Acontecimento Inesperado



O início da primavera veio com uma agradável noite. Severo Snape estava cansado. Por mais que tentasse afastá-la, não conseguia voltar a ser o velho Snape de antes. Qualquer demonstração de irritação com alguma atitude dela, Hermione imediatamente se corrigia e conseguia um modo de se redimir. Ela não parecia disposta a desmanchar a amizade que conseguira com ele.
Por fim, Snape saiu para caminhar pelos jardins, pensando se não deveria contar para ela – ao menos, por altos – sobre o que estava se passando com ele. Assim, ele não precisaria fazê-la odiá-lo e ela mesma poderia se afastar um pouco.
Houve vários sábados e domingos em que almoçaram juntos e conversaram sobre os assuntos mais variados. A presença dela começou, aos poucos, a se fazer necessária. Ele se pegou esperando pelas aulas do sétimo ano da Grifinória, apenas para que pudesse tê-la por perto. Viu-se desejando que o próximo fim de semana chegasse logo.
Tudo isso se passava em sua cabeça enquanto andava pelos jardins. Decidiu andar pela orla da floresta, onde começara a se entender com ela. Olhava as plantas que estavam lá, já substituindo as que ela cortara.
Ouviu um choro ao longe. Era baixo, contido. Aproximou-se em silêncio – algo que fazia bem, por já ter sido um comensal da morte.
Qual não foi sua surpresa ao ver que era Hermione que chorava baixinho, tentando secar as lágrimas, em vão. Estava na beirada do lago, com os pés balançando dentro dele.
Ele não percebera nenhum sinal de tristeza, nenhum sinal de abatimento, de desânimo. Ela parecia perfeitamente alegre quando estavam juntos. Não imaginou que ela chorasse sozinha. Ou que alguma coisa grave tinha acontecido.
Ficou indeciso entre aparecer ou não, mas decidiu-se a não aparecer. Assim como ela evitava invadir sua vida, ele evitaria invadir a dela.
Ela secou as lágrimas e ficou com os pés na água, olhando-os fixamente. Alguma coisa a estava atormentando. Ele queria saber o que era, mas não estava muito certo quanto a usar legilimência. Passou pela sua cabeça que ela pudesse estar apaixonada por alguém que não a notasse (ou que não fosse ele), mas aquilo não era muito o estilo de Hermione Granger.
Cansado daquela tortura de incertezas, ele aproximou-se lentamente, mas deixando seus passos serem ouvidos. Viu-a apressar-se para enxugar as lágrimas e olhar para trás.
- O que será que deixou Hermione Granger tão triste? – perguntou ele, aproximando-se.
Ela corou bastante e puxou o casaco que estava ao seu lado, cobrindo-se com ele, embora estivesse um calor absurdo.
Ele chegou mais perto, mas ainda estava bem atrás dela.
- Não vai me responder? – insistiu ele, mas de um modo gentil.
- Eu preferia não ter que explicar nada, professor – disse ela, baixando o olhar, e corando ainda mais.
Snape não gostou da sensação que aquele modo de agir lhe provocava e aproximou-se mais. Notou que ela fechara mais o casaco e cruzava os braços na frente do corpo com força.
- O que aconteceu por aqui, srta. Granger? - perguntou Snape, mais sério, quase no mesmo tom que usava habitualmente antes.
Hermione voltou a chorar. Ele aproximou-se mais e notou uma mancha escura menos de meio metro distante dela. Olhou para ela. Sangue escorrendo pelas pernas para as água do lago.
