Algo a Mais (ou Presente de Na




SÁBADO, 23 DE DEZEMBRO
SALA COMUNAL, 11:00

Continuo estudando muito, blá blá blá. Tirei nota máxima num trabalho de Transfiguração, o que fez a profª McGonnagal me cobrir de elogios e ralhou com a turma, que em geral foi mal: "Vocês deveriam ser mais estudiosos como a srta. Evans, uma menina tão dedicada... consegue tempo pra estudar mesmo tendo as tarefas de monitora! Não se esqueçam que este é o ano dos N.I.E.M's! Mas, com toda a certeza ela vai passar com louvor em todos eles, não é mesmo? Agora caprichem e façam melhor para o próximo trabalho!" ai ai, nada como alguns elogios para massagear o meu ego... E também melhorei bastante em DCAT, depois de algumas aulinhas com James (a-u-l-a-s, somente)... ai ai... estou tão feliz! Tenho ótimas notas, ótimos amigos... pra quê preciso de namorado pra me completar? Estou muito bem comigo mesma.

Amanhã é véspera de Natal, e eu pensei em passar com a minha família, como faço todo ano, mas dessa vez decidi ficar por aqui mesmo. Na verdade, fui intimada a ficar, já que Petúnia convenceu mamãe a viajar com a ela e a família do noivo no feriado, me deixando sem nenhuma escolha a não ser ficar aqui.

Sim, minha irmã já tem um noivo. Ela é um pouco mais velha que eu, e pelo que fiquei sabendo, vai se casar em julho. Ela queria casar antes de eu voltar da escola, mas mamãe não permitiu que o casamento fosse realizado sem a minha presença. Fiquei feliz, porque realmente gosto de Petúnia, apesar de ela brigar comigo, me xingar, me escorraçar para fora do quarto nas férias... Fico muito triste e chateada com isso... Pô, a gente é irmã! Não entendo porquê ela tem que me odiar tanto... Ela vive dizendo que sou uma "aberração", só porque sou bruxa. Na verdade, acho que ela tem inveja das coisas que eu posso fazer, sabe, magia, feitiços, poções... mas, fazer o quê? Deixar ela pra lá e ser feliz. Até porque, eu não preciso de uma irmã de sangue que me odeia; prefiro mil vezes as irmãs que eu escolhi por afinidade e que me amam de verdade: Alice, Emelina, e agora Marlene, que parece que conheço a minha vida toda. E é com elas que vou passar o Natal, juntamente com os marotos que vão ficar no castelo também. A não ser por Peter, que vai ficar com a família. Mas ele não é importante. Tipo, não tenho nenhuma afinidade com ele. Ele é só... o Peter.

Não tenho mais escrito durante as aulas. Percebi a quantidade de matéria importante que eu estava perdendo, e optei por estudar e deixar os relatos para a noite, já que sempre consigo terminar os deveres na aula ou então nos intervalos. Marlene diz que sou louca, que eu deveria relaxar mais, e eu digo: não sou louca! Sou apenas uma aluna aplicada e preocupada com os exames! E depois, eu já relaxo durante o sono, e quando escrevo aqui. Marlene também diz que eu deveria me divertir. Eu, novamente, contesto: me divirto estudando. Ta, parece estranho pra uma garota da minha idade (aliás, pra qualquer idade é estranho, né...), mas eu só quero concluir o ano letivo com louvor, como disse a própria profª McGonnagal. E depois, durante as refeições temos conversas muito animadas, e sempre jogamos alguma coisa (snap explosivo, xadrez de bruxo, às vezes buraco, com Remo e Alice que entendem mais do mundo trouxa) depois do jantar. E eu também leio muito, e além de ser alimento para o cérebro, é divertimento.
Estou aqui sozinha. Os poucos alunos estão lá fora nos jardins, aproveitando o sol da manhã e brincando na neve. Vários alunos já foram pra casa ontem, e alguns atrasados partirão esta tarde. O castelo está super vazio. Vou subir para o dormitório, as meninas estão demorando muito.

DORMITÓRIO, 11:15

Alice está arrumando as malas. Não vai mais passar o Natal aqui conosco, disse que foi convidada para passar o Natal com Frank e a família dele, e não pôde recusar, já que os dois estão quase noivos e a mãe dele quer conhecê-la "apropriadamente". Eu acho, e Emelina concorda,que os dois são muito novos pra casar, mas a família de Frank tem lá suas tradições... De qualquer forma, ela vai partir no trem da tarde, e logo chegará em casa. Menos uma no meu Natal. Só espero que Marlene não receba um chamado urgente da família também...

SALA COMUNAL, 13:30

Descemos, almoçamos, nos despedimos de Alice, e subimos pra cá. Agora estou aqui, encolhida num canto da sala comunal. Amanhã vai ser um lindo dia... não sei o que vamos fazer. Pensei em estudar um pouco na biblioteca, mas acho que não é isso que eles tem em mente... aliás, talvez eu deva passar na biblioteca agora, já que não tenho nada pra fazer mesmo...

