Voltando para a Toca



Capitulo 4 – Voltando para a Toca


O sol já havia nascido. O céu negro já havia dado lugar ao alaranjado dos raios solares e esses raios iluminavam o rosto de Harry Potter. Uma semana e meia se passara desde que Owen havia deixado a casa. Harry se levantou e se trocou, realizou sua higiene pessoal no banheiro e desceu logo em seguida. Eram oito horas no relógio da cozinha no primeiro piso da casa. Duda e Valter riam de felicidade, contudo, por incrível que pareça, Petúnia colocava a mesa do café da manha entristecida. Harry entrou pela porta como em um dia qualquer e ouviu seu primo, que ainda não havia percebido sua presença, gritar:


- Aleluia! O Harry vai embora!


- Olha só, é mesmo. – falou Harry dando um susto em todos.


- Harry, venha aqui, sente-se e coma!


- Obrigado tia. – agradeceu ele fazendo o que a tia lhe mandara.


Duda e Valter ficaram vermelhos de raiva e, por mais, estranho que pareça nada sobre esse assunto foi dito durante o café. Após um café da manhã silencioso, Harry subiu para o seu quarto e começou a arrumar suas coisas, tirou tudo que iria precisar de seu guarda-roupa:


“Essas roupas do Duda não me servem para nada, irei passar em alguma loja de roupas e comprar algo para mim” - pensou ele ao fechar o guarda-roupa.


O moreno pegou seus antigos livros de magia, organizou-os e colocou-os no fundo do malão da escola, pegou seu álbum de fotos e também o colocou no malão e, por cima de tudo, algumas roupas que havia comprado via coruja durante as férias. Foi até a escrivaninha, jogou todos os Profetas Diários antigos no lixo, pegou as cartas que tinha recebido de Rony e Mione e as colocou no malão também.


Uma coruja preta apareceu na janela com uma carta. Harry abriu o vidro e viu a ave deixar cair na cama o que trouxera. Ele foi até a carta, abriu-a e começou a ler:


“Caro Sr. Potter, Mandamos-lhe essa carta pra vos informar que seu Teste de Aparatação ocorrerá hoje às 15h00min no Ministério da Magia. Esteja presente no horário e no local informado ou não ganhará sua licença de aparatação. Cordialmente, Sr. Alexander.”


O moreno releu a carta varias vezes e pensou:


“Como irei até Londres?”


- Harry! – gritou Petúnia lá da cozinha.


- Quê? – gritou Harry de volta.


- Venha aqui!


- Ok. – murmurou ele colocando a carta no bolso e descendo.


Na cozinha, um grande embrulho de presente pousava sobre a mesa. Valter e Duda estavam sentados à TV com cara de quem quer matar o primeiro que ver e, Petúnia, com um grande sorriso, estava ao lado da mesa. Harry sorriu e procurou palavras para dizer, não conseguindo encontrar algo que pudesse explicar o que pensava. Petúnia se aproximou dele, o abraçou e disse:


- Feliz aniversário, querido!


- Obrigado. – falou o moreno abraçando-a também.


- Pode abrir, é pra você. – pediu Petúnia após largar o sobrinho.


- Ok.


Ele foi até o embrulho e o abriu, revelando um tipo de mala marrom com as iniciais JL escritas em dourado. Abrindo-a pôde-se ver um vestido branco e um terno igualmente branco.


- Sua mãe pediu que eu o guardasse, para lhe dar no seu aniversario. Acho que ela sabia o que você iria fazer com isso. Foi a última vez que eu a vi.


- Obrigado mais uma vez. Eu sei exatamente o que fazer com isso. – falou Harry fechando a mala e a lavando para seu quarto.


Após um almoço também silencioso, Harry disse:


- Tia...


- Sim Harry.


- Ahm... eu poderia usar a lareira?


- Sim. – disse ela calmamente – Pra que?


- Para ir até Londres... – falou ele com uma enorme naturalidade.


- Como você ira para Londres pela lareira?- perguntou Duda.


- Usando Pó de Flú. Eu guardei um punhado da minha última viagem. – respondeu Harry tirando um saquinho cinza do bolso.


