Chudley Cannons vs Puddlemore

Chudley Cannons vs Puddlemore



Eram 7 horas da noite, e a Toca estava um rebuliço. Vestes laranjas por todos os lados, Harry tentando chamar todos para irem logo. Gina tentava achar seu abrigo do Chudley Cannons, porque fazia muito frio naquela noite. Hermione, histérica, tentava arrumar os filhos, mas enquanto vestia um o outro saía correndo pela casa, gritando eufórico. Fred e Jorge, com um senso de humor típico, estavam vestidos de azul marinho, cor do Puddlemore United, mas depois do ataque de Hermione, Gina e Harry, transfiguraram as roupas em uniformes do Chudley Cannons. Hermione e as crianças iriam ao estádio via Flu, havia uma sala apenas para esse tipo de transporte no estádio do Puddlemore United.Como Flu era um meio de transporte muito utilizado, ele era controlado pelos organizadores. Hermione havia marcado uma hora para ela e os gêmeos. Já Fred, Jorge, Gina e Harry iriam aparatar.
Assim que eles chegaram, foram ao encontro de Hermione e das crianças e logo rumaram para seus lugares. O estádio estava lotado, metade dos torcedores trajava azul e a outra metade, laranja. Gina sentiu um aperto ao lembrar-se que Draco era fanático pelo Puddlemore United. “Cannons é o time mais decadente da Liga. Não sei como você perde seu tempo. O Puddlemore United sim é um time” Provavelmente ela deixou transparecer sua angústia, pois Harry logo perguntou se havia algo errado. Ela respondeu que não, apenas queria tomar um pouco de água.
- “Quer que eu vá com você?” - Harry se ofereceu.
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- “Não, querido, não será preciso.” - respondeu Gina e saiu desviando-se das cadeiras.
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Gina ia andando distraída, ocasionalmente esbarrando em algumas pessoas que andavam apressadas rumo às arquibancadas. Chegou à cantina do estádio e pediu uma cerveja amanteigada. Quando se virou para voltar à arquibancada, viu uma figura alta, loira, olhos azuis acinzentados e trajando azul marinho. Pensou que estivesse tendo uma alucinação, mas logo recobrou a razão e fez menção de seguir seu caminho, mas foi impedida por uma voz arrastada que conhecia tão bem.
- “Veio ver seu irmão, Weasley?” - disse Draco com um sorriso malicioso.
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- “Ouvi dizer que estava de volta. Depois de tantos anos, quem diria? Há quem pensou que estivesse morto.” - respondeu Gina no tom mais controlado que conseguiu. Por dentro, só conseguia pensar em coisas que nunca desejaria ter pensado. “Céus!Como ele está lindo! Eu havia me esquecido como ele era gos...” “Gina Weasley!” reprimiu-se silenciosamente.
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- “Sim, resolvi voltar.” - disse ele desconfortavelmente. - “e você deve estar com o Potter, eu presumo?” - acrescenta com cara de nojo, olhando para a aliança em sua mão.
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- “Sim, Malfoy. Estamos noivos.” - “O que será que ele está pensando? Se ele não disfarçasse tão bem...” Gina já ia perder-se em suas divagações, mas sem ter o total controle de suas ações, saiu andando depressa, deixando Malfoy para trás.
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Parou em algum lugar do estádio que ela não sabia muito bem onde era, e nem como havia chegado lá, e fitou o céu. Deixou que se perdesse nos próprios pensamentos, e não conseguia parar de visualizar a figura loira que havia visto ainda há pouco. Ficou ali, parada, por tempo que ela não soube calcular. Despertou de seus devaneios com um grito geral do estádio. O jogo havia começado.
Gina tratou de correr de volta ao lugar onde estivera sentada. Não demorou muito, e ela percebeu que o jogo acabara de começar. Respirou aliviada e sentou-se ao lado de Hermione.
- “Cadê o Harry?” - perguntou Gina.
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- “Foi procurar você. Onde esteve?” - Hermione parecia preocupada.
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- “Harry estava desesperado” - disse Jorge, que estava sentado logo atrás.
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- “Espero que ele não demore” - disse Gina, e em seguida viu Harry caminhando em sua direção. Olhou para o colo, viu a cerveja amanteigada intocada em suas mãos e tratou logo de dar um gole.
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- “Onde você estava?” - perguntou Harry aflito - “Procurei por toda parte.”
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- “Eu não estava me sentindo bem. Fui ao banheiro, e me perdi no caminho de volta.” - mentiu Gina - “Estava desesperada, até que um velhinho simpático me ensinou o caminho de volta. Ele é o zelador daqui.” - completou.
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- “Fiquei preocupado.” - disse Harry segurando a mão de Gina e beijando-a. Involuntariamente, Gina esquivou-se.
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- “Vamos ver o jogo.” - disse rapidamente. Nesse momento, o Chudley Cannons estava com a goles. Gina tentou fixar seus pensamentos no artilheiro Parker, do Chudley Cannons, que estava com a goles, mas foi em vão, porque novamente a figura loira veio ocupar sua mente, e ela só despertou ao ouvir as crianças uivando ao seu lado.
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- “GOOLLL!” - gritavam Arthur e Lisa, e agora eram seguidos por Harry, Hermione, Fred, Jorge e metade do estádio.
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O jogo demorou menos de meia hora. Quando o apanhador do Chudley Cannons pegou o pomo, o jogo estava 140X20 para o Cannons, graças às belas defesas de Rony. Gina tentava parecer eufórica, haviam passado para a grande final, mas ainda não conseguia controlar seus pensamentos. Chegou em casa e foi dormir em poucos minutos, deixando Rony meio aborrecido e Harry desconfiado.
