Hogwarts

Esses foram os últimos pensamentos do garoto em sã consciência, antes de ser praticamente arrancado da cama, com o sol a pino e gritos por todos os lados de Molly, para todos se apressarem porque senão chegariam atrasados para pegar o expresso de Hogwarts.




Capítulo 9 - Hogwarts




Como num passe de mágicas, Harry estava pronto em dez minutos, tempo suficiente para comer algo na cozinha e pegar seus pertences, que já estavam arrumados, e muito ao contrário de seu amigo, que corria velozmente de um lado para outro, juntando roupas e acessórios, e tentava a todo custo enfiá-los de qualquer jeito dentro da mala. Sorriu ao ver seu amigo se divertindo com isso, mesmo aos gritos de Molly, que resmungava sobre a irresponsabilidade deles. Analisou pela última vez o quarto, e observou como sua pequena fênix estava a todo o momento olhando ao redor, esperando que algo acontecesse. Decidiu que deixaria isso de lado e pegou seus pertences para a viagem.

Assim que chegou no andar inferior, reparou que era o único presente na cozinha, e pelo barulho que ouvia dos andares superiores, até mesmo Hermione deixara algo para a última hora, fato que não passou desapercebido por Harry, pois a amiga NUNCA deixava nada para a última hora, com certeza havia algo acontecendo, e ele esperava que não fosse o que ele estava pensando. Passou a comer preguiçosamente, e quando decidiu que estava satisfeito e iria pegar o malão, viu Hermione, Gina e Rony descendo desajeitadamente, com os rostos vermelhos e suados, com a expressão faminta. Apenas riu da situação, e trocou um rápido olhar com a ruiva, que sorriu de volta, e tratou de atacar um grande pedaço de bacon que estava na mira de seu irmão.

A situação poderia ser até engraçada se não houvesse berros de Molly a todo o momento, pois chegariam atrasados a plataforma. Ao som de um grito, Arthur e Carlinhos adentraram a Toca, anunciando que eles iriam fazer a escolta dos meninos.

- Mas e os outros membros da Ordem, porque todo o mundo sumiu? E onde está o Lupin e a Tonks? Eles estão feridos e vocês estão escondendo isso de nós. - Harry finalizou com o olhar acusador.

- Calma Harry. Os dois estão ocupados, fazendo serviços de espionagem para a Ordem. Então eu resolvi chamar meu filho para ajudar a fazer a escolta de vocês. - disse Arthur, aparentando uma calma acima do normal, enquanto era observado pelo quarteto, que já havia se juntado aos recém chegados.

Carlinhos estava extremamente sério, e apenas acenou com a cabeça para seu pai, que chamou os meninos para o lado de fora. Eu consegui uma chave de portal ilegal que nos liga diretamente a um banheiro da estação, que coincidentemente está isolado no momento. Então vamos lá que está ficando tarde, e apresentou uma bola murcha, que o quarteto rapidamente tocou junto com os Weasleys, e Harry sentiu ser sugado para dentro de um furacão, girando rapidamente, e se deu conta que estava sobre um vaso sanitário, em cima de Rony, numa posição extremamente desconfortável.

- Vamos, Vamos. Já está quase no horário crianças, e saiam um por um, para não chamar a atenção. - e Arthur se encaminhou para a saída do banheiro, tomando cuidado para ninguém o ver deixando o local interditado.

Aos poucos todos estavam se encaminhando para a plataforma sólida aos trouxas, que dava passagem para o imponente Expresso de Hogwarts. Harry reparou que a segurança estava redobrada, pois a todo o momento pessoas estranhas vestidas de terno, gravata, óculos e chapéu passavam entre as plataformas 9 e 10, com uma das mãos enfiadas no bolso, o que Harry concluiu como aurores segurando suas varinhas contra um possível ataque a plataforma.

Um a um, os garotos atravessaram a barreira e encontraram o trem na plataforma, com os motores já funcionando, e pronto para partir. Restavam apenas alguns minutos antes do horário de partida, Molly fez questão de abraçar todos eles, lembrando-os de seu amigo meio-gigante, tamanho era a força do abraço. Arthur apenas analisava a cena com um olhar curioso, o que não passou despercebido dessa vez por Harry, que visualizou Hermione reparando na mesma coisa, mas resolveram deixar os comentários para mais tarde. Acenaram para eles e se dirigiram ao trem, com Rony se sentindo extremamente pomposo, pois haviam inúmeros olhares para eles, alguns de desprezo, outros com os mais variados sentimentos e emoções.

Por fim acharam uma cabine livre, e os quatro adentraram o local. Ao terminarem de ajeitar seus pertences e algumas partidas de snap explosivo e conversas jogadas ao vento, a porta do compartimento abriu e três sonserinos, dentre eles um que Harry reconheceu do Clube do Slug, chamado Blásio Zabini, os olhavam de maneira odiosa, com um nojo aparente no rosto.

