se jogou no puff. – O que você queria?
- Acho que lhe devo desculpas. – a corvinoriana olhou sem entender nada.
- Por quê?
- Ué, o que você falou aquela hora não era pra mim também?
- Você é uma das minhas melhores amigas. Você precisaria pisar na bola e muito feio pra eu fica brava contigo. – falou Addie, fazendo a outra surpreender com a resposta.
- Você não está falando com o Lupin... – continuou Engels. A outra retorceu a boca para o lado. – Está brava com os marotos e com a Lílian também. – completou a grifinoriana.
- Nem venha falar daquela egoísta e egocêntrica.
- Ok. Só achei que você estava brava comigo também. – encerrou Kammy, arrancando um sorriso de Addie.
- Eu acho que estou gostando dele!
- Dele quem?
- Lupin.
- Eu já desconfiava! Pelo menos sua situação não é tão complicada.
- Mas eu o dispensei! Disse que não o queria.
- Acho que você precisa de tempo para pensar nisso.
- Mas eu estou bem indo atrás do que eu quero!
- Se estivesse mesmo não teria dispensado ele.
- Eu estou confusa! Eu gosto dele, mas eu tenho medo de sofrer, sabe. – a loirinha de mechas se aproximou da janela, fazendo uma expressão estranha ao olhar para ela.
Kammy ao ver a expressão de sua amiga, foi para a janela, onde avista três animais diferentes, que estranhamente estavam andando juntos, dentre eles, um lobisomem. A grifinoriana sorriu ao ver que tudo estava correndo bem esta noite.
- O que foi? – Apple reparou o sorriso da amiga. – É o Lupin, não é? Quem são os outros que estão com ele? Como um cervo e um cachorro andam com ele?
- É... – a loirinha tentou parecer inocente, mas não conseguiu esconder o sorriso. – Não sei.
- Eu não sou idiota! – a garota falou pausando em cada silaba. – Eu sei que você sabe de algo. Conte-me...
- Não sei. Como vou saber quem são eles? – apontou para o cervo e o cachorro.
- “Quem?” – repetiu Addie. – Por Merlim, são pessoas? Oh, my fuck good, são os marotos? – Apple pareceu abismada.
- É claro que não. Você acha que eles teriam capacidade suficiente pra se tornar ani... – Engels calou rapidamente, percebendo que falará demais.
- Merlim! Eles viraram animagos ilegalmente?! Não digo a capacidade, mas andam por ai sem medo?! – Addie estava abismada, afastando-se da janela, andando de um lado para o outro. – Se Dumbledore descobrir? Se o Ministério descobre? Mas quem é o cervo e quem é o cachorro?
Engels viu que estava sem saída. Resolveu abrir o jogo com a amiga.
- O cervo é o James e o Sirius é o cachorro! – desabafou a loirinha, fazendo a corvinal rir.
- Combina bem com o Sirius ser um cachorro! E o Pettigrew?
- Provavelmente deve estar lá em baixo.
- Mas que animal ele é? Não o vi! – voltou para a janela, tentando encontrá-lo. – Alguma ave? – olhou para o céu.
- Não. – sorriu. – Ele se transforma... bem se transforma num rato. – Addie não conseguiu mais parar de rir.
- É realmente é a personalidade dele! Um rato. Medroso e covarde. – Apple mostrou sua ironia com relação a Peter.
- Um pouco. Já está muito tarde, vamos dormir? – Kammy lançou um último olhar ao cachorro.
- É melhor. Antes que o Urie me descubra fora da Corvinal! Apesar de ser monitora, também não tenho o direito de vagar à noite.
As duas foram para suas respectivas casas. A grifinoriana por sorte, não encontrou ninguém. A loirinha, ao passar pelo quadro, encontrou quem ela menos queria encontrar naquele momento.

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