A Separação



Quando finalmente conseguiu abrir os olhos, Hermione viu à sua frente apenas o concreto demolido do que antes havia sido uma parede. Observando cansada ao redor, constatou que o armário do quarto também estava destruído, assim como a escrivaninha e o que havia em cima dela.

Ergueu o pescoço com esforço e tentou ver o outro lado do quarto; algo na mente dela disse que não, ela não queria ver o que havia no outro lado... Seu subconsciente a informava; ela não queria ouvir, não queria saber. Mas ela já sabia – o que ela não queria mesmo era admitir.

Hermione não pôde dizer quanto tempo demorou para que conseguisse olhar para o outro lado. Não era tanto pela falta de forma física, mas pela força de vontade que ela não teria para encarar pela frente... mas finalmente ela conseguiu. Ela olhou.

Caído no chão, com cortes terríveis pelo corpo, pernas quebradas e olhos verdes abertos, estava a pessoa que ela mais amara nesta vida. A pessoa que lhe dera amor, felicidade, diversão, prazer, amizade. A pessoa que fora seu amigo, namorado, marido, amante, companheiro, cúmplice. A pessoa que lhe dera seus filhos, que esteve com ela em todos os momentos, que cuidou dela e que por ela foi cuidado.

Harry James Potter. Para alguns, o eterno Menino–Que–Sobreviveu. Para ela, ele era simplesmente o Harry. Mas ela tinha certeza que o dela era mais valioso.

Passando os olhos pelo corpo ferido do marido, ela teve vontade de cuidar dele, como cuidara tantas outras vezes.




– Onde está doendo, Harry? – perguntou Hermione, preocupada, com uma gaze na mão.

– Aqui. – Harry apontou dolorosamente para a coxa. – Tem um corte, culpa do miserável Malfoy, que mal sabe fazer um corte mágico em animais mortos, imagine fazer um em mim...

Hermione, que não podia ver o corte porque estava sob a calça, olhou para Harry, como que esperando alguma coisa.

– O que foi? – perguntou Harry, desviou o olhar da perna para Hermione.

– Não vai tirar a calça? – perguntou Hermione. – Sabe, a gaze não vai atravessar sua calça...

– Ahn? – exclamou Harry, mas disfarçando o susto – Pensei que você ia tirá–la pra mim.

– Hein? – dessa vez, foi Mione quem teve que disfarçar o susto – Bem...

– Qual é o problema? – perguntou Harry – Aliás, não sei porque você está fazendo isso. Madame Pomfrey vai chegar daqui a pouco... deixa ela cuidar disso...

– Quando Madame Pomfrey chegar, você já vai ter morrido de infecção! – advertiu Hermione, irritada – O feitiço que Malfoy usou para te cortar é perigoso!

– Então tire a calça, vai doer muito se eu me mexer para tirar! – disse Harry, simplesmente, sem perceber que o que pedia era muito constrangedor para Hermione.

– Hum...ok. – disse ela, pensando que não havia nada demais, eles eram amigos, quase irmãos. Então ela tirou timidamente o cinto de Harry e começou a puxar a calça dele cuidadosamente.

– Ai! Cuidado, é aí que está o corte! – reclamou Harry.

– Ei, cala a boca! – disse Hermione, nervosa, ao ter que olhar a cueca de Harry – Estou fazendo o melhor que posso! – já estava meio chocada com o ferimento enorme e lambuzado de sangue, e ao ver um “relevo” na cueca do amigo, Hermione meteu fortemente a gaze da coxa dele e se afastou, corada.

– O que foi? – pigarreou Harry – Você não quer terminar logo com isso? Droga, por isso eu disse para esperarmos Madame Pomfrey, você socou a gaze dentro da minha perna, droga...

– Desculpe, não é nada... – ela murmurou, rouca. Nunca tinha se sentido tão desconfortável com Harry, e ela não sabia o porquê daquilo agora; ela já vira Harry e Rony de sunga várias vezes, quando eles foram dormir em sua casa no verão e foram juntos para a praia...brincara, se agarrara a eles e certamente ficara bem mais próxima deles nessas situações, então por que estava tão nervosa agora?




Em meio a essa lembrança, acontecida bem antes de começar a namorá–lo, Hermione pôde até sentir de novo o friozinho na barriga característico do início da paixão. E quase pôde esquecer que a realidade estava bem longe daquela lembrança.

Resolveu encarar o marido. Seus olhos verdes, que antes a olhavam com amor, dedicação, alegria e desejo, agora pareciam olhar além dela, sem foco. Mas eles estavam mesmo era sem vida.

Ele estava morto.

– Harry... – ela chamou, baixinho.

Nenhuma resposta.