BIBLIOTECA, 15:00

Algo estranho aconteceu agora há pouco. Você vai ver porquê.
Desci da torre da Grifinória e estava indo para a biblioteca, quando esbarrei com Bryan, e então começamos a conversar. A conversa estava realmente interessante, quando de repente James apareceu do nada, passou do meu lado com uma cara de raiva e disse:

"- Ei, Lily, a gente vai estudar ou não? - e me pegou pelo braço, me arrastando para longe de um Bryan confuso. Na verdade, eu não lembrava de ter marcado de estudar com ele... quando me dei conta do que estava acontecendo, me manifestei:
- James! O que você está fazendo? - falei indignada me livrando dele e voltando para junto de Bryan.
- Te levando pra estudar! A gente combinou, lembra? - ele respondeu meio irritado. Não, não lembro mesmo! A gente tinha marcado de estudar? Será que eu esqueci?
- Mas, eu estava conversando com o Bryan e...
- Ah, então você prefere conversar com o 'Bryan' em vez de melhorar sua nota em DCAT? - ele falou irônico e com o rosto vermelho de raiva.
- Calma! - falei para James - Me desculpe Bryan! - falei meio sem-graça
- Não, tudo bem, eu... não sabia que vocês estavam saindo juntos...
- Não, não é que... - eu comecei a explicar
- É isso mesmo, e agora se nos dá licença, "Bryan..." - ele falou com desdém e me arrastou pela mão até uma sala vazia no 2º andar.
- Potter, o que é que você acabou de fazer! - falei urrando de raiva. Como ele sai falando que a gente ta saindo juntos, sendo que a gente não está? E justo com o Bryan, que é legal, e... bonito... e quer sair comigo...
- Ah... eu... é que... bem... - ele falou desconcertado. - me desculpa, é que eu vi você com aquele idiota, e...
- Mas a gente não tem nada! A gente é só amigo, lembra? Por que falou que nós temos alguma coisa?
- Não sei, saiu de repente... eu sei, somos só amigos, mas... a verdade é que não dá pra ser só seu amigo, Lily. O fato é que eu te amo." - catapof!

Eu não ouvi isso, pensei um segundo antes de cair. Mas acabei constatando que eu tinha ouvido perfeitamente bem, e me estatelei no chão. Não, eu não desmaiei como você pode pensar. Foi só a força da gravidade sendo cruel comigo, mesmo. Eu estava me equilibrando nos meus calcanhares, desses sapatos de salto um pouco altos, portanto, ao ouvir aquelas três palavras bombásticas, foi um choque tão grande, que me desequilibrei e caí. E não me levantei tão cedo.

"- Lily! Lily, você está bem? – ele perguntou aflito me estendendo a mão. Receei um pouco em pegar na mão dele, mas aceitei a ajuda e me levantei mancando um pouco – Lily, ta tudo bem?
- Estou bem, obrigada... agora eu preciso ir... – falei levemente irritada, no intuito de disfarçar minhas verdadeiras emoções (surpresa, felicidade entre outros).
- Lily... – ele disse como quem percebe que falou besteira
- Até mais Potter..."

Saí dali correndo, deixando-o completamente confuso e atordoado na porta da sala, e vim pra cá, na esperança de poder ficar sozinha, pensar um pouco e estudar, mas é claro que não consegui. Por quê eu? Por que ele tinha que dizer aquilo? E por que, eu tinha que ficar tão balançada? Ele sempre disse isso desde que me chama pra sair, e eu nunca acreditei, nem mesmo me abalei com isso. Por que agora é diferente? Ah, desisto de tentar entender.

JARDINS, 15:30

Não fiquei na biblioteca muito tempo. Parece que, de algum jeito, muita gente começou a querer estudar às vésperas do feriado de Natal. Vai entender... e, como eu queria ficar sozinha, decidi vir aqui pra fora, já que os jardins estão realmente vazios.

Estou muito confusa. Eu gosto ou não gosto do James? É seguro gostar dele? Nunca pensei que ia me perguntar isso... Vejamos...

Prós e Contras - James Potter

Pró: é bonito, charmoso, inteligente, divertido, e bom amigo
Contra: é arrogante, prepotente, convencido, galinha, trata mal as garotas, pensa que é melhor que todos e por isso sai azarando qualquer um que encontra pelo caminho, me chama pra sair, irritante, inconveniente, e às vezes insuportável.
Pró: tem amadurecido bastante, nunca mais levou uma detenção, quase não azara mais as pessoas por aí, e parou de me chamar pra sair e agora é meu amigo.
Contra: por ter virado meu amigo ficamos mais próximos, e ele já roubou uns beijos meus, o que não foi nada agradável... só um pouco...
Pró: É gentil e carinhoso e atencioso comigo, já me salvou da minha irresponsabilidade duas vezes esse ano, me ajuda a estudar sem segundas intenções, não tem mais saído com nenhuma garota, o que prova que ele talvez seja sincero quanto ao que ele diz sentir por mim.
Contra: ...

Tá, eu não poderia estar mais confusa. Essa lista não ajudou em nada. Aff... por que isso agora? Por que ele tinha que estar mais atencioso comigo? Por que ele realmente tinha que seguir minhas súplicas, pra não dizer exigências, crescer e amadurecer, se tornando agora uma pessoa completamente digna da minha atenção e dos meus sentimentos mais bonitos e felizes? Por que eu? Por que logo eu, a única que sempre o odiou, teria que ser a que ele diz ser apaixonado? E, por mais que eu tente esconder de todos, não consigo esconder de mim mesma. Estou apaixonada pelo idiota do Potter, que afinal nem é tão idiota assim.

Peraí, eu fiz uma lista de prós e contras sobre gostar ou não do Potter? Eu estou confusa sobre meus sentimentos para com ele? Que Lilian Evans é essa que não sou eu??

Já sei. Vou ignorar totalmente o fato de ele ter se declarado pra mim (se é que aquilo foi uma declaração). Nada aconteceu.

