O Falso Baile de Inverno



Era mais uma noite fria de inverno em Hogwarts. Mas não era uma noite qualquer, a escola estava toda enfeitada, cada mesa com as cores de sua respectiva casa, todos vibravam ansiosos: era noite de mais um Baile de Inverno. Todos estavam com seus trajes a rigor: Hogwarts estava toda colorida e cheia de excitação. Harry, com sua veste verde (que combinava com seus olhos), acabara de sair da sala comunal da Grifinória e estava ansioso para encontrar seu par. Rony ainda estava na sala comunal esperando Hermione acabar de se arrumar. Harry combinou de se encontrar com eles na mesa da Grifinória. Estava difícil se locomover pela escola no meio de tanta gente e tanta algazarra. Mas ele não era nenhum Duda, muito pelo contrário. Com isso, ele se locomoveu pela escola à procura de seu par. De repente ele a viu, se destacando pela beleza no meio de tantas outras, era Cho Chang, linda como sempre.
Ela deu uma piscadela para ele acompanhado de um tchauzinho. Isso fez Harry se sentir vibrando. Eles se deram as mãos e seguiram para o salão principal. Harry não acreditava que isso estava acontecendo. O garoto parecia estar nas nuvens. Mais à frente ele avistou Rony e Hermione, mas ele nem pensou em parar para cumprimentá-los ou conversar. No momento ele só estava pensando em Cho, não conseguia parar nem para olhar outra pessoa.
Nesse momento as Esquisitonas começaram a tocar.
- Vamos dançar? - perguntou a garota.
- Sim- suspirou Harry
Ele puxou Cho pelo braço para o meio do salão e eles começaram a dançar sozinhos. Todos os cercavam e olhavam admirados. "Você é demais" disse ela ao garoto. Eles trocaram olhares apaixonados.
Ela fechou os olhos e formou um biquinho com a boca. Quando Harry ia beijá-la, ouviu uma voz ao longe:
-ACORDA!!!
O rosto de Cho foi se transformando em um rosto que mais parecia o de um trasgo ao lado do rosto da garota. Era tia Petúnia.
-ACORDA!!!- Ela parecia estar sem paciência nenhuma.
Era muito esquisito Harry estar sendo acordado por tia Petúnia, ela nunca se importava com ele. O garoto não conseguia entender o motivo de a tia o acordar se pelo que ele a conhecia, ela adoraria vê-lo dormindo o dia todo para poder nem ver sua cara.
- É melhor você levantar logo e começar a se arrumar. Você vai para a casa da nossa vizinha, a senhora Figg. É bom que esteja lá em baixo rápido.
Ela lançou um olhar de nojo à Edwiges que comia sossegada e se retirou.
Harry ainda não se conformava que aquilo fora apenas um sonho.
Ele olhou desconsolado para a porta que a tia havia deixado escancarada, soltou o travesseiro que ele estivera segurando apertado e se levantou da cama.
O garoto ajeitou os óculos no olho para ver melhor a coisa que parecia estar batendo na janela a noite inteira. Era Píchi que estava cansadíssimo. Realmente ele estava tentando chamar a atenção de Harry à noite inteira. O menino abriu a janela e a corujinha entrou, soltou um pergaminho na mão dele e caiu no chão. Harry, assustado, colocou a coruja desmaiada na gaiola de Edwiges e abriu a carta. Ela dizia:
Harry,
Meu pai mandou avisar que o ano letivo começará mais cedo que o normal, eu não sei por quê. O importante é que você precisa ir p/ o beco diagonal o mais rápido possível. Pergunte aos seus tios se podemos o buscar amanhã ou depois de amanhã.
PS: Gostaria que fosse amanhã porque, como é seu aniversário nós faríamos uma farra aqui!!! Atenciosamente: Rony
Harry ficou maravilhado. Ele nunca tinha comemorado seu aniversário antes. E ir embora mais cedo da casa dos Dursley era simplesmente fantástico.Quando o garoto puxou um pergaminho para responder à Rony, ouviu o tio Válter:
- Desça logo, ou então vai se ver comigo.
Harry resolveu descer para ver o que tinha de tão importante o esperando. Se vestiu e desceu.
