Reconciliações e Mal-Entendido



QUINTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO
TRANSFIGURAÇÃO, 10:00

Encontrei Sirius hoje antes do café-da-manhã e ele estava muito sorridente. Perguntei o que tinha acontecido ontem no encontro dele com Marlene (fiquei tão atordoada com o meu que esqueci de perguntar para ela) e ele só beijou a minha testa e disse “Você é a melhor, Lily!”. Preciso urgentemente perguntar à Marlene o que é que aconteceu.

SALA VAZIA, 11:00

Não acredito nisso. Não acredito!!!

Marlene me fez matar a aula de Herbologia para ela contar toda a história do encontro dela com Sirius ontem. Ta bom que eu queria saber o que aconteceu, mas... perder aula? Eu?

Bom, ela arrastou Alice e Emelina também, que parecem estar satisfeitas por perderem aula... que amigas são essas, que não gostam de estudar? Certo, vamos ouvir a história:

(Nas palavras de Marlene)

“Inicialmente nós só conversamos trivialidades, bebemos umas cervejas amanteigadas, olhamos vitrines, ele renovou o seu estoque de logros, essas coisas. Depois ele me chamou para passearmos um pouco por uma praça que tinha ali... e ele disse que tinha mudado, não era mais o idiota de antes, e que se arrependia de qualquer coisa que me tivesse feito sofrer. E disse também que queria que voltássemos a ser amigos. Bem, não sei que tipo de amizade ele se referia, mas... eu aceitei...”
(gritinhos felizes de Emelina e Alice)
“Bem, agora estamos nos falando novamente. Normalmente. Já superei aquilo... e tipo... acho que eu tenho que relevar essas coisas, não? Afinal... ele é o Sirius. E o Sirius faz besteiras. E depois... a gente realmente não tem nada um com o outro... foi bobagem minha ter imaginado que ele... ah, sei lá. Acho que nem gosto mais dele como antes, sabe. Nós somos amigos, só isso. Nada mais.”

Me engana que eu gosto... Marlene, não gosta mais de Sirius? Até parece! Cara... ela é muito cega... ela não percebeu que o Sirius ta apaixonado por ela! E que tudo isso é uma estratégia para ele se declarar para ela... só espero que com esse pensamento ela não ponha tudo a perder!

FEITIÇOS, 14:00

Encontrei Bryan, logo depois do almoço. Ele estava com uma cara muito sem graça.

- Lily! Eu... posso falar com você?

- Claro...

- Olha, desculpe por ontem... eu não consegui te encontrar... sinto muito mesmo...

- Tudo bem, não se preocupe com isso. – falei simpática, mas fazendo cara de quem estava chateada. Ora, não se deixa uma garota plantada numa casa de chá de uma mulher louca esperando um cara em pleno dia dos namorados! Ta bom que eu não fiquei sozinha... mas ele não sabe... – olha, eu preciso ir para a aula agora...

- Hum, Lily... a gente poderia marcar de sair outro dia... sei lá, dar um passeio nos jardins... – cara... que bizarro! Ele tava passando a mão no cabelo! Tipo, parecendo mesmo o... você sabe quem!

- Desculpe Bryan, mas acho melhor não. Vamos deixar as coisas como estão.

- Você está chateada comigo, não é? Eu não tive intenção de...

- Bryan. Não tem nada a ver com ontem. É só que... – olhei naqueles olhos azuis. Tão lindos... ele parece um astro de cinema... – acho melhor sermos apenas amigos.

- Certo... então acho que não vai querer ir ao baile comigo? – baile? Mas já? Por que todo mundo só pensa nesse baile idiota que só vai acontecer daqui a... dois meses? Mordi os lábios e balancei a cabeça negativamente. Ele sorriu derrotado – Certo... então, a gente se vê por aí...

É isso? Um cara que aparentava gostar de mim, quando vê que eu não quero nada com ele além de amizade, simplesmente desiste e vai embora? Que tipo de cara é esse? Onde está a persistência? Bem, pelo menos ele não vai mais me importunar.

HISTÓRIA DA MAGIA, 16:00

Que coisa estranha! Que momento esquisito! Que constrangedor!

Estava eu, à porta da sala em que me encontro agora, esperando a aglomeração de alunos se dissipar para eu enfim poder entrar, quando tropeço nos meus próprios calcanhares e caio no chão em cima de uma pessoa.

- Aaaaaaaah! – isso fui eu caindo. – Desculpe, eu não te vi, eu... – isso fui eu me desculpando sem olhar na cara da pessoa, enquanto procurava me reerguer sem chamar mais atenções.

- Tudo bem, eu estava distraído... – me virei e olhei quem era. Tinha que ser. Ele, justo ele! Já de pé, fiquei sem fala e encarando-o, e ele fez o mesmo – Lily...

Fiquei sem reação, encarando-o boquiaberta, quando Sirius chegou animado:

- E aí vocês dois, o que é que ta rolando?

- Nada! – respondi rapidamente, com uma cara nervosa. James passou as mãos no cabelo e virou a cara, meio que disfarçando.

- Lily, você ta bem? – perguntou Alice preocupada, chegando junto do resto do pessoalzinho (Emelina, Remo, Frank, e surpreendentemente, só pra deixar a situação pior, Peter, que nunca está junto do grupo).

- T-to, eu só... caí... – falei, pegando minhas coisas do chão, enquanto James fazia o mesmo. Nossos olhares se encontraram e fiquei muito corada. Peguei as minhas coisas, me levantei e tentei não encará-lo, no que ele fez o mesmo.

- Ahn... vocês dois estão bem? – Emelina perguntou desconfiada, apontando para a gente.

- Mas é claro, que bobagem! Vamos meninas, a aula já vai começar! – e saí correndo para a entrar na sala, e os garotos vieram depois. Frequentemente Sirius lança olhares confusos para mim enquanto conversa com James, que mantém a cabeça abaixada na mesa. Faço uma cara completamente aérea, fingindo que nada de mais aconteceu.

Mas minhas amigas não são tão bobas e logo perceberam que tinha algo errado. Olha só isso:

Lílian Evans, conta pra gente agora o que é que ta acontecendo entre você e o James! – Lene

Lily, você e o James agiram muito estranho um com o outro... o que é que rolou, hein? - Mel

“Nada.”

Ah, Lily, corta essa! Conta pra gente direitinho tudo o que aconteceu ontem! – Ali

“Nada aconteceu.”

Lily!!

Lily nós somos suas amigas, por favor, nos conte o que deixou vocês dois agindo desse jeito?

Há! Já sei! deve ter a ver com o fato de que eu deixei vocês dois sozinhos para comprar o vestido do baile, certo? E aí rolou alguma coisa enquanto vocês estavam lá na loja! Não é? Não é?

“Já disse que nada aconteceu.”

Aconteceu sim! Tanto é que vocês dois não voltaram junto e não se falaram desde então! Fala Lily! Vocês se beijaram? Você ficou constrangida depois e por isso o está evitando? E então quando vocês se esbarraram ficaram mais constrangidos ainda porque ele deve estar achando que você o está odiando e você está morrendo de vergonha porque não quer admitir que gosta dele mesmo quando suas ações falam mais alto?

Pausa para ficar nervosa e pasma.

Como, eu pergunto como a Marlene sabe de tudo isso? Quero dizer; ela leu a minha mente? Ou então o meu diário? Como é possível? Como???

“Lene... você por acaso leu o meu diário?”

Não, claro que não. Não sou como você que lê tudo o que é livro que encontra pela frente. E eu nunca leria algo que fosse muito pessoal, como acredito que o sei diário seja. Mas, vendo que minhas suposições estão certas, a explicação para eu saber tudo isso é: você é muito transparente, Lily.

