Tempo de perdoar



Tempo de perdoar






‘De repente me dei conta de algo terrível: Eu amava os dois.

E pior... teria que escolher.

Naquele momento.’






Porém nem tive tempo de pensar, muito menos de escolher. Draco me puxou e me beijou quase com violência.



Fui escolhida.



Ele nem ligou quando o empurrei com todas as minhas forças. Olhou para onde Rony estivera há segundos atrás e disse:



- Será que ele viu? Tomara que tenha visto. Só é pena o Potter não estar aqui, ele também é afim de você e ia morrer de raiva!



Eu o fuzilei com os olhos, o sangue esquentando em minhas veias.



- Que foi? – ele perguntou.



- Então é isso que eu sou?! Um objeto, uma coisa, que você usa para irritar meus amigos? – perguntei quase gritando.



- Não! Eu não disse isso.



- Você é um cretino. Idiota e infantil!



E eu sou uma burra. – pensei enquanto tentava me afastar dele.



Ele puxou meu braço, me forçando a olhá-lo e disse quase rosnando:



- Não me vire as costas. E vê se aprende a me respeitar.



- Tenho coisas mais importantes a fazer, do que ficar aqui discutindo contigo. Me solta.



- O que você vai fazer? Ir atrás dele?! – perguntou ainda segurando meu braço.



- Eu vou estudar.



- Imagino... – ele disse sarcástico.



- Se não quer acreditar, não posso fazer nada.



Ele me puxou mais uma vez, tentando me beijar, mas me livrei a tempo de suas mãos e com um singelo “tchau” saí rapidamente dali.



Porque eu sabia o que aconteceria se ele me beijasse pra valer. Eu ficaria tonta e esqueceria o quanto ele era idiota.



Se eu pensasse um pouco mais antes de ter provocado o Draco a me dar o nosso primeiro beijo, não estaria naquela situação. Quer dizer, ainda gostaria do Rony, mas pelo menos, só teria um problema. Bom, na verdade, também não deveria ter beijado o Rony. Porque aí não estaria gostando dos dois, em dúvida e em pânico.



Ai, que confusão!!!



E eu nem tinha com quem conversar, ninguém de fora para me ouvir e me dar uma opinião, um conselho sensato e sincero...





Meu erro?



Medo.



Eu estava com a vassoura nas mãos, na beira de um precipício, querendo voar para o desconhecido, mas não pude. Por covardia. Por receio de cair e quebrar a cara no chão.



Estava na margem de um grande lago, e meu coração ansiava por mergulhar e sentir as águas envolverem meu corpo, porém não consegui pular. Estava aterrorizada pela possibilidade de me afogar.



Estava entre dois garotos e não consegui escolher. Por fraqueza. Por medo de tomar o caminho errado e acabar me perdendo de mim mesma. Medo de me apaixonar, de viver, de me iludir, de mostrar para todos a minha completa ignorância em certos assuntos. Medo, que me levou a descobrir sentimentos em mim que nem sabia que existiam.



Meu castigo?



Ter que conviver com as conseqüências desse erro... Ver todos os meus medos se concretizarem, de uma forma ou de outra, como se não houvesse mesmo nenhuma escapatória de tudo aquilo.



Como se já não bastassem todos os outros problemas que teria de enfrentar.



Porque já não tinha como ignorar o que estava acontecendo. Chega uma hora na vida que a gente tem que olhar pra trás e se confrontar com as burradas que fez.



E tentar colocar tudo nos eixos novamente.



Antes que fosse tarde demais.



*****




O que você fez é imperdoável... – essas palavras do Rony não me saíam da cabeça. Foi como se ele tivesse me derrubado no chão com essa frase. E o que perturbava mais era ter a impressão de já tê-la ouvido. Era a segunda vez em dois dias que eu tinha essa sensação estranha, de já ter vivenciado um momento. A primeira vez foi na sala do diretor.



Fui direto para a biblioteca, peguei o maior número de livros sobre rituais que pude carregar e sentei numa mesa disposta a ficar o resto do dia. Tinha imaginado uma véspera de Natal bem diferente. Sem brigas e beijando o Draco. Mas até que ficar no meio dos livros era bom, instigante... Eu sabia lidar com eles, tinha o controle. Aquele era o meu território, eu mandava, sabia exatamente o que fazer e como fazer para tirar dos livros tudo o que precisava. Ainda mais se fosse sobre esse assunto, rituais, que me intrigavam e tinham tanta importância na minha vida (ou na possível falta dela).



Já tinha lido todos aqueles livros, é claro, mas depois daquilo tudo que Dumbledore disse, comecei aquelas pesquisas na esperança de que talvez tivesse alguma “luz”.



E também porque precisava reunir coragem para conversar com Draco e Rony. Já sabia o que fazer. Pedir desculpas e acabar com tudo aquilo era a única solução. Foi muita pretensão a minha, querer escolher entre os dois... Como se eu fosse muita coisa!