– Harry... – ela tornou a chamar, insistente.

Nenhuma resposta, nenhum movimento.

– Harry, por favor... – ela tentou gritar, mas tudo o que saiu foi um murmúrio fraco, quase tão sem vida quanto o corpo próximo a ela.

Nenhuma resposta, nenhum movimento, nenhum mísero sinal de que ele poderia ainda estar vivo.

Hermione reuniu suas forças e arrastou–se pelo chão. Arrastou–se até Harry e pegou sua mão, que agora estava fria, tão diferente da mão quente que costumava tirar os cachos da frente de seus olhos para lhe beijar suavemente as pálpebras...

Ela deitou ao lado do corpo e lá ficou, segurando aquela mão tão conhecida.

Ele estava morto e ela nem ao menos conseguia chorar. Não tinha nem idéia se conseguiria fazer qualquer outra coisa que fosse dali pra frente.




Chloe estava na janela do sótão de casa, olhando para a noite estrelada, hoje especialmente bonita. Ela nunca parara antes para olhar o céu; sempre haviam preocupações e ela já havia se acostumado com o fato de que ser filha de Harry Potter era uma preocupação a mais. Ela algumas vezes se queixava, mas não podia imaginar família melhor para ter nascido.
“Não havia um dia em que não houvessem preocupações”, ela pensava com ironia, “mas a de hoje é menor, eu acho. Simplesmente mamãe esqueceu que o Mad só dorme se ela o colocar para dormir, e resolve se atrasar...enquanto eu e o Jake temos que nos virar pra acalmá–lo...além dos meus pressentimentos estranhos...malditos sonhos que não me deixam dormir...”

Então uma coruja entrou velozmente pela janela, e Chloe desamarrou o pergaminho que ela trazia na perna.

– Obrigada, Dóris. – disse Chloe, carinhosamente, e depois de alisar–lhe a cabeça, desceu depressa a escada que saía do porão.

Se dirigiu rapidamente ao quarto dos pais, onde o irmão gêmeo (mas muito diferente dela fisicamente, exceto pelos olhos), Jake, tentava pacientemente, mas sem sucesso, fazer o irmãozinho Mad dormir. O bebê não parava de berrar a única palavra que sabia, “mamain”.

– Jake! A resposta chegou. Já que nem o chefe de mamãe sabe onde ela está, papai deve saber.

– Ah, finalmente! – sorriu o adolescente de olhos verdes e cabelos castanhos desarrumados – Leia! E pode fazer um pouco de silêncio, Mad?

O bebê pareceu entender que era importante e se calou.

– Nossa...moral, hein, Jake? – observou Chloe, desenrolando o pergaminho e começando a ler.

Caros Sr.Potter e Srta.Potter,
Desde já me desculpando, abri a carta que vocês enviaram ao Sr. Potter. O pai de vocês não se encontra no Departamento de Aurores Especiais no momento em que vos escrevo. Ele saiu na hora do almoço, segundo a secretária, com pressa, e ainda não retornou. Parece que ele recebeu uma coruja de sua mãe antes de sair, mas ninguém sabe o que dizia. Imagino que ele e a Sra. Potter tenham resolvido passear. Por isso acho que não há motivos para preocupações. Porém, não é aconselhável que os filhos dos Potter fiquem sozinhos em casa sem que saibamos onde se encontram Harry e Hermione, portanto contatem algum parente para ficar com vocês até que seus pais retornem. Caso não encontrem ninguém, eu de boa vontade posso liberar seu “tio” Draco Malfoy mais cedo para que ele possa de dirigir á casa de vocês.
Atenciosamente,
Tedd Clinf Junior
Auror chefe do Departamento de Aurores Especiais – DAE


– Ele pensa que nós somos idiotas – comentou Jake, irritado – se não houvesse motivos para preocupações, não teríamos que contatar alguém para ficar conosco, e não estariam abrindo a correspondência de papai. Esta casa está protegida com o feitiço Fidelius!

– Tem razão, Jake... – Chloe enrolava nervosamente uma mecha de seus cabelos pretos e cacheados – Só que tem um problema, eu já mandei corujas para a tia Gina, a tia Luna, o tio Neville, o tio Rony e... bem, ninguém respondeu ainda...

– Nossa! Por que você enviou tantas corujas sem ao menos saber se papai estava no trabalho ou não?

– Por que... eu estou com medo. Tem algo me preocupando há algum tempo. É algo ruim que estou sentindo.

– Mana – Jake disse, pegando o ainda irritado Mad no colo – adoraria zoar da sua cara por estar dando uma de adivinha, mas eu estou sentindo a mesma coisa.