BUM!

Eu sou transparente? Eu não posso ser transparente! Porque se eu sou transparente, todos os meus segredos já teriam sido descobertos, e principalmente... o James teria descoberto que eu amo ele... caramba! Ele já descobriu!

“Ai de mim, eu sou transparente! E todo mundo sabe os meus segredos!”

Calma Lily, pára de roer as unhas!Talvez você não seja tão transparente assim... vai ver eu é que sou observadora demais... relaxa. Aposto que ninguém mais sacou os seus sentimentos reprimidos pelo James ou qualquer outro segredo.

Mas as palavras de Marlene não me fizeram sentir melhor. Estou em estado de choque!

Bem, preciso parar de pensar nisso um pouco. Para o bem da minha sanidade mental.

SALA COMUNAL, 20:30

Não esbarrei mais em James. E ninguém mais tocou no assunto. Está tudo bem. Eu imagino.

SEXTA-FEIRA, 16 DE FEVEREIRO
JARDINS, 17:00

Aqui estou eu, pensando. Refletindo. Na noite passada, recebi um outro lírio, branco, à minha janela. Saí do dormitório para a sala comunal e encontrei James, parado ao pé das escadas, como se esperasse por mim. Hesitei. Ele sorriu. Eu sorri de volta, um pouco tímida, ainda com o lírio na mão. Ouvi um grito vindo do dormitório das garotas do 6º ano e subi para investigar. Um rato tinha “passeado” por lá e deixado as irmãs Adams gritando histéricas pela Torre. McGonagall apareceu e deu uma bronca nas duas, que me olharam mortiferamente, como se eu fosse culpada pelo incidente. Apenas olhei de volta debochada. O rato, pelo que eu reparei, desceu as escadas e entrou no dormitório masculino. Depois disso, a professora nos mandou dormir. Voltei para o dormitório, meio chateada.

Depois, pela manhã, James disse que precisava falar comigo. Mas só arranjei tempo livre à uma hora atrás. Nos encontramos numa sala vazia do 7º andar que eu nunca tinha visto antes. Sentei em uma carteira e esperei que ele começasse.

- Lily... está tudo bem...? – ele perguntou depois de muito abrir a boca e fechar várias vezes.

- Ah... sim... – respondi sem muita certeza e olhei para ele apreensiva.

- Hum... eu quero dizer: está tudo bem... entre a gente...? – ele falou se aproximando lentamente e se apoiando na carteira próxima à que eu estava sentada.

- Hum... eu acho... sim, está. – e sorri. Um sorriso nervoso.

- Que bom...

James pareceu aliviado. Se aproximou de mim com um sorriso amável e me abraçou. Foi tão bom... os braços dele são aconchegantes... mas tratei de me desvencilhar logo e me dirigi para a porta.

- É... eu preciso ir, as meninas estão me esperando... até...

E o deixei lá, com cara de desentendido. Coitado. Eu também não entendi a minha atitude. Mas não fui encontrar as garotas. Vim direto para cá. E aqui estou a pensar. Penso no porquê de eu agir tão estranha ultimamente. Eu gosto do James. E ele gosta de mim. Então... o óbvio seria que eu deixasse de bobeira e ficássemos juntos logo. Mas...

SALA COMUNAL, 18:00

Melissa Adams apareceu nos jardins para me chatear. Estava com as amiguinhas chatinhas dela. Falou alguma coisa sobre ter ficado sabendo que meu acompanhante me deixou sozinha no dia dos namorados. Há. Ela não sabe que eu estava com James... mas não fiz nada. Apenas sorri e peguei minhas coisas dizendo: “Pelo menos eu tinha um acompanhante, ao contrário de você...”, o que era verdade, já que ela tinha ficado sozinha no castelo. Ela bufou e chutou um arbusto próximo. Eu só ri e saí andando.

DORMITÓRIO, 22:10

Estou arrumando minha mala para viajar amanhã para a casa de Frank, para o noivado dele e de Alice. As meninas também estão arrumando as dela. Alice está muito nervosa. Eu quase nunca a vejo assim. Ela está andando de um lado para o outro no quarto, murmurando coisas incompreensíveis. Marlene está com uma cara nervosa enquanto tenta fazer caber suas coisas dentro da “malinha-para-viagens-curtas” dela. Emelina já arrumou tudo e está sentada na cama olhando Alice com curiosidade. E eu... bom, minha mala ainda está vazia, exceto pelo vestido que usarei na festa... sou péssima para arrumar malas...

22:20

- Meninas, vocês entendem o que vai acontecer? Eu vou noivar! E sabem o que acontece depois? – falou Alice, desesperada

- Vocês vão casar? – sugeriu Marlene entediada sentada em cima de sua mala enquanto Emelina fechava as amarras.

- É!

- Mas Ali... você ama o Frank... ele também te ama... ambos já são maiores de idade... logo vão se formar... por que não casar? – perguntou Emelina sonhadora.

- Mel... você não ta entendendo... – Alice disse, choramingando e se largando na cama – amanhã... nós vamos ficar noivos, na frente de todos os nossos familiares... minha mãe vai estar lá, meu pai, os pais dele...

- Ahá! Já saquei tudo! – falou Marlene divertida e pulando em cima da mala, para aparentar menos volumosa. – Você está com medo dos sogros!

Alice escondeu o rosto no travesseiro, Marlene pulou para a cama ao lado dela, e eu me juntei à elas, me manifestando na conversa.

- Mas, Ali... você já não conhece os Longbottom?

- Ah, já, eu passei o Natal com eles e tudo, mas... é diferente... eu vou fazer parte da família, entende? E se eles não gostarem de mim? E se acharem que eu não sirvo para o Frank? E depois, não é só dos meus futuros-sogros (ai meu Merlin!) que estamos falando. Ainda tem os outros parentes...

- Alice, não se preocupe. É impossível não gostarem de você. E depois, esse nervosismo todo vai passar, acredite. Por que você não conversa com o Frank? Aposto que ele vai te tranqüilizar!

Cara... Emelina às vezes me surpreende... ela entende tanto de amor e sentimentos... ela podia se manifestar mais sobre esses assuntos... me dar uns conselhos... mas acho que eu nunca dei muita credibilidade à ela nesses assuntos, porque sempre a associei com o quadribol... mas a Mel sabe das coisas. E eu podendo desfrutar de todos esses conselhos sábios há muito mais tempo!

- Ah, Mel... – Alice a abraçou, e todas nos juntamos nesse abraço grupal de amigas. – você tem razão. Agora me ajudem, preciso terminar as malas!

22:35

Eu juro que eu tentei, mas não consegui terminar a minha mala ainda. A única parte que eu arrumei foi a das calcinhas e sutiãs e jóias e bijuterias. Só. Ah, sapatos... acho que vou de tênis mesmo e levar os sapatos que vou usar na festa... um par de sandálias, talvez... mas, e roupas? Bem, está frio... calça jeans e blusas de manga comprida? Casacos e blusas de lã? Cachecol!

As meninas perceberam a minha inabilidade em arrumar malas e vieram me ajudar. Elas são amigas tão legais!

22:55

Elas me ajudaram a arrumar tudo tão rápido! Agora estamos pintando as unhas. Bem, elas estão, eu estou escrevendo. Não sou muito fã de esmaltes. Mas bem que eu podia passar uma base... minhas unhas roídas estão horríveis!