Bem, amanhã é véspera de Natal, eu eu não tenho mais nada pra comentar sobre hoje. Até amanhã.

DOMINGO, 24 DE DEZEMBRO
SALA COMUNAL, 20:00

Hoje foi sem dúvida, um dia incomum. Para mim, pelo menos. Acho que nunca me diverti tanto. E estou falando de diversão mesmo, pra valer. foi o dia mais divertido da minha vida. Entre outras coisas também... Nossa, falando assim vai parecer que sou uma pessoa extremamente chata e sem graça... bom, chega de enrolação.

Esqueci completamente do fato da noite anterior. Até porque, não tive muito tempo de refletir no assunto, já que fui acordada (por que ninguém me deixa dormir?) mais ou menos às 09:00, (geralmente eu acordo ao 12:00 nos fins de semana...) por Marlene e Emelina que encheram a minha cama de bolas-de-neve; isso mesmo! Nunca pensei que tivesse amigas tão cruéis! Na manhã fria da véspera de Natal, elas me acordam com um ataque de bolas-de-neve. Acordei num salto, é claro.

"- O que vocês estão fazendo! Ah! Parem com isso! Tá frio! - gritei desesperada, tentando me enrolar novamente nas cobertas, mas elas já as tinham tirado de perto de mim, e como eu estava de camisola (de florzinhas dessa vez. Aos poucos eu estou abandonando o pijama de ursinhos) eu tava sentindo muuuuito frio.
- Só quando você se vestir e descer com a gente! - disseram Emelina e Marlene rindo
- Tá bom, já to me arrumando! - falei vestindo uma meia-calça preta, por cima uma calça também preta, blusa de manga comprida bege, por cima uma de lã verde-esmeralda como os meus olhos, meu gorro vermelho (N/A: sabe aqueles gorros que os franceses sempre usam, tipo uma boina? Então, era isso, só que de lã), luvas pretas, botas, casaco bege. - Pronto, agora parem de me atacar! E por falar nisso... de onde vem toda essa neve?
Elas se entreolharam sorrindo marotamente a apontaram para a janela aberta, de onde vi que ainda saíam bolas de neve encantadas. Marlene se aproximou da janela e gritou:
- Podem parar! Ela já acordou! - não resisti e me aproximei da janela para ver o que estava acontecendo, quando levei uma bola na cara.
- Desculpa, meu líriozinho! Foi sem querer! - gritou James lá de baixo, e pude ver o que estava acontecendo realmente. Ele, Sirius e até Remo, estavam lá embaixo nos jardins cheios de neve, encantando bolas-de-neve e atirando-as pela janela do quarto. Tudo isso só pra me acordar. E olha que eu nem sou tão dorminhoca! Só sempre chego atrasada nas aulas...
- Potter! Espera só eu chegar aí embaixo! - vociferei, meu rosto vermelho e gelado por causa da neve. Me virei para minhas amigas-traíras e disse:
- Podem começar a explicar! Por que tudo isso? - falei fechando a janela e colocando as mãos na cintura
- Ah, a gente só queria te acordar de um jeito criativo, pra gente aproveitar bem o nosso dia de folga! - falou Marlene, que vestia uma combinação de roupas de inverno como as minhas, mas toda azul-escuro, combinando com seus cabelos pretos.
- E o que vocês tem em mente? - perguntei cruzando os braços à minha frente e levantando uma sobrancelha.
- Você verá! - falou uma Emelina sorridente, que trajava roupas predominantemente cor-de-rosa."

Dei uma olhada no espelho, ajeitando meus cabelos debaixo do gorro, descemos, passamos pela cozinha, pegando um pouco de biscoitos e chocolate quente, e quando encontramos os marotos lá fora, James veio direto ao meu encontro, me abraçando apertado.

"- Minha florzinha, me desculpe pela bola-de-neve!
- Sai pra lá que eu ainda estou furiosa! - falei, mas não muito séria quanto a isso. Ele fez uma cara completamente desesperada, tentando se explicar, enquanto eu me abaixava na neve, de costas para ele.
- Llily, me desculpa, sério, é que... - pof! Bola de neve na boca grande dele! - todos riram da cara de bobo que ele fez, e eu mais ainda.
- Isso é pra você aprender a não se meter com Lílian Evans! - ele limpou a neve do rosto, abriu aquele sorriso e disse
- Prepare-se para correr, lírio... GUERRA DE BOLA DE NEVE!"

Todos começamos a correr atirando bolas pra todos os lados. Sirius começou a bombardear todo mundo, quando levou uma bem na nuca, de Marlene, que logo se juntou a ele contra todos nós, construindo um forte. Emelina e Remo como um bom casal de namorados, se juntaram também, atirando bolas entre um beijinho e outro. Enquanto estes se atacavam mutuamente, se esqueceram de nós, que só nos distanciávamos cada vez mais. James continuava me perseguindo, numa tentativa de vingança, até que me escondi atrás da faia próxima ao lago. Não foi muito eficiente...

