O contrato



Entre o Céu e o inferno

Capítulo 1 – O Contrato

- Por favor, Deus, faça-me mais adulta, assim não me confundirão com os primeiranistas... Por favor, faça minha altura e peito um pouco maiores... Ah, e se possível, perder esse rosto infantil também!

Era o que eu suplicava todas as manhãs, numa pequena capela nos terrenos de Hogwarts. Ela fora construída no início da guerra, logo após o começo do meu quinto ano, para que alguns alunos (na maioria trouxas) pudessem rezar pelo fim da guerra. Eu nunca fui muito religiosa, porém, estava eu ali rezando diariamente por mais de um ano por outros motivos.
Para mim, Virgínia Mabelle Weasley, a guerra não tinha quase nenhuma importância. Por que? Bom, porque tudo o que eu desejava era que um certo garoto prestasse atenção em mim. Seu nome? Harry Potter.
Eu amo o Harry a tanto tempo que já até perdi a conta... Mas como ele vai se interessar por uma garotinha sem peito como eu? Sou apenas a irmã de seu melhor amigo, uma garota ruiva, baixa, sem peito e com cara de criança. Somente os primeiranistas olhariam para mim. Não um rapaz do sétimo ano famoso com Harry Potter. Por que este, além da fama de quem derrotou Aquele-que-não-deve-ser-nomeado quando ainda era um bebê, é conhecido por ser um rapaz gentil (só se estoura de vez em quando), bonito, excelente no quadribol e que tira boas notas, pois todos sabem que ele almeja ser um auror.
E quanto a mim? Bom... Sou uma aluna mediana, não sou bonita, só tiro notas suficientes para passar e me viro no quadribol. Até agora não decidi que profissão vou seguir quando acabar meus estudos.
Perdida em meus pensamentos, só acordei quando ouvi um barulho perto de mim. Ao olhar para trás assustada, deparei com uma imagem que me chocou: era um anjo que estava ali?
Mas ao piscar e acordar de minhas ilusões, percebi que não era um anjo, e sim Harry Potter. Constatação que me deixou muito mais assustada do que antes.
“Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus!” era tudo o que eu conseguia pensar. Afinal, há quanto tempo ele estaria ali? Será que ouvira tudo o que eu pedia?
- Toda manhã você faz suas orações nessa capela sagrada – ele dizia, se aproximando de mim e segurando meu queixo – Você é fútil, mas é bonita desse jeito. – terminou, dando um sorriso tranqüilo.
“Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus!” eu não conseguia pensar com clareza, pois essa frase não me saía da cabeça. Então ele ouve as minhas orações idiotas todo dia? Oh, meu estômago está doendo, sou muito sensível. Quando alguma emoção forte me abala, meu estômago sofre muito, ou seja, eu sofro muito. No momento, acho q meu estômago se auto-destruiu.
- Gina... – ele aproximou-se e beijou minha testa – que a proteção divina esteja com você.
Ele então afastou-se e saiu pela porta a fora.
“Não acredito... Ele beijou minha testa!” Só então eu me dei conta que ele havia me elogiado. Meu coração não se continha de felicidade, minha cabeça estava nas nuvens, mas foi trazida bruscamente por alguém me chacoalhando.
- Gina, Gina! – era Hermione quem me sacudia – finalmente encontrei você! O que faz aqui?
Porém eu não consegui responder a pergunta dela. Ainda estava chocada, virei-me de frente para ela e apontei para a direção que Harry havia saído.
- O Harry, ele... O que faz aqui?
- Harry? – Hermione olhou para a porta aberta e viu de relance o moreno com várias garotas em volta – ah sim, ele vem aqui todas as manhãs depois que o Sirius morreu. Parece que reza para que a alma dele descanse em paz ou algo assim... Você não sabia disso?
“Não!” minha cabeça gritava e meu rosto pareceu deixar claro isso. Então ele ouvia as minhas preces a mais de um ano e só hoje ele veio falar comigo?
- Bom, de qualquer forma, o fã-clube dele acaba de monopolizá-lo – Hermione se referia a um trio de garotas da Corvinal que viviam penduradas no pescoço de Harry, pareciam segui-lo em todos os lugares.
“Eu não as culpo.” Pensei. Afinal, devia haver tantas garotas apaixonadas por ele... E eu não era a exceção.


O dia passou rápido, já era de noite e eu estava deitada na minha cama no dormitório feminino, vazio àquela hora, relembrando o que me passou de manhã.
Ele beijou minha testa! E disse que eu sou bonita! Se ele viesse a gostar de mim...
Perdida em meus pensamentos, lembrei então de um item que eu havia adquirido a algumas semanas atrás.
“Aquele livro... Talvez eu devesse lhe dar uma chance”. Encaminhei-me até o meu baú e comecei remexê-lo em busca do livro. Encontrei-o bem no fundo, onde eu havia escondido com medo de que alguém encontrasse. O título era “O poder para fazer seus sonhos virarem realidade”. Era um livro de encantamentos, que eu havia comprado numa livraria de segunda mão na minha última visita a Hogsmeade. Ele era muito velho, estava aos pedaços e com aparência duvidosa. Ele fez-me sentir estranha, então eu o comprei. Tinha a intuição de que isto ia funcionar, era o meu último recurso. Se orar para Deus não funciona, talvez aquele livro funcionasse. Afinal, a única coisa proibida no mundo mágico era a poção do amor, não encantamentos.
Existem rumores de que para ter um encontro com certos livros, o livro atrai o leitor, e ele é passado para as mãos daquele que deve lê-lo. Que este livro que eu encontrei numa livraria de segunda mão em Hogsmeade tenha chegado às minhas mãos... Bom, com certeza, isso era Destino.