- Ok. Mas, que horas você vai?


- Às duas e meia. Enquanto isto, vou ficar no meu quarto. – falou o moreno saindo da cozinha e indo para o quarto.


O tempo foi passando, como se cada minuto fosse um dia até que o relógio da sala bateu às duas e meia. Harry, que já tinha trocado de roupa e agora vestia uma calça jeans, uma camiseta preta e um sobretudo igualmente preto que comprara, desceu as escadas com aquele mesmo saquinho cinza de antes. Foi até a lareira e disse:


- Não vou voltar pela lareira.


- Que bom, assim não vai sujar toda a sala. – disse Valter.


- Isso. Até! – falou Harry entrando na lareira, jogou o Pó de Flú e disse firmemente – Ministério da Magia!


Chamas verdes esmeralda apareceram e envolveram o garoto levando-o para longe. Aquela mesma sensação horrível tomou o corpo do garoto. Várias lareiras foram vistas por ele até que saisse por uma. Ele se levantou e tirou a fuligem da roupa, olhou em volta e notou que muitos bruxos olhavam-no. Ignorou-os e foi até o segurança.


- Onde é o teste de aparatação? – perguntou.


- No nível seis, senhor. Por favor, sua varinha.


- Não há necessidade, não voltarei aqui. – falou Harry indo até um elevador e sumindo por de traz das grades.


O elevador começou a subir. Ele apenas olhava o chão, com as mãos dentro dos bolsos. O elevador parou no próximo nivel e alguém entrou. Harry apenas deu espaço para que a pessoa se acomodasse e se surpreendeu ao ouvir:


- Oi Harry!


- Hã? – ele se virou e viu o irmão mais velho de Rony, Gui – Oi Gui, tudo bem?


- Sim, e com você? – respondeu ele sorridente.


- To bem. Ahm... o que você veio fazer aqui? – perguntou Harry depois que as grades se fecharam.


- Vim trazer o Rony para fazer o teste de aparatação.


- Mas, não era no nível seis?


- Sim.  É que eu estava descendo em outro elevador, mas ele deu problema e parou no nível sete. – o rosto de Gui ainda possuía inúmeras cicatrizes, causadas pelo lobo Greyback.


- Ah. – falou Harry sorrindo – Quando é o seu casamento? Rony ainda não me falou nada.


- Em cinco dias, no sábado, você vai né?


- Claro.


- Ótimo. Você é meu padrinho. – avisou Gui quando o elevador parou.


- Hm, ok. Tchau! – falou o moreno saindo pela porta que acabara de abrir.


- Tchau!


Harry andou pelo corredor até chegar à frente de uma porta que dizia “Centro de Testes de Aparatação”, entrou e se sentou. Pôde reparar que havia alunos das outras escolas. Ele se aproximou de um garoto e perguntou:


- Havia um garoto ruivo aqui?


- Sim, ele acabou de entrar. – falou o garoto apontando para a porta.


- Ok, obrigado.


Minutos se passaram e a sala já estava quase vazia, a não ser por Harry e alguns garotos que chegaram depois dele. O relógio da sala bateu três horas, a porta se abriu e uma mulher chamou o nome Harry Potter. Este se levantou, ignorando os olhares e os sussurros dos outros, e passou pela porta.


- Boa tarde Sr. Potter, sou o Sr. Alexander. Estou substituindo o instrutor de aparatação.


- Boa tarde.


- Bom, o senhor terá que aparatar em algum lugar bruxo e voltar aqui, mas antes me diga para onde você irá. – falou o homem com uma prancheta na mão.


- Irei para o Caldeirão Furado.


- Ótimo, pode ir.


Harry aparatou, aquela sensação horrível o tomou igual à última vez que havia aparatado. Quando percebeu, já estava no meio do local em que devia aparatar e aquele homem ao seu lado murmurando coisas como “Muito bom” ou “Excelente”.


- Pode voltar. –informou-lhe o senhor.


