Belo Tigre



Capitulo 2 – Belo Tigre


Harry andava por um corredor frio e escuro, ele observava o corredor até perceber que não estava sozinho, uma bela ruiva estava à sua frente, sua mãe, com os braços abertos e sorrindo, apenas alguns metros os separavam.


O moreno andava, mas nunca chegava perto de sua mãe, uma grande angustia começou em seu interior. Sua mãe começou a desfigurar-se e se transformou em outra pessoa, Lord Voldemort. Este deixava sua risada ecoar pelo corredor, deixando Harry ainda mais angustiado. Então Voldemort parou de rir, apontou a varinha para o peito de Harry e disse:


- Morra insolente, Avada Kedavra!!!


Um lampejo verde saiu da varinha do Lorde das Trevas e voou na direção do garoto, que ficara imóvel, mesmo tentando se mover. Harry estava desarmado, não podia se mover e estava morrendo de angustia por dentro, até que o raio verde lhe atingiu...


- Aaaahhh!!!


Harry se sentou na cama e levou a mão à sua cicatriz, que ardia feito em brasa. Alguém parou na porta e acendeu a luz. O garoto pegou os óculos e os pôs. Petúnia e Valter estavam parados à porta com um olhar assustado.


- O que ouve moleque?


- Tive um pesadelo. – respondeu Harry, frio.


- Mas precisa ficar gritando? – disse Valter – Acordou praticamente todos os vizinhos.


- Desculpe. – falou Harry se levantando – Não vai acontecer novamente. 


- Ótimo, vamos Petúnia, estou morrendo de sono. – disse Valter saindo do quarto.


Harry estranhou muito quando a tia não seguiu o marido. Contudo, foi até a janela e se sentou junto a ela. Seu pijama estava colado ao corpo, um suor gélido escorria por cada centímetro de sua pele. Petúnia foi até a cama e se sentou, olhou o sobrinho e disse:


- Harry, você esta bem?


- Não, mas vou ficar. – respondeu ele se virando e olhando a tia – Eu queria lhe dizer uma coisa.


- Sim Harry, fale. – respondeu ela dando um sorriso.


- É... hm... – começou ele sem saber como dizer o que queria - No dia do meu aniversario, um amigo meu virá me buscar para me levar a um lugar mais seguro.


- Certo, e esse seu amigo também é um bruxo?


- Sim, o nome dele é Re...


Harry não pôde terminar a frase, pois Valter havia voltado e levado Petúnia para o quarto deles. O garoto não entendeu muito bem aquela situação. Porém, se levantou, tirou os óculos e voltou a dormir, agora sem sonhos indesejáveis.


=-=-=


- Harry, Harry! Ande acorde!


Eram nove horas da manha, Duda e Valter tomavam um café da manha reforçado e Petúnia tentava acordar o sobrinho, que depois de quinze minutos acordou e se levantou.


- Ande logo, se troque e desça. O zoológico abre as nove e meia e não quero chegar tarde. – disse Petúnia antes de sair do local.


Harry tirou o pijama e colocou uma calça jeans e uma camisa branca, abriu a janela e foi até o banheiro, fez sua higiene pessoal e desceu. Todos à mesa se assustaram ao vê-lo, menos Petúnia. Valter se levantou e disse:


- O que quer moleque?


- Comer. – respondeu Harry calmamente.


- Valter! – gritou Petúnia quando viu Valter fechar o punho, provavelmente para bater no sobrinho.


- O que é Petúnia? – perguntou o homem com a veia em seu pescoço saltando.


- Ele irá conosco ao zoológico. – falou ela colocando outro prato com panquecas na mesa – Harry, sente-se e coma.


- Esta bem. – disse o garoto fazendo o que a tia lhe mandara.


- Como assim ele irá conosco? – perguntou Valter se sentando.


- Assim mesmo, ele irá conosco. – respondeu Petúnia se sentando e começando a comer.


- Mas... – começou Duda.


- Nada de “mas”! Ele vai e pronto. – interrompeu Petúnia encerrando a conversa.


Duda fechou a cara, Valter continuou a comer e Harry sorriu. Após o café, todos saíram da casa e entraram no carro. Demorou vinte e cinco minutos para chegarem ao zoológico, Valter estacionou e todos desceram e entraram pelo portão de ferro do parque. Harry foi até o mapa e disse:


- Vou pra a Ala Oeste.


- Fazer o que?


- A Ala Oeste é a ala dos répteis. Vou dar uma olhada neles e conversar com algumas cobras. Por que quer ir junto, Duda? – respondeu ele olhando o primo com um sorriso malicioso.


- Não, ele não vai. – disse Valter – Pode ir.


- Acho vocês depois. – se virando e andando.


Harry pôde ouvir alguém resmungar algo do tipo “Espero que não nos ache” antes de sumir na multidão. Ele andou, andou e andou, até que chegou à Ala Oeste e começou a observar os crocodilos e lagartos. Mais a frente havia as cobras, parou em todas para falar algo como “Olá” ou até mesmo “Tudo bem?”, mas em uma delas o-menino-que-sobreviveu ficou minutos a fio observando, podendo jurar que já a tinha visto. Então, ele se lembrou e um enorme sorriso surgiu em seus lábios. Aquela era a cobra que ele havia conversado pela primeira vez, há seis anos. Ele saiu do “transe” quando o relógio do zoológico bateu meio-dia. Deu meia volta e foi até a barraca de lanches e comprou um para si. Ele se sentou em uma mesa e comeu, olhando o movimento.