Luna Lovegood estava lendo um livro de astrologia, muito concentrada. Talvez por isso não tenha notado que uma coruja parda batia em sua janela. Leu por mais de meia–hora, até que ficou com sede e decidiu tomar o suco de abóbora que Rony havia feito antes ir para o trabalho.

Quando chegou à cozinha, ouviu umas batidas no vindas da varanda. Tirou a varinha do bolso e seguiu silenciosamente até lá.

– Putz! – ela exclamou, com sua voz sonhadora – É apenas uma coruja! – e abriu a varanda com um toque de varinha, pegando a coruja e lhe tirando uma carta da perninha fina.

Tia Luna,
Desculpe incomodar, madrinha, mas é que não encontro mamãe em lugar algum... O Jake e eu acabamos de enviar uma carta para papai procurando por ela. Só que tenho tido sonhos estranhos ultimamente, sonhos em que eu só vejo luzes e depois, o rosto do meu pai sangrando, como os olhos abertos, como morto e achei que poderiam significar algo... Não contei sobre esses sonhos á mamãe nem a Jake porque eles não acreditam em nada que seja parecido com adivinhações e premonições, zombariam de mim. Contei ao papai mas ele disse para eu ficar tranqüila, não me preocupar... a pessoa em que mais confio depois deles é a senhora, madrinha... por isso resolvi contar. Fiquei meio agoniada com o atraso de mamãe, por isso queria muito que a senhora viesse para cá, se pudesse. Na verdade, chamei todos os meus “tios”.
Chloe A. G. Potter


Luna terminou de ler a carta sorrindo, pensando no quanto a adolescente, de olhos ainda mais verdes que os de Harry, gostava dela. Achou que eram apenas medos de adolescente, todos têm medos aos treze anos e ela pode estar impressionada pelo fato de que passará a ter aulas de adivinhação quando voltar a Hogwarts, em a um mês.

Mesmo assim, arrumou os cabelos loiros, colocou uma capa bege e partiu tranqüilamente para a casa dos Potter, pensando em passar no mercado para comprar um jantar para os “sobrinhos”, sem imaginar que nenhum dos outros “tios”, por ironia do destino, receberam suas cartas. Portanto, talvez só ela poderia impedir mais tragédias.




Os dois irmãos estavam sentados no sofá da salinha de leitura dos fundos, encolhidos. Chloe agora segurava Mad, que estava mais quieto.

Jake olhou para seu relógio e ficou surpreso.

– Já são nove e meia. – murmurou ele para irmã – mamãe já devia ter chegado há quase duas horas. E papai, há meia hora.

– Eu estou com medo. – murmurou Chloe – olhe, Mad dormiu...

Jake levantou–se, pegou Mad do colo da irmã e o levou até o quarto dos pais, colocando–o no berço. Olhou vagamente para a cama de casal vazia e voltou para a sala, onde Chloe ainda estava encolhida. Ele achou a irmã gêmea pequena e frágil, mas sabia que ela não era.

– Você está com medo? – ele perguntou, sorrindo humildemente, sentando–se e abraçando a irmã. – Você nunca tem medo. É a aluna mais corajosa de Hogwarts.

– Tenho sim, e vou contar uma coisa – ela disse, encarando o irmão – Eu tenho sonhado...quero dizer, não todos os dias, mas umas três vezes na última semana, que papai morria. A sensação era tão real...

– Está querendo dizer que anda tendo premonições? – Jake indagou, meio debochado.

– Eu sabia que você ia zoar – ela reclamou, afastando–se do irmão – droga, dá pra me levar a sério pelo menos uma vez? Talvez papai não morra, mas pode estar correndo perigo! Eu estou com a mesma sensação hoje, mas um pouco diferente, não sei exatamente a diferença...

– Chloe, eu sei que está assustada...

– Você disse que também sentiu, que também estava sentindo algo diferente! – ela exclamou, indignada.

– E estou. Mas não acho que seja algo referido a morte! Talvez seja só minha preocupação com papai e mamãe...

– Ora Jake, até parece que...

RINC...

Chloe olhou para os lados e agarrou o braço de Jake.

– O que foi isso? – ela murmurou.

TRANC!!!!!!!

Jake abraçou forte a irmã.

– Chloe...tem alguém aqui...




N/A---> Oiiieeeee povooooo essa eh a minha fic q jah postei em um mont d lugares e agora to postando aki.... baum, eu naum sou mto d demorar p/ escrever, entaum esperem em breve o proximo capitulo e deixem reviews p/ eu ver o q vcs acham!!!!!! e novamente agradecendo a Jesse maninha q betou meus erros horrendos d portugues e q vive implorando p/ o harry naum estar morto!!! vamos ver né.......
bjos da Aya e See you Later!!!!!!! ^o^

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