<b>Sacadas</b>



Sacadas


(...)

- Não – murmurou Lílian.

Aquilo tinha que ser um pesadelo. O que ela fizera para merecer aquilo? As férias eram as únicas horas, dias, meses que a garota ficava sem ver o garoto Potter. E já não adiantava ele ter descoberto o endereço dela (quem não souber o porquê, vá no capítulo “as corujas são como os donos”), coisa muito útil depois de terminar a escola, já que ela não pretendia tentar uma aproximação depois que não for mais obrigada a fiar no mesmo teto que ele.

Ela fechou os olhos, pensando: isso é um sonho, um sonho muito ruim que vai acabar quando eu acordar. E depois que acordar, só vou ter que acordar e agüentar a desnaturada da Petúnia e a invejosa da Lindbergh o resto do verão. E quem sabe o meu vizinho seja realmente o Remo, ia ser legal, alguém de Hogwarts para me fazer companhia. Talvez ainda, quem sabe não é a Mandy, que só tinha inventado aquelas cartas falsificando a letra do imbecil do Potter, só para que no dia seguinte chegue dizendo “Brincadeira!”, e ficando super feliz por Ter vindo morar lá. Ou ainda alguém que ela não conheça, e não ache Petúnia e Lindbergh duas chatas e ficasse amigo (ou amiga) dela. E os comensais eram só um pesadelo horrível. Só isso.

Um simples pesadelo.

Ela abriu os olhos graciosamente.

- Não – murmurou novamente. Aquilo não era um pesadelo. Era real.

O garoto parecia sorrir ainda mais quando ela abriu os olhos, se isso era possível. Parecia mais feliz do que quando ganhou a copa de quadribol (jogo de bruxos, tipo futebol, jogado com vassouras). A cada segundo que se passava, sua felicidade aumentava. Afinal, iria passar dois meses quase inteiros perto da garota amada. Ele estava nas nuvens.

E ela desesperada porque iria passar quase dois meses perto do garoto que tanto odiava. Ela estaria melhor lá em baixo, obrigada!

Tiago começou a se aproximar rápido. Vendo isso, Sirius e Mandy se aproximaram também, só que mais lentos. E ele cada vez mais rápido.

- Lilly, que bom que você vai passar as férias juntinho de mim! – Ele foi para um abraço, mas a garota recuou e ficou pasma.

- Esperem um pouco – Remo falou – não estou entendendo nada!

- Nem eu. Por que a gente foi parar aqui?

- Me deixa explicar, minha querida.

Lílian olhou para a cara do menino, que de santo não tinha nada, com uma expressão esperançosa. Logo atras dele dava para perceber os risos reprimidos que a palavra “querida” fez em Mandy.

- Não sou sua querida.

- Tudo bem, não se irrite.

- O negócio é que – Sirius interrompeu Tiago antes dele começar a falar – Dumbledore quer que você e Remo fiquem aqui até as aulas começarem, para abaixar a poeira.

- Mas nós queremos saber o que foi que aconteceu – completou Mandy curiosa. – Por que foi que saíram as preces?

Nada ainda era claro nem para Lílian, nem para Remo.

- Onde é que vamos passar as férias? Eu sei que é aqui, mas aqui onde.

- Lilly, você é a ilustre presença em Londres, na rua Oxford (eu sei que todos estão cansados de ouvir falar esse nome, mas a minha imaginação nos dias de prova cai) número 1294. Na minha casa – completou Tiago quando viu a cara de “Onde?” que a garota fez.

Lílian abriu a boca (Euzinha, passar as férias na casa dessezinho? Onde foi que eu errei. Comensais, cadê você? Ela pensava.), mas Mandy foi mais rápida.

- Ela não vai ficar na casa de você, Potter. Dumbledore disse que Lilly vai passar na minha casa. – Lílian poderia jurar que ouvira um “Infelizmente!” a sua frente, onde estava Tiago, mas como se virou para falar com Mandy, não pode ver sua boca se movendo. – É que minha mãe e meu pai herdaram a casa da minha tia Anne, já que ela não tem filhos...

- Mas você não tinha me dito isso naquela carta que me mandou. Só tinha falado que estou na casa da minha tia.

- É que escrevi correndo.

