III- Família, uma benção



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Capítulo III

Já ia entardecendo e o sol se pondo por traz das árvores. Juntas, Ginny e Molly, arrumaram a pequena bagunça na sala de estar. Logo depois, Molly foi até a cozinha para preparar a comida. Arthur chegaria logo.
Ginny sabia que a desculpa do jantar, era só para Molly dar mais uma espiadinha no relógio, que Ginny a aconselhara a deixar em um lugar fixo ao em vez de levá-lo consigo para todo o canto.
A garota sentia-se exausta. A briga com Dino Thomas exigira um autocontrole que Ginny não costumava ter.
Decidiu então, subir e tomar um bom banho, pra ver se conseguia relaxar um pouco.
O banheiro da Toca não era bem o que se podia chamar de "confortável". Era um cômodo pequeno e muito simples. O piso era feito com cacos de azulejo encaixados, um do lado do outro, de várias cores e estampas, como um quebra cabeças fora de ordem.
A pia de mármore, muito antiga, parecia ter sido achatada de um lado, estava torta e desengonçada (obra de Fred e George) e a pintura das paredes de madeira já estava descascando.
Mesmo assim era um lugar aonde Ginny podia relaxar, pois, por estar longe do resto dos cômodos, era mais silencioso. Tomar um banho e esconder-se atrás das cortinas de plástico azuis era como se esconder dos problemas familiares.
Enquanto a água escorria por seu corpo, acalmava os músculos dos pulsos doloridos, rastros da obsessão de Dino.
Ginny fechou os olhos, colocou-se exatamente embaixo do chuveiro e sentiu a água escorrer pelo seu rosto. Os pensamentos voaram longe, enquanto a água limpava o corpo também limpava a mente. Naquele breve momento Ginny ouviu ao longe a voz de Harry.

"Não posso mais namorar você. Temos que parar de nos ver. Não podemos ficar juntos"

Aquele angustiante nó na garganta voltou e parecia sufocá-la. Mas outra voz falava em sua cabeça.

"...SE GOSTASSE DE VOCÊ, A LEVARIA JUNTO..."
"...E se você gostasse dele, teria ido junto assim mesmo, não é?..."


Apesar de ser um babaca, em uma coisa Dino tinha razão: Ela deveria ter ido, assim mesmo. Mas não fora, alguma coisa em sua cabeça insistia que Harry estava certo, que Ginny deveria ficar longe, pelo menos por enquanto. Se fosse atrás dele só serviria como isca para Voldemort.
Prejudicaria ainda mais a situação de Harry.
Mas era tão difícil, tão difícil aceitar aquela decisão. Tão difícil permanecer ali enquanto sabia que Harry, Ron e Hermione enfrentavam Voldemort e seus Comensais. Tão difícil fazer o que era certo...
De repente Ginny despertou. Será que ficar ali, esperando o tempo passar, assistindo a guerra lá fora, era realmente o certo a fazer?
Tudo começou a fazer sentido. Ginny lembrou-se da última visita de Fred e George. Como fora estúpida, por que não pensara nisso antes?
Tudo ficou claro. Ela já sabia o que fazer.


Ginny saiu do banho enrolada na toalha e, ainda com o cabelo pingando água, correu até o quarto.
A garota vestiu-se mais que depressa e abaixou-se para enxergar embaixo da cama.
Estava ali, do jeitinho que a deixara. Ginny estendeu o braço em direção ao objeto, pegou-o e colou-o em cima da cama.
A pequena caixinha de madeira estava coberta por uma grossa camada de pó. Ginny soprou-a para tirar o excesso e abriu-a. Ali dentro havia algo que para muito não significaria absolutamente nada. Uma moeda, um galeão mais exatamente.
Ginny pegou a varinha que estava em cima da cama e apontou-a para a moeda.
"Tem que dar certo!!"