"- Achei você! - ele exclamou, jogando uma bola de neve em minha cabeça. Eu já estava com uma bola preparada nas mãos, e tentei atirar em seu ombro, mas ele tem ótimos reflexos e desviou, não é à toa que faz quadribol. Estava quase atirando outra, quando senti que ele me segurava pelo braço.
- Ei, isso não vale! - falei rindo e tentando me desvencilhar de seus braços fortes, mas só consegui nos jogar com força no chão.
Caí de costas na neve fofa, e James caiu por cima de mim, ainda segurando meus braços. Mirei aqueles olhos castanhos, tão lindos... ele sorriu, e eu retribuí corando um pouco, meus olhos brilhando. Como eu sei que meus olhos estavam brilhando? Eles sempre brilham quando estou feliz... Ouvi Sirius e os outros gritando por nós, e disse divertida, ainda sorrindo:
- Dá pra sair de cima de mim? Você é pesado, sabia? - ele riu, jogando a cabeça pra trás
- São meus músculos - falou, todo convencido. Ele se levantou num salto e estendeu a mão para que eu fizesse o mesmo, mas o surpreendi permancendo no chão e agitando meus braços e pernas para os lados.
- Lily, o que você está fazendo? - perguntou ele confuso
-Um anjo de neve! - pedi a mão dele, e ele me ergueu rapidamente. - Viu?
- Ah, ta... - falou compreendendo
- Sempre brincava disso quando era criança. Você nunca fez um desses? - perguntei curiosa
- Sim, mas nunca ficavam direito... sabe, ficava a marca da mão... Mas pra você deve ser fácil, já que já é um anjo... - ele disse marotamente. Nos olhamos sorrindo tímidos e fomos interrompidos por Sirius que finalmente nos encontrou.
- Aí estão vocês! Já cansamos de bolas-de-neve, vamos fazer outra coisa!
- Há, você cansou porque foi praticamente soterrado pelas avalanches que eu, a Mel e a Marlene jogamos em você! - falou Remo
- Hunpf! Mas isso só porque a minha parceira me abandonou e passou pro lado de vocês!
- Ah, Sirius, não pude resistir! É muito bom te derrotar! - falou Marlene rindo da cena. Acho que essa frase tinha um duplo sentido...
- Mas, e agora? O que faremos? - perguntei realmente curiosa. Não tinha idéia do que eles tinham em mente. É claro que tinham planejado cada momento de hoje, e eu é que não me atreveria a estragar tanto planejamento com meus estudos...
- Temos uma surpresa pra você, Lily... mas só depois do almoço. Agora, venha, vamos fazer uma visita ao Hagrid!"

Fomos visitar o guarda-caças da escola, tomamos um chá com ele (horrível, mas fingimos estar delicioso), conversamos um pouco e voltamos para almoçar. Depois do almoço, pensei que fôssemos ficar dentro do castelo jogando alguma coisa, mas me levaram pra fora novamente.

"- Ei, aí é o campo de quadribol! Por favor, não me façam assistir vocês jogando! - reclamei."

Enquanto isso, Sirius e Marlene voltavam do castelo trazendo a vassoura de Sirius e a de James, que para minha surpresa,deu-a para mim:

"- Hoje é o dia em que você vai aprender a voar, Lily - ele falou. Segurei a vassoura com a mão trêmula, totalmente surpresa.
- C-como? M-mas eu não quero! Eu tenho medo de altura! Vocês todos sabem disso! Ei, porque estão me olhando com essa cara? - falei numa voz fininha, quase choramingando, enquanto eles me olhavam segurando o riso.
- Vamos, Lily, monte na vassoura que eu vou te ensinar! - falou James novamente, e antes que eu fizesse qualquer coisa, montou a dele e fez sinal para que eu fizesse o mesmo. Reuni toda a minha coragem, e montei na vassoura, ainda receosa. Dei um impulso, e logo me vi pairando sobre a arquibancada.
- Ah! - soltei um grito - tem certeza que é uma boa idéia, James? E se eu cair?
- Lily, você está falando com o melhor apanhador de Hogwartz! Se por acaso você cair, eu te pego! não tem perigo! - ele sorriu alegre,voando para o meu lado - Vamos?"

Assenti, confiando nas palavras de James e me impulsionei pra frente, fazendo a vassoura voar realmente, e ele veio atrás.Nossos amigos deram um último tchauzinho, e logo já estávamos perto da torre da Grifinória. Senti um frio na barriga, e tentei não olhar pra baixo. O vento gélido batia em meu rosto, balançando meus cabelos gostosamente. Tenho que admitir, era uma sensação incrível, estávamos voando pelos terrenos da escola, quase entre as nuvens. Soltei uma exclamação de contentamento.

"- Está gostando? - James perguntou, há meio metro de mim.
- É maravilhoso! Como é que eu nunca quis experimentar isso antes? Eu me sinto tão...
- Livre? - sim, essa era a palavra. Liberdade. Lá em cima, não pensei em exames, irmã que me odeia, meus problemas e conflitos emocionais, nada. Eu era livre. Como um pássaro, voando pelos céus... - Lily, cuidado!
- Ah! - gritei e fechei os olhos. Estava quase batendo na janela da torre de astronomia. Tentei desviar, mas só consegui, me desequilibrar e cair, largando a vassoura de Sirius. Gritei desesperada - JAMES! - Ele fez uma manobra incrível, se posicionou embaixo de mim e me agarrou antes que eu fosse de encontro a uma morte violenta. Agarrei seu pescoço, com os olhos fechados, sua vassoura ainda em minhas mãos.
- Lily, você está bem? - ele perguntou aflito. Murmurei que sim, e apertei mais meu abraço, enterrando minha cabeça em sua nuca, sentindo um perfume gostoso...
- Ahm... será que a gente pode voltar agora? - falei com a voz trêmula e me ajeitando na vassoura dele, enquanto ele enfeitiçava a vassoura de Sirius para voltar para o dono sozinha. Ele acenou positivamente com a cabeça, mostrando um pequeno sorriso e logo já estávamos de volta ao campo de quadribol. Desci da vassoura tropeçando e fui amparada por James.
- E então, gostou de voar, Lily? - perguntou Emelina. Forcei um sorriso amarelo e disse:
- Até que não é tão ruim... - olhei nervosa para James, e ele piscou para mim, não deixando de sorri marotamente. Ufa, pelo menos ninguém saberia desse meu vexame."