Ficar sozinha era o que eu merecia depois de causar toda aquela confusão e aumentar mais ainda a rivalidade entre eles. Os dois iam me odiar, mais do que já estavam odiando e seria horrível... Eu já estava morrendo por dentro, mas pelo menos não atormentaria a mais ninguém com aquela situação.





Tentando afastar esses pensamentos dolorosos da cabeça, comecei a procurar textos que tinham alguma ligação com o que Dumbledore falara... Sabia que os rituais deviam ser preparados com antecedência (por isso Draco teve que me levar naquele penhasco); que em feitiços mais complexos, deve-se usar uma substancia concentradora de energia (daí o óleo de almíscar); da extrema importância de usar palavras certas de maneira certa (será que foi nisso que o ritual deu errado?); que rituais de sacrifício só fazem efeito quando o sangue é derramado (por isso, queriam me matar); e que a arte de invocar, escravizar e fazer acordos com almas era chamada de necromancia. Tinha que admitir que essa foi uma sacada genial de quem planejou o ritual, pois com espíritos fazendo o trabalho sujo, não era preciso de muita gente para executar o serviço. Somente duas pessoas. Draco Malfoy e mais alguém. Alguém que conhecesse muito de magia negra... Alguém extremamente esperto... Alguém que invocou os espíritos.



Isso se encaixaria perfeitamente no Snape. Porque naquela época a maioria dos comensais estavam presos ou muito escondidos.



Mas Dumbledore confiava no Snape. E eu confiava em Dumbledore.



Voltando a estaca zero.



A não ser que...



“...não está em Beuxbatons o que procuramos. Pra mim está aqui mesmo em Hogwarts.”



...fosse um aluno.



Isso explicaria o pergaminho que Draco disse não ser dele, a presença da Tonks na escola, os atos estranhos do prof.º Snape e toda aquela investigação sigilosa.



Porém ao pensar nessa hipótese, achei muito improvável um aluno de Hogwarts com conhecimentos avançados em magia negra. Mas não impossível. Eu mesma se tivesse tendência para as artes das trevas já estaria fazendo invocações e amaldiçoamentos como ninguém.



Não podia descartar essa teoria. E precisava investigá-la.





Pus-me a examinar atentamente os livros. Encontrei coisas interessantes:



Dentro da magia branca não se faz feitiços com intuito de vingança e satisfações pessoais que possam prejudicar a outrem, pois se acredita que tudo o que fizermos voltará para nós multiplicado por três. Tudo indica que os que praticam tais atos, terão de pagar por eles um dia ou outro. É o que se chama "a lei do retorno", ou "lei do carma".



- Hum... tomara que essa lei do retorno funcione mesmo. – falei baixinho.



Outro fator existente na magia negra são os sacrifícios, que podem ser tanto de um animal como de um ser humano. Tudo isso em nome de demônios, em forma de agradecimentos, para o aumento de seus poderes, ou para rituais de morte.



“Esse é o meu caso...” – pensei.



A pior das magias negras é a que se efetua diretamente, através do ódio. Por isto mesmo se torna necessária uma profunda educação para a paz visando reativar em cada ser humano o seu respeito com seu semelhante, assim como os grandes valores da humanidade e da espiritualidade verdadeira: o amor, a sabedoria e a verdade.



Lembrei do que Dumbledore disse sobre a magia branca superar a negra. Continuei a leitura, cada vez mais interessada.



Rituais Malignos



Fórmulas mágicas, pragas, palavras de ódio, círculos amaldiçoados, sacrifícios e muita habilidade são essenciais para a realização desse tipo de ritual. Eles geralmente são muito antigos e extremamente difíceis de se realizar, porém um coração movido por maldade, ambição, inveja e/ou desejo de vingança pode levar as pessoas a fazerem de tudo para conseguir seu intuito nefasto, inclusive se aventurar a praticar essa arte tão oculta e perigosa.



Os rituais malignos são proibidos à todos os bruxos do mundo desde o século XVII, e punições severas são aplicadas àqueles que os praticam, visando a paz, harmonia e segurança no universo.



Rituais de morte são punidos com prisão eterna, pois é uma magia muito cruel. Os que são praticados por necromancia, antigamente eram condenados à morte, pois são os rituais mais eficazes e hediondos. É preciso ter uma ligação muito forte com as trevas para lidar com almas.




Senti-me gelar ao ler essa sentença. Se os rituais feitos por espíritos eram mais eficazes, a hipótese de haver algum erro era remota. Então por que eu sobrevivi? Por que Dumbledore não me alertou sobre isso? Será que eu tinha uma ligação forte com as trevas? Ou como o diretor sugeriu, seria possível eu ter algum dom?



E se tudo deu certo no ritual e eu tinha sobrevivido por outra razão, como se explicava a onda de calor, a incrível mudança de atitude de algumas pessoas na escola e os sonhos estranhos que eu e Harry estávamos tendo?



Subitamente minha cabeça começou a doer. Meu corpo amoleceu e minha vista falhou.