Não conseguiu disfarçar o espanto; abaixou-se ao lado dela e perguntou, um pouco mais irritado do que gostaria:
- O que aconteceu aqui, Hermione?
Ela mantinha o olhar baixo. Lentamente, abriu o casaco, mas bem pouco, o suficiente para ele ver que a camisa estava em farrapos.
- Quem foi? – perguntou Snape, sentindo o ódio invadir-lhe cada parte da alma.
Hermione fez que não com a cabeça, tentando segurar as lágrimas, e murmurou:
- Lembra-se que há umas três semanas Lúcio Malfoy fugiu de Azkhaban? – perguntou ela, com a voz quase sumindo. Snape arqueou muito as sobrancelhas com espanto e ela continuou – Ele... ele... ele passou por aqui hoje... quando... quando eu vim cortar umas ervas para a aula de Herbologia... E...
Ela voltou a chorar descontroladamente; Snape viu-se abraçando-a antes que pudesse ver o que estava fazendo.
- E... – a voz dele falhou, mas ele insistiu. – A que horas foi isso?
- Faz... umas duas horas... – soluçou ela.
- Devia ter entrado. Podia ter procurado Minerva. Podia ter me procurado.
O tom dele era sério, mas ele ainda estava preocupado.
- Vamos – disse ele levantando-se e estendendo a mão para ajudá-la a se levantar.
- Professor... – murmurou ela, muito sem jeito. – Se eu conseguisse andar, se eu conseguisse sequer me levantar, já teria saído daqui e ido me lavar.
Hermione corou mais ainda; Snape sentiu uma pontada no coração. E sentiu um ódio ainda maior do que o que já sentia por Malfoy pai.
Ele abaixou-se ao lado dela e pegou-a no colo, pouco se importando que suas roupas ficassem sujas de sangue (que era muito). Ela deu um gritinho agudo; ele sussurrou no ouvido dela de um modo que a fez estremecer:
- Calma. Você está segura agora.
Não tenho dúvidas disso, professor, pensou ela.
Ele usou várias passagens para chegar à sua sala, pois achou que a enfermaria estaria cheia; ainda mais que havia tido um jogo de quadribol ainda na tarde daquele dia.
Levou-a no colo até sua sala de estar, onde tentou colocá-la em pé, mas as pernas dela não foram capazes de sustentá-la. Ele sentou-a no sofá gentilmente e abriu a porta de seu quarto. A porta que ele a proibira de sequer olhar.
Hermione sentia suas faces queimando de vergonha. Não queria que ninguém soubesse, e imaginar que justo Snape descobrira era humilhante. Ao menos, ele não é mais aquele cretino de antes, pensou ela.
Ele logo voltou e pegou-a no colo outra vez.
- Tente não se desesperar; estou levando você para o meu quarto – disse ele, forçando um tom de brincadeira.
Ela meio que sorriu. Estava constrangida por vários motivos, e ele a estar levando para o quarto era só mais um motivo para deixá-la envergonhada.
Mas, dentro do quarto – em que ela não reparou muito, por razões óbvias – ele entrou com ela por uma porta que estava já aberta e sentou-a numa cadeira plástica. Era o banheiro dele.
- Pode tomar o seu banho – disse ele, não menos constrangido que ela. – Vou chamar madame Pomfrey e Minerva.
Ela já ia protestar, mas Snape fez que não com a cabeça.
- Não se preocupe com isso; só nós quatro saberemos. Prometo. Mas madame Pomfrey tem que cuidar de você e Minerva tem que tomar providências. Não posso esconder da diretora que Malfoy entrou na escola e... violentou uma aluna.
Hermione assentiu com o olhar baixo, e Snape saiu do banheiro e fechou a porta.