Voltamos para o castelo, jantamos e agora estamos aqui na sala comunal. Remo está lendo um livro deitado no chão e recostado no colo de Emelina, que faz cafuné nele. James observa Marlene derrotar Sirius no xadrez de bruxo de forma humilhante, mas parece estar distraído, olhando a neve cair lá fora...

DORMITÓRIO, 21:00

Decidi me juntar aos meus amigos, logo depois que terminei de escrever a última frase. Sentei-me no tapete, ao lado de James, que sorriu para mim. Revirei os olhos sorrindo e perguntei:

"- E aí, jogando xadrez, Sirius? - alfinetei. Ele não é muito bom nisso...
- Na verdade a gente já parou... já tava ficando chato ... mas se você quiser a gente pode jogar outra coisa...- disse Sirius desanimado, olhando para Marlene e guardando as peças.
- Há! Só porque você tava perdendo pra mim! - falou Marlene sorrindo e jogando os longos cabelos pretos para trás, deixando Sirius totalmente hipnotizado por alguns segundos. Minha amiga sabe como seduzir...
- Hei, eu tive uma idéia... - começou ele se recompondo - e se a gente jogasse strip-poker? - Almofadas voram em sua direção, e James pareceu considerar a idéia por um segundo enquanto olhava para mim, e não hesitei em mandar uma almofada para ele também. Emelina e Remo começaram a rir da cara que Sirius fazia enquanto Marlene puxava sua orelha com força.
- Ai, Lene, isso dói!
- É pra você deixar de ser safado e sem-vergonha! Aposto que tinha um plano pervertido por trás dessa idéia de jerico! - mais risos
- Tá bom, não vou negar que tive uns pensamentos maliciosos quando sugeri essa idéia não-ortodoxa... - mais tapas - Ai! Mas... espera aí, tive outra idéia! Ai, Lene, pára de me bater, eu juro que você vai gostar!
- Então fala!
- Certo... ninguém aqui comprou presentes de Natal uns para os outros, né?
Putz, como pude esquecer? Eu sei que sou muito avoada, esqueço sempre das coisas, mas eu geralmente nunca esqueço do Natal! Entrei na onda de todo mundo e disse que tinha comprado sim. Como sou mentirosa... Sirius revirou os olhos e continuou.
- Vocês não estão colaborando... vamos fingir que todo mundo esqueceu assim como eu e dar presentes improvisados pra todos nós! O que acham?
É, até que não era má idéia. Melhor do que a do strip-poker. Francamente...
- Tá, legal - concordamos entusiasmados.
- O.k! Vamos às regras: Podemos usar qualquer coisa que tivermos por aqui embaixo ou nos dormitórios. Vale usar transfiguração. Temos 1 hora pra fazermos presente pra cada um de nós seis. Todo mundo de acordo?
- Hum... eu acho que fazer presentes pra todo mundo pode ser um pouco trabalhoso... não que não seja legal - falou James - mas, eu acho que poderíamos tornar isso mais divertido, surpreendente...
- Surpreendente como, Potter? - eu tinha que alfinetar. Sei lá, fazia muito tempo que eu tava quieta, queria falar alguma coisa e me pareceu a oportunidade perfeita. Sou implicante, eu sei.
- Bem, cara Lílian, - ele retorquiu ele num tom formal - sugiro que façamos um amigo-secreto. Sorteamos o nome de um de nós e então fazemos o presente para a pessoa sorteada, mas antes de entregarmos, os outros tem que adivinhar quem tiramos. Eu acho que é mais descontraído desse jeito. - Meneei a cabeça para o lado, arrancando um daqueles sorrisos de eu-sou-o-máximo de James. Nossa, como ele é convencido.
- É, o Pontas tem razão - de novo esses apelidos estranhos... um dia descubro o que significam... - vai ficar legal, o que acham? - disse Sirius"

Todos concordamos e escrevemos nossos nomes em pedaços de pergaminho. Remo enfeitiçou um por um e colocou dentro de uma tigela que tinha por ali e nos estendeu. Os pedacinhos de pergaminho começaram a girar dentro do potinho, e à medida que cada um pegava um nome, eles giravam mais depressa.

"- Todos pegaram um nome? - fizemos que sim com a cabeça - Então mãos à obra! - e subi para o dormitório, onde estou agora, abrir o meu papelzinho em paz."

Tá, eu achei que a idéia era legal. E é. Mas... eu tinha que tirar o Potter? E ainda, fazer um presente com as minhas próprias mãos? Eu nunca fui muito artística... e o que é que eu poderia dar ao Potter? A única coisa que ele quer de mim é um encontro. E isso nem morta. Pelo menos não por enquanto... Lily, concentra! Pensa no presente! Certo... um presente para o Potter...