SÁBADO, 17 DE FEVEREIRO
EXPRESSO HOGWARTZ, 13:00

Estou à caminho da festa de noivado de Frank e Alice. Os dois foram para lá esta manhã. Alice prometeu que ia conversar com ele sobre seus receios. Ela estava mais leve, mais tranqüila. Fico feliz por ela.

Como não tem mais ninguém no trem, estamos todos juntos numa cabine grande: eu, Emelina, Marlene, Remo, Sirius, Peter e James.

Emelina e Remo estão lendo o jornal juntos, preocupados (houve um ataque de Comensais da Morte no subúrbio de Londres. Esses caras são seguidores de um outro aí que quer exterminar todos os trouxas do mundo bruxo. Eu deveria ficar preocupada, mas eles estão sempre dizendo para eu ficar tranqüila, que nada vai me acontecer. Bem, não vou ficar sofrendo por antecipação, certo?), no banco próximo à janela ao meu lado esquerdo; Marlene está ganhando de Sirius no xadrez de bruxo sentados no banco à minha frente, próximos à porta; Peter comendo doces sentado no chão; e James está sentado no banco em frente ao meu mas do lado da janela e... bem, eu não sei o que ele está fazendo. A última vez que chequei ele estava dando conselhos para Marlene vencer Sirius mais facilmente no xadrez, o que não o agradou muito (“Hey, isso não é justo! Onde está a pareceria marota?”). Mas agora... ele está olhando distraidamente para a janela... ops, ele me viu! E sorriu... um sorrisinho bem de leve... ta bom, pára de olhar pra ele, Lily!

14:00

Cara, essa viagem é longa... cansativa...

Emelina e Remo adormeceram num canto, de mãos dadas (fofos!), Peter foi procurar uma cabine vazia para dormir mais confortável, Marlene brinca com os seus cabelos distraída e Sirius a observa quase babando com o braço em volta do ombro dela, eu continuo escrevendo só que sentada no chão e encostada no banco, e James... acaba de me sorrir e sentar-se ao meu lado. Melhor guardar isso...

QUARTO DE HÓSPEDES, CASARÃO DOS LONGBOTTOM, 17:00

O resto da viagem foi... tranqüila. James sentou-se do meu lado e conversamos trivialidades. Assim que Sirius e Marlene adormeceram, ele me contou que Marlene o procurou outro dia sondando-o sobre o Sirius. Há! Eu sabia que ela não tinha deixado de gostar dele! Foi aí que eu não resisti: contei a James sobre o meu plano e o de Sirius de fazê-lo se declarar para a Marlene no dia do baile. James prometeu não contar a Sirius que ele sabia e disse também que ia me ajudar; ficou surpreso com as minhas idéias mirabolantes para juntar os dois, e disse que eu quase poderia me considerar uma marota. “O dia que eu aprovar o que vocês fazem na escola, eu me jogo aos seus pés!” eu disse risonha. Era pra ser engraçado, mas acho que falei besteira. Tipo, eu quase me entreguei. E ele sorriu, como que considerando tudo, sabe? Depois dessa, fiquei quieta no meu canto.

Emelina e Remo acordaram, logo depois Marlene empurrou Sirius para o chão (ele estava praticamente deitado em cima dela) que fez uma cara muito engraçada, no que todos rimos e ele ficou emburrado. Peter só foi acordar quando chegamos à estação de King’s Cross.

Os pais de James, que também foram convidados, nos buscaram na estação e nos levaram para a casa dos Longbottom num luxuoso carro com motorista. Fiquei confusa por eles serem bruxos e usarem um meio de transporte trouxa, mas James sorriu e disse que o carro é só um disfarce, para não chamarem muita atenção na Londres trouxa (pude constatar que os pais dele se vestem bem, digamos... chamativos... e nós sete também não estávamos muito discretos com nossas várias malas...). E também, porque seus pais gostam de carros.

Entramos no carro preto que não era muito grande e me surpreendi: pensei que fôssemos ficar espremidos, mas o carro foi enfeitiçado para ser maior por dentro. Totalmente confortável, como uma limusine. E não há motorista, o carro dirige sozinho!

O Sr., e a Sra. Potter são muito gente fina! Conversaram com a gente o caminho todo. Eles já são bem mais velhos, e como só tem James de filho, o mimaram a vida inteira. É por isso que ele é tão metido e arrogante (agora nem tanto...). Mas é claro que não disse isso a eles, sou educada demais para dizer que o filho deles é quase um delinqüente. Até porquê, eles ainda tem Sirius morando com eles (ele fugiu de casa porque não suportava a família), e este é ainda pior. Mas, para minha surpresa, eles mostraram estar por dentro de tudo que James e os marotos aprontam na escola.

- Então você é Lily Evans, a monitora? – perguntou a Sra. Potter gentilmente. Respondi com um aceno de cabeça, imaginando se James já teria falado de mim para os pais dele... – meu filho tem te dado muito trabalho?

- Ih, Pontas, ta ferrado! – falou Sirius rindo-se. Ignorando o comentário de Sirius, respondi educadamente:

- Não mais do que o Sirius... – e todos caíram nas gargalhadas, e o próprio ficou enfezado com a brincadeira, mas logo começou a rir também. Mas é claro que o James dá muito mais trabalho que o Sirius, porque além de ele sacudir o meu mundo, virar a minha cabeça, mexer com os meus sentimentos, ele ainda apronta e arranja detenções e me rouba beijos que só me deixam mais confusa e insana do que já sou.

E assim fomos durante todo o caminho até aqui, a residência dos Longbottom.
Chegamos e eu pude ver que a casa não é só uma casa. É um casarão. Enorme, mesmo.

Como eu já esperava, a casa é cheia de objetos antigos, alguns chiques e facilmente reconhecíveis como da época medieval/renascentista (o que constata que a família Longbottom é de uma longa linhagem, assim como a maioria das famílias bruxas, eu imagino), e outros muito estranhos, claramente objetos bruxos.

Frank nos recebeu acompanhado de Alice, que nos acompanhou até os quartos de hóspedes do terceiro andar (no segundo ficariam os adultos), do lado esquerdo, o quarto das garotas, e do lado direito, o quarto dos garotos. Os quartos são bem grandes, tem duas camas de casal com dossel, uma cômoda, um armário, dois criados-mudos com abajures em cima, uma cadeira, um biombo, e ainda tem uma suíte. Estou dividindo o quarto com Marlene, e Emelina ficará no quarto com Alice.

Desde que comecei a escrever, estou esperando Marlene sair do banho para tomar o meu. Marlene adora banhos demorados...

Minha roupa já está esticada em cima da cama. Meu vestido de veludo verde-escuro é bem bonito. Vou usar uns sapatos de salto e veludo também verdes, e acho que vou deixar o cabelo solto... meu cabelo é tão sem graça, não dá pra fazer nada nele. É muito liso... apesar de que, com o frio, as pontas fiquem meio onduladas... ah, vou usar o colar de floco de neve que James me deu no Natal. Tipo, o decote do vestido exige um colar, e como eu não tenho outro... e floco de neve combina com a época em que estamos... e agora já estou “de bem” com James. Nossa, de repente essa frase soou esquisita...

Ah, finalmente! Marlene saiu do banho!

19:00

Tomei meu banho bem quentinho e já estou pronta. Acredita que Marlene, que tomou banho primeiro, ainda não terminou de se arrumar? Está andando de um lado para outro do quarto, experimentando umas mil sandálias. Sirius e Emelina já bateram aqui na porta duas vezes, pelo visto já estão todos prontos. E ela não me deixa descer para a festa primeiro porque não quer descer sozinha depois. Me diz, eu mereço?

- Lene, essa daí está ótima! Agora vamos!