“Não tente negar a si mesma, Hermione Granger.”



“O que você fez é imperdoável...”



“Não queria ter participado disso, realmente não queria...”




Tudo rodou. Não vi mais nada na minha frente.



*****




Abri os olhos devagar. Estava tudo meio nebuloso. Pensei que tinha morrido, até sentir um cutucão no ombro.



- Que coisa medíocre usar a biblioteca pra dormir... Acorda! – era a voz do Draco.



Levantei a cabeça com dificuldade. Encontrei o olhar frio dele sobre mim.



- O que é isso? – ele disse tentando pôr as mãos no meu rosto.



Alguma coisa escorria do meu nariz. Assustada, levei uma mão até ele. Era sangue.



Levantei de um salto. Meu corpo inteiro começou a tremer.



- Algo ruim vai acontecer... Eu sei que vai! – sussurrei olhando para todos os lados.



- Hei! De onde você tirou essa idéia?



- Da última vez que meu nariz sangrou, eu peguei aquele pergaminho na sala do Snape e perdi a monitoria... – comecei. Ele revirou os olhos – Sei que pode parecer besteira, mas sinto que vai acontecer alguma coisa!



- Bom, tem um banquete enorme nos esperando no salão, vamos sair daqui.



- Você não leva mesmo a sério...



Ele me abraçou, como se eu fosse uma criança e me carregou para fora da biblioteca. Dizia coisas, mas eu não prestava muita atenção. Quando dei por mim, estávamos nos beijando.



Eu não correspondi ao beijo com muita paixão. Abri os olhos e me surpreendi ao ver os dele abertos também.



- Você sempre beija de olho aberto? – perguntei.



- Não. Mas eu olho de vez em quando, pra ver como você está reagindo. Agora, por exemplo, acho que não gostou muito.



Meus olhos tentaram fugir dos dele. Não achei que fosse um bom momento para dizer que eu queria terminar.



Amanhã... amanhã eu falo. Ou então, quem sabe não dou a sorte dele perceber tudo e me poupar disso?



Afinal, eu nunca tinha terminado um namoro. E estava morrendo de medo de sua reação.





Nós fomos para o salão principal. Estava lindo, todo decorado com motivos natalinos. Havia poucas pessoas. Acho que ficaram com medo de festas em Hogwarts, depois do que houve no Halloween.



Comi pouco e falei menos ainda. Draco tentava me animar, dizendo que eu não devia me preocupar e parar de viver esperando algo de mal acontecer, e blá, blá, blá... Ele era muito ruim em consolar... Coisas de quem não estava na minha pele. Olhei duas vezes de relance para a mesa da Grifinória. Rony estava sozinho e com uma cara horrível. Senti meu coração pesar.



Draco começou a falar mal dos outros. Eu permaneci calada. Ele sugeriu irmos ao seu quarto. Eu neguei. Então percebendo minha apatia, ele me acompanhou até a sala comunal.



- Você tem sido uma menina muito fria. – ele disse ao chegarmos no quadro da mulher gorda.



- Se espera que eu aja naturalmente contigo depois do que aconteceu hoje cedo, esqueça.



- O Weasley não está a sua altura. Aliás, ele não está à altura de ninguém. Você é minha namorada agora. Então ponha isso na cabeça e o apague de uma vez.



- Você não tem direito de falar assim dele!!!



- Olha a malcriacão!!! – ele disse pondo um dedo na minha cara. Dei-lhe um safanão. Ele me agarrou e me beijou.



A principio, correspondi o beijo com a mesma fúria. Depois, lembrei que precisava terminar com ele e abaixei a cabeça.



Ele ficou parado por algum tempo. Eu poderia adivinhar a expressão do seu rosto. Pasmo e com raiva. Então, levantou minha cabeça até nossos olhos se encontrarem e disse:



- Sabe qual é o seu problema, Hermione? Você pensa demais.



E me deixou sozinha, sem se despedir. Eu disse a senha à Mulher Gorda e entrei na sala comunal. Estava indo em direção à escada que dava no dormitório. Foi quando ouvi o quadro se abrir e virei instintivamente para ver quem era. Me arrependi, pois era o Rony.



- A noite foi boa? – ele perguntou, sorrindo ironicamente.



Como eu odeio ironias! – pensei antes de responder:



- Eu não estou para brigas hoje, ok?



- Mas eu estou. – ele respondeu.



- Problema seu!



- O que vocês conversam? – ele continuou – Sobre o quanto eu sou idiota e vocês são perfeitos?! É isso?!



- Eu não vou brigar contigo. E não falo essas coisas de você!



- Pode assumir, Hermione! Assuma que vocês riem de mim! O pobretão, o babaca do Weasley... É isso?! Vocês se divertem?



O modo como ele falou me constrangeu. Se ao menos soubesse o quanto meu coração sangrava ao ouvir aquilo...



- Não tem graça, Rony! Eu não gostei do que o Draco fez hoje... Não é engraçado!



Ele deu de ombros.