O moreno aparatou de volta ao Ministério e ouviu os parabéns do homem, recebeu a licença de aparatação e voltou a aparatar no Caldeirão Furado. No bar, recebeu olhares estranhos e, novamente, ignorou-os, dirigiu-se à entrada do Beco Diagonal. Entrou e foi direto ao Gringotes retirar dinheiro.


Após sair do banco, foi até a loja da Madame Malkin e comprou algumas calças jeans, camisetas e sobretudos negros. Foi também à Floreios e Borrões comprar alguns livros de magia avançada. Guardou tudo em uma bolsa enfeitiçada, que ganhara dos gêmeos Weasley, guardou também o dinheiro que sobrara e desaparatou.


=-=-=


O céu estava negro feito carvão, relâmpagos iluminavam-no, nuvens escuras deixavam cair grossas gotas de chuva e granizo as acompanhava. Esse era o tempo em Surrey e Harry aparatava em seu quarto. Ele se surpreendeu ao ver o tempo, olhou o relógio: eram oito e meia. Correu até o malão e tirou tudo que ali tinha, colocando na bolsa enfeiçada dos gêmeos.


- Nossa, que frio. – ele murmurou, fechando a mochila e jogando-a sobre a cama.


- Está frio mesmo. – falou alguém nas sombras do quarto mal iluminado.


- Quem é você? – falou Harry, sacando a varinha e a apontando para a escuridão.


- Calma. Sou eu, Tonks. – falou a bruxa se revelando.


- Tonks, você me assustou! – ele reparou que pela primeira vez, viu a amiga com o cabelo negro.


- Eu sei, desculpe-me. Remo pediu para eu ficar aqui até ele chegar. – falou ela se sentando na cama.


- Ok. Como você entrou aqui? – perguntou Harry cheio de curiosidade.


- Igual a você.


- Ah! Ninguém te viu?


- Não, nem desci. Fiquei aqui apostando na sorte de você aparatar aqui. Por que demorou?


- Fui fazer compras. Estava precisando de roupas. – falou ele com um pouco de vergonha.


- Entendo. O que vai fazer agora?


- Não sei, acho que vou lá embaixo. – falou ele indo até a porta.


- Não foi exatamente isso que eu quis dizer. – disse Tonks fazendo o garoto parar e voltar.


- Então se explique. – falou ele se sentando à escrivaninha.


- O que você vai fazer agora que Dumbledore morreu?


- Vou seguir em frente, terminar o que nós começamos. – ele falava seriamente.


- O que estavam fazendo na noite do ataque, estou certa?


- Sim, mas aquilo era só o começo. Ainda tenho um longo caminho para percorrer.


Eles ficaram conversando sobre outros assuntos um pouco mais divertidos até que uma coruja entrou pela janela deixando uma carta para Tonks. Ela leu, se levantou e disse:


- Nossa já são dez pra meia noite. Vamos Harry, Remo pediu para a gente esperar lá fora. – ela abriu a porta e saiu.


- Ok. – Harry pegou sua bolsa, sua vassoura e a acompanhou.


- Que estranho. – comentou Tonks num tom baixo.


- O que? – eles desciam as escadas calmamente.


- Tem algo estranho no ar.  Um clima tenso lá em baixo. – ela continuava falando baixo.


- Não to sentindo nada. – comentou Harry vendo a bruxa ir até a porta da casa - Tonks!


Um lampejo vermelho veio da cozinha e atingiu-a. Harry sacou a varinha e se encostou à parede da escada, ouvindo risadas e os gritos de dor que a maldição Cruciatus fazia Tonks dar. Ele deu uma pequena olhada e viu cinco lampejos vermelhos virem na direção da sua cabeça. Eram cinco comensais.


- Harryzinho, vem aqui vem?


- Pra que?


- Vamos brincar um pouquinho, ou você não quer brincar com sua comensal favorita? – falou a comensal com sarcasmo na voz.


- Bella? Que prazer lhe ouvir novamente. – falou ele também com sarcasmo.


- Ai que lindo. Chamando-me de Bella! Será que minha prima sangue-ruim vai sobreviver se continuar assim?


Tonks gritava e se contorcia muito, começara a sair sangue de sua boca. Harry a olhou com muita raiva, segurou firmemente a varinha, deu outra olhada e gritou:


- Estupefaça!