Harry, que já estava tenso há algum tempo, decidiu deixar de lado o perguntar antes e atacar depois, e antes mesmo que qualquer um deles esboçasse a primeira palavra, foram saraivados por flashes vermelhos, que vinham também de trás do garoto, e ao que pareceu fora quase sincronizado. Uma questão de segundos os três estavam caídos, quase sem esboçar reação alguma.

Mesmo acostumado ao mundo mágico, eles não saberiam dizer de onde surgiu aquele senhor, um homem já de idade avançada e aparência calma, que esboçou um sorriso antes de perguntar:

- Posso saber qual o motivo para esse pequeno tumulto? Que eu me recorde, os regulamentos são bem claros quanto ao uso de magia - mas parou ao olhar de Hermione, que parecia esboçar algo como uma resposta, mas se calou diante da nova investida do homem desconhecido. -, E eu posso presumir que mesmo bruxos maiores de idade não podem sair por ai azarando qualquer um, principalmente dentro deste trem, que é parte de nossa grande escola. - e se virou para o quarteto, que o olhava abobado.

Harry se adiantou e pronunciou:

- Me desculpe Senhor, porém eles nos ameaçaram primeiro, e eu tive que me defender. Meus amigos não fizeram absolutamente nada, eu assumo a total responsabilidade e as detenções também. - e Harry analisou atentamente o homem a sua frente, que continha um brilho estranho nos olhos, que parecia extremamente familiar.

- Serei o professor de vocês, e podem me chamar apenas de Moude. Não estou acostumado a esses tratamentos que me fazem parecer mais velho do que realmente eu sou. Presumo então que você é Harry Potter, e seus amigos também dispensam apresentações, afinal tenho visto vocês frequentemente nos jornais - e o homem analisava atentamente o quarteto, parecendo ter esquecido dos sonserinos caídos, que aproveitaram a deixa para se esconderem nos compartimentos seguintes, a fim de evitar uma detenção. -, E desta vez não haverá detenções, porém não haverá uma segunda chance. Aconselho que vocês se troquem, porque a viagem será mais curta do que o normal. - e o Professor saiu em direção ao maquinista, cantarolando algo incompreensível àquela distância.

- Sujeito esquisito, não? - comentou Rony aleatoriamente, obtendo a concordância de todos eles.

- Realmente, muito esquisito. O que será que ele vai ensinar? Afinal não sabemos se a Minerva vai continuar lecionando, estamos também mais uma vez sem um professor de DCAT - e nesse meio tempo Hermione analisou Harry, que enrugou a testa e fechou a cara, se lembrando obviamente de um professor de cabelos oleosos. -, Eu posso apostar que ele é nosso professor de DCAT, o que vocês acham? - finalizou Hermione.

- Não sei, mas não importa muito, estamos chegando e logo saberemos. Mamãe tinha comentado que eles iriam aumentar a velocidade do expresso, mas eu não imaginava que duraria tão pouco a viagem. - concluiu Gina, pegando seu malão.

- Pelo menos não teremos que ir ao carro dos monitores, o que significa muito menos trabalho. - Rony constatou de maneira alegre, que arrancou um bufo de sua amiga, acompanhado pelos risos dos três, ao ver Hermione com o rosto vermelho, preparada para mais uma discussão "daquelas" com o ruivo.

Alguns minutos depois já era possível enxergar o imponente castelo de Hogwarts, incrustado num emaranhado de montanhas, invisível aos olhos dos trouxas. Ao desembarcar na plataforma, uma figura gigantesca mais uma vez gritava a plenos pulmões:

- Alunos do primeiro ano, aqui, por favor. - e Hagrid acenou aos garotos, o que foi retribuído prontamente, porém a maré de estudantes os empurrou em direção as carruagens sem cavalos, e Harry constatou, para seu espanto, que dessa vez uma boa parte dos estudantes podiam ver os trestálios.

Passaram pelos portões, ladeados por estátuas de javalis alados e subiram em direção ao grande castelo. Harry pôde ver as inúmeras janelas e torres se aproximando como borrões cada vez maiores, e pararam diante das enormes portas de carvalho. Uma excitação muito grande parecia tomar conta dos alunos, ou talvez fosse medo de ficar do lado de fora da propriedade, porém eles não questionaram e adentraram, subindo os degraus da magnífica escadaria de mármore em direção ao grande salão principal.

Aos alunos veteranos, restava esperar a cerimônia do chapéu seletor, ministrado dessa vez pelo professor Flitwick, ao passo que Minerva ocupava a cadeira de diretora da escola.

Os alunos do primeiro ano, um a um, formaram uma fila pequena, e Harry constatou que todos tremiam e olhavam a volta, assustados com o que a cerimônia de seleção cobraria deles. E o chapéu, em cima de um banquinho velho e gasto entornou uma canção:


“Juntos Construiremos e ensinaremos”
Era o que diziam os criadores de nossa nobre escola.
Eles se separaram,
E mais do que isso
Quebraram um importante laço mágico
Venho agora, pois é minha obrigação.
Avisar-lhes que a desconfiança e desunião
Foram a causa de uma separação sem precedentes
Que uma amizade é a tênue linha entre a paz e a guerra
E que eventos como esses NUNCA devem ser desejados
Porém menos ainda ignorados;

Selecionar a vocês eu irei
Mas lembrem-se:
Precisamos nos unir em tempos difíceis
Devemos estar atentos aos perigos externos, mortais
E mais ainda aos nossos sentimentos e atitudes
Onde escolheremos entre o que é certo e justo,
Sendo que o fácil nos ofuscará os olhos
E nos guiará a caminhos sem volta.