- Vamos ver como é que se faz isso... – disse, enquanto abria o livro.

Numa noite de lua nova, desenhe um círculo mágico no chão e fique no centro dele, recite o encanto e então o que você deseja ter. Seu desejo será certamente concedido.

Minha sorte é que era noite de lua nova. Terminei de desenhar o círculo mágico no chão, entrei nele, recitei o encanto e então o meu pedido:
- Eu desejo que o Harry Potter retribua aos meus sentimentos!

O quarto continuou em silêncio. Então um pensamento idiota me veio à cabeça: talvez, assim como não existe feitiço do amor, os encantamentos amorosos também não funcionassem.
Levantei-me e quando estava prestes a sair do círculo mágico, a janela à minha frente se abriu bruscamente e um vento forte entrou.
- Mas o que...
Não consegui terminar a frase, pois ao olhar novamente para a janela meus olhos depararam com algo que não estava ali segundos antes.
A figura era alta, com longos cabelos loiros, numa tonalidade amarela tão brilhante quanto o sol, possuía longas assas negras, na mesma cor de suas vestes, e um par de chifres saía de sua cabeça.

- Eu sou o Diabo. Foi você quem me chamou?

“O QUE?” Definitivamente, meu cérebro havia parado. Nada me vinha à cabeça. Tentei gritar, mas tudo que saiu da minha boca foi um gemido.
- Hunf... Depois de um longo tempo, sou chamado por esta criança.

Foi então que meu cérebro voltou a funcionar e eu pude raciocinar. O homem à minha frente... Asas negras, olhos vermelhos, chifres de carneiro e orelhas pontudas... Oh, Deus, não pode ser... O único conhecido nesse mundo por essas características é o... Diabo!
Aquilo não podia ser uma brincadeira... Quem brincaria de tal forma comigo?
Sem chance... Não pode ser... Então o encanto que eu invoquei era magia negra?

Sem perceber, fui caminhando para trás e acabei saindo do círculo mágico, e fui jogada bruscamente contra a parede.
- Sua tola! Não sabe que se pisar fora do círculo mágico eu posso te matar?

Aquela voz... Não me era estranha... Um jeito arrastado de falar, com ar de superior. Olhei novamente para a pessoa (se é que poderia chamar o diabo de pessoa) à minha frente, dessa vez de forma diferente... Se tirasse aquelas asas e aqueles chifres... Diminuindo um pouco o cabelo e colocando olhos azuis no lugar dos vermelhos... Oh não, ele ficava igual ao...
- Draco Malfoy! – mas como? Tinha certeza, o rosto do indivíduo no seu quarto era o de seu odiado inimigo da casa da Sonserina. Como ela poderia estar com o Diabo em seu quarto, e ao mesmo tempo este ter o rosto de Malfoy???
O Diabo então deu um sorriso superior, que me fez confirmar as minhas suspeitas.
- Esse é o meu nome aqui na terra. Draco Malfoy é a minha reencarnação no mundo humano – terminou a explicação – Agora... Faz um longo tempo que eu tive uma alma jovem e fresca... Eu vou saboreá-la...

“Eu posso ser morta? O quê? Por quê? Só porque eu invoquei aquela magia? Eu vou morrer...” Eu não pensava direito, nada mais me importava. Meu coração foi ficando mais leve... “Isto é... Possessão demoníaca?”
Então, tão rápido quanto começou, acabou. Meu corpo pendeu para frente e senti braços fortes me ampararem.
- O que... aconteceu... – minha voz estava fraca, assim como meu corpo.
Minha pergunta não foi respondida. Ouvi então a mesma voz arrastada dizer:

- Você é uma virgem.

Levantei tão rápido dos braços que me seguravam que quase tropecei nos meus próprios pés.
- O-o quê???

- Mudança de planos! O acordo é... – enquanto falava, uma energia vermelha foi acumulando-se em sua mão – se o coração de Harry Potter for seu... – um movimento com a mão e a energia nela acumulada veio em meu ombro, cortando minha blusa e deixando uma marca negra com uma estrela de seis pontas no meio - ... Então meu pagamento será sua virgindade.

- Mas isso... isso é demais! Como poderei me casar?! – lagrimas começaram a brotar de meus olhos, com a dor que sentia em meu ombro.
- Não chore, a dor desaparecerá quando o contrato estiver fechado.