- Mas e eu? Onde ficarei? – intrometeu-se Remo, impedindo Tiago de falar alguma coisa. Possivelmente sobre aquele carta super mal feita, pensou Lílian.

- Na casa da Langlie, é claro. E vai dormir com as meninas para poderem fofocar bastante. Mas é claro que vai ficar casa do Tiago, né?

- Então, Lilly, vamos, tenho que te mostrar o meu quarto. A gente vai dividir ele como fazemos em Hogwarts.

- Mas se quiser, pode dormir no meu - sussurrava Tiago no ouvido da garota. – Não me incomodarei.

- Vamos, Mandy?

E as duas garotas foram para uma grande mansão (como todas as outras naquele lugar, muito diferente de sua ruazinha em Dover), com jardins cheio de rosas vermelhas e parede rústica de tijolos.



=+=+=



- Então, o que achou da minha casa?

O quarto de Mandy era enorme. Todo tracejado de linhas violetas e branco pérola, com cortinas brancas e transparentes com pregas nas bordas. E também tinha uma sacada com uma linda vista. O chão era coberto de veludo que mais parecia ser pelúcia branca e o aposento continha moveis de madeira brancos com pinturas de flores cor-de-rosa e violeta. As camas eram mais lindas do que as de Hogwarts (tipo a cama da Bela Adormecida, mas com véus igual as cortinas).

- Nossa! É lindo! Tem até sacada.

- Não é nada demais. Nem queria.

- Mas só você e a Julieta tem uma no quarto, né? É super romântico! – disse a menina impressionada.

As duas foram para a sacada (Me desculpem, leitores que estão achando que repito muito as palavras, mas eu até procurei no dicionário uma coisa legal para substituir sacada, mas só tinha “balcão de parede”.). A vista era linda. Era como num sonho.

- A vista é linda aqui – comentou Lílian.

- É mesmo...

As duas permaneceram sonhando.



=+=+=



- Seja bem vindo a minha casa. Você já conhece tudo, não é Aluado?

- Claro que sim. Onde vou ficar?
- Já te disse que no quarto da Langlie e da Evans.
- Vai ficar no meu quarto e no do Sirius. Onde cabe um, cabe dois e nós esprememos o terceiro.

Eles então subiram a escada e entraram no quarto. Tiago parecia estar muito sorridente.

- Está muito feliz, Pontas? – perguntou Remo.

- E como. A minha querida Lilly está na casa aqui em frente. Tem jeito de não ficar feliz? Assim eu não vou Ter que ficar olhando pra cara feia do Sirius mais um verão inteiro. – “Cala a boca!” falou Sirius atirando uma almofada azul marinho, como tantas que tinham no quarto na cara do amigo. – Tenho mais é que agradecer aqueles comensais.

- Credo, Pontas, não fale nunca mais uma coisa dessas! Você que não estava lá. Foi realmente horrível. Não me assustaria se ela ficasse traumatizada. Lilly nunca esteve numa cena de perigo antes como nós. E a primeira foi um negócio feio como aquele.

- Vire a boca pra lá! Eu nunca vou querer que minha Lilly fique com traumas. Só se for para ajudar a curar eles.

- Vamos parar de falar disso? – Sirius parecia entediado com a conversa sobre Lílian – Será que dá pra ver as garotas na sacada?

O quarto de Tiago e Sirius também tinha uma sacada, que dava em frente a mansão de Mandy.



=+=+=



As duas garotas estavam na sacada, olhando pra as casas distraídas.

- Deve ser tão bom morar aqui... você tem muita sorte, Mandy.

- Você ainda não viu nada, Lilly. Tem paisagens muito mais bonitas para olhar daqui.

- Gostaria de saber quais? – perguntou Lílian, virando de costas para a casa a frente e ficando de frente ao quarto. – Não tem nada mais bonito que aqui. Talvez só perca de Roma, Paris, New York.

- Olhe para a casa em frente que você vai entender – havia um certo tom de diversão na voz de Mandy.

Ela olhou. E na sacada da casa em frente a qual elas estavam, e bem no rumo do quarto de Mandy, estava Tiago a frente, Sirius a sua direita e Remo na esquerda. Tiago Potter estava debruçado na grada, parecendo também admirar a paisagem a sua frente, sorrindo feito um bobo, com os olhos sonhadores.