Aproveitei a oportunidade para fazer presentes para Emelina e Marlene, já que não conseguia pensar em nada para dar ao meu amigo-secreto. Peguei algumas fitas coloridas, um broche, uma foto que tirei com Emelina no nosso 5º ano; transformei as fitas em uma corrente, do broche fiz um pingente, e colei atrás a foto miniaturizada, gravando as palavras: "amigas para sempre". É, o de Emelina estava pronto. Mas e o de Marlene? Lembrei de uma pulseira que ela adorava e que tinha visto uma vez na minha caixinha de jóias, que eu não usava muito. Prateada com pedrinhas azuis, que combinam com seus olhos. Gravei no interior as mesmas palavras do presente de Emelina, e ficou muito bom. Sou ótima em feitiços e transfiguração, modéstia à parte... Deixei os presentes nas mesinhas de cabeceira de cada uma.

Mas agora, faltava "o" presente, que eu deveria estar fazendo esse tempo todo. O que dar a James? Eu não tinha idéia alguma. Faltavam 15 minutos... Pensei comigo mesma: o que eu sei fazer de melhor? Escrever. Que tal então, compor um poema? Não me pareceu má idéia. Olhei para a lua cheia pela janela e comecei a escrever. Veja só:

Lua Adversa
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha

Hum... acho que ficou bom. Se eu não fizer sucesso como curandeira, com certeza vou ser escritora. Mas esse final... acho que me entrega. Não que tenha alguma coisa para entregar, mas... não sei. Não me parece apropriado para um presente. É mais como uma definição de mim mesma. Não sei porquê escrevi isso. Pensei em James e foi isso que saiu. Ai ai ai... as meninas já terminaram e estão descendo. E agora? Não tenho mais idéias. Hum... eu posso incluir um P.S e fazer como se fosse um cartão... é, vou fazer isso.

P.S.: Sei o quanto você gosta de observar a lua e as estrelas. Como não consegui confeccionar nada tão especial quanto, escrevi este poema. Espero que goste. Feliz Natal!
Lily

Bem, é isso aí, já são 10 horas... Vou descer.

DORMITÓRIO, 00:30

Consegui surpreender com meu poema. Vou relatar agora tudo que aconteceu nesse amigo-secreto:

Desci e me deparei com o grupo todo já reunido no tapete, todos com embrulhos coloridos nas mãos. Olhei para o pequeno cartão que tinha segurando na minha mão direita e pensei. "Cara, o James vai me odiar! E o pessoal também. Que coisa menos original, escrever um cartão com um poema." Sentei na roda, e Sirius começou a falar:

"- Bem, como a idéia foi minha, eu vou começar - na verdade a idéia do amigo-secreto foi de James, mas este não fez objeção, então... - Meu amigo-secreto, é uma pessoa extremamente linda, maravilhosa, que é também muito cruel comigo e que eu amo de paixão... - nossa, que óbvio
- Marlene! - todos gritamos, interrompendo o discurso que não parava mais. Sirius abriu um largo sorriso e se ajoelhou à frente dela, com os braços estendidos.
- Nossa, Black, não sabia que você pensava isso tudo de mim... - falou ela em deboche, mas bastante surpresa. Ele apenas sorriu mais e beijou sua mão. Ela, assim como eu, revirou os olhos. - Tá, mas... cadê o meu presente?
Todos rimos. Sirius apenas se endireitou ao lado dela e encarou-a com os rostos bem próximos.
- Bem aqui... - e ele beijou seus lábios na maior cara-de-pau na frente de todo mundo. Eu e Emelina ficamos boquiabertas. Como assim? E para nossa surpresa, Marlene não o rejeitou, apenas apoiou as mãos no pescoço dele e continuou beijando-o! Fiquei chocada. Depois de alguns segundos e umas tosses forçadas de James e Remo, os dois pararam e voltaram a atenção para a brincadeira, reiniciada agora por Marlene.
- Bom, a pessoa que eu tirei é muito estudiosa, atenciosa, tímida e faz uma amiga minha muito feliz!
- Remo! - gritou Emelina sorrindo e beijando o namorado que estava um pouco ruborizado. Marlene deu a ele um livro entitulado "Verdades e mentiras sobre Emelina Vance", que ela brevemente escreveu para que ele pudesse conhecer a namorada um pouco melhor, do ponto de vista de uma das amigas.
- Bem, sem muitos rodeios, a pessoa que eu tirei é a garota mais carinhosa da escola inteira e que eu amo com todo o meu coração... - falou ele tímido e completamente corado, deixando Emelina totalmente surpresa e feliz. Ela ganhou uma aliança de compromisso prateada com dois coraçõezinhos dourados. Ai, como Remo é romântico!
- Bem, eu tirei uma pessoa totalmente louca e irreverente, que já demonstrou hoje seus sentimentos por uma amiga minha...
- Eu! - gritou Sirius - Melzinha, o que você tem pra me dar?
Emelina deu a ele um livro-guia, parecido com o que Marlene deu a Remo "Como acertar com Marlene Mckinnon". Acho que as duas tiveram a idéia juntas. Com isso, restavam apenas eu e James, e adivinha quem tinha me tirado? Dã, que óbvio! James se levantou, e todos repetimos o gesto ficando de pé também.
- Bem, não é mais surpresa pra ninguém, mas a pessoa que eu tirei é a mais linda do mundo inteiro e é a única que manda no meu coração! Feliz natal, Lily!"

