Capítulo I



Hermione mirou-se no espelho. Era péssimo... Parecia que a cada vez que olhava sua situação piorava. Do alto de suas sandálias de salto, com as mãos presas para trás, o que deixava seu busto ainda mais exposto, sentia-se tão usada, humilhada, por estar assim. A única peça de roupa que usava – se é que aquilo poderia ser chamado de peça de roupa – era um cinto de castidade de couro, combinando com a coleira grossa e pesada, que não contribuía em nada para a sua dignidade.

-Admirando seu esplendor? – Perguntou uma voz sarcástica ao seu ouvido. – Não sabia que também gostava dessas coisas... Talvez um dia eu me vista assim para você... Ou talvez não. – Foi abraçada pelas costas, recebendo uma tapinha de leve na coxa direita.
-Não precisa dessas roupas para mostrar o ‘homem’ que é, Snape. – Ela soltou, sem pensar.

Ele deu uma risadinha sarcástica e, virando-a para ele, deu um forte tapa em seu rosto.

-Olha como fala, Granger... Sorte sua eu estar de bom humor hoje. – Ele sentou-se na cama, fitando-a de costas. – Aproxime-se.

Hermione virou-se para ele e aproximou-se, foi virada novamente quando estava próximo o bastante. Com os olhos fechados de raiva, esperava o que ele faria.

-Está em carne-viva... – Ele falou, mais para si mesmo que para ela, num tom inacreditavelmente preocupado. – Deixe-me dar um jeito nisso. – Ele pegou a varinha e murmurou algum feitiço apontando para os pulsos de Hermione, que estavam doendo há tempos pelo atrito com as algemas. – Por que não me disse antes?
-E quando que posso abrir a boca, para queixar-me, sem apanhar?
-Quando eu achar que deve... – Ele a puxou para seu colo, apertando-a mais forte quando tentou se desvencilhar. – Não quer se livrar do cinto?
-Se for para ser usada por você, prefiro ficar como estou. – Ela soltou, novamente sem pensar duas vezes, e recebeu mais um tapa, bem mais forte que o primeiro.
-Já disse para tomar cuidado com o modo que fala comigo. Não esqueça que está à minha mercê. Sob minha autoridade. Repita isto. – Ela permaneceu calada – REPITA isto.
-Estou à sua mercê, sob sua autoridade. – Ela falou, no tom mais monótono que pôde. Ele a beijou.
-Você tem a incrível habilidade de me aborrecer num dia bom... E também a coragem para tanto. Devia se orgulhar. – Ele falou, passando a mão pelos seios dela, e com a outra apontava a varinha para o cinto, fazendo-o desaparecer.

Hermione deixou escapar um suspiro de alívio ao ver-se livre daquilo, apesar de saber o que viria em seguida: as mãos de Snape avançavam em sua intimidade.

-Toda gozada... Só uma cadela como você, para gozar com uma coisa dessas... – Ele falou, com escárnio na voz. Hermione sentia-se envergonhada. – Apesar de tudo, vou deixar-lhe tomar banho, para provar que sou um bom dono. – Ele apontou a varinha para as algemas dela, soltando-a e dizendo: - Sem gracinhas, Granger. Volte limpa o bastante para eu, ao menos poder, usá-la.
Hermione levantou-se do colo dele e foi ao banheiro. A falsa sensação de liberdade se apagou assim que ela lembrou-se que estava sem sua varinha. Se ao menos estivesse com ela, poderia fugir. Fugir para bem longe daquela mansão tão odiada, para longe de sua prisão, para longe de seu raptor e capataz. Ao menos pretendia demorar o máximo longe daquele homem. Como se lesse os seus pensamentos, ele falou do quarto:

-Não demore, Granger.

Teve, então, de tomar um banho rápido, temendo que o tempo que passasse lá, por menor que fosse, fosse demorado para Snape. Saiu do banheiro, enrolada na toalha, a sensação pós-banho era maravilhosa, quase não se lembrava disto.

-Eu mandei enxugar-se? – Ele perguntou. – Não me lembro disto. – Puxou a toalha do corpo dela, jogando no chão e fazendo a moça desequilibrar-se.
-Eu pensei que... Desculpe, meu Senhor. – Ela falou, resignada. Tanto tempo convivendo com ele a fez aprender alguns macetes.
-Humpf. – Ele bateu na sua coxa esquerda com um chicote de couro. – Faz de tudo para me aborrecer, não é? Às vezes sinto pena de você por não ter conseguido, e bato assim mesmo, como consolação.

Ele a puxou novamente para a cama, deitando-se com ela sentada sobre ele. Admirou o corpo da moça por alguns momentos, passando a mão, beliscando, atiçando com tapinhas leves. Hermione fechou os olhos, tentando se concentrar em outra coisa, para não se levada pelos carinhos de Snape, ainda assim gemia baixinho, e não conseguia deixar de aproveitar cada toque. Snape percebeu e com um silvo forte o chicote marcou a pele de Hermione, uma, duas, três vezes. As lágrimas já escorriam pelo rosto da garota, embora nenhum gemido mais forte tenha sido emitido. Ele a puxou grosseiramente pelos cabelos, e deitou-a em seu colo, enquanto ficava sentado.