- É... acho que essa dá... – ela disse, calçando uma sandália de salto fino, alta, preta e com uns brilhinhos. Seus cabelos pretos estavam presos num coque bem feito e algumas mechas caindo. O vestido de Marlene é preto, com os ombros à mostra, de mangas compridas que soltam nos punhos, a barra vai até o joelho e é bem vaporosa. Mas ela fez um feitiço que deixou ele todo brilhoso, como um céu estrelado, e o legal é que as “estrelas” mudam a posição levemente...

19:05

Quando estávamos prontas para descer para a festa, Alice adentrou o quarto correndo, com os cabelos soltos e se jogou na minha cama.

- Ali... o que foi?

- Meu cabelo ta horrível... eu não sei o que fazer nele... Lily... conhece um feitiço pra deixar meu cabelo legal? – ela pediu com voz de criança pidona. Sorri e revirei os olhos.

- Não... – ela murchou – mas eu posso fazer uma coisa no seu cabelo que você vai gostar...

19:15

- Pronto! – falei triunfante. – e então, o que acha?

- Lily... ficou lindo! Valeu amiga! – ela me abraçou.

Tudo o que fiz foi fazer uma trança nos cabelos dela e acrescentei algumas flores que conjurei na hora, dando um visual bem de princesa, combinando com o vestido dela, amarelo bem clarinho de manga comprida e fofa nos ombros.

Ela me convenceu a fazer algo a mais no meu cabelo também. Usei uma poção especial que deixou meus cabelos mais ondulados, dando um efeito interessante de cascata, e coloquei uma presilha de prata no cabelo repartido de lado. É, ficou bonitinho. Meigo.

Agora já estamos prontas. E finalmente, vamos descer.

01:30

A festa finalmente acabou. Estou exausta... não sabia que essas festas bruxas eram tão animadas e cheias de rituais. Os bruxos são muito engraçados, preciso dizer. As roupas são mais loucas que as do diretor Dumbledore e as músicas e danças... tudo bem que eu já fui a bailes na escola, mas lá é diferente... acredite, ver um monte de bruxos mais velhos se acabando de dançar nas coreografias mais loucas e inimagináveis, não é algo que se vê todo dia.

Logo que descemos, Alice foi atender alguns convidados e ficamos só eu e Marlene na saída da escada. Encontramos um Sirius impaciente, mas que logo mudou a feição emburrada para uma cara de “pegador” (N/A: “How you doin’?” tipo o Joey, de Friends!). Marlene sorriu à altura. Eu sabia, ela ainda gosta do Sirius!

James estava junto de Sirius na hora. Meu coração quase pulou quando o vi. Ele estava tipo, muito lindo. De vestes bruxas modernas, bem parecidas com um smoking (assim como tos os homens... só variava na cor. O de James era verde-escuro, coincidentemente combinando com o meu vestido, e o de Sirius era azul bem escuro), todo limpinho e cheiroso (não que ele não seja limpo... nem cheiroso – aliás, muito - ... mas é que ele estava todo arrumado para uma festa...) e espantosamente, os cabelos estavam ajeitados, com uma coisa que parecia gel. Meio esquisito, mas valeu a intenção. Acho que, mesmo depois de reclamar tanto daquele cabelo bagunçado, acabei me acostumando... faz parte de quem ele é.

De qualquer forma, ele estava lá todo lindo e sorrindo para mim daquele jeito fofo. Não pude resistir e sorri também, meio tímida.

- Você está linda. – ele falou

- Obrigada... você também não está nada mal... – eu quase disse que ele estava maravilhoso, mas controlei minha língua.

A festa tinha acabado de começar, os parentes estavam chegando, com vestes espalhafatosas, cabelos idem, e vários presentes. Tínhamos ficado na dúvida sobre o que dar de presente para eles. Por fim, fizemos uma vaquinha entre nós sete (os garotos também) e montamos um livro, tipo um diário, com a data de quando eles começaram a namorar, fotos, depoimentos dos amigos, essas coisas. E prometemos dar coisas legais no casamento. Tipo, algo para a casa nova mesmo.

Quando todos os convidados já tinham chegado, a festa começou. Tinha uma banda tocando umas músicas leves e garçons servindo bebidas e aperitivos.

Emelina usava um vestido rosa-claro estampado com algumas flores, mais ou menos no mesmo modelo do de Marlene. Os cachos loiros presos para trás suavemente, com uma fitinha cor-de-rosa.

A festa correu muito bem, tudo certo. Teve um jantar e um bolo, e os garotos tiveram que segurar Peter para ele não repetir o pedaço.

Lá pela meia-noite, começaram a tocar umas músicas boas para dançar, e todos fomos para o centro do salão. James e eu dançávamos próximos, ele sorrindo e me olhando, e eu ficando nervosa. Foi aí que começou a tocar uma música mais lenta. Alice e Frank se prontificaram e começaram a dançar, acompanhados por Emelina e Remo, o Sr. e a Sra. Potter, Sirius e Marlene (meio contrariada), e todos os casais da festa. E então James me chamou pra dançar. Fiquei meio apreensiva, mas aceitei o convite. Estávamos dançando juntinhos, meio afastados do resto do pessoal, e ele começou a afagar meus cabelos amavelmente, aproximando o rosto do meu... e me afastei, saindo dali. Ele me seguiu. Continuei andando, até a varanda da casa e vi que estava nevando. Uma neve pouca, bem bonita. James chegou silencioso e tocou o meu braço.

- Lily... por que você saiu desse jeito? – ele perguntou com uma voz doce.

- Cansei de dançar... – menti. Ele sorriu fracamente e segurou o meu queixo, me fazendo olhar nos olhos dele.

- Lily... por que ainda foge? Eu te amo, você sabe disso... – meu coração parecia ter se atirado num precipício. Senti um vazio no estômago, uma aflição... e ele se aproximou de mim, querendo me beijar. Desviei novamente.

- Olha, James... eu gosto de você. – ele pareceu perplexo. – gosto mesmo... mas... eu preciso de um tempo... por favor...

- Lily... eu já te dei todo o tempo do mundo... – ele suspirou. E eu senti um aperto no peito e desviei o olhar para os meus sapatos. – mas acho que posso esperar um pouco mais... – e sorriu conformado.

Olhei para ele surpresa e sorri. Ele me deu um beijo na testa e me deu a mão para voltarmos para a festa. Sirius e Marlene estavam sentados lado a lado num sofá tomando coquetéis e Remo apresentava Emelina para seus pais, que também estavam lá. Alice e Frank despediam-se de alguns parentes, e os pais de James vieram se despedir de nós.

- Tchau meus queridos! – disse o Sr. Potter numa fala divertida.

- Adorei finalmente conhecê-la! – sussurrou-me a Sra. Potter antes de sair pela porta.

Isso me fez pensar: o quê, exatamente, James falou de mim para os pais dele?

A festa acabou, os convidados foram embora, e nós viemos para os quartos, dormir.
Partiremos amanhã à tarde.

DOMINGO, 18 DE FEVEREIRO
EXPRESSO HOGWARTZ, 15:00

Acordamos, tomamos café-da-manhã, e fizemos um passeio pela propriedade. Tem uma espécie de bosque atrás da casa, e fizemos um piquenique por lá no almoço; por sorte, a neve já tinha derretido totalmente por volta do meio-dia, e não estava muito frio.

Nos despedimos dos Srs. Longbottom na estação de King’s Cross e agora estamos voltando para o castelo...

Dessa vez ocupamos três cabines: numa está Peter, dormindo (¬¬), na outra Emelina-e-Remo e Alice-e-Frank, e nesta aqui, eu, James, Marlene e Sirius.