- O garoto é bom, quase me atingiu. – falou sinceramente um comensal.


- Vamos lá pra fora, Bella?


- Claro querido, vá à frente. – falou ela apontando a varinha para a porta esperando que ele saísse por ela.


- Com todo o prazer. – disse Harry aparatando.


- O que? Lestrange, ele já tem licença para aparatar!


- Parece que sim, pegue a sangue-ruim, ela será um escudo para nós. – falou ela saindo da casa.


“O que eu vou fazer, são muitos comensais e daqui a pouco a proteção vai acabar” - pensou Harry em cima de uma casa longe da dos tios, escondido atrás da chaminé.


- Potter!!!


Ele deu uma espiada, lá estavam os cinco comensais, um ao lado do outro, Bellatriz no meio, e Tonks caída no chão com uma varinha apontada para o peito. A insegurança tomou o corpo do garoto, ele não sabia o que fazer. Queria que Remo chegasse logo, ele sim saberia o que fazer.


A chuva caia com mais intensidade agora, o granizo havia se extinguido. Relâmpagos e trovões tornavam a noite ainda mais sombria. O-menino-que-sobreviveu segurou a varinha com força, respirou fundo, e se concentrou nas últimas lições de defesa-contra-as-artes-das-trevas, os feitiços não verbais. Apontou a varinha para o comensal que possuía Tonks como alvo e gritou na mente:


“ESTUPEFAÇA!”


Um lampejo saiu de sua varinha e atingiu o comensal, deixando-o caído no chão. Bella olhou para a chaminé e o viu puxando a varinha para se esconder. A bruxa apontou na direção dele e automaticamente dois comensais aparataram lá em cima. Os comensais não o acharam, Harry agora corria pela rua indo na direção de Bella, escondido entre os jardins das casas, ouvindo:


- Harry, vem aqui querido! Acho que sua amiga vai querer te ver antes de morrer!


- Não se preocupe Bella, - falou ele atrás da bruxa – eu nunca vou deixá-la. “ESTUPEFAÇA” – e um dos comensais da casa caiu.


- Que lindo, mas você não acha que é novo de mais pra ela? CRUCIO!


- Não, ela não é minha namorada. – falou ele depois de ter aparatado para o lado de Tonks.


- Então é de quem? – falou Bella jogando várias Cruciatus no garoto.


- Você nunca saberá. – ele falou antes de aparatar com a amiga, antes que os feitiços lhes atingissem.


- POTTER!!!


Harry ouviu o grito da bruxa, colocou Tonks na cama e desaparatou novamente. Sem nenhuma concentração, aparatou ao lado de Bella, levando um Expelliarmus logo em seguida. Sua varinha vôo direto para as mãos da comensal e um sorriso ficou estanpado no rosto da mesma. Ela lhe jogou um feitiço. Ele ficou confuso, pois não sentira nada de diferente.


- Harry, Harry, Harry. Agora você não me escapa.


- Posso aparatar.


A comensal deu uma gargalhada que ecoou pela rua.


- Aquele feitiço não te deixa aparatar.


- É o seu fim, garoto. – falou outro comensal se aproximando, sendo seguido pelos outros, até mesmo pelos que haviam sido estuporados.


- Adeus Harry! – disse Bella apontando a varinha para ele, sendo seguida pelos outros bruxos.


- Avada... – foi o que todos os comensais começaram a dizer, mas não terminaram, pois uma voz das sombras ecoou.


- Parem ai, seus comensais sujos!


- Quem é você, para nos chamar de sujos? – gritou um comensal.


- Apenas o que irá levar vocês para Azkaban. – falou a voz, retirando a varinha da escuridão, ao apontar para os cinco.


- Não pode nos deter em um só feitiço. Assim que você disparar um, todos nós iremos disparar outros. – falou Bella, ainda mantendo Harry na mira de sua varinha.


- É o que você acha? Não é a toa que é uma simples Lestrange.


Os comensais olharam para onde vinha a voz como se ela acabasse de cometer um crime imperdoável. Ficaram pensando o que Bellatriz iria fazer.