Um andar a baixo, um casal de ruivos conversava na cozinha. Molly preparava o jantar enquanto ouvia as notícias que Arthur trazia do ministério. A cada dia a situação piorava. Trouxas sendo atacados, desastres naturais, mortes, desaparecimentos. Só ocorriam tragédias. Molly ouvia atenta, enquanto pensava, com tristeza e preocupação, nos filhos que deixara partir. Se dependesse dela, a família Weasley estaria agora reunida em torno da mesa, esperando ansiosos pelo jantar. Todos debaixo de suas asas.
Mas não. Os únicos que Molly ainda tinha à seu alcance eram Arthur e Ginny.
Bill e a esposa Fleur, eram os únicos que estavam mais próximos da segurança, em sua merecida lua de mel, em Paris.
Charles se mudara para Londres, estivera presente no casamento do irmão, mas logo foi chamado para uma missão da Ordem.
Percy continuava afastado o máximo possível da família, sob a sombra do Ministro.
Fred e George, assim como Charles, juntaram-se à Ordem da Fênix.
E também havia Ron, que Molly fora forçada a deixar partir para o mundo, pela primeira vez.


- Querida? Querida você está me ouvindo?

Arthur tentava chamar a atenção da mulher que, provavelmente, estava com a cabeça bem longe dali.
Molly chacoalhou um pouco a cabeça e continuou a mexer o tacho de sopa que estava sobre o fogo.
- Sim, sim. Continue Arthur, o que dizia?

Arthur sorriu. Mesmo depois de tantos anos de casamento, sentia o amor deles mais forte a cada dia. O sorriso constrangido de Molly ainda o encantava.

- Eu estava sugerindo que fossemos para Hogwarts.
- Hogwarts? – exclamou Molly surpresa, apagando o fogo e servindo ao marido um farto prato de sopa. – Mas a escola não fechou?
- Mais ou menos. – explicou ele se servindo – Minerva tomou uma decisão impressionante, muito nobre, realmente. Vai manter a escola aberta como refúgio, para famílias ameaçadas por Voldemort ou seus comensais. E nós Molly, - ele parou e deu um longo suspiro. – estamos correndo muito perigo. Ainda mais se alguém descobrir sobre a Ginny.

Molly suspirou. Fitou o marido com um olhar triste e cansado.
- Sinto tanto por ela, Arthur. Na festa de casamento... pareciam tão apaixonados... nossa filha não merece passar por isso.
Arthur concordou com a cabeça.
- Falando nisso, - disse Arthur em tom desconfiado. – onde está Ginny?
- Tomando banho... – Molly parou subitamente e soltou o ar de uma só vez. – ela já deveria ter terminado...
Arthur e Molly trocaram um olhar significativo.
- Não... ela não faria...
- Sim, Molly. Ela faria!

Os dois subiram as escadas praticamente correndo. Chegando ao quarto de Ginny, Arthur bateu na porta.
- Ginny! Ginny! – gritava ele, aflito – Responde filha!
- Entre pai!
Molly fitou-o espantada, sentindo um alívio imenso, porém.

Arthur abriu a porta.
Lá estava Ginny, sentada na cama, de pernas cruzadas. Usava vestes bruxas, o que não era muito comum, e havia uma mochila pequenina a sua frente.

Ginny não se espantou com a visita dos pais ao seu quarto. Era a oportunidade que esperava. Nos últimos minutos, Ginny refletia sobre o assunto. Não podia fazer uma maldade dessas com seus pais. Por mais que fosse difícil, ela tentaria se explicar.
- Você estava indo a algum lugar? – perguntou Arthur indicando a mochila e se sentando ao lado da filha.
Ginny baixou a cabeça.
- Ah, Ginny!
Molly sentou-se na outra ponta da cama e acariciou os cabelos da garota, com lágrimas nos olhos.
- Filha... você não... não..
- Eu nunca fugiria de vocês, mãe! – explicou Ginny determinada. - Nunca! Mas tem uma coisa que eu queria deixar bem claro!
- Fale, anjo! – encorajou Arthur, sorrindo.