- Espere... Espere um minuto... O que você quis dizer com isso? Você estava falando sério?!
- Se eu te der o coração do Potter, em retribuição eu vou tirar a sua virgindade.
- Que? Eu nunca ouvi tamanha barbaridade!
- Você quer ficar com o Potter? – ele aproximou-se falando bem perto do meu rosto – Então seu corpo será o meu pagamento.

“Sem chance!” era o que eu pensava.

Foi então que eu ouvi uma outra voz.
- Mas... Mestre...
Notei então um corvo no ombro de Malfoy, sendo que ele falava. Ora, mesmo no mundo mágico isso era algo espantoso. Afinal, mesmo um animago não pode falar sem estar na forma humana. O corvo continuou:

- Se o senhor ajudar essa garota... Tenho medo que manche a sua reputação!
- Isso não importa. Eu quero a virgindade dela tanto quanto sua alma.
- mas... Olhe! Seu rosto não tem sex appeal! E seu peito é pequeno...
- Sim... Nisso você tem razão...
- Vê? Ela é uma pessoa inferior ao senhor.

Aquela conversa me irritou profundamente. Afinal, tratavam-me como uma mercadoria a ser vendida. E quem aquele corvo pensava que era para falar de mim assim? Uma fagulha do famoso fogo Weasley se espalhou por mim naquele momento, e eu me meti na conversa.
- Com licença! Mas eu tenho sim um corpo adulto! Mesmo se meu *Be...ep* é *Be...ep* e um pouco *Be...ep*...!!!

Malfoy então olhou pra mim de forma tão safada que me assustou. “O-ow... Acho que estou cavando a minha própria cova...” Pensei, ao perceber a besteira que eu fiz me intrometendo onde não era chamada.
- Hum... É, eu deveria prová-la... Phobos, saia. – ordenou ao corvo, agora nomeado de Phobos.

A ave atendeu, e saiu voando pela janela ainda aberta. Um silêncio abateu o ambiente e eu tomei coragem para perguntar:
- Isso é... Uma brincadeira?
Algo me dizia que não era, mas não custava nada perguntar, certo?
Errado. Logo em seguida à pergunta eu senti algo frio passar por mim, como se eu estivesse passando por um fantasma. Me encolhi de medo, sendo observada pro olhos atentos. Percebi então que os olhos de Malfoy não estavam mais vermelhos, e sim na sua tonalidade azul-cinza que todos conheciam.
Ele deu uma risada sarcástica enquanto olhava para mim, dizendo em seguida:
- Você está com medo de mim? Vá em frente, tente fugir!
Eu bem que tentei, mas ele foi mais rápido e segurou meu braço.
- Mas... Saiba que esse tipo de reação só me instiga. – completou ele, com o olhar malicioso.
- Não! – eu tentei me soltar, mas ele me segurou mais forte.
- Você vai gritar o nome do homem que você ama? Eu tenho certeza que será divertido possuir você... Que está atolada em culpa e vergonha...

“Meu corpo... Eu não consigo controla-lo... Sinto um calor onde quer que eu seja tocada... Por que eu sinto... Como se estivesse queimando...?”
- Pa-pare... – consegui gaguejar.
- Fique calma... Você vai saborear o mais intenso prazer desse mundo.

Ele me puxou para mais perto, mordiscando minha orelha e descendo para o meu pescoço.
“Se eu não fizer nada eu vou realmente ser...”
- N... Não! – eu consegui falar mais alto, ao mesmo tempo que batia com a minha mão na parede para fazer barulho.
Malfoy olhava agora para mim de um jeito diferente, como se não esperasse aquele tipo de reação da minha parte. Consegui então continuar:
- A verdade é... De qualquer jeito você ainda não realizou o meu desejo. – minha voz estava calma e controlada, até que eu gritei – Eu acho que você só quer roubar a minha virgindade! Não vou deixar você me enganar!

O loiro olhou para mim irritado, e falou com desprezo:
- Você tem um corpo pequeno mas uma boca grande. Fique agradecida por eu não ter apenas roubado a sua alma. – foi virando-se de costas para mim – Que seja. Amanhã, tenha certeza de seus sentimentos por aquele garoto. E não esqueça do nosso acordo... – ele virou o rosto e seus olhos encontraram os meus – A sua virgindade pertence a mim!
Ele deu mais uma risada sarcástica, antes de abrir as asas e sair voando pela janela aberta.

Continuei parada no mesmo lugar, até que me dei conta do que aconteceu. Caminhei até a minha cama e praticamente me joguei nela, sem forças.
“Ah, Deus... Sinto-me como se estivesse sonhando... Fazendo um pacto com o demônio... Harry, eu só quero você...” Com este último pensamento, adormeci.



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N/A: Oi pessoal!!!
E então, gostaram do 1º capítulo??? Coitada da Gina... Se meteu numa roubada!!! Agora ela terá que cumprir o contrato com Draco Malfoy, o Diabo reencarnado!!!

Espero que estejam gostando!!! Próxima atualização: semana que vem!!!

Leiam minhas outras fics: "Tchimitchanga: O Mundo Perdido" e "A Razão é Você"!!!

Deixem comentários!!!

Bjinhos!!!!
(¯`•._.•[ Princesa Chi ]•._.•´¯)

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