Sirius conversa com James sobre as estratégias que vão utilizar no próximo jogo de quadribol, que será contra a Sonserina. Mas, se não me engano, será só no fim de Março. Pra quê ficar discutindo as estratégias agora? Garotos...

Marlene, assim como eu, está muito entediada, lendo o Semanário das Bruxas, uma espécie de revista feminina do mundo bruxo.

15:30

Finalmente! Os garotos pararam de falar sobre quadribol. Agora estão falando do Baile de Primavera... nossa, quanto assunto desagradável de uma só vez!

15:40

- Hey, Lily, como andam os preparativos? – perguntou-me Sirius, atirando uma bolinha de papel na minha cabeça. Lanço um olhar de fúria e respondo:

- Bem...

- Hum... não dá pra dar mais detalhes?

- Ah, sei lá. Já decidimos os arranjos das mesas... a decoração é toda de flores, sabe...

- Hum... sei, mas... e as músicas?

- Ah, isso é com os corvinais... – ao ouvir isso, James levantou a cabeça e começou a prestar total atenção à conversa - marcamos uma reunião com todos os monitores amanhã à noite...

- Tem reunião amanhã, é? – perguntou James, de cara amarrada

- Tem... vamos ver como andam as coisas... os cartazes e os convites do baile já precisam estar prontos para a semana que vem... aliás, a sua prima é que está encarregada disso... – falei para Sirius - se algo sair errado, eu juro que mato ela!

- Fique à vontade... – ele respondeu com descaso.

SALA COMUNAL, 18:30

O assunto morreu e ficamos em silêncio. Sirius observava a paisagem para fora da janela distraído; Marlene largara a revista e se aconchegara no banco ao meu lado para tirar um cochilo; e James escrevia num pergaminho.

Decidi ir ao banheiro e ver como os outros estavam; dormindo, é claro. Voltei e me deparei com a seguinte cena: Marlene completamente esparramada no banco em que eu deveria me sentar, e Sirius igualmente confortável, deitado no chão. James, para minha sorte, estava acordado e sorriu ao ver minha feição indignada.

- Vem Lily, pode se sentar aqui... – ele falou gentil, me dando espaço no banco em que ele se encontrava. Aceitei e, cuidadosamente pulando as pernas abertas de Sirius no chão, sentei-me no banco ao lado de James.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, e comecei a ficar sonolenta. Mal percebi, já estava dormindo.

Acordei com a locomotiva parando na estação de Hogsmeade e me surpreendi; estava deitada em algo quentinho... que se movia...? Abri os olhos e percebi que tinha dormido com a cabeça recostada no peito de James, que por sua vez recostara-se na parede da cabine. Levantei-me cautelosa, para não acordá-lo e me deparei com uma cena engraçada: aparentemente, Marlene tinha caído do banco para o chão, e estava deitada em cima de Sirius. Incrível como os dois não acordaram. Sinal de que eles dormem muito profundamente.

James acordou, bocejou e me sorriu, ajeitando os óculos. Olhou para Sirius e Marlene no chão e gargalhou, no que eu mandei que ele calasse a boca, quase rindo também. Mas a essa altura, os dois já tinham a acordado e Marlene, muito corada, tratou de se levantar rapidamente ao perceber onde dormira durante o percurso da viagem. Ela lançou um olhar indignado para mim, tipo “Por que não me avisou!” e eu apenas balancei a cabeça negativamente, rindo. Sirius levantou-se em seguida sorrindo bobamente, no que Marlene deu um tapa em seu braço.

Pegamos nossas coisas e saímos do trem junto com os outros, indo em direção ao castelo.

E aqui estamos. Logo mais jantaremos.

SEGUNDA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO
SALA COMUNAL, 22:00

Acabo de voltar da reunião dos monitores sobre o Baile da Primavera. Que confusão!

Os sonserinos implicaram com tudo, principalmente a Narcisa; não gostaram das toalhas e arranjos de mesa, das flores escolhidas para a decoração, acharam as músicas bregas, e a comida muito simples; queriam algo com mais finesse. Rebati com toda a minha superioridade de monitora-chefe dizendo que a comida estava suficientemente apropriada para uma festa escolar, que o gosto musical dela não é necessariamente o gosto de todos os outros da escola, portanto as músicas estavam apropriadas – Bryan sorriu com isso -, e perguntei aos outros monitores se eles tinham alguma objeção quanto às flores, e eles responderam que não. Deixando Narcisa vermelha de raiva. Sorri triunfante e perguntei desafiadora: “E então, vai parar de reclamar de tudo e mostrar o que vocês bolaram para a divulgação?”.

Ela bufou, no que o namorado dela e monitor da Sonserina, Lucius Malfoy, a acalmou. Ela então mostrou o cartaz. “Nada mal.”, falei, “Mas não dava pra ser mais alegre?”. Um novo bufo. Mas estava realmente muito mórbido para um baile de primavera. Pedi a ela educadamente que apresentasse outro na reunião da semana que vem, no que ela aceitou, raivosa.

A reunião terminou e eu estava saindo da sala, quando Bryan me chamou e disse:

- Uau, você deu um banho na Narcisa!

- Ah... obrigada. – respondi simpática.

- E... você gostou mesmo das músicas que nós escolhemos?

- Claro, são muito boas! Não ligue para o que a Narcisa diz, ela é uma despeitada. – rimos. – por falar nisso, o Sirius tava interessado nas músicas

- Ah, claro. Peça pra ele me procurar.

- Certo... – continuamos parados lá alguns segundos e Remo apareceu:

- Hey Lily, já está ficando tarde, vamos voltar?

- Ah, claro. Até mais, Bryan.

- Tchau, Lily!

Engraçado. Bryan não é mais tão chato.

Hum, estou com sono. Melhor dormir.

SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO
SALA COMUNAL, 22:00

A semana correu normalmente; nada de novo.

Acabo de voltar de mais uma reunião de monitores sobre o Baile da Primavera. Desta vez Narcisa apresentou um cartaz realmente bonito para a divulgação, que serão pregados hoje mesmo nos murais da escola. Está tudo encaminhado.

QUINTA-FEIRA, 01 DE MARÇO
FEITIÇOS, 14:00

Tenho estudado mais esses dias, estou realmente preocupada com os exames. É só em junho, eu sei, mas é que não terei muito tempo em abril e maio, por conta do baile, e de qualquer forma, é melhor me antecipar. Tenho estado muito distraída nas aulas (como agora, diga-se de passagem...).

Hum, essa matéria é importante. Melhor prestar atenção.

SÁBADO, 03 DE MARÇO
SALA COMUNAL, 15:30

Acabo de ter uma conversa interessante com Sirius, uma nova idéia para a declaração que ele fará à Marlene no dia do baile:

- Hey Lily, - me chamou Sirius – tive uma idéia genial para o baile!

- Fala! – me virei para ele, divertida, enquanto ele verificava se ninguém prestava atenção à conversa

- Pensei bastante e acho que já sei como fazer uma surpresa para me declarar para a Marlene: vou cantar uma música para ela no dia do baile! Já combinei com o Bryan Leigh, que ficou encarregado das músicas, e ele topou numa boa! Ah, e é claro que será surpresa.

- Hum... Sirius... não que a idéia não seja boa, mas... você canta? – ele fechou a cara quando eu disse isso.

- Mas é claro que sim! Nós até tínhamos uma banda, no quarto ano! – é verdade, tinha me esquecido desse fato. Mas é que a banda só durou uns dois meses (as fãs eram tantas e tão loucas, que eles não tinham privacidade nenhuma, e também não ajudou muito o fato de Sirius dedicar as músicas para uma garota diferente a cada apresentação.).