- Você sabe que... que sempre foi importante pra mim.



- Não, Hermione... Eu não sei.





*****




Sonhei que estava morta. Jogada numa maca do St. Mungus. Meu pai consolava mamãe, Harry parecia estar em estado de choque e Gina soluçava com a cara escondida no peito de Rony. Ele tinha rosas vermelhas nas mãos, e me olhava de um jeito muito melancólico. Draco estava na porta, longe de todos. Ele derramou uma lagrima de sangue. Luna surgiu do nada saltitando e disse que tudo ia acabar bem.





Chorei um pouco ao acordar. Estava sufocada e suando muito. Levantei da cama e abri as cortinas da janela. O sol iluminava o jardim. Olhei em volta e vi vários embrulhos no chão. Até tinha esquecido que era Natal.



Comecei a abrir meus presentes...



Um livro de frases famosas de mamãe. Dez galeões de papai. Uma enorme carta assinada pelos dois, onde demonstravam preocupação e pediam notícias. Eu já tinha mandado os presentes deles e uma carta igualmente enorme no dia anterior. Desejei que tivesse chegado a tempo.



Um pacote mal embrulhado, contendo uma pequena quantidade de um pó verde e um bilhetinho que dizia:



Pó de pum.

A mais louca novidade da Gemialidades Weasley.

Aproveite bem e Feliz Natal!

Ass.: Fred e Jorge Weasley




Tinha que ser invenção deles! Mas o que passou por aquelas mentes perturbadas para imaginarem que eu aproveitaria pó de pum? – pensei enquanto pegava o próximo embrulho.



Era uma caixa de bombons muito finos, recheados com amora, da Parvati. O cartão dizia: “Como é Natal, libero os doces! Soube que está com o Malfoy agora... Você merece! Seja feliz!!!”



Dei um sorriso triste e comi um bombom. Repentinamente, me senti mais animada. Será que estão enfeitiçados? – me perguntei.



Pedaços de bolo do Hagrid... Um pingente tosco de madeira, com a forma da pata de um urso, dado pela Luna, que escreveu num bilhete: “Pessoas especiais como nós, precisam da pata como guia. Feliz Natal.”



Depois de comer mais um bombom e rir um pouco das doideiras de Luna, peguei o presente da Gina. Parecia um estojo de maquiagem, porém ao abrir, só tinha uma espécie de pomada translúcida. Junto com o estojinho, tinha um bisbilhoscópio de bolso, um par de orelhas extensíveis e uma carta com a letra dela:



Cara, TE AMO. Mais do que você imagina. Sei que não está numa das suas melhores fases e que eu não colaborei muito para te ajudar, mas espero que isso já tenha passado entre nós. Como você disse, AS IDIOTAS TÊM QUE FICAR JUNTAS.

Desculpe te encher, mas eu preciso desabafar um pouquinho, tá? Caraça, M, tá sinistro... Como se não bastasse tudo o que aconteceu contigo e com minha família, agora o Simas terminou comigo. E pior: todo mundo aqui ficou sabendo.

Tudo porque o canalha teve a cara de pau de terminar por carta. Na véspera de Natal. Eu desabei no choro bem no meio da sala, pra quem quisesse ver. Logo o assunto se espalhou pela casa, Jorge tomou a carta das minhas mãos e o resto... você pode adivinhar. Três irmãos me passando sermão, unindo forças com mamãe, que não teve a mínima consideração por mim e não cansava de repetir “Oh, minha filha! Se você escolhesse melhor seus namorados...” Gente que nem era da família querendo se meter e dar palpite também... A maior confusão. Papai foi o único que me defendeu e ficou comigo no quarto até a hora da ceia.

Devia ter te ouvido quando me disse que ele não gostava de mim. Sabe porque ele terminou? Porque eu era amiga demais. AMIGA DEMAIS!!! Só porque eu falo besteiras e tomo a iniciativa quando dá vontade? Porque eu não escondo o quanto gosto dele? Ou porque sou capaz de ganhá-lo no quadribol? Ah, M, que vontade me deu de ser como você! De ser capaz de guardar o que sinto, de ser bem malvada com os garotos! Não vê o Rony, que é louco por você? Ele até ficou aí por sua causa! (Por falar nisso espero que tenha o perdoado – sei que você não gosta que eu me meta, mas não deu pra evitar!)

Depois de comer, eu tava conversando com a nossa outra amiga e ela estava me ajudando a colocar na cabeça que o Simas não prestava pra mim. (Ela ficou bem surpresa ao saber da história). Ela até conseguiu me convencer por uns momentos, mas agora, escrevendo pra você, tive vontade de ver a foto dele... Eu não sei o que está acontecendo comigo.

Os gêmeos também estão o odiando e dizendo que eu mereço coisa melhor, mas sabe o que eu acho? Que o Simas merece coisa melhor, que eu sou um nada. É assim que me sinto.