Ginny tomou fôlego. Não sabia exatamente o que dizer. Deixou que o coração falasse por ela.
- Eu... eu não estou agüentando mais.
- Querida...
- Deixe Ginny falar, amor.
Arthur fez sinal para que Molly não a interrompesse.
- Obrigada, pai. – agradeceu a garota. – Eu não estou querendo abandoná-la mãe. – Ginny fez uma pausa e sorriu afetuosamente para Molly. – Sei o quanto deve estar sofrendo, mas tente me entender. Você e papai... vocês são as duas pessoas que mais amo nesse mundo, sabem disso.

Molly deixava escapar algumas lágrimas, mas sorriu. Arthur passava a mão pelas mechas do cabelo da filha e a escutava com atenção, também sorrindo.

- Mas, – continuou Ginny. – eu sinto uma coisa muito especial pelo Harry. Não posso explicar, é mais forte que eu. Sinto falta dele, de ouvir sua voz. – Ginny fechou os olhos por um instante. – Sinto que poderia dar minha vida em troca de vê-lo feliz, saudável. Sei que ele precisa... precisa enfrentar Voldemort. – Molly tremeu ligeiramente ao pronunciar daquele nome. – Mas mesmo assim... mesmo assim eu sonho com o dia em que tudo isso vai acabar. Eu sei que poderia fazer alguma coisa! Mas se continuar presa aqui dentro... eu posso perder o único que um dia já fez meu coração acelerar. O homem que amo! Eu preciso dele mãe... eu preciso do Harry!

Molly, a essa altura, chorava descontroladamente. Não por tristeza, nem por felicidade, mas por emoção. A emoção de ver sua única filha, a menininha com que ela e Arthur sonharam desde a primeira gravidez, apaixonada de verdade. Molly viu, nos olhos da filha, que Ginny agora era uma mulher. E uma mulher que amava
- Vá, filha! – disse Molly em um sussurro. – Se é isso que quer... só queremos o seu bem, Ginny!

Ginny sorriu de imediato. Não podia acreditar no que acabara de ouvir. Molly compreendera, deixara que partisse. Esperançosa, Ginny olhou para o pai.
Surpreendeu-se, porém, de vê-lo chorando.
- O que foi papai? – perguntou ela.
Arthur sorriu.
- Você é uma mulher, Ginny. – explicou ele, tirando os óculos e enxugando as lágrimas na manga das vestes. – Minha garotinha cresceu.
- Papai... não precisa ficar triste...
- Não, Ginny! – disse Arthur rapidamente, pondo uma mão sobre o ombro da filha. – Pelo contrário, filha. Eu estou feliz, feliz de ver que você está no caminho certo. – ele fez um breve pausa – Estou orgulhoso de você!

Ginny não pôde evitar as lágrimas. Abraçou Arthur com força.
Molly envolveu-os em um abraço também.
- Eu amo vocês! – disse Ginny, com a cabeça encostada no ombro do pai.
- Também te amamos, filha! – respondeu Arthur.
- Muito, Ginny, muito! – completou Molly.

Eles se soltaram. Molly ainda envolvia Ginny, enquanto beijava a bochecha da garota carinhosamente.
- Obrigada!
- Ora, o que é isso! – disse Arthur sorridente, fazendo cócegas no queixo da filha. – Só te peço uma coisa em troca.
- Qualquer coisa!
- Já que você é a única com juízo nessa família e vai se juntar a seu irmão - disse Arthur marotamente. – vê se não deixa o Ron fazer nenhuma besteira.

Ginny sorriu.
- Pode deixar, pai. Vou ver se ponho um pouco de juízo na cabeça-dura do meu irmão!







...Continua... (coisa de desenho japonês, né?)

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N/A: Olá!
Bem, espero que tenham gostado desse 3º capítulo.
Léli, você foi minha salvação, obrigada pelas dicas!!!
Lembrando que: qualquer dúvida, reclamação, tudo! É só deixar um comentário que eu respondo! ^^
Obrigada, obrigada mesmo pelos 29 comentários e as mais de 300 visitas, é realmente, muito mais do que eu esperava!!
Espero postar o próximo capítulo em breve!
Quanto a moeda da A.D., vocês vão saber logo logo no que ela ajudou! ><
Beijos!



P.S.: Capítulo dedicado à família. Sem a qual eu não seria nada.
Mãe, Pai, amo vocês!!! xD


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