Como desde o início das férias, Duda não estava na casa. Ele estava em um Spa tentando emagrecer o bastante para caber na calça do colégio. Era um alívio ter Duda em um Spa, pois era menos um naquela casa para ficar enchendo o saco de Harry.
O tio Válter estava tomando café de terno e tia Petúnia com um vestido bem elegante.
- Por que demorou tanto?- rosnou o tio por trás do jornal.
Harry não agüentou e disse:
- Estava escrevendo uma carta para meu padrinho.
Infelizmente o garoto não pode ver a cara do tio por trás do jornal mas a voz dele mudou completamente.
- Harry- era raro ele ouvir o tio o chamar pelo nome- você vai ficar na casa da Senhora Figg por uns dias. Eu e sua tia iremos visitar a minha irmã, Guida e depois levaremos Duda para passar o aniversário em Paris.
Harry quase teve um acesso de riso quando lembrou da tia Guida inchada como um balão no teto da casa.
- Não quero que cause nenhum problema na vizinha, se é que você me entende- rosnou a tia Petúnia olhando para o garoto com desgosto.
- Hum hum- murmurou o garoto em tom afirmativo- Aquela família de bruxos pode vir me buscar amanhã de manhã?- disse Harry tentando mudar de assunto.
Tio Válter olhou com raiva para janela como se toda a vizinhança pudesse ouvir aquilo que Harry acabara de falar.
- Eu já avisei que os próximos cinco dias você ficará na vizinha, depois eu vejo o que eu faço você.
Tio Válter tratava o garoto como se ele fosse uma mercadoria inútil. Harry sabia que o tio faria de tudo para ver o garoto infeliz. Ele teve que usar novamente as palavras mágicas:
- Tudo bem. Escreverei ao meu padrinho avisando que ficarei os próximos cinco dias, mofando na casa da vizinha por causa de meus tios.
Tio Válter se virou para tia Petúnia e cochichou alguma coisa com ela. Harry ouviu algumas palavras: "Eu ainda esgano essa coruja!!!"
Em seguida o tio olhou para o garoto, como se ele fosse uma ameaça para a sociedade, e disse:
- Essa família irá te buscar amanhã na casa da senhora Figg, portanto, quero que eles venham de CARRO e vestidos como gente!!!- ele fez uma pausa e continuou- Preste atenção! Se acontecer alguma coisa de anormal lá, não medirei as conseqüências de meus atos!!! Entendido?
- Sim- disse Harry tentando mostrar que as palavras do tio não tinham causado muito impacto.
Radiante de felicidade, Harry se retirou da mesa. O dia, com certeza, seria muito chato. Mas o dia seguinte compensaria. O menino não via a hora de comemorar seu aniversário na toca com os Weasley.
Quando o garoto estava subindo a escada para o seu quarto, ouviu o tio avisar: "Sairemos em cinco minutos". Cinco minutos era o tempo que Harry precisava para escrever para Rony e arrumar as malas rapidamente, afinal ele já deixava as malas praticamente arrumadas contando os dias para voltar à toca.
Harry olhou para Píchi, tentou reanimá-lo, mas a coruja não acordou. Rapidamente ele pegou um pergaminho, um tinteiro e começou a escrever:

Rony,
Meus tios concordaram. Venha me buscar amanha na casa da vizinha, Sra. Figg. Peça ao seu pai para vir de carro e vestido de trouxa. Vocês tem que parecer o mais trouxa possível!!!
PS: Estou mandando Edwiges porque Píchi esta muito cansado. Amanhã eu te entrego ele.
Até amanhã... Harry

Harry amarrou o pergaminho em Edwiges e disse:
- Se quiser me encontrar ainda hoje, estarei aqui na casa da vizinha. OK?
A coruja deu uma bicadinha de afirmação e levantou vôo.
Harry adoraria fazer aquilo que ele havia falado ao seu tio: escrever para Sirius, contar como estavam indo as coisas. Foi aí que Harry lembrou de uma coisa que ele não gostava nem de pensar. Ele lembrou de Voldemort, lembrou que o Lord das Trevas havia ressurgido em frente a ele, lembrou da morte trágica de Cedrico... Harry sabia que esse não seria um ano letivo como os outros, sabia que o mundo dos bruxos estava ameaçado.
Nesse momento tia Petúnia chamou. O garoto fechou o malão e desceu em direção a casa da vizinha.

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