- Ah, sim... mas então, vocês vão voltar com a banda? – ele acenou afirmativamente – vocês ainda tem os instrumentos? – outro aceno positivo – E, que músicas você vão cantar?

- Bem, além do repertório escolhido...

- Peraí, vocês vão cantar durante todo o baile? – eu o cortei surpresa

- Claro.

- Mas... vocês estão preparados para isso? E mais, os outros sabem disso?

- Bem, você é a primeira, além do Bryan, que fica sabendo, mas... ah, eles vão gostar da idéia! Principalmente o Pontas! – resolvi ignorar o comentário final. Não me interessa agora o interesse de James nisso tudo.

- Hum... ok.

- Mas, como eu ia dizendo, além do repertório do baile, eu gostaria de cantar uma música especial para a Marlene, uma que ela goste muito. Já até sei como apresentar: - ele se levantou, apanhou a pena da minha mão usando-a como microfone e disse todo charmoso – “Marlene Mckinnon, essa é pra você...” – meio brega, mas vá lá. - Mas para isso, eu preciso da sua ajuda...

- Ta, vou investigar. Isso é tudo?

- Por enquanto... – ele sorriu maroto, no que eu levantei uma sobrancelha, curiosa – mas isso já é outra história...

Quero só ver a cara de Remo (ele era o baixista) quando souber que a banda Marotos S.A. vai voltar à ativa. Ele era o que menos gostava da situação, tadinho (ele tinha mais popularidade do que gostaria). Mas, pelo que eu me lembro, o vocalista era James, Sirius só acompanhava em alguns refrões (ele era o guitarrista). Bom, talvez Peter (ele era o baterista) goste da idéia, talvez ganhe um pouco mais de popularidade.

TERÇA-FEIRA, 06 DE MARÇO
HISTÓRIA DA MAGIA, 09:00

Mais um dia inútil na vida de Líliam Evans. Ta, talvez nem tanto. É só que... não sei, não gosto do mês de março. É muito lento... e sabe por que eu quero que chegue logo abril? Porque é o mês do meu aniversário! Nossa... estou ficando velha... vou fazer... 18 anos! (N/A: o ano é 1978) Ta, nem tanto. Mas sou mais velha que James. Inacreditável, não? O aniversário dele foi em outubro... mas esse diário não existia nessa época. E eu ainda o odiava. Portanto, nem dei presente. Nossa, eu era má...

De qualquer forma, eu espero que o mês de março passe voando.

QUINTA-FEIRA, 15 DE MARÇO
SALA COMUNAL, 22:00

Essa semana tivemos revisões... muitas revisões... e também muito trabalho na monitoria. Várias detenções. Ah, e sobre o baile... os sonserinos, que são os responsáveis pela venda de convites, estão muito seletivos. Se recusam a vender para algumas pessoas – grifinórios e nascidos trouxas, por exemplo. Com isso, eu e Remo temos que ir lá dar um sermãozinho básico de vez em quando. A Narcisa fica possessa, mas ela está errada e eu certa. Adoro estar certa.

Ando pesquisando secretamente as músicas preferidas de Marlene, para a surpresa do Sirius. Mas não estou tendo muito sucesso. Às vezes toco no assunto com ela, mas ela desconversa... ta difícil... mas eu consigo!

Caramba... quase me esquecia... eu falei pro James que eu gosto dele! No noivado da Alice e do Frank! Mas estamos agindo normalmente um com outro, sabe, como amigos. Só que a diferença é que ele gosta de mim e eu gosto dele, e ambos sabemos disso. Parece aqueles romancezinhos da infância... aí eu me pergunto: por que é que eu pedi um tempo pra ele?

Bom, eu ainda to meio confusa com essa estória toda de gostar do cara mais popular da escola que é ao mesmo tempo o mais metido e arrogante, sendo que eu sempre o odiei... e ele sempre me amou mas eu não acreditava na veracidade desse sentimento... parece simples, mas ta dando um nó na minha cabeça...

Hum, certo. Uma cena engraçada se desenrola à minha frente. Sirius tentando convencer os outros marotos a voltarem com a banda. Saca só:

- Ah Pontas, qual é! Vai ser demais! Lembra como éramos bons e todos nos amavam?

- É... – ele olhou de soslaio pra mim. – pode ser... mas por que agora?

- Ah, por nada... você sabe... é que... – Sirius está gaguejando. E ficando vermelho, porque o motivo dele acaba de subir as escadas do dormitório feminino. Ele olha... e esquece tudo o que estava dizendo.

- É que...? – incentiva James, sorrindo. Acho que ele já sacou o plano.

- Ahn... ah cara, vamos voltar com a banda! Vai ser divertido! Vamos tocar no baile...

- Ta bom... a Marotos S.A está de volta a ativa! – e os dois bateram as palmas no ar numa espécie de cumprimento maroto, sei lá.

- Não! – grita Remo emburrado. Eu sabia que ele não ia gostar da idéia...

- Por que não? – pergunta Sirius desesperado, com os olhos arregalados, a boca aberta. Seu mundo desmoronou... é Sirius, eu conheço a sensação.

- Porque eu detestava o tempo da banda! A gente não tinha privacidade nenhuma... as garotas ficavam se jogando pra cima da gente... isso quando não eram os namorados querendo nos socar, e vocês fugiam e sempre sobrava pra mim e pro Peter! Por mim, essa banda não volta de jeito nenhum! – ih, ele ta enfezado mesmo!

- Mas Aluado... você agora tem namorada... as garotas não vão se atirar em você... pelo menos não muito... – ponderou James – e depois... a gente não vai mais fugir com nenhuma namorada de alguém... – de novo ele olhou pra mim. Eles pensam que eu estou muito concentrada no meu dever, sabe. – e só vamos fazer uma apresentação... vamos Aluado, faça isso pelo seu querido amigo apaixonado...

- É, faça por mim! Peraí, quem falou em apaixonado aqui? – disse Sirius, com cara de desentendido, se dando conta do que James dissera.

- Não, nada não... vamos Remo, faça esse esforço...

Remo olhou de um a outro, os braços cruzados, cara fechada. Suspirou e disse:

- Ta bom...

- Isso aí! – Sirius abraçou Remo freneticamente, mas este não gostou muito.

- Ta, chega disso. Mas e o Peter? Vocês acham que ele vai concordar?

- Ah vai... – falou Sirius em tom ameaçador. Nossa, fiquei com medo pelo pobre Peter...

Bem, Sirius subiu para o dormitório, Remo foi fazer a ronda noturna (“Você vem Lily?” “Já estou indo!”) e James está vindo em minha direção...

DORMITÓRIO, 23:00

Conversa com James antes de sair para a ronda nos corredores:

- E aí Lily, estudando ou prestando atenção na nossa conversa? – falou sorrindo. Fui descoberta!

- Ahn... digamos que estive observando... – sorri – Emelina ficará decepcionada em ter perdido esse momento revoltado do Remo... – rimos.

- Bem... aposto que nos ensaios haverão mais destes...

- É, pode ser... – silêncio – hum, preciso ir...

- Ok... boa noite, Lily – e me deu um beijo na bochecha.

Beijo na bochecha. Ta bom que eu reclamava dos beijos na boca, e tal, mas... Sinto que baixamos o nível de intimidade/amizade, ou seja lá o que for que nós temos. E isso é tudo culpa minha, da tonta aqui que precisa de um tempo pra assimilar se gosta mesmo e quer ser feliz com o cara que tipo, ama ela. Essa sou eu. Se eu soubesse que ser Líliam Evans era tão difícil, teria preferido ser, sei lá, Mary Simon. Ou qualquer outra pessoa.