-Não tem comido direito, esses dias, não é? Têm negado a comida que lhe dou... – Um tapa forte em sua nádega a fez corar. – Anda me desobedecendo muito, ultimamente. – Mais um. – Não pense que pode tudo, Granger. – E as tapas foram se perpetuando até que Snape ficou satisfeito com o rubro das nádegas de Hermione.
-Tem certeza de que isto é virgem? – Falou com desprezo no ‘isto’, enfiando a ponta do indicador no ânus da menina sobre seu colo. – Vamos ver...

Primeiramente, ele a fez ajoelhar-se a sua frente, para que chupasse seu membro já duro pelas situações anteriores, depois lhe fez ficar de quatro no meio da cama. Montou, literalmente, sobre a jovem e mal tinha inserido a cabeça de seu membro no ânus de Hermione, ela gritou de dor e desvencilhou-se, saindo da cama. Ágil, Snape puxou-a pelos cabelos e a pressionou contra a parede.

-Você sabe mesmo, como me excitar, não é? – Falou.

Hermione com o corpo espremido entre a parede fria e Snape, só pode chorar baixinho quando sentiu o pênis de Snape arrombando por completo a única parte que havia conservado pura. Tapas, gemidos e beijos no pescoço não faltaram da parte de Snape, que parecia se excitar mais e mais com o angustiante choro da jovem; gozou, ali, de forma violenta.

Depois de desvencilhar-se de Hermione, Snape deitou-se na cama, satisfeito, deixando a moça jogada perto da parede.

-Levante-se e ponha o cinto. Não vai precisar de minha ajuda para trancá-lo.
-Senhor, se importaria se eu tomasse um banho?
-Sim, me importaria. Faça o que mandei.

Ela levantou-se, dolorida e pôs o cinto, que fechou magicamente assim que o vestiu. Queria ficar ali, deitada, parada, dormindo. Até que estivesse livre novamente. Snape havia acabado de usá-la de novo, sentia uma angústia profunda sempre que isto acontecia. Sentia nojo de si mesma. Ficou parada por uns instantes, até que Snape a chamou, mandando deitar-se do seu lado, ele passou a perna e o braço por cima dela, como uma criança adormece com o brinquedo após usá-lo. Com a mão esquerda, Snape continuava a acariciar seu brinquedo, até que os dois adormeceram.

Acordou horas depois, Snape não estava mais na cama. Levantou-se, o barulho vinha da cozinha, Snape preparava uma macarronada.

-Estranhamente uma onda de benevolência tomou conta de mim. Além de eu mesmo ter preparado a refeição, deixarei que coma à mesa. Tome um banho e vista o que está sobre sua cama, nos fundos. – Ele falou, livrando-a do cinto novamente, com a varinha.

Hermione foi então ao seu quarto, uma pequena dependência, onde havia um colchão de molas quebradas e um banheiro minúsculo. Sobre a cama havia um espartilho de couro e uma saia longa de veludo bordado, um par de luvas e sandálias. Hermione ficou imaginando o porquê daquilo.

Durante o banho, intimamente sentia-se agradecida por poder tomar outro banho. Quando saiu, Snape apareceu à porta.

-Quero apenas que prove. Não vai usá-lo hoje. É para amanhã.

Hermione o olhou, desconfiada e vestiu as roupas, o espartilho valorizava seu busto e afinava sua cintura, modelando seu corpo. Tudo coube perfeitamente bem.

-Não precisa de ajuste algum... – Ele falou, dando a volta por ela. – Tire, ponha o cinto e volte.

Hermione suspirou e trocou de roupa. O cinto, pelo menos, estava limpo.

Voltou para a sala de jantar e a mesa estava posta, ficou de pé esperando Snape.

-Porque está fazendo isto? – Ela perguntou assim que Snape apareceu com a travessa de macarronada.
Ele fitou a travessa como se compartilhassem uma informação óbvia, que apenas Hermione não via, com os macarrões melados no molho, e falou:

-Bem, se eu convocasse com um Accio, provavelmente o molho voaria para todos os lados... – Repondeu finalmente, fazendo sinal para que ela se sentasse.
-Não falo disto... – Disse, contendo a irritação, sentou-se e continuou: – Quero saber das roupas, do jantar...
-Que tem eles?
-Porque me deixou comer aqui, por exemplo?
-Se quiserdes comer no chão, numa tigela, fique à vontade.
-Não quis dizer isso. Só quero saber o porquê...
-Um ano inteiro de serventia tem de ser recompensado de alguma forma, mesmo que você seja extremamente incompetente em sua função.
-Um ano? – As palavras dele fizeram Hermione entrar em transe. – Faz um ano que estou presa aqui?
-Um ano.
-E as roupas? Vai me deixar ir visitar meus pais? Meus amigos... Ir embora?
-Ah, claro. E vou me embrulhar e me mandar por umas corujas direto para Azkaban, claro que conto com sua ajuda para tanto.
-O quê, então?
-Bem, vai ver paredes novas amanhã.

Ele a serviu, mas seus pensamentos estavam longe daqueles macarrões banhando-se em molho púrpura. Fazia um ano que Snape havia lhe raptado Um ano que a guerra acabara e seus amigos acreditavam que estava morta. Um ano de tortura quase diária. Um ano em que o que mais desejava era fugir daquele local.

-O que quer dizer com paredes novas? – Ela perguntou derrepente.
-Vamos sair... Uma festinha na mansão Malfoy, comemorando o dia em que foi inocentado. – Ele falou, irritado por ser atrapalhado no meio da refeição.

Hermione se voltou para a comida, tinha de comer logo ou Snape quando acabasse levaria também seu prato, e teria de esperar até outro ato de boa-vontade dele.

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