Queria que você estivesse aqui. A gente poderia se consolar das nossas desgraças. Te adoro demais, espero passar muitos momentos contigo. Bons, maus, depressivos, alegres... Enfim. Você mora no meu coração. Feliz Natal! (espero que o seu seja muito bom) essa pomadinha que eu te dei é uma espécie de maquiagem, que faz milagres no rosto! (comprei um pra mim também! Nada como puxar o saco dos gêmeos pra ganhar uns trocados!) e o bisbilhoscópio e as orelhas são presentes daquela nossa amiga. Na volta ela te explica. O que eu posso falar de mais? Não temos muitas novidades, só uma coisa que vai te intrigar mais um pouco.

Mas sabe o que foi mais chato? Pior do que ter levado um pé na bunda? Ver o lugar do Percy vazio novamente. Ver a cara desconsolada do papai. Sentir essa angustia enorme de ter perdido um irmão sem perder realmente.

Mamãe continua querendo viver no mundo da fantasia e fala umas coisas meio loucas, mas não sei se é pior ouvir as mentiras dela ou ouvir os gêmeos falarem que ele nunca prestou.

Pô, pra quem me vê zoando e rindo, parece que eu não ligo, mas nem é... Depois, ao mesmo tempo, minha consciência pesa, eu fico pensando, misturo tudo e acabo não chegando a lugar nenhum. (isso ficou muito confuso).

Ae, vou acabar por aqui porque entregar o pergaminho com lágrimas não vai ser legal.

Beijos, Gina W.



P.S.: aqui tá fazendo um frio danado.




Fiquei mais algum tempo olhando praquela carta. Me deu vontade de pegar uma vassoura e ir rápido para a Ordem (isso se eu não tivesse medo de voar). Tadinha da Gina! Que barra!



Pelo que entendi, “a outra amiga” devia ser o Harry. Era mesmo muito arriscado pôr o nome dele, porque a carta poderia ser interceptada. Por isso também, eles não poderiam me mandar nada de muito revelador e eu teria que esperar a volta às aulas para saber das novidades que pelo visto não eram muitas... Foi o que Gina deu a entender. Porém, havia uma coisa que ia me intrigar... O que seria?



Fiquei com raiva do Simas. Muita raiva. Onde ele ia encontrar garota melhor e mais bonita que a Gina?! Ele era feio! Esses homens só serviam para atrapalhar a vida mesmo. E ela dizendo que queria ser como eu! Não sei quem estava em situação pior.



Mas o que mais mexeu comigo, mais do que ela dizer que fazia frio lá, foi saber que Rony tinha ficado em Hogwarts por minha causa. Meu coração deu um salto, o estômago revirou de um jeito estranho e engraçado e me odiei mais ainda por tê-lo feito sofrer, ficar sozinho e pensar coisas que não eram verdade.



Quando pensei que os presentes já tinham acabado, Bichento apareceu e começou a tentar chamar minha atenção, miando alto e se enroscando em minhas pernas.



- O que foi? – perguntei tolamente, como se ele pudesse responder. O peguei no colo e vi que trazia uma pequena caixinha azul pendurada no pescoço. Eu a tirei e ele ronronou feliz. Preso na caixinha tinha um pequeno envelope com meu nome escrito. O abri:



Não vou escrever aquelas mesmas besteiras que todos escrevem, afinal tudo o que acho de você, já disse pessoalmente. Só peço que lembre que ainda sou seu namorado e espero presente hoje (não estou falando de presentes normais, eu te quero do jeito que sempre foi e você sabe). Não vou procurá-la, não vou cercá-la, não vou encher. Não te entendi ontem. Se você ainda quiser me ver, estarei no lugar de sempre. Então, acho que é só. Espero que goste do presente e o use. Feliz Natal.

D. Malfoy.






Dentro da caixa azul havia um anel repleto de pequenas pedrinhas brilhantes. Merlim... Eram diamantes. Não pude acreditar que tinha algo tão caro em minhas mãos. Precisava devolver! Não tinha direito de ficar com o anel, já que ia terminar com ele.



Demorei algum tempo no banho, enrolando e pensando... Antes eu me preocupava muito com o futuro. Eu via à frente e sabia perfeitamente o que ia fazer com a minha vida. Por um tempo, tudo deu certo. Mas aí, as coisas começaram a mudar na minha cabeça e principalmente, no meu coração fazendo com que perdesse a direção.



Sempre soube que a comunidade bruxa corria perigo com a volta de Voldemort, mas pensei que fosse dar tudo certo no final, como sempre. Porém, a morte de Sirius, uma pessoa tão querida e chegada, me trouxe à realidade. Que qualquer um de nós poderia morrer, que para morrer basta estar vivo, que eu estava correndo perigo e pior: os meus melhores amigos também.



Naquele momento eu me preocupava mais com o presente, com o que ia acontecer no próximo minuto, no próximo segundo. As coisas estavam tão loucas, tão surreais! As forças das trevas me queriam... Alguma hora eu teria que descer e encarar o Draco. Para terminar nosso namoro. No dia do Natal. Depois de ter ganhado um anel caro dele. Depois de ter sido salva por ele. E tendo uma certeza muito grande de que ele voltaria a me odiar. Como iria encará-lo?