Minerva, a medibruxa e Severo Snape estavam na sala de estar quando Hermione meio que apareceu na porta. Não se mostrou; apenas, muito constrangida, pediu algo para vestir.
Snape olhou para o outro lado; Minerva pegou sua própria capa e transfigurou-a numa camisola toda fechada e foi levá-la a Hermione, que a pegou sem abrir a porta e fechou logo a mesma porta.
Pouco depois, Hermione apareceu, olhando para baixo, sem encarar nenhum deles, completamente envergonhada. Minerva estava desconfortável com a cena, mas não houve muito tempo para constrangimentos.
Ela mal andava; escorou-se na parede. Suas pernas tremiam; algumas lágrimas escorriam por sua face e ela procurava fazê-las parar de cair, mas estava difícil.
Snape não estava suportando a cena; tinha vontade de matar Malfoy bem devagar, com suas próprias mãos. Minerva levantou-se e madame Pomfrey informou a Snape que ia usar o quarto dele para examinar a jovem; ele nem pensou em se opor.
As duas ajudaram Hermione a entrar no quarto e Snape ficou lá, sozinho, tentando imaginar o que se passava lá dentro. Pareceu ter passado a eternidade, quando só haviam se passado vinte minutos. Minerva apareceu na porta; Snape levantou-se como se fosse um marido aguardando seu filho nascer e a médica tivesse vindo dar a notícia. Mas não; Minerva sentou-se no sofá, parecendo muito nervosa.
- E então? – perguntou Snape, irritado. – Vai me deixar sem saber nada?
- Também não sei de nada – disse a diretora aborrecida. – Agora a Papoula me expulsou de lá.
- E o que vocês estavam fazendo lá até agora? – perguntou Snape, um pouco irritado.
- Bom, a srta. Granger estava com vários ferimentos em várias partes do corpo que não a... Ah, você me entende! O Malfoy parece ter espancado a menina...
Minerva começou a chorar, mas era um choro contido. Snape sentiu vontade de imitá-la, mas sabia que não resolveria o problema com isso. Achava muito mais conveniente quebrar cada parte dos ossos de Malfoy, tentando mantê-lo vivo por mais tempo possível.
- Mas... madame Pomfrey conseguiu curá-la? – perguntou Snape, um pouco hesitante.
- Sim, sim – disse Minerva, impaciente. – Agora ela vai ver... Bom, vai ver o estado de nossa aluna mais brilhante.
Snape assentiu. Hermione, de fato, era a aluna mais brilhante que já pisara em Hogwarts, equiparando-se somente a Dumbledore e, talvez, a Snape mesmo.
Por fim, depois de mais longos vinte minutos, madame Pomfrey saiu do quarto, seguida por Hermione, que tinha o mesmo olhar baixo e constrangido. Madame Pomfrey tinha uma expressão séria.
- Esse Malfoy não vai ficar impune nem que eu tenha que arrancar as unhas dele com um alicate – disse ela, em tom calmo, mas ameaçador.
- E a srta. Granger? – perguntou Minerva.
Os três adultos olharam para a jovem.
- Ela está bem agora. Pelo menos, fisicamente – respondeu a medibruxa. – Acho que não deveria ir dormir agora, que a noite não vai ser boa. Tente distrair a mente...
- Distrair? – perguntou a jovem, revelando-se muito irritada. – Como a senhora quer que eu me distraia? Quem sabe quer que eu vá estudar pros meus NIEMs? Ou que eu vá para a Torre de Astronomia observar a beleza das estrelas? Ou...
- Srta. Granger, ela apenas quis dizer que você não deve ficar relembrando o que aconteceu – disse Snape em seu tom baixo e letal.
- Realmente, porque isso é muito fácil! – exclamou ela, alteando o tom de voz.
- Seja educada e diminua o tom comigo, mocinha – disse Snape muito sério. – Ninguém aqui disse que é fácil. O que Pomfrey disse é o que você tem que fazer.
Hermione baixou os olhos. Minerva já ia falar alguma coisa, mas Snape disse:
- Pode deixar que eu resolvo o problema, Minerva – disse ele.
A diretora assentiu. Já vira o quanto a relação entre ele e Hermione andava estreita; ele seria capaz de achar um caminho para fazê-la desviar os pensamentos.
Quando as duas deixaram o lugar, Hermione deixou-se cair no sofá. Snape ainda estava em pé, olhando-a.
- Isso é muito constrangedor – desabafou ela.
- Que parte?
- Tudo. O senhor foi comensal. O senhor sabe o que... o que Malfoy faz – ela murmurou, envergonhada. – E provavelmente...
- Ahn-ahn – ele fez que não com a cabeça. – Equivocada, Hermione. Não fiz nada do que ele faz, mas sim, bem imagino o que ele lhe fez...
- Então – disse ela. – É disso que estou com mais vergonha. Só de pensar que... Ah!
Ela fez que não com a cabeça e voltou a olhar para baixo.
Snape bem entendia o que ela queria dizer.
- Acalme-se. Já passou – disse ele, sentando-se bem ao lado dela no sofá.
- Não dá, professor – murmurou ela, desistindo de ficar irritada e voltando a chorar. – Eu ainda sinto... eu me lembro de...
Ele fez que não com a cabeça e pediu silêncio. Abraçou-a e sussurrou, novamente com uma voz que a fez estremecer por dentro:
- Acalme-se. Já acabou. Um dia ainda ponho as minhas mãos em Malfoy. Por ora, chorar não vai mudar nada. Tente se acalmar. Pare de repassar na sua cabeça o que aconteceu.
Ele sentiu suas vestes ficarem molhadas de lágrimas e abraçou-a com mais força.
- Você está segura agora – sussurrou ele no ouvido dela, fazendo-a estremecer outra vez. – Prometo que isso nunca mais vai acontecer. Prometo, está bem?
Hermione fez que sim com a cabeça em silêncio. As lágrimas cessaram aos poucos. A respiração dela ficou regular. Adormecera. Snape beijou o alto da cabeça dela e deitou-a no sofá com calma. Providenciou um travesseiro e um cobertor e procurou tornar o lugar o mais confortável possível. Depois, foi para seu quarto e entrou no banheiro. Olhou-se no espelho. Sentiu-se um idiota. Como tinha deixado isso acontecer a ela?
Ele não tinha como saber, mas sentia por dentro que deveria ter sabido, deveria ter evitado, deveria ter matado Malfoy quando teve a chance. Mas agora não tinha o que mudar. Olhou em volta. Ela havia arrumado o banheiro. Nenhuma roupa jogada, nada fora do lugar.
Ele saiu e parou à porta do quarto, olhando para ela, que dormia calmamente no sofá. Pelo menos consegui acalmá-la um pouco.