- Mantenham o Potter na mira, esse sangue-ruim é meu. – falou ela indo na direção do homem.


- Esta cometendo um erro Bella. – falou Harry que acabara de reconhecer a voz do homem.


- Calado!


- Não fale assim com ele! – gritou o homem que saiu das sombras, revelando ser Remo Lupin, segurando a varinha na direção de Bella.


- Não grite comigo Lupin! – falou Bella levantando a varinha – Adeus, AVADA KEDAVRA!


- Que pressa. – falou ironicamente o homem aparatando – “Estupefaça!”


Bella voou longe, caindo estuporada. Remo estava ao lado do local onde ela estava antes. Três dos quatro comensais que sobraram foram na direção do bruxo. Voaram no mesmo instante antes mesmo de falarem algo. O último aparatou, morrendo de medo e pensando:


“Como um único bruxo pôde deter três comensais ao mesmo tempo?”


Harry se levantou, foi até a bruxa e pegou sua varinha das mãos dela, se virou e viu Remo lhe estender a mão com um grande sorriso. O garoto olhou-o espantado com o cumprimento. Sorriu e o abraçou, deixando o homem igualmente espantado.


- Que bom que você chegou.


- Concordo. Onde está Tonks? – completou Lupin soltando-o.


- No meu quarto, ela foi atingida. – respondeu Harry se sentindo culpado – Não pude evitar, fomos pegos de surpresa.


- Não se sinta culpado, vamos pegá-la. – falou carinhosamente Remo indo na direção da casa dos tios do garoto.


- Ok. – disse Harry – Mas, e os comensais?


- Você lançou feitiços antes de completar maioridade, eu acho. Alguns aurores já devem estar vindo. – Remo disse antes de entrar no jardim da casa dos Dursleys.


- Mas...


- Nada de “mas” Harry, temos que ir. – comentou o bruxo se virando – Olhe!


No exato momento três bruxos aparataram, levaram um susto ao ver quatro comensais caídos. Remo lhes deu a ordem de levá-los à Azkaban e de verificar se algum trouxa havia visto o ocorrido, e assim foi feito. Harry entrou na casa e foi até a cozinha onde estavam seus tios. Valter e Duda estavam em estado de choque e Petúnia tentava colocar um pouco de café numa xícara, que foi caiu no chão. A mulher havia olhado para Lupin e ficara pálida, Harry foi até ela e disse:


- O que houve?


- Você... – começou ela apontando a mão pra Remo – vá embora, eu fiz o que me pediu. Agora vai embora!


- Vocês já se conhecem? O que ele te pediu?


- Nada Harry, agora vamos! – Lupin subiu para o quarto, sendo seguido pelo garoto.


Eles foram até o quarto e abriam a porta. Um feitiço foi lançado, passando por cima de suas cabeças. Tonks estava de pé, ao lado da cama, com um filete de sangue escorrendo pelo canto da boca, a raiva podia ser vista em seus olhos. Lupin foi até a namorada e lhe abraçou, dizendo:


- Tonks, desculpe-me por ter demorado.


- Remo... – começou ela distinguindo agora quem eles eram – não foi culpa sua, eu não reparei que havia comensais na casa.


- Não se preocupe com isso. Eles foram detidos e estão em Azkaban agora. – falou o homem carinhosamente.


- Vamos então? – Tonks não parecia a mesma de dois minutos atrás, estava mais animada e motivada, mesmo que ainda estivesse com dores.


- Sim. – concordou Remo largando-a e limpando o sangue que havia em seu rosto – Vamos para a Toca. Pronto para aparatar, Harry?


- Não. – respondeu ele colocando a bolsa nos ombros e segurando a vassoura.


- Por que não?


- Primeiro porque a Bellatriz jogou um feitiço em mim não me deixando aparatar e segundo porque eu quero saber como a minha tia te conhece.


- Finite Incantatem. Agora você pode aparatar. – disse a bruxa após pegar a varinha e guardando-a após usar um feitiço para que todos ficassem secos.


- Ok. Vamos?


- Não, você ainda tem que me responder como você conhece a minha tia. –Harry disse seriamente.