Quando saí do banheiro, o bisbilhoscópio girava bastante em cima da minha cama. Ao lado dele, um embrulho que eu não tinha visto. Foi com receio que o desfiz.



Era uma boneca de pano muito feia, usando uniforme grifinório. Ao pegá-la nas mãos, senti um arrepio sinistro percorrer meu corpo. Quando me dei conta do que ela era, foi tarde. Uma lufada de vento entrou pela janela trazendo uma voz horrível que dizia: “Morra, vagabunda, morra!”



Minha barriga começou a doer loucamente. Como se algo estivesse explodindo dentro de mim. Gemi alto de dor e me apoiei na cama, mas minhas pernas cederam e caí. Contorcia-me no chão e a dor só fazia aumentar. A voz falhou de tanto gritar de dor e por socorro. Eu morreria se continuasse daquele jeito. O instinto me fez rastejar com dificuldade até a porta e a empurrar. Então, perdi os sentidos.





Acordei com o gosto de algo muito amargo descendo pela garganta. Tossi e abri os olhos. Vi o rosto de Madame Pomfrey na minha frente.



- Ah, que bom que a senhora voltou! – exclamei – Sinto muito por...



- A Srta. sabe o que é isso? – ela interrompeu séria, me mostrando a boneca. Eu afirmei com a cabeça ao lembrar do que tinha acontecido.



- Um vodu. Se não fosse uma menina te achar caída e me chamar, você passaria outra semana na ala hospitalar. Olha, srta. Granger, eu não quero nem saber quem te deu isso, mas se continuar mexendo com magia negra, você e seu namoradinho, não me responsabilizo mais. – ela disse rispidamente e saiu.



Continuei deitada em minha cama e respirei fundo. Como era difícil sofrer atentados de morte e ainda ouvir falsas acusações! Me afundei no lençol, com medo de sair daquele quarto. E ainda zonza e chorando, falei baixinho:



- Eu disse que ia acontecer algo de ruim! Mas ele não acreditou...



*****




Descia as escadas decididamente. Já estava melhor. Só um pouco fraca. Sentia-me esquisita, por não ter me assustado tanto com aquele vodu. O que me assustou mais, foi o fato de já saber que aquilo aconteceria. Era estranho...



Já era noite. Embrenhei-me por um corredor do sétimo andar. Carregava o anel fechado na palma da mão esquerda. Desejei coragem e que Draco estivesse lá.



Abri a porta. Ele estava.



No nosso lugar de sempre, no Ritual.



- Você está aqui... – eu disse, sentindo a coragem fugir.



- Acho que sim. – ele respondeu indo em minha direção.



- Só vim para devolver isto. – disse me afastando e mostrando o anel.



- Devolver? Não se devolve um presente! É falta de educação!



- Eu sei... Mas não posso aceitar e logo depois terminar com você. – disse num fio de voz.



Um silêncio terrível entre nós. Sentia-me como se tivesse aberto um buraco em algum lugar dentro de mim e sugado todas as minhas forças e vontade de viver. Ele parecia chocado. Não esperava que eu dissesse aquilo.



- Porque? – perguntou depois de um tempo, olhando nos meus olhos.



- Porque você não me merece.



- Não vem com essa história de como eu sou legal e que mereço garota melhor! Nós dois sabemos que essa não é a verdade.



- Me desculpe, Draco. Mas eu te faria sofrer. E não gosto de mim desse jeito.



- Como se você fosse capaz de me fazer sofrer! Se enxerga, garota. Você não vale tanto assim. – ele disse com desdém.



- Não vou considerar isso que você falou. Sei que está com raiva...



- Pois é bom considerar. Eu falo sério. – ele interrompeu friamente, passando por mim. Eu engoli em seco.



- Draco! – chamei.



- O que?



- O anel...



Ele chegou mais perto, pegou o anel da minha mão e me beijou demoradamente. Eu permiti, pois entendi aquilo como um adeus.



Porém, ao trocar de roupa para dormir, achei o mesmo anel dentro do bolso da minha calça.



*****




Draco foi embora para casa. Eu passava os dias na biblioteca.



Pensei que Rony iria também, mas ele ficou. Nos ignorávamos ao máximo. Era melhor assim. Eu ainda sentia necessidade de pedir desculpas a ele, mas não tinha tido coragem.



Estava sozinha novamente. Como no começo do ano. Vendo os casais se beijarem e sentindo uma imensa falta. Mas tendo consciência que aquilo não era para mim.



Quando sentia uma umidade nos olhos, ia procurar livros depressa. Não me permitia chorar novamente por aqueles dois. Eu era Hermione Granger. Estava muito acima daqueles seres infantis.



Amor? Sim, eu havia pensado nisso naquele fatídico dia da briga. Na possibilidade de amar os dois. Mas naquele momento, voltando a pensar nessa palavra, amor, a senti muito estranha.



