Capítulo II



No dia seguinte, Snape a deixou dormir mais que o normal, afinal, havia 3 noites que não dormia direito. Ele já havia tomado café da manhã, então só pôde desjejuar no almoço, preparado por ela própria. Novamente teve permissão para comer à mesa.

Passou o dia perambulando pela mansão, dos apetrechos habituais só contava com a coleira e o cinto, até as sandálias altíssimas ele havia dado-lhe permissão para tirar, para que ficasse descansada para a noite. Vez por outra, quando Hermione cruzava seu caminho, Snape lhe dava pequenos castigos, por motivos inventados na hora, ou sem motivos algum mesmo, a bruxa passou a evitá-lo nos corredores.

Ela encontrou uma sala onde havia um sofá bastante confortável, onde passou algumas horas. Pensava sobre esta noite, estava curiosa, então sentiu uma mão puxar-lhe os cabelos.

-Estava lhe procurando, vá tomar banho. – a voz dele soou irritada, e embora ela quisesse obedecer, ele continuava com as mãos em seu cabelo. – Porque veio pra cá? Está se escondendo?
-Eu... Não, estava só... Esperando dar a hora.
-Pois a hora já deu há muito tempo. – Retrucou Snape, vendo Hermione correr para cumprir sua ordem.

Nove horas da noite, estavam os dois prontos. Na sala, Snape murmurou as palavras para desativar a proteção contra aparatação, abraçou Hermione por trás e aparatou. Hermione, ao contrário de Snape, não estava mais acostumada com a aparatação e sentiu todo o mal-estar do ato. Ao abrir os olhos novamente, estavam na sala da Mansão Malfoy. Lucius corria para cumprimentá-los.

-Snape... Boa noite... – Ele falou, apertando a mão do companheiro. – E esta... – Baixou os olhos pra Hermione – A sangue-ruim, não é? Soube aproveitar a chance que teve, não, Snape? – Lucius parecia comer com os olhos cada curva do corpo de Hermione.
-Não a chame assim... Ela ainda está sendo domesticada, obedece apenas a mim. E eu, sinceramente, não tenho planos para fazê-la obedecer aos outros. – Falou, olhando feio para a mão de Lucius, que estava estendida, provavelmente querendo tocá-la.
-Bem, bem... Sentem-se. Os outros convidados não tardarão a chegar...

Snape e Hermione percorreram o salão inteiro, ele queria a mesa mais distante. Apesar de não haver ainda muitos convidados, uma boa soma deles observavam Snape conduzir Hermione pela guia da coleira, que havia feito ela usar antes de saírem. O constrangimento de Hermione não poderia ser maior, ao sentir todos os olhares do salão em si.

-Envergonhada? Agradeça por não ter lhe feito ir de quatro.- Falou Snape, ao sentar-se na mesa.
-Você não tem medo?
-O que disse?
-Você nã... – WHACK, um tapa estalou em seu rosto, chamando novamente a atenção dos olhares que já haviam descansado.
-Mais respeito, mais respeito... Quero que seja uma perfeita escrava esta noite. Quero sentir orgulho de você. – Ele olhou para os lados – Aí vem os Hasmmer, só fale com eles, se falarem contigo.

Hermione olhou para baixo, um casal se aproximava, loiros e brancos, tanto quanto os Malfoy, eles andavam com elegância.

-Boa noite, Snape... – Falou o homem, do alto de seus quase dois metros. Snape levantou-se para cumprimentá-lo.
-Boa noite, Albert... Boa noite, Jella... – Ele apertou a mão do homem a beijou a mão da mulher, depois fez um sinal para que se sentassem.
-E esta senhorita? Sua filha? – Falou o homem, rindo.
-Minha, mas não filha. – Ele deu duas puxadinhas de leve com a guia da coleira, chamando a atenção de Hasmmer.
-Ah, entendo... A nascida trouxa que disseram que você havia pegado. Então é verdade? – Ele examinou novamente Hermione, com um olhar superior.
-Sim, sim... Ontem fez exatamente um ano que está comigo. Peguei-a justamente no final da guerra, acham que está morta.
-Sublime. Não poderia vir de nenhuma outra mente, há não ser da sua, Snape. – Ele riu – Jella, não gostaria de ir pegar um Whisky de Fogo no balcão para nós?
-Não. Não gostaria. – falou a bruxa, que havia permanecido calada e praticamente imóvel ao lado do marido, num tom irritado, finalmente deixando transparecer alguma emoção.
-O que disse? – O loiro perguntou, ameaçadoramente, e começou a falar, provavelmente insultando-a em uma língua diferente, talvez alemã.
-Guarde isto para quando estiverem a sós, Hasmmer. – Falou Snape, com um sorrisinho no canto dos lábios – Pegue para nós, Granger. Três copos.