Após terminar o lanche, ele se levantou e começou a percorrer todas as alas. Parou para ver a Ala Norte, a dos felinos. Parou na jaula dos leões e os observou atentamente, talvez por ser um “leão” de Hogwarts. No entanto, o que mais lhe chamou a atenção foi a jaula dos tigres. Harry se debruçou sobre o cercado que o separava da grade da jaula, a dois metros. Ali havia cinco tigres, todos eram marrons-alaranjados com listras negras, exceto um, que era branco feito a neve com listras negras. Minutos depois de ficar os olhando, Harry percebeu que o branco com listras negras agia de forma diferente, o olhando. Ele pulou o cercado e se aproximou da grade, chamou o tigre e assustou-se quando o tigre se aproximou calmamente e colocou a pata na grade. Harry pôs a mão no mesmo lugar da pata, podendo senti-la pelas grades. Ele olhou para o tigre e viu olhos azuis intensos e achou muito mais estranho.


- Hey garoto!


Harry, pego pelo susto, se afastou da grade e se virou rapidamente. Um trouxa o olhava de um jeito muito intrigante, o garoto saiu de dentro do cercado e disse:


- Desculpe-me.


- O que estava fazendo?


- Ahm... Olhando os tigres.


- Precisava encostar-se à grade? Não sabe que eles são perigosos?


- Foi sem querer, me distrai com a beleza desses felinos. – disse Harry tentando fugir da conversa.


- Ok, qual é o seu nome? – disse o trouxa tentando acalmar o garoto.


- Harry senhor, Harry Potter.


Harry pôde perceber um brilho diferente nos olhos do homem, então perguntou:


- O que foi?


- Nada. Essa cicatriz ai, na sua testa... Como a ganhou? – falou o trouxa apontando para a testa de Harry.


- Foi... Foi... – começou Harry não sabendo o que dizer e puxando sua franja para à frente a fim de esconder a cicatriz.


- Foi como? – insistiu o homem.


- Marca de nascença. – falou o garoto de uma vez – É, é isso, uma marca de nascença.


- Hm... Como?


- Eu não... Por que quer saber? – perguntou Harry agora duvidando se aquele trouxa era realmente um trouxa.


- Por nada. – disse o trouxa se afastando – Adeus.


Harry olhou o homem sumir na multidão e voltou sua atenção para a jaula. O tigre branco não estava mais ali. Ele achou isto muito estranho, pois não vira ou ouvira alguém entrar lá e retirar o tigre da jaula. Harry só saiu desse transe quando ouviu Duda lhe chamar:


- Harry, Harry!


- O que é? – perguntou ele se virando.


- Vamos embora. – disse Duda se virando e saindo pelo meio da multidão.


- Esta bem. – disse Harry o seguindo.


- Porque demorou, Duda? – disse Valter minutos depois quando viu os meninos se aproximarem.


- Tive que esperar o Harry terminar de conversar com um homem. – respondeu o menino entrando no carro.


- Com um homem?


- É. Com um homem. – disse Harry também entrando no carro.


- Que homem? - perguntou Valter depois de ter entrado no carro.


- Um homem. Não sei quem era.


- Ótimo. – disse Valter encerrando a conversa.


Valter deu partida no carro e começou o caminho de casa.


=-=-=


- Mas que droga Snape, me diga o seu plano!


- Não garoto, você não me contou o seu e, agora, eu também não lhe contarei o meu. – disse Snape tentando por um fim na discussão.


- Nossa Severo! Brigando com o seu aluno querido. – disse Bellatriz entrando na sala.


- Cale a boca Bella. – gritou Snape.


- Não fale com ela nesse tom. – gritou Draco de volta.


- Obrigada Draquinho. – disse Bella colocando a mão sobre os cabelos do sobrinho – Ande Severo, conte-nos o seu plano.


- Não irei contar. O Lorde das Trevas não quer que ninguém saiba. Ou esse plano irá por água abaixo. – disse ele olhando para Draco e fazendo-o se lembrar da noite em que ele devia ter matado Dumbledore.


- Puxa, então a coisa é seria. – disse Draco ironicamente, tentando tirar da cabeça o que aconteceu na torre e as lembranças nos incontáveis castigos que recebera.


- Deve ter um nome nisso, Potter.


- Uau Bella, pelo menos uma vez na vida o seu cérebro prestou para algo. – disse Snape rindo entre as palavras.


- Ora seu... – começou Bella muito furiosa.


- Viu? Você nem encontra palavras para me descrever. – disse Snape sarcasticamente.


- Snape. Acho melhor você parar. – sugeriu Draco olhando a tia pegar a varinha.


- Crucio! – gritou Bella apontando a varinha para Snape.


Este apenas se desviou e jogou a mesma maldição sobre a bruxa, que caiu no chão, gritando e se contorcendo de dor. Caindo na risada, Snape saiu do aposento, porém, a maldição continuou em Bellatriz durante alguns segundos, deixando-a extremamente ofegante ao término do feitiço. Draco se agachou ao lado da tia e a ajudou a se levantar.


- Tudo bem?


- Sim. Há Cruciatus muito mais fortes que esse. – ela deu uma risada histérica e focalizou os olhos do sobrinho – Você sabe de qual eu estou falando.


- Não poderia me esquecer, ou poderia? – Draco falou amargurado – Horas e horas a fio sendo torturado pela Elite e pelo próprio Lord.


- Eu sei Draquinho, perdoe-me. – ela tocou a face gélida dele.


- Não lhe culpo. Se não cumprisse as ordens você também seria torturada. – Draco forçou um sorriso – Mas, vamos esquecer esse assunto. Temos que ir falar com o mestre.


- Vamos então. – Bellatriz sorriu com a atitude do sobrinho, ele havia se tornado um bruxo forte e logo poderia tomar o lugar do pai.

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