Automaticamente, revirei os olhos, mas sem deixar de corar um pouquinho. Minhas amigas sorriram para mim, e Sirius não se conteve gritando "Aê, Pontas!". Aceitei a pequena caixa que ele me estendia com um sorriso apaixonado no rosto (N/A: ele sorria apaixonado, não ela). Abri a caixinha de veludo azul-marinho com muito cuidado, e com um sonoro "oh!" não só meu, mas de minhas amigas também, observei bem o que ele tinha me dado. Um colar lindo de ouro-branco, com um pingente em forma de floco-de-neve, e ainda tinha um bilhetinho: "Para nunca esquecer do dia em que eu jurei meu amor a você". Meu coração deu um salto. O que deu nesses meninos pra sairem declarando seu amor desse jeito? Colocaram poção do amor no suco de abóbora deles? Qual a explicação pra tanto romantismo? E nem estamos no dia dos namorados ainda! Imagina o que eles não vão fazer no dia 14 de fevereiro? E outra, não tem nem como ele ter feito aquilo com as próprias mãos! Ele tinha comprado!

"- Potter! - exclamei indignada. Sempre que estou brava com ele, o chamo pelo sobrenome, mesmo depois de termos ficado "amigos". Reflexo, mais uma vez - Você não fez esse presente com as próprias mãos! Tá na cara que você comprou, e deve ter sido caro!
- Bem, é verdade, não foi todo feito por mim... a corrente eu já tinha... mas o pingente fui eu que fiz... peguei um cristal de gelo que estava na minha janela e transfigurei em floco, e também apliquei um feitiço anti-derretimento...
- Mesmo assim! Agora como eu posso aceitar esse... presente lindo, sendo que o que eu fiz pra você ficou uma porcaria?
- Ah, Lily, qualquer coisa vinda da você, desde que não seja um tapa, pra mim já é um presente! - ele falou sorrindo.
- Ah, Lily, deixa disso e aceita logo! - falaram as minhas amigas.
- E então, o que você tem pra mim? - o Potter falou, as mãos atrás de si, o rosto bem próximo do meu, sorrindo mais ainda.
- Ai, ta bom... - bufei - eu... escrevi um poema... - e estendi a ele meu cartão, ainda um pouco contrariada. - Feliz Natal, James"

Ele tomou nas mãos e leu sorridente, me encarando logo depois. Colocou o colar no meu pescoço, beijando este em seguida. Só então percebi que estávamos totalmente sozinhos na sala comunal. Acho que eles saíram quando eu disse a palavra "poema". Minhas amigas, que me conhecem como ninguém, sabem que eu escrevo poemas sobre o amor e meus sentimentos, e que é muito raro eu deixar alguém lê-los, ainda mais dar de presente, principalmente alguém como o Potter.

"- 'Para nunca esquecer do dia em que eu jurei meu amor a você'. - ele repetu as palavras do bilhetinho do presente. Olhou fundo em meus olhos e completou exibindo um sorriso especial:
- Lily... eu te amo. - e sem pensar mais, fechei os olhos e me inclinei pra frente, deixando ele tocar meus lábios com os dele num beijo, a princípio terno e bem romântico. Um beijo perfeito. "

Por que eu tinha sido tão teimosa em não acreditar nas palavras mais que sinceras desse cara maravilhoso? Por que eu não me tinha permitido ser feliz ainda? Tanto tempo perdido... Sendo recuperado naquela véspera de Natal.

Minhas mãos acariciavam os cabelos rebeldes que eu tanto recriminava, e as mãos de James percorriam as minhas costas, em movimentos calmos e carinhosos. Senti como se eu pudesse ficar ali pra sempre. E ficamos, por um bom tempo. (só nos beijando, nada mais)

Passado algum tempo, estávamos sentados na minha poltrona preferida, eu no colo de James, olhando a neve cair lá fora, enquanto ele brincava com meus cabelos. Quebrei o silêncio com palavras doces e sinceras, que só agora conseguia dizer sem medo:

"- James... eu também te amo... - ele sorriu e me deu um beijo suave na testa."

Não acredito que eu disse isso. Eu, Lílian Evans, a pessoa que mais odiava James Potter, declarando meu amor para ele! Eu estava louca, insana! Louca de amor por aquele maroto... e muito feliz, por sinal. Alguns minutos depois, exclamei olhando para o relógio na parede:

"- Nossa, já está tarde! Melhor dormirmos...
- É, vamos dormir... - ele se levantou e caminhamos juntos até a porta dos dormitórios.
- Boa noite, James...
- Boa noite, Lily... - ele beijou de leve os meus lábios e fomos para os quartos."

Nunca, em toda a minha vida, eu tive um Natal mais perfeito. Agora eu não tinha mais dúvidas. Meu amor (sim, amor! Agora eu admito para o mundo inteiro!) por James era correspondido. E eu não poderia estar me sentindo mais completa.

SEGUNDA-FEIRA, 25 DE DEZEMBRO

SALA COMUNAL, 16:00

Acordei cedo e lembrei da noite passada como se fosse um sonho. Parecia um sonho. Toquei o colar em meu pescoço e constatei: foi real. Me levantei e vi que Marlene também estava acordada, sentada na cama abraçando os joelhos. Ela me viu e sorriu. Também não estava acreditando na noite anterior. Sorri de volta. Ainda não consegui assimilar todo esse romantismo de Sirius, o cara mais galinha de toda a escola! Será que era sincero? Prefiro acreditar que sim, enquanto minha amiga está feliz...