- Não é lindo?

- Tenha certeza que não é, Mandy – Lílian falava olhando com cara de riso para o outro lado. Era muito hilário ver Tiago no outro lado, em uma sacada, sorrindo de maneira idiota e mandando beijinhos para elas (na verdade são somente para Lílian).

- Por que você é tão amarga com Tiago?

- Por que você só chama o Potter de Tiago quando ele só te chama de Langlie?

- Por que você o chama de Potter se ele te chama de “Lilly”, “Minha querida”, “Meu amor”, “Liriozinho do meu coração”?

- Você esqueceu de “Minha lindinha”.

- Você sabe até de cor e salteado do que ele te chama. Mas você não respondeu a minha pergunta: Por que você é tão amarga com Tiago? Ele não fez nada de errado!

- Primeiro: ele me pede para sair e depois do meu querido e eterno “não”, ele sempre convida outra. E isso acontece umas 3 vezes ao dia. Segundo: ele ataca as pessoas indefesas só pra se mostrar. Ninguém gosta de ser atacado. Terceiro: ele fica se achando o bom, o lindo, o maravilhoso, mas se não fosse o fato dele ser o maior piadista da escola, ninguém iria olhar pra cara dele, porque ele é muito feio. Quarto: ele passa o dia inteiro arranjando confusão e sempre sobra pra mim, que sou monitora. E também para o Remo, que é amigo dele. Quinto: ele se faz de “o bom do quadribol”, mas não deixa ninguém da nossa casa fazer o teste de apanhador, senão ele perde o cargo. Sexto: ele além de feio faz piorar a situação mexendo naquele cabelo. Quer mais algum ou posso parar?

Mandy que estava ouvindo aquilo com a maior cara de tédio, e olhando para os garotos, que como ela, também estavam conversando e olhado para o outro lado.

- Será que você olha pra todo mundo desse jeito? Ou então pra você eu sou uma chata que fala de menos e ter o cabelo alvoraçado horrivelmente nojento?

- Claro que não. Você é minha amiga e não fica me perturbando 16 horas por dia, ou seja, toda hora que estou acordada.

- E te faz sonhar as 8 horas restantes... – murmurou Mandy inalditívamente. – vamos lanchar?

- Claro.

Então as duas garotas foram para a cozinha lanchar. Com tudo aquilo que havia acontecido, Lílian nem se lembrou que a ultima vez que comeu eram seis horas do dia anterior (e agora já eram 2 da tarde!).



=+=+=



- E elas estão lá mesmo. Acertou em cheio, Almofadinhas!

- Claro que acertei. Duas meninas de 17 anos, num quarto lindo, como uma sacada pedindo para ser usada, três vizinhos lindos em frente. Dá pra imaginar, né?

- Mas a minha querida ainda tem 16. O aniversário dela é dia 23 de agosto.

- Pontas, mas até o aniversário dela você sabe de cor! Isso é que é memória.

- Não é uma questão de memória, Aluado. É uma questão dela ser o Liriozinho do meu coração.

Então por uns minutos, Tiago ficou debruçado na sacada olhando nada discretamente para a garota. E ainda, descaradamente, mandou uns beijinhos para ela e, ele poderia jurar que ela estava sorrindo para ele, querendo corresponder seus beijos. Isso era o suficiente para que ele sorria mais ainda.

- Hello! Terra para Vênus! Tem alguém aí? – finalmente falou Sirius depois de uma distraída conversa com Remo. – Vai ficar o dia inteiro babando?

- Ela é minha linda Vênus de Millo...

- Se ela é de Millo, não é sua. Brincadeira. – falou depois de Tiago dar um giro e um olhar fuzilando Remo.

- Vamos comer alguma coisa? As garotas já saíram.
- Viu, Aluado, por sua culpa eu perdi a cena da Lilly saindo as sacada.

- Vamos comer de uma vez.

Então como as garotas, eles também foram para a cozinha, só que na casa de Tiago.





Tenho um pedido para vocês. Visitem minha fic As Moças. O título não é tão atrativo assim, ams eu gosto de escrever mais ela do qeu esta!

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