- Amanhã Harry, amanhã. Vamos?


- Esta bem. – disse Harry aparatando com casal.


=-=-=


A lareira estava acesa e vários cabelos ruivos se sentavam à sua volta. Alguns estavam dormindo, outros sentados apenas olhando as chamas, um lia o jornal e três ruivos e uma morena estavam sentados na cozinha, com um grande aperto no coração. Era essa a cena que se encontrava na Toca, e que foi desfeita quando três pessoas entraram pela porta após baterem.


- Harry! Tonks! Lupin!


- Oi gente. – disseram eles juntos.


- Por que demoraram tanto? – perguntou Sr. Weasley.


- Ouve um imprevisto. – disse Tonks – Amanhã contamos tudo.


- Harry querido, está com fome? – perguntou Sra. Weasley depois de dar um forte abraço nele.


- Um pouco. – respondeu com um pouco de vergonha e corando quando todos ouviram seu estômago roncando.


- Acho que a resposta certa é muito. – falou Jorge que acordara com o barulho e acordando Fred logo depois.


Lupin fechou a porta e foi até Tonks que se sentara na sala. Harry foi até Rony, Hermione e se sentou entre os dois, recebeu sorrisos de ambos e os retribuiu. A Sra. Weasley serviu torradas, o moreno comeu algumas e ouviu Hermione dizer baixinho em seu ouvido:


- Precisamos conversar seriamente.


- Amanhã. – disse ele – Hoje vamos apenas descansar. Amanhã conversamos.


O clima na casa não poderia ser melhor, Tonks e Remo foram embora meia hora depois de sua chegada, Gui e Carlinhos foram os primeiros a subirem para dormir, os gêmeos foram para a loja no Beco apenas alguns minutos depois. A Sra. Weasley pediu para que os três jovens fizessem o mesmo e eles obedeceram. Enquanto subiam as escadas, um deles notou algo de errado:


- Rony. – Harry parou-os.


- Que Harry?


- Cadê a Gina?


- Ela subiu pro quarto logo depois de você ter chegado. – falou Hermione calmamente.


- Por quê? – perguntou Rony.


- Não sei, pergunta você pra ela. – falou a morena caminhando até a porta do quarto em que iria dormir.


- Ta. – falou o ruivo indo na direção do quarto também.


- Não Rony, deixa. – falou o moreno segurando Rony e continuando – Até amanha Hermione.


- Até, boa noite garotos. – ela entrou no quarto e fechou a porta.


- Vamos Rony. – Harry subiu e entrou no quarto do amigo.


Os três se arrumaram e se deitaram. Contudo, não dormiram, ficaram apenas conversando com seus colegas de quarto. No quarto das meninas:


- Gina...


- Oi?!


- Por que você subiu? Por que não ficou conosco lá em baixo? – Hermione olhava a amiga com muito receio.


- Simples Mione, não queria ficar lá e ser ignorada por ele. – Gina olhava o teto.


- Ele não iria fazer isso, você nem deu chance a ele.


- Ta bem, amanhã eu tento não evita ele. Vamos dormir. – Gina se virou e mais nada foi dito.


No quarto dos meninos:


- Não consigo entender as garotas.


- E você acha que eu consigo?


- Mas... Poxa, Harry, o que será que deu na minha irmã?! – Rony falava num tom de preocupação que Harry nunca ouvira antes.


- Como assim? – Harry o olhou.


- Ela ficou estranha durante as férias inteiras. Sempre pelos cantos, triste de uma maneira que eu nunca vi.


- Acho que a culpa é minha. – Harry voltou a olhar o teto com culpa.


- Não se preocupe Harry, amanhã vai ta tudo bem melhor.


- Tomara. Boa noite. – Harry se virou e finalizou a conversa.


=-=-=


Em Surrey, uma pessoa saii da escuridão lembrando de tudo que ocorrera há apenas uma hora. Ele retirou o capuz que lhe escondia o rosto, deixando à vista seus cabelos grisalhos que iam até a altura dos ombros e seus olhos azuis profundo. Deu um sorriso e aparatou, deixando a rua totalmente deserta agora.

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