Mas, eu sou eu e não posso mudar essa realidade. Logo, preciso aprender a conviver com isso. Certo, chega de problemas existenciais.

Ah! Está chovendo! Adoro chuva...

Adoro o som da chuva batendo na janela.
Adoro o cheiro de terra molhada que ela traz.
Adoro quando a chuva me faz pensar naquela pessoa especial.
Aquela pessoa que já ocupou lugar em meus pensamentos.
Aquela pessoa que agora domina os meus sonhos.
Aquela pessoa que faz meu coração disparar.
Mas a chuva pára.
E com ela, se vão todos os pensamentos...
Ficando apenas as vivas lembranças.

A chuva é realmente inspiradora.

QUARTA-FEIRA, 21 DE MARÇO
ALMOÇO, SALÃO PRONCIPAL, 12:15

Bilhete da aula de Poções (embora eu prefira assistir à aula, minhas amigas pensam o contrário):

Lily! E aí, tudo bem? – Mel

“Sim, tudo certo... algum motivo especial para esse bilhete?”

Bem... só uma fofoquinha básica... a irmã da Melissa Adams, Melinda, não está conseguindo comprar os convites para o Baile de Primavera. Parece que desde aquele ‘incidente’, as sonserinas cortaram relações com as irmãs Adams. Elas não podem impedir a Melissa de ir ao baile, mas a irmã e o acompanhante dela (do sexto ano também) não conseguem os convites...

“Hahahahahaha! Nossa, não acredito! Bem feito pra ela!”

Pois é... mas ela não vai desistir do baile assim tão fácil... tem outros meios de ela conseguir os convites...

“Como?”

Bem... ela poderia pedir a você, que é monitora-chefe. Os sonserinos não ousariam desobedecer uma ordem sua, mesmo que desgostosos.

“Há! Mas ela nunca vai me pedir um favor... e mesmo que pedisse, eu não ajudaria.”

Ah Lily, pense bem... você poderia pedir algo em troca... aposto que ela aceitaria... tipo, pede pra ela largar do seu pé, ou então uma vingançazinha básica...

“Hum, pode ser... mas duvido que ela tenha coragem de falar comigo...”

Bem, se ela não tiver outra escolha...

“É, pode ser... mas, era só isso que você queria dizer?”

Basicamente sim... mas, aproveitando a brecha...como vai o seu coração, Lily?

“Hum... ainda está batendo... hehe. Acho que bem... não sei. Estou um pouco confusa...”

Em relação à James?

“É... estou tendo dificuldades em aceitar esse novo sentimento... não estou muito certa quanto a nós dois...”

Mas, por que?

“Ah, porque...”

E aí o sinal tocou. Mas até que a conversa com Emelina foi produtiva...

SEGUNDA-FEIRA, 26 DE MARÇO
SALA COMUNAL, 18:00

As aulas hoje foram meio puxadas. Muitos deveres, revisões... melhor começar a trabalhar!

SÁBADO, 31 DE MARÇO
BIBLIOTECA, 14:00

Mais tarde é o jogo de quadribol. Acho que vou assistir. Não é a final, mas... é contra a Sonserina. E qualquer coisa que envolva a Sonserina no meio, é melhor ter cautela. Eles estão bastante furiosos porque estão perdendo a Taça de Quadribol...

Caramba, é por isso que eu não gosto de quadribol! Afasta as pessoas! Cria inimigos! Mas parece que ninguém nessa escola me entende nesse assunto... a última vez que comentei algo assim com um dos meninos, recebi uma resposta bem assim: “Lily... isso aqui é quadribol... se quiser discutir teorias sobre o afastamento da sociedade ou seja lá o que for, fale com M. Pince!” meio grosseiro, não? Mas,acho que, de alguma forma, acabei seguindo esse conselho, porque todos os jogos de quadribol que tiveram em todos os anos em que estudei em Hogwartz, eu passei nesta biblioteca. Mas não me arrependo.

Vou para o campo agora...

CAMPO DE QUADRIBOL, 15:30

Algo terrível aconteceu! Saindo da biblioteca, apareceu-me Bryan Leigh, querendo falar comigo sobre o baile:

- Hey Lily! Estava te procurando...

- Hum, o que quer? – perguntei

- Ah, entrega essa lista pro Black... são as músicas que ele e a banda vão tocar no baile...

- Ahn... ta, mas, isso é assim tão urgente?

- Não, na verdade eu queria... falar com você num hora que não tivesse muita gente... tipo agora...

- Hum, fala.

- É que... – ele sorriu meio de lado, se aproximando de mim – eu não me conformo de ter perdido aquele encontro com você... – essa parte ele falou mais baixo.

- Ah, não tem problema... sério mesmo... – falei, me afastando, mas vi que estava encurralada no corredor por uma armadura e o canto da parede. Detesto ficar encurralada.

- Mas eu queria te compensar... – ele se aproximou mais...

- Não precisa... – eu me encolhi.

Foi então que ouvi uma voz feminina conhecida e ele sem demora me agarrou e me beijou! E ele só me soltou quando eu ouvi outra voz conhecida...

- Lily... – falou James, perplexo, mas com os olhos turvos de fúria, ódio, sei-lá-mais-o-quê. Ele estava acompanhado de Melissa Adams, que tinha um sorriso vitorioso no rosto.

- J-james! – exclamei, empurrando o Bryan pra longe.

James se virou para sair (já estávamos no saguão, o castelo estava vazio, provavelmente todos já estavam no campo) e eu corri atrás dele, interpelando-o:

- James, espere! Não é o que parece!

- Não? Mas parece exatamente isso! – ele se voltou para mim com raiva, muita raiva.

- Você não entende, ele... – ele recomeçou a andar, e eu voltei a segui-lo.

- Aposto que é por isso que você demora a voltar das reuniões dos monitores, não é? – ele parou me encarando ameaçadoramente.

- Não! James...

- Então era pra isso que você precisava de tempo, não é Evans? Enquanto você me enrola, fica com ele, é isso? Pois bem, não precisa mais se preocupar. Vou largar do seu pé! – e ele se mandou para o vestiário do campo de quadribol, onde todos o esperavam.

- James! – eu gritei mais uma vez, mas ele não virou para trás.

É claro que isso foi armação... só pode ter sido! Aquela nojenta da Melissa... armou com o Bryan... argh, ele também! Como fui tola!

Ouvi uma voz me chamando das arquibancadas, e percebi que era Marlene:

- Lily! Estamos aqui! – ela acenou sorridente, acompanhada de Remo, Peter, Alice e Frank.

Corri para lá e ela percebeu a feição de desespero em meu rosto.

- Lily, o que houve?

Contei sobre o beijo e o plano ardiloso da Adams, que deu certo, porque James nunca mais vai falar comigo! Comecei a chorar ali, no meio da arquibancada, sendo abraçada por Remo e consolada por Marlene e Alice. Frank e Peter mantinham um olho em mim e o outro no jogo; este parecia estar complicado.

- Calma, vai ficar tudo bem... o James vai entender quando estiver mais calmo... ta na cara que foi tudo armado... a gente vai conseguir provar isso pra ele...

- Ai, Ali... não sei não... você não viu a cara dele... – solucei.

“E Grifinória marca” – o locutor anuncia – “Os sonserinos não parecem muito satisfeitos... lembrando que, se eles perderem essa partida, vão para a disputa de terceiro lugar com a Lufa-Lufa no próximo jogo e Grifinória vai para a final com a Corvinal!”

