O primeiro atentado



Pâmela estava sentada em sua mesa grifando passagens do livro “Feitiços Avançados para o quinto ano”; pouco entusiasmada com a tarefa. Não era muito divertido aprender três anos de feitiços atrasados sozinha... Quando Dumbleodore deu-lhe esse curso para ministrar tentando disfarçar sua presença no castelo, nunca imaginou que tantos alunos se inscreveriam. Esperava ver Hermione e ficou feliz ao ver Harry no primeiro dia de aula, mesmo sabendo que ele não estava lá pela matéria. Porém, agora, além das lições que tinha que estudar por conta própria, uma vez que Hermione estava muito ocupada com as aulas e Olívio logo teria que voltar para os jogos estaduais de quadribol. A garota fechou o livro e deu um sonoro suspiro olhando para o teto da sala que lhe fora destinada. A sala era ampla, com dois ambientes distintos separados por um quadro branco que servia de lousa e parede de projeção para Pâmela. Ele ficava bem atrás da mesa da professora e além dele algumas almofadas foram dispostas ao redor de uma mesa baixa, que servia como sala de apoio. As carteiras duplas dos alunos estavam enfileiradas ao longo da sala paralelas às estantes lotadas de livros sob as altas janelas de vitrais. As estantes da esquerda possuíam livros de magia e história, enquanto os da direita livros de literatura e história trouxa. A sala, na verdade, era igual a qualquer outra do castelo, mas o que a tornava especial para Pâmela era o teto. Ele estava enfeitiçado para parecer um dia nublado com expectativa de chuva. Era o cenário favorito da garota! Era um estado de espírito conflitante e harmonioso ao mesmo tempo. Belo e medonho! Um paradoxo! Uma forte batida ecoou na sala. Pâmela fechou os olhos, desejando que tivesse sido impressão. Mais uma batida lhe informou a verdade. Pâmela olhou para a porta no fundo da sala, logo após as carteiras e a imaginou muito longe. Não, pôde, contudo, permanecer muito tempo sem agir. Batidas incessantes irromperam impacientes pelo ambiente e Pâmela se ergueu rapidamente. -- Já vai! Já vai! – ela pensou irritada Já injuriada com a situação Pâmela abriu a porta, mas não conseguiu manifestar qualquer repreensão. A sua frente, em uma imagem estranhamente ensopada, sorrindo de felicidade e com os olhos brilhando de emoção estava Hermione! -- Ele me beijou! Harry me beijou! – Hermione disse mal cabendo em si de emoção. Pâmela se espantou com a informação repentina, mas logo sorriu. Conjurou uma toalha e levou Hermione para a salinha de estar, onde lhe serviu um pouco de chá. -- O que houve? Ele foi gentil? Quando aconteceu? – Pâmela perguntou entusiasmada. -- Ah... Ele foi maravilhoso... – Hermione começou a dizer.... ************************************************************************* Cerca de uma hora mais tarde Pâmela já sabia de todo o “incidente” próximo à cabana de Hagrid, da chegada de Olívio, convocando Harry para um treino de emergência e de sua escolta feita por Luna até sua sala. Pâmela estava tão feliz pelo seu protegido e por sua “professora” que não parou de sorrir... Suspirava e ouvia cada detalhe, dando conselhos sempre que acionada... -- Você acha que devemos esconder? – Hermione perguntou... -- Não vejo porquê? Todos já sabem o quanto vocês são ligados, não se espantariam se vissem o que já esperavam... -- Você acha que todos... -- Eu já esperava! Estava nos seus olhos! -- Assim como estão nos seus? – Hermione disse travessa. -- Não sei do que está falando! – Pâmela disse com o corpo enrijecido! -- Ah... estou tão feliz... – Hermione disse ignorando Pâmela – Gostaria que também estivesse. Se não fosse por você acho que não daria certo. -- Eu não fiz nada! E estou muito contente com minha atual situação. -- Você mente muito mal! – Hermione sentenciou séria. – É assim que pretende enganar Olívio? -- Mione! Antes que a indignação de Pâmela tomasse rumo, a porta da sala se abriu e Olívio entrou com Harry em seu encalço. Ambos ensopados! -- Que dia! Que treino! – Olívio disse sorrindo enquanto molhava o assoalho da sala. – Senti falta desses dias de treino em Hogwarts! Que dia! -- Que bom que se divertiu! – Pâmela sorriu cinicamente enquanto conjurava duas toalhas e um esfregão. – O meu foi mais monótono... -- Você está realmente craque nesses feitiços não é? – Olívio ignorou o comentário da amiga, enlaçou-a pela cintura e lhe deu um beijo estalado no rosto, sem ao menos tentar evitar molhar a roupa da mulher. Harry aproveitou o embalo, beijou o rosto de Pâmela e correu para Hermione que olhava timidamente sua aproximação. O beijo dela não foi no rosto ou rápido e deixou os dois professores bem à par da situação. -- Acho que é nossa deixa para irmos nos aprontar para o jantar. – Olívio piscou para Pâmela e a puxou para fora da sala. ************************************************************************* Dois dias se passaram desde o início do namoro de Harry e Hermione. No jantar do primeiro dia todos se espantaram, mas logo novas notícias tomaram o lugar dessa e Hermione não precisou mais responder perguntas curiosas ou impertinentes. Sua vida tornara-se de tal modo tão cor de rosa, que nada mais lhe infligia preocupação. Ia bem nas aulas, arranjava tempo para tudo e sempre estava de bom humor. Talvez por isso não tenha notado a aproximação de Pansy no banheiro feminino depois da aula de História da Magia. -- Não está com seus guarda-costas, sangue ruim? – Pansy cutucou as costas de Hermione. -- Pansy, eu realmente não quero me meter em encrencas hoje... – Hermione disse calmamente. -- É uma pena que eu não ligo para o que você quer. – A garota disse rudemente e se colocou em frente à porta. Hermione suspirou. No corredor, Harry conversava com Gina quando um forte estampido seguido de um clarão foi ouvido lá perto. Com alguns segundos de distância novos estampidos e agora algumas explosões agitaram o ar dos arredores. Gina e Harry correram para o local de onde vinham os barulhos e se desesperaram ao perceberem que vinha do banheiro feminino e Hermione tinha sumido. Gina não esperou um segundo e correu porta à dentro. Um minuto depois saiu com Hermione apoiada em seu ombros com cortes profundos no braço esquerdo em no rosto! -- Mione! – Harry correu para a namorada e a tomou nos braços. -- Vou chamar a enfermeira e Dumbleodore. – Gina disse prontamente. -- Não precisa! – Harry disse – Eu a levo para a enfermaria. -- Não é para ela! – Gina disse calmamente. – É para a troglodita da Pansy! Harry se espantou e só então notou o sorrisinho de Hermione. -- Eu disse que sabia me defender... – ela disse baixinho no ouvido de Harry. Minutos depois Harry observava espantado, Pansy inconsciente sendo levada de maca para a ala hospitalar. -- Como fez isso? – Harry perguntou ainda preocupado com o estado da namorada. -- Ela não é páriu para um membro da Brigada de Dumbleodore. – Hermione piscou matreira. -- Vamos cuidar desses seus cortes, minha escudeira valente! – Harry disse enquanto a afastava da multidão. Mesmo brincando o garoto sabia que não devia relaxar. Por momentos se esqueceram que ainda havia metade do ano para enfrentar e teria que proteger Hermione, custe o que custar...

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