Passaram-se apenas duas horas. Snape corrigira algumas lições – na sala – e só precisava erguer a cabeça para conseguir ver Hermione. Sempre que ela respirava de modo diferente ou se mexia, ele erguia o olhar para ela.
Uma vez, no entanto, ele parou e ficou a observá-la por muito tempo. Não soube quantificar; só soube que fora muito tempo. Ele chegou a tocar o rosto dela para tirar uma mecha de cabelo que estava fora do lugar, mas logo se repreendeu por isso e voltou ao trabalho.
Agora ela acordara. Sentou-se no sofá e olhou em volta. Viu Snape, que a observava de sua mesa de refeições, cheia de papéis em cima.
- Olá, Hermione – disse ele. – Está melhor?
- Ahn... acho que sim – murmurou ela. – A dor já foi embora... As lembranças parecem mais distantes... Foi bom eu ter dormido. Mas... como dormi exatamente?
- Você estava chorando no meu ombro e adormeceu – explicou ele. – Sem mistério nenhum.
Hermione assentiu.
- Está com fome? – perguntou ele gentilmente e nem esperou a resposta; imediatamente pediu dois chocolates quentes. – Vou acender a lareira, está bem? Está ficando frio aqui...
Hermione assentiu. Ele levantou-se, juntou todos os papéis e guardou-os. Logo que voltou acendeu a lareira e sentou-se ao lado dela.
- Dormiu bem? – perguntou ele.
- Sim – respondeu ela. – Por incrível que pareça, sim.
Snape assentiu e pegou as duas xícaras de chocolate quente que acabavam de aparecer. Estendeu uma a ela e disse:
- Beba logo.
Ela assentiu em silêncio e bebeu um gole. Parecia pensativa.
- Em que você está pensando agora?
Hermione sorriu-lhe.
- Nada demais. Só lembrei do dia em que estava cortando ervas e o senhor me encontrou lá e ficou investigando o que eu tava fazendo.
Ela sorriu; Snape teve que sorrir também. Estava feliz por ser o alívio e o abrigo dela e não mais o detestável professor de Poções.
- Consegui deixá-lo curioso pelo menos uma vez na vida...
- Ah, você sempre me deixa curioso – disse ele. – Ou quase.
Hermione assentiu e desviou o olhar; ficou séria de repente.
- Não, não, seus pensamentos não têm que ir para esse lado – ele repreendeu. – Vamos; pense em outra coisa.
Ela olhou-o assustada.
- O senhor tá vendo meus pensamentos?
- Não, não, mas está meio óbvio pela sua cara para onde os seus pensamentos estão indo. Não quero ver você chorando outra vez.
Ele passou o polegar no rosto dela, por onde uma única lágrima escorria. Os dois se olharam e, por um momento, ela o viu se aproximar para beijá-la. Ela não reagiu, não voltou atrás, não recuou. Apenas esperou. Mas ele pareceu notar o que estava fazendo; levantou-se e foi até a janela, por onde um vento frio entrava.
- Que estranho frio para um dia que estava quente até há pouco – comentou ele em seu tom habitual. – Uma frente fria invadindo o país...
Hermione assentiu em silêncio e bebeu mais um gole de seu chocolate. Ah, é claro que ela percebeu que ele queria beijá-la. E ele evitava. Ela sabia que ele tinha medo de fazê-la pensar que ele estava se aproveitando dela. Naqueles últimos tempos, ela se pegara imaginando que gostaria de acabar com a solidão dele. Ela se pegou esperando que fosse ele seu primeiro. Havia imaginado quando ele finalmente desistiria das regras, tantas coisas.
