Capítulo VI



Mas não fora somente a canção que Harry ouvira.
O garoto também ouviu algo quebrando e, quando virou-se para ver de onde viera, ele viu Fawkes sobrevoando o salão. Ela pousou no meio da mesa dos professores, em frente à diretora McGonnagal. Harry virou-se para os amigos assustado, procurando respostas, mas percebeu que eles sabiam tento quanto ele.
Pôde-se ouvir um estouro, e ao virar-se para ver o que era, Harry viu uma densa nuvem de fumaça. Aos poucos ela foi se dissipando, e revelou um homem alto e magro. Era Alvo Dumbledore.
Ignorando os olhares surpresos e até mesmo aterrorizados dos alunos, Dumbledore deu alguns passos em direção a profª Minerva, e disse:
-Boa noite, professora.
A professora, mais calma como nunca havia ficado, apenas respondeu:
- Boa noite, diretor. Como vai o senhor?
- Melhor impossível! Mas agora tenho algo a fazer. Depois conversamos. Com licença.
- Claro, como quiser, Alvo. Nos falamos depois.
E depois disso, Dumbledore se aproximou de Harry e pediu que o acompanhasse, pois precisavam conversar.
O garoto, completamente incrédulo, olhou para Hermione, e em seguida para Rony, e os dois fizeram sinal para ele seguir o diretor.
Dumbledore começou uma caminhada até o lado oposto do salão, sob olhares indagadores de alunos e professores, seguido por Harry. Harry imaginava que os dois iriam até o escritório do diretor, e estava certo; quando os dois cruzaram o portão de pedra do grande salão, seguiram por uma escadaria que dava no andar da sala do professor.
Poucos minutos depois, após um trajeto que pareceu a Harry durar muito tempo, o garoto e Dumbledore chegaram ao escritório. Agora, a sala estava totalmente diferente, pois Minerva ocupara-a por quase um ano. Os conhecidos objetos que no tempo de Dumbledore ocupavam a sala não estavam mais lá. Mas no momento em que o diretor entrou no aposento, com um movimento amplo da varinha, tudo voltou a ser como antes; as mesmas poltronas, os mesmos quadros de dois anos atrás.
- Sente-se Harry, precisamos conversar – disse o diretor, lembrando a Harry imediatamente a conversa que tivera com o professor no seu quinto ano escolar, quando lhe fora revelada a profecia.
- Certo. Professor, o que...
- Harry, tenho certeza de que você acha que o que tem a me contar é de suma importância, mas peço que me deixe explicar tudo, sem interrupções.
- Sim senhor.
- Bom, desde o início eu sabia do pacto de Snape com Narcisa Malfoy.
- Snape já previa que esse acontecimento iria um dia chegar, então criou um feitiço "amenizador" incolor. Quando lançou o Avada Kedavra, Severo pensou no feitiço que havia criado. Dessa forma, ambos os feitiços se misturaram formando apenas um, que me deixou muito mal, mas não chegando à morte.
- Então... Snape não estava do lado das trevas? Ele realmente estava fingindo o tempo todo?
- Exatamente, Harry. Logo após o meu enterro, Severo tirou meu corpo de dentro da cova, acobertado pela professora Minerva. Então, o professor levou-me até o Largo Grimmauld, onde cuidou de mim, até recuperar-me totalmente. Houve momentos em que estive quase morto, Harry, momentos em que Severo acreditava que nem a poção que ele havia criado para tentar me curar me salvaria da morte... Mas ele estava enganado, pois, afinal, aqui estou eu.
- Não é possível que tudo isso tenha acontecido e ninguém me contou nada!
- Nós preferimos assim, Harry. E, convenhamos, você já estava ocupado demais com as horcruxes e Voldemort para ainda se preocupar comigo.
- Se o senhor acha... - Mas, professor, então... Se Snape não quis realmente matar o senhor, por que ele fugiu?
- Porque tudo isso fazia parte do nosso combinado, para Voldemort não desconfiar de nada.
- E onde está o professor Snape agora? Ele está bem?
- Snape está na Ordem, Harry, está protegido lá, assim como Sirius estava.
O garoto ficou um tempo olhando para baixo, lembrando do padrinho.
-Er... Professor, e se... Bem, e se Sirius, assim como o senhor...
- Harry, se Sirius tivesse se “escondido” como eu, com certeza já teria aparecido pra você, sem sombra de dúvidas...
Mais uma vez, o garoto ficou um tempo em silêncio, pensativo. Mas acabara de se lembrar da dúvida que vinha martelando sua cabeça ao longo de todos esses meses, e que finalmente teria a chance de esclarecer.
- Professor, e quanto ao bilhete que estava dentro da falsa horcrux, foi o senhor que o deixou lá? – disse Harry, receoso.
- Não Harry, o bilhete já devia estar dentro da horcrux quando nós a pegamos na caverna de Voldemort.
- Então o senhor não sabe quem é R.A.B.?
- Receio que não, Harry.
Nesse momento, um sentimento de frustração se instalou dentro de Harry. Ele sempre tivera esperança de descobrir quem era o misterioso R.A.B., e tinha a impressão de que a única pessoa que poderia lhe dar essa informação não tinha conhecimento da mesma. Por algum tempo ele acreditara que poderia ser seu pai, ou Sirius...
- Espere um pouco... – disse Harry, pensativo. De repente, seu rosto se iluminou. - Professor! Sirius não tinha um irmão chamado Régulo?
- Creio q sim, mas por que...
- Como nós não percebemos isso antes! - Gritou harry. - Desculpe senhor – disse Harry, arrependendo-se por ter interrompido Dumbledore.
- Não tem problema Harry, vamos, prossiga.
- Tudo bem R.A.B. pode ser, ou melhor, tem que ser Regulo Black! Sirius me contou uma vez sobre ele, seu nome do meio era... Era... Droga! Esse definitivamente não é um bom momento pra esquecer, seu burro!
- Desculpe-me, Harry?
- Ah, não professor, eu é que me desculpo, estou... AUGUSTO! Lembrei! Regulo Augusto Black! Sirius falou que ele era um comensal e que está morto há anos! Agora tudo faz sentido!
- Muito bem Harry, muito sagaz! – Disse Dumbledore, sorrindo - Mas creio que nem tudo faz sentido. Por que Régulo trairia Voldemort? Não consigo encontrar um motivo para isso.
- Obrigado, senhor. – Respondeu o garoto, envergonhado por Ter recebido um elogio de Dumbledore - Talvez por vingança, algo que Voldemort fez e que não o agradou. Mas não iremos descobrir o que, pois Regulo morreu a anos.
- Bem, é uma possibilidade. Talvez – Fez Dumbledore, pensativo - Black poderia estar dominado por uma maldição, quando servia à Voldemort.
Dumbledore se calou, ao ouvir batidas consecutivas na porta do escritório. Com um pequeno gesto do diretor, a porta se escancarou, e a professora Minerva entrou na sala.
- Harry – Disse o velho - Será que você poderia nos dar licença? Eu e a professora Minerva precisamos conversar. Talvez você devesse voltar para a festa.
- Sim, senhor. Boa noite professora.
- Boa noite, Harry!
Harry se retirou da sala, pensando em como tudo aquilo aconteceu e ele nem sequer desconfiou. Mas, se pensasse bem, estava ocupadíssimo com Voldemort para perceber isso, como Dumbledore mesmo lhe dissera.

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