Atentos estaremos
Vigilantes a nós mesmos
Pois o perigo nos ronda
E uma tragédia recente nos mostrará em breve:
Ruir-se-emos em nossos medos e anseios
Ou triunfaremos com nossa coragem e sabedoria.

Avisei a vocês, preveni a todos...
Daremos início à seleção,
Em homenagem àqueles que pereceram
E dedicaram suas vidas a essa nobre escola!




Harry reparou que Hermione parecia perdida em algum ponto de uma taça reluzente de cristal vazia, e a analisou atentamente, o que foi prontamente seguido por Rony, ambos esperando o que ela estaria prestes a dizer.

- Engraçado – começou Hermione -, Eu nunca vi uma canção tão curta e cheia de entrelinhas, dessa vez realmente eu deixei passar alguma coisa. – e olhou para os garotos que continuavam esperando que ela falasse. – Não entendi quase nada, precisamos ir a biblioteca assim que sairmos daqui. – e mirou os garotos com uma expressão séria e aturdida.

- Deixa disso Mione, acabamos de chegar e você já quer ir à biblioteca? Teremos bastante tempo para decifrar seja lá o que for que esse chapéu está querendo dizer, mas esse dia com certeza não é hoje. – e Rony olhou de Harry para Hermione, esperando a aprovação do amigo.

- Bem, não sei, dessa vez eu fiquei um pouco confuso. Já ouvi algumas daquelas coisas, mas não consigo me lembrar de onde. Acho que estou ficando maluco. – mas Harry não pode continuar, pois a seleção havia acabado e a diretora McGonagall agora havia se levantado, provocando um silêncio mortal em todo o salão.


- Bem vindos aos nossos novos alunos, e um bom retorno aos antigos. Como nosso querido diretor Alvo Dumbledore costumava dizer, apenas duas palavras: Bom Apetite! – e bateu a palma das mãos, onde todo o salão se encheu de um delicioso banquete.

Harry não deixou de notar que ela exibia um sorriso forçado, e olhava a todos com uma expressão triste e fraca, pouco característica daquela professora que o garoto se acostumara. Quando o garoto se virou, Rony já tentava encher a boca com um delicioso pernil, enquanto mastigava algo que lembrava um purê de batatas com um arroz colorido.

O jantar em silêncio pareceu digno a todos, onde cada um parecia se reter naquilo que era mais importante por hora. Ao final da refeição, onde os mouses e pudins pareciam se esvair por magia, Minerva novamente se levantou.

- Creio eu que todos já estão com suas barrigas aquecidas e alimentadas, então vamos a alguns avisos para o inicio do ano letivo. Primeiro, gostaria de enfatizar que nunca vivemos momentos tão perigosos, então conto com a colaboração de todos os funcionários, alunos e membros do corpo docente, que hajam sempre procurando evitar colocar seus semelhantes em risco. Confio que todos agirão da melhor forma possível, para assim transcorrermos esse ano livre das ameaças que rondam a todos nós, aqui dentro, ou mesmo em suas casas. – e a diretora respirou fundo, analisando cada feição que havia naquele grande salão antes de continuar. – Nosso corpo docente, será modificado novamente, onde eu ministrarei as aulas de transfiguração juntamente com meu novo cargo de diretora, e nosso querido professor Moude assumirá o cargo de DCAT, e tenho certeza que ele fará um ótimo trabalho.

Moude se levantou brevemente, acenou a todos, e se sentou, sob aplausos e olhares atônitos dos alunos. Cumprimentou Minerva de seu lugar e voltou novamente sua atenção ao discurso.

- E por último, toda e qualquer comunicação em Hogwarts será vigiada, e mais importante que isso, as correspondências podem não ser mais seguras, portanto qualquer assunto de extrema importância, em hipótese alguma, deve ser tratado de outra forma, senão pessoalmente. Caso não seja possível, me procurem que tentaremos de alguma forma lhes ajudar de maneira que não comprometamos a segurança de nossa escola. Mas agora uma noite quente e agradável os espera, Boa Noite.

E os assentos se afastaram, onde uma leva de estudantes se levantou em direção as suas salas comunais, e Harry pensou em procurar a diretora para esclarecer logo sobre o testamento, mas pareceu impossível no momento, pois Gina já o estava empurrando, com Rony e Hermione em seu encalço, e o garoto decidiu deixar para o outro dia de manhã.


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Desculpem a todos pela demora.
No próximo capitulo eu faço os agradecimentos.
Obrigado a todos.
Capitulo 10 só falta um trecho e a betagem .


Muito Obrigado e me desculpem mais uma vez pela demora.

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