Sentia nojo de si mesma por seu primeiro homem ter sido o maldito Malfoy pai. Sentia raiva. E ainda conseguia sentir dor, se se concentrasse bem na cena. Algumas lágrimas verteram; mas ela logo as controlou. Snape não queria vê-la chorando e não veria.
Ele voltou para pegar o seu chocolate e cuidou de sentar-se um pouco mais afastado dela.
- Termine logo de beber isso aí – disse ele. – Não vai ficar me enrolando; vai beber tudo, estamos entendidos?
Ela ensaiou um sorriso e fez que sim com a cabeça.
Quando ela terminou seu chocolate, colocou o copo numa mesinha que ficava ao lado do sofá e olhou para ele, que acabava de fazer o mesmo. Então se levantou e sentou-se a lado dele.
- Ahn... Hermione – disse ele, afastando-se um pouco. – Por favor, entenda. É muito constrangedor para mim ter que dizer isso, mas... não é adequado você estar tão perto de mim agora...
Hermione olhava-o.
- E por que não? – ele já ia falar alguma coisa, mas ela pôs uma das mãos sobre os lábios dele e sussurrou: – Por que não, se Malfoy teve o que deveria ser seu?
Snape prendeu a respiração; estremecera. Desejava ouvir aquilo havia muito, mas tinha medo de sua própria reação.
Ele segurou o rosto dela e beijou-a com paixão. Ela retribuiu do mesmo modo e abraçou-o com força.
- Faça-me esquecer dele, Severo – sussurrou ela, tentando adivinhar o que ele iria fazer quando a ouvisse dizer seu nome.
- Eu não devia – sussurrou ele, levantando a saia da camisola dela e passando as mãos nas pernas dela com ousadia. – Não devia mesmo...
- Não pense assim – murmurou ela, com a voz falha.
Foi Hermione quem se sentou no colo dele, de frente para ele, e beijou-o. Ela desceu os lábios pelo pescoço dele, ouvindo-o gemer cada vez mais alto.
- Hermione... – murmurou ele com voz abafada.
Os quadris dele começaram a se mover; ela tirou o cinto dele e abriu sua calça. Ele levantou mais o vestido dela e abraçou-a pela cintura com força, aproximando-a bastante de si.
Mas, subitamente, ele afastou-a de si e levantou-se, afastando-se mais.
- Você já me parece melhor. Saia.
Hermione virou-se para olhá-lo.
- Mas qual é o seu problema? – perguntou ela. – O que eu fiz de errado?
- Absolutamente nada – respondeu ele, evitando olhar para ela. – Só que isso não tem que acontecer. Pelo menos, não agora. Saia, Hermione, por favor. Estou há algum tempo sem esse tipo de contato e isso não será bom para você nesse momento da sua vida.
Hermione baixou os olhos.
- Sabe, desde que começamos a nos dar bem... desde que nossas conversas e o tempo que passamos juntos têm sido agradáveis... Eu tenho imaginado se... tenho imaginado como seria você ser o meu primeiro homem... – aquela última frase fez Snape olhá-la com as sobrancelhas arqueadas em espanto. Ela baixou os olhos e uma lágrima calada escorreu por sua face.
- Você... era virgem? – perguntou ele, sentindo mais uma pontada no coração, e desta vez mais forte que as outras.
Ela assentiu em silêncio e levantou-se.
- Boa noite, professor... Podemos nos ver amanhã na aula.
Ela ensaiou um sorriso e deixou a sala antes que Snape pudesse responder qualquer coisa.


AGRADEÇO AOS COMENTÁRIOS RECEBIDOS, ELES ME FAZEM FELIZ!!!

ESPERO Q VCS TENHAM GOSTADO DESSE CAPÍTULO

VOU ATUALIZAR O PRÓXIMO O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL...

BJOSSSSSSSSSSSSSSSS A TODOS

ANNINHA SNAPE

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