Hermione daria tudo para poder responder assim como a alemã, mas levantou-se e foi até o balcão, onde pediu três doses de Whisky. Procurou por Malfoy, ele estava sentado em um local distante, pegou os whiskys e voltou a sua mesa, Snape puxou-a para seu colo.

-Confortável, Granger? – Perguntou ele, em seu ouvido.
-Mais do que confortável... – Respondeu com monotonia.
-Não sente nada? – A voz de Snape soou maliciosa desta vez.
-O quê, por exemplo?
-Isto. – Ele a puxou com força em direção ao seu membro.
-Ah, sim... Incomodaria, se usasse um engorgio.

Ele levantou a mão para descer num tapa, mas pareceu desistir. Hermione olhou-o, confusa. Pode perceber quão cheio estava o salão, já. Empurrada do colo de Snape, observou-o se levantar, orgulhoso, a varinha apontando para a garganta.

-Quero que todos da festa saibam que... mais tarde, todos que quiserem utilizar-se da minha escrava aqui, poderão fazê-lo... Por minha conta. – Falou ele, chamando a atenção de todos, com a voz alterada.

Hermione o olhou, aterrorizada. Seria uma brincadeira de mau gosto?

-Pode passar a chamar a todos daqui de Senhor, Granger. Irá obedecer a qualquer um, a tudo e a qualquer momento que lhe pedirem.

A bruxa empalideceu, Snape fingia não perceber os olhares de Hermione, que imploravam pela sua compaixão. Vez ou outra, algum dos homens sem acompanhantes passava pela mesa, para “degustar” um pouco de Hermione, outros até levavam-na para uma sala diferente.

Mas foi mais tarde, quando todos os casais já haviam ido embora, que chegaram novas mulheres, jovens trouxas drogadas que foram seqüestradas pelo anfitrião. Deu-se inicio, então, à um grande bacanal. Infelizmente, para Hermione, Snape havia feito uma grande propaganda dela.

Porém, por ter dormido mais cedo, pois perdeu os sentidos antes mesmo da primeira pessoa ir embora, Hermione acordou mais cedo que todos, ainda no quarto, Hermione pegou suas roupas, algum dinheiro dos homens adormecidos, testou algumas varinhas e pegou a que mais se adaptou a ela. Cuidadosamente, passou pelos corredores. Não havia pessoa alguma, sequer um empregado acordado. Os jardins da mansão Malfoy estavam cobertos pelo orvalho.

Andou algumas quadras e logo pôde localizar em que parte de Londres estava. Não imaginava que com uma fuga não planejada pudesse se sair tão bem. Em poucos minutos estava n’O Caldeirão Furado. Havia pego um Noitibus, assim como esperava, não foi reconhecida, mas Tom, dono da hospedaria olhou-a por alguns segundos a mais que o normal.

Estava disposta a começar uma nova vida, logo iria rever seus amigos, era bom estar livre no mundo real novamente. Comprou algumas roupas, pensava em como iria contar para sua família o que aconteceu com ela. Como iria contar-lhes o que aconteceu na mansão Snape. Como iria contar o que aconteceu na mansão Malfoy!! Por Merlin... Talvez ela conseguisse dar alguma desculpa para não contar porque fora seqüestrada...

Algumas reflexões depois, já à noite, pegou novamente um Noitibus. Iria para casa! Ver sua mãe... Como ansiava por isso... Durante o percusso, um casarão familiar. Pediu para que parassem. Era a mansão Snape.

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