- “Puxa, maninha! Daqui a uma semana seremos campeões britânicos e você nem dá um abraço em seu irmão?” - reclamou Rony.
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- “Desculpa, maninho. Não estou me sentindo muito bem.” - disse Gina sinceramente, subindo as escadas.
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- “Gina, o que está acontecendo?” - perguntou Harry, que a havia seguido até o quarto.
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- “Estou indisposta Harry, é só isso. Apenas quero descansar um pouco.”
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- “Não precisa de nada?”
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- “Sim. De ficar um pouco sozinha. Pode voltar lá para baixo.”
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- “Está bem. Boa noite.” - disse Harry dando-lhe um beijo.
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- “Boa noite.”
Gina deitou-se e procurou evitar ao máximo que as imagens de Draco voltassem à sua cabeça. Percebeu que quanto mais tentava, mais pensava nele. Desistiu, então, de lutar contra os pensamentos, e finalmente conseguiu dormir.
No dia seguinte, toda a família foi visitar a sra. Weasley no St. Mungos. Molly havia sofrido um grande golpe durante a guerra. Vira seu marido ser morto por um comensal, e todos os seus filhos correndo o mesmo risco. Em seu desespero, foi atingida por uma maldição Cruciatus, e como já estava muito vulnerável, não precisou de muito tempo para que ela perdesse a razão. A família inteira passou meses de luto, mas com o passar dos anos, acostumaram-se a não ter mais o sr. Weasley por perto, mas continuaram visitando a mãe religiosamente.
Na manhã de sábado, Molly estava muito alegre. Sorria para todos, e até dava ocasionais beijinhos babados em seus netos. Gina não deixava de sentir-se triste toda vez que visitava a mãe. Toda a austeridade, que disfarçava um imenso coração, toda a seriedade de seu rosto haviam desaparecido. A Sra. Weasley agora parecia uma criança de meia idade. Passaram o dia no St. Mungos, um dia muito agradável, dada à situação. Despediram-se da sra. Weasley às 17 horas, Rony levou Hermione e as crianças para tomarem sorvete no Beco Diagonal, e Gina e Harry preferiram ir para casa. Fred e Jorge disseram que teriam que trabalhar (“Aquele Westenra é um incompetente! Não sabe nem cuidar da nossa loja decentemente” disse Jorge.).
Ao chegarem em casa, Gina foi preparar o jantar, e Harry permaneceu na cozinha lhe fazendo companhia.
- “Harry” - começou Gina. - “Eu não terei que fazer isto sempre, não é? Eu quero dizer, cuidar da casa, fazer comida, esse tipo de coisa...”
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- “Mas Gina, eu pensei que você adorasse isso...”
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- “Não é que eu não goste, Harry. Mas eu não pretendo fazer isto a vida toda, eu não passei os últimos cinco anos estudando por nada.” - Gina começava a ficar nervosa, nem ela sabia direito por que estava iniciando essa discussão.
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- “Você sabe muito bem por quê! Para você poder se recuperar... da guerra, de TUDO” - Harry enfatizou.
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- “Pode até ter sido, mas eu não estudei tanto à toa. Eu quero trabalhar, ser independente.”
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- “Você não precisa de independência. Você já é independente. E você tem a mim.” - Harry tentava convence-la.
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- “Harry, eu sou independente?” - Gina ficava cada vez mais alterada. - “Cozinhar para sete pessoas diariamente, arrumar toda a casa e cuidar de duas crianças que nem ao menos são minhas, isso é ser independente?”
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- “Sua mãe fazia isto com gosto, meu bem.”- Harry tentava acabar com a discussão antes que se transformasse em um briga séria.
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- “MINHA MÃE?? Harry, eu NÃO SOU a minha mãe! Será que você não entende isso? Eu sou a GINA, não a MOLLY!” - Gina estava tão vermelha quanto os cabelos.
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- “Eu sei, eu sei... Não foi isso que eu quis dizer...” - Harry tentou consertar.
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- “Mas disse” - interrompeu Gina. Eles ficaram alguns minutos em silêncio, Gina ainda muito vermelha e com a cara fechada, até que Harry se pronunciou.
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- “Gina, você está muito estranha ultimamente. Você está agindo...hum...diferente.” - Harry tentou ser o mais suave possível, mas quase não conseguia controlar seu tom de voz. Também estava ficando nervoso.
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- “Eu só estou dizendo o que eu acho.” - disse Gina ainda com uma expressão aborrecida.
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- “Não quero dizer isto, ou melhor, não apenas. Eu diria que você mudou de uns...”- Harry fingiu pensar - “De uns dois dias para cá.”
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Gina não disse nada, apenas ficou ainda mais ruborizada. Parecia prestes a explodir.

- “Coincidentemente, desde quando eu lhe contei que Malfoy estava vivo, e de volta à Londres.” - continuou Harry.
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Gina permaneceu em silêncio, e não disse uma palavra durante o resto da noite.

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