Será que amar era aquilo? Um sentir falta enorme do Rony? Um medo grande de perder para sempre o Draco?



Ou era apenas egoísmo meu? Insegurança? Medo de ficar sozinha?



Eu não merecia nenhum dos dois.



Porque não tinha certeza de quem amava. Porque nem ao menos sabia o que era amor de verdade.



Devia ter morrido.



Se ao menos pudesse aprender isso nos livros! Se encontrasse uma definição para amor, saberia como agir, seria expert!



Porém, na matéria mais importante da vida, eu era uma simples aprendiz. A pior das piores, com as notas mais horríveis.



Uma tola completa. E infantil, assim como eles.



Afinal não estava tão acima assim.



*****




As férias no castelo estavam sendo horríveis. Em apenas um dia, terminara todos os meus deveres e não tinha restado nada de realmente bom pra fazer. Nenhum amigo pra conversar. Passava os dias na cama, imaginando como seria minha morte. Às vezes até me divertia fazendo isso. A coisa mais interessante que eu fazia era contar estrelas à noite. E foi numa dessas noites mais quentes que o normal, que tive aquele sonho maluco. Rony estava ferido, quase morrendo, pedindo minha ajuda e ao mesmo tempo falando várias coisas gentis. Eu corria, corria, mas nunca conseguia alcançá-lo. Ele parecia se afastar cada vez mais. Acordei ainda sentindo a agonia do sonho, mas finalmente compreendi o que queria dizer meu coração.



Peguei pergaminho, pena, tinta e pus-me a escrever uma longa carta. Quando a terminei, levantei da cama e fui em direção à porta. Hesitei ao girar a maçaneta.



- Sabe qual é o seu problema, Hermione? Você pensa demais.



Estremeci ao lembrar dessa frase do Draco. E quando abri a porta, tremia mais ainda.



Bati no quarto de Rony. A essa altura, minhas pernas bambeavam tanto, que duvidei se conseguiria ficar mais tempo em pé. Já estava quase desistindo quando ele abriu.



Entreguei a carta sem dizer palavra e sem coragem de olhá-lo diretamente. Ao me virar para ir embora, ouvi o som do papel sendo rasgado.



- Por que você tem que ser tão difícil?! – perguntei indignada ao ver os pedaços da minha carta no chão.



- Por que você não diz o que tem a dizer na minha cara?!



- Porque sou melhor escrevendo do que falando. E porque tenho medo das suas reações.



- Eu não vou te bater! Não sou como você!



Perdi a fala.



- Se veio aqui pra não falar nada, me dá licença que eu preciso dormir.



- Não! Eu vou dizer. Posso entrar?



Ele me deu passagem. Olhava-me com um desprezo tão grande que pensei em sair correndo. Mas em vez de fazer isso, comecei a falar tudo o que veio na minha cabeça:



- Rony, eu gosto muito de você, mais do que como amigo. Você é muito especial pra mim, muito importante, embora não acredite. Eu só não queria que você soubesse disso, porque me magoou muito quando duvidou de mim, quando começou a namorar a Olívia. Eu não estava com o Draco naquela época, foi mentira daquela garota, mas admito que errei ao não te contar que ainda falava com ele. Acredito que agora você saiba os motivos de eu ter feito isso. Sendo assim comecei a querer me afastar, a procurar pretextos para ficar com mais raiva de você, pra você ficar com mais raiva de mim, e não querer acreditar nas coisas que você falava... Eu só não queria me iludir, não queria me apaixonar mais ainda por você, porque eu sabia que você não estaria disponível. Não queria que você soubesse que essas coisas estavam acontecendo comigo... Então acabei fazendo essa confusão. Por medo. Fui eu quem quis assim? Foi! As coisas foram assim por minha causa? Foram! Mas aconteceu, eu não posso mudar e sei que não seria diferente. Então, me desculpe por qualquer coisa. – disse muito rápido, olhando pro chão. Nossa que pedido horrível de desculpas foi esse? - pensei



- O que você quis dizer com confusão? Malfoy?



- Também... Tudo foi uma grande confusão! Eu não sei!



- Você não pode me acordar no meio da noite, falar isso tudo e esperar que eu te perdoe!



- Eu não vim aqui pra isso. Se você quiser continuar sem falar comigo, a escolha é sua. Só não esqueça que eu não sou a única errada. Você também me deve desculpas e se nós formos voltar a nos falar, espero ouví-las. – disse tentando parecer muito sensata.



Ele conservou-se calado. Continuei:



- Vim aqui porque não gosto de incertezas na minha vida. Quando insinuou que eu falava mal de você, fiquei muito triste. Porque não era verdade mesmo, e eu prefiro que as coisas fiquem claras. Sabe, Rony, hoje sonhei que te perdia. Que tentava te alcançar, mas não conseguia – meus olhos se encheram de lagrimas – E isso dói, dói demais...



- Eu não te devo desculpas. – ele disse.