Estou nervosa. Os sonserinos estão jogando pesado. O único jeito de eles vencerem agora é se apanharem o pomo... e parece que James já encontrou!

“Potter parece ter avistado o pomo-de-ouro! E agora o apanhador da Sonserina parece ter acordado... hey, mas o que é isso?”

Ah, não! Os batedores estão lançando balaços nele para ele cair da vassoura! Não, não, não! Se segura, James!

Ai! Um balaço acertou em cheio a cabeça dele! E ele está caindo... caiu! Preciso ir lá agora!

ALA HOSPITALAR, 18:00

Já estou aqui há duas horas. James ainda não acordou.

Ele estava a uns seis metros do chão quando o balaço o atingiu na cabeça. A queda foi instantânea. Meu coração se apertou ao vê-lo cair daquele jeito... Remo teve que me segurar para eu não pular da arquibancada ao encontro dele. Descemos as escadas correndo, cheguei lá embaixo aos tropeços, ele já estava sendo carregado numa maca flutuante e acompanhado por uma M. Pomfrey muito aflita. Nem esperei para ouvir que o resultado do jogo seria anulado e haveria outra partida no mês que vem; vim correndo para a enfermaria.

A M. Pomfrey estava tão atarantada que nem percebeu a minha presença sorrateira. Segurei a mão de James. Senti um arrepio. Mas um arrepio bom. De repente me lembrei das vezes em que estive aqui na enfermaria e ele esteve segurando a minha mão. Parece que chegou a hora de retribuir.

A M. Pomfrey me notou e me enxotou, mas insisti muito, e como ela achou que eu estava muito nervosa, “trêmula e pálida”, deixou que eu ficasse ali, a fim de cuidar de mim depois que terminasse com James.

- Ah, esse Potter! Consegui passar o ano inteiro sem me preocupar com ele, e agora, me vem com essa!

- Mas, ele vai ficar bem, não vai? – perguntei aflita, apertando mais a mão de James entre as minhas.

- Vai, é claro que vai. Não existe doença, ferida ou fratura que eu não consiga dar um jeito! Mas vai levar um tempo... uma semana... duas, talvez... até ele ficar completamente bom...

Pouco tempo depois, vieram Remo (porque é monitor), Emelina e Sirius (porque são do time) acompanhados de Dumbledore. O diretor falou rápidas palavras em particular com a enfermeira enquanto Marlene e Remo me acalmavam.

- É tudo minha culpa! – falei chorosa – se eu tivesse ido para o campo com vocês, aquela cena não teria acontecido, ele não teria voado tão desatento, e poderia ter desviado do balaço!

- Claro que não é sua culpa... – falou Emelina solidária; ela agora já estava sabendo do lance todo.

- É Lily, se a culpa de alguém, é daquela Adams doida! – falou Sirius

- Sirius! – repreendeu-o Remo – não é culpa de ninguém... fique calma Lily, ele vai ficar bem...

- É... acho que sim...

- E vocês vão resolver esse ‘problema’ Adams... esteja certa disso... – falou Emelina, piscando um olho.

O professor Dumbledore saiu e com ele foram os outros três, enxotados pela M. Pomfrey (“Já tem gente demais nessa enfermaria!”). Mas, como ela realmente acha que eu estou passando muito mal de nervosismo, sei lá, me manteve aqui.

Depois que ela terminou de cuidar de James (foi bom que eu pude ver como é a prática de um curandeiro detalhadamente), botou uma bolsa de gelo na minha cabeça (?) e pediu que eu ficasse deitada numa maca, ‘repousando’. Ok...

E aqui estou, repousando. Mas como eu posso repousar, descansar, se estou preocupada com James?

Acabo de descobrir uma coisa. Se antes eu tinha dúvidas, essa agora foi a prova final: eu amo James. Só que ele está pensando que eu gosto de outro! Oh, destino cruel!

JANTAR, SALÃO PRINCIPAL, 19:30

M. Pomfrey constatou (não sei como!) que eu estou bem e me mandou jantar. Eu disse que não estava com fome, mas aí ela rebateu dizendo que se eu não comer vou ficar anêmica de novo, como em novembro. Como eu não quero ter que seguir aquela dieta e ficar sendo vigiada que nem criança novamente, preferi comer um pouco, mas não consigo parar de pensar no James...

SALA COMUNAL, 20:45

Terminei meu jantar rapidamente vim para cá. Tentei passar na Ala Hospitalar, mas M. Pomfrey não me deixou ficar lá. Blé.

No caminho, esbarrei em Bryan Leigh. Esse garoto é um mala e eu já o estou odiando!

- Lily! – ele falou sorrindo, tentando me beijar.

- Afaste-se de mim! – vociferei – e não me chame de Lily!

- Mas, você não gostou do beijo que eu te dei hoje à tarde? – ele foi me encurralando pra parede.

- Mas é claro eu não! E me solta, me deixa sair daqui!

- Ah, vai dizer que você não gosta... o Potter faz isso com você o tempo todo...

Plim! Uma luzinha se acendeu na minha cabeça. Ele acha que imitando o que James faz comigo vai me conquistar? Ele acha que eu sou desse tipo de garota, que fica se fazendo de difícil pra conquistar o cara? Ele pensa que eu não me preocupo com o conteúdo, é isso? Que é só a cantada que vai mudar os meus sentimentos? Pois ele está muito enganado!

Antes que ele pudesse me beijar, reuni forçar movidas à raiva (N/A: tipo o Hulk, só que sem ficar verde) e impulsionei meu joelho bem... naquelas partes. Adiantou e muito, porque ele deu um berro de dor e se afastou, me dando tempo para seguir o meu caminho em direção à Torre da Grifinória. Mas ele se recuperou rapidamente e agarrou o meu braço, me puxando pra perto dele. Mas aí eu usei uma técnica que vi num filme trouxa uma vez: empurrei minha mão aberta com toda força no nariz dele, de baixo pra cima (N/A: Miss Simpatia!). Ouvi um “crec”. Será que eu quebrei o nariz dele? Bem, não me importa de fato. Eu sei que aí ele começou a gritar mesmo, e eu achei melhor sair dali correndo, pra não ganhar outra detenção, algo do tipo. Mas esbarrei em Sirius e Remo, e contei a eles o que eu tinha acabado de fazer.

- Você chutou ele... lá embaixo? – perguntou Sirius espantado.

- E quebrou o nariz dele? – perguntou Remo, com igual feição.

- Bem... não sei se o nariz dele ta mesmo quebrado, mas... é, eu fiz isso. Será que fiz mal? – perguntei meio nervosa, recomeçando a andar.

- Bem... – começou Remo, meio que ponderando a situação (ele é muito justo), mas Sirius o interrompeu.

- Mas é claro que não! Lily, você é minha ídola! Garota... eu já me amarrava na sua, agora então... – ele me deu um beijo estalado na bochecha – é assim que se faz, gata!

- Menos, Sirius, menos... – falei risonha, me soltando dele e entrando na sala comunal – se a Marlene te vê falando assim...

- O que é que tem eu, hein? – a própria chegou e perguntou.

- Nada Lene, nada. – respondi e me larguei na poltrona que agora me encontro.

- Lenezinha, você não sabe o que aconteceu! – Sirius sorriu e beijou-lhe a bochecha animado, no que ela corou.

E então ele começou a contar tudo o que aconteceu no corredor com o Bryan, com direito a encenação. É claro que ele aumentou a verdade inúmera vezes, mas deixei ele se divertir...

A partir de amanhã faltarão exatos vinte dias para o meu aniversário...

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