Fui até o banheiro, lavei o rosto, e quando voltei, reparei na pequena pilha de presentes que estava aos pés da minha cama. É Natal, lembrei. Comecei a abrir meus presentes lentamente. Mamãe e papai me deram um par de luvas novo e um cachecol azul-claro lindo, feitos por mamãe, com um bilhetinho: "Agasalhe-se melhor, filhinha!" (Alice, que já foi lá em casa algumas vezes, tomou a liberdade de escrever para meus pais contando da minha irresponsabilidade de ficar no meio de uma nevasca...). Petúnia me deu um cartão ("Feliz natal aberração") e uma blusa de lã cinza muito feia. É claro que era dela, e já que não usava mais, resolveu me dar. Mas mesmo que fosse bonita, não teria como eu usar, porque Petúnia é bem mais magra que eu. Na verdade, ela é uma tábua. E, bem, não querendo me gabar muito... eu tenho umas curvas. Mas voltando aos presentes... Alice me deu uma caixinha de música personalizada: tem 5 opções de música, todas dos meus contos-de-fada preferidos (A Bela Adormecida, A Bela e a Fera...) que mudam com um toque de varinha; Marlene me deu um kit-maquiagem de princesa, que apesar de eu não gostar muito de me maquiar, talvez seja útil agora... Emelina me deu um livro trouxa que eu estava há tempos querendo comprar: O Diário da Princesa.

Do outro lado do quarto, vi que Emelina estava acordando, e Marlene já estava pronta para descer. Terminei de me arrumar, e desci alegre para o salão comunal, acompanhada de minhas amigas.

Chegando lá, para nosso espanto, encontramos os garotos já acordados e nos esperando. Emelina foi direto a Remo, recebendo-o com um beijo, no que ele retribuiu e segurou sua mão; Marlene sorriu para Sirius, que novamente pareceu hipnotizado, enquanto este fazia uma reverência e beijava a mão dela num gesto muito... Sirius. Os dois casais desceram para o café-da-manhã. Olhei para James, que tinha um sorriso tímido (James, tímido? Como é possível??) e me aproximei corando um pouco também.

"- Bom dia, Lily... e feliz Natal !- ele falou tirando um lírio cor-de-rosa de dentro de suas vestes. Sorri surpresa. Ele sempre me dava um lírio de presente de Natal.
- Mas, eu pensei que já tivesse ganho o meu presente ontem à noite... - disse corando de leve e pegando a flor para cheira-la. Adoro cheiro de lírios.
- Sim, mas... achei que não poderia quebrar a tradição... - ele falou se aproximando mais um pouco.
- Mas agora sou eu que estou te devendo... eu só te dei aquele poema, e, nem estava tão bom assim...
- Lily - ele me interrompeu sorrindo e me enlaçando carinhosamente pela cintura com os dois braços - você já é o meu presente. Nada que eu pudesse ganhar nesse Natal seria melhor do que saber que o amor que eu sinto por você é correspondido. Você é o meu presente de Natal."

Corei. E sorri. Nos beijamos e todas as sensações maravilhosas da noite anterior foram revividas.

Descemos e encontramos os outros lá embaixo tomando café-da-manhã.
Saímos para os jardins nevados e brincamos um pouco de bolas-de-neve, mas não durou muito. Nós todos tínhamos coisas melhores pra fazer agora. Eu e James passeamos um pouco pela orla do lago semi-congelado, e depois saímos correndo, rindo, brincando de pega-pega. Ele é mais rápido do que eu, me pegou logo, e caímos na neve, rindo, como no dia anterior. Mas não nos levantamos. Ficamos ali, nos olhando, e então nos beijamos.

Um pouco depois voltamos para o castelo e almoçamos. Tentei convencer James a me deixar sozinha um pouco para estudar na biblioteca, sabendo que ele não perderia uma tarde estudando, nem que fosse comigo. Me enganei. Ele me acompanhou até a biblioteca, mas não me deixou estudar nem um pouco. De cinco em cinco minutos me pedia um beijo, e eu com meu jeito explosivo, neguei, mas M. Pince não aprovou os meus gritos, mesmo que sussurrados, e nos expulsou da biblioteca, no que olhei fuzilante para James, que só sorria e tentava me abraçar. Não sabia que ele era tão grudento...

Bem, aqui estamos agora, na sala comunal. Marlene e Sirus estão no sofá, um pouco... como direi? Enroscados... Emelina e Remo estão num outro extremo da sala, abraçadinhos, tão fofinhos... e eu... bem estou na minha poltrona preferida, de frente para a janela, tentando escrever... é que tem um certo alguém sentado no braço da minha poltrona que não pára de me atormentar, mexendo no meu cabelo, pedindo atenção...

"- Potter, deixa de ser grudento! - eu falo, no que ele se assusta e se ajoelha no chão à minha frente, me olhando e fazendo cara de bichinho abandonado. Não resisto e rio da cara hilária dele, que também começa a rir. - Nossa, eu não sabia que deixava você tão dependente de mim desse jeito... - comento
- Bem, lírio, eu sempre fui dependente de você. Por que acha que eu insistia tanto? Levar foras de você me mantinha vivo! - ele fala heroicamente, no que rimos novamente."

Acho melhor parar por aqui, antes que ele fique louco e diga mais bobagens... estou começando a ficar com peninha dele...

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N/A: olha eu aqui de novo, depois de muito longos anos... ok, meses... mas não estou me sentindo muito motivada a postar essa fic aqui, já que só recebi dois comentários até agora... aliás, obrigada Cassy, você é demias!
Portanto, se quem qquer que esteja lendo quiser que eu postre com maior freqüencia, deixe comentários! Senão eu demoro mais um tempão...
Ok, vou deixar de agir como "a garotinha mimada que não recebe comentários"...
Por favor, comentem!
Beijos*

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