- O que? – perguntei zangada. Depois de tudo aquilo que falei, depois de quase chorar, ele dizia isso?!



- Isso mesmo. Eu não te devo desculpas. Acho que depois de levar um crucio por você, ficar aqui por você, me declarar pra você e ainda levar um tapa na cara e te ouvir dizer que está namorando o Malfoy, estou mais que perdoado.



- Eu não estou mais com o Draco...



- Não interessa! – ele interrompeu – Você esteve com ele! Sabe o quanto isso me doeu também? Sabe como me senti ao ouvir Olívia dizer que vocês dois estavam se agarrando? Não... Você nem liga! Está muito preocupada com o seu próprio umbigo pra olhar ao redor!!!



Abaixei a cabeça desejando desaparecer. Se o intuito era me deixar mal, ele tinha feito tudo muito bem.



Tudo bem... eu mereço. Eu mereço. Não chore, Hermione. Não chore agora – pensava. Estava péssima, mas não podia chorar, não podia. Merecia aquilo, estava preparada praquilo. Eu fui a causadora de tudo e tinha que agüentar as conseqüências por mais duras que fossem.



Fui até a porta sem coragem de olhar para nenhum lugar que não fosse o chão. Estava quase saindo quando ele puxou meu braço...



- Não quis dizer isso.



- Então... por que disse? – perguntei ainda sem coragem de olhá-lo. Continuei a caminhar para a porta.



- Porque talvez... Eu te deva desculpas.



Eu o olhei sem entender. Ele foi ficando muito vermelho.



- Desculpe por tudo... Pelas coisas que disse, que não disse... Queria voltar no tempo e tentar pensar um pouco antes de fazer as coisas. É pena que seja impossível...



Perdi a fala novamente. Que vergonha! O que estava acontecendo comigo?



- Verdade mesmo que você e o Malfoy...



- Acabou. – completei.



- Então podemos tentar ser amigos de novo...



Abri um largo sorriso e lhe estendi a mão. Ele a pegou... e não soltou mais. Nossos olhos se encontraram depois de muito tempo. A secura na garganta voltou. As pernas ameaçaram bambear de novo.



- Não é impossível voltar no tempo. – falei na tentativa desesperada de ocultar todas aquelas sensações que ele provocava em mim – Tem um pequeno objeto que se chama viratempo... Há uma sala no Departamento de Mistérios, a sala do tempo... E também... sempre vai existir um certo túnel do tempo no meu coração.



Ele sorriu.



- No meu também.



Ele se aproximou e tocou de leve meu cabelo. Tremi da cabeça aos pés. Ele se afastou rápido. Odiei perder aquele contato.



O que eu estava fazendo? Tinha que sair rápido dali antes que...



- Melhor a gente voltar a dormir. – ele disse.



- É... melhor.



Nenhum dos dois se moveu.



Sem ter muita consciência do que estava fazendo, me aproximei. Ele pôs uma mão em meu rosto e a outra, passeou devagar pelo meu corpo. Cerrei os olhos e suspirei, sentindo ondas de sensações me percorrerem. Peguei seus ombros, o puxando para perto. Então, seus lábios tocaram nos meus. E dessa vez sem medo, nos beijamos apaixonadamente. Nada mais importava. Só aquele momento, nós dois juntos novamente. Sem magoas, sem ninguém pra dar palpite.



- No dia da floresta, quando te vi caída no chão, o que eu mais queria era te abraçar e te tirar essa coisa de morrer pra não deixar mais ninguém te machucar... Nunca mais. – ele disse me apertando forte.



Então, esquecendo completamente do meu intuito de não me envolver mais com nenhum dos dois, falei:



- Assim que você começou a namorar Olívia, eu fui me consultar com a Sibila... – ele me olhou assustado – Tá, eu sei, foi uma besteira. Mas enfim, ela disse que você só estava me usando.



- Usando?! E você acreditou nessa maluca?



- Não sei. Mas se ser usada for tão bom assim, eu quero que você continue.





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N/A: ok, dessa vez a culpa foi minha. Não teve nada p/ me atrapalhar a escrever, soh minha extrema preguiça, passando o dia vendo chaves, control freak, rockgol, casos de família e América (ufa!). No telefone, no msn, no fórum do 3v e dormindo pra caramba. Desculpem! Naum deu pra evitar!!! Sei q mt gente vai me odiar dpois desse capt, mas tbm naum deu p evitar. Foi mal!!! Mas como eu sempre digo, esse triangulo soh se resolve no final. To precisando das opiniões de vcs, pq to confusa demais.



Desculpa gente, mas naum vai dar p responder os coments, pq vou sair o fds todo e preferi postar a fic hj do q na segunda. E como jah saum 4 hs da manha, tenho q dormir...



Mas obrigada do fundo do coração (nooooooossaaaaa q profundo) pra todos q lêem, principalmente p/ kem acompanha desde o começo e atura minhas demoras imperdoáveis! Bjundas a todos!!!! XD



*RHs, agradeçam a Val e Larinha Granger

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