O Resgate de Sarah Potter

O Resgate de Sarah Potter



Capítulo Doze – O Resgate de Sarah Potter


Harry ainda permanece inconsciente. O médico disse que ele precisava de repouso absoluto, devido ao forte stress que quase concebeu em um enfarte. Estava previsto para que ele acordasse no meio da tarde do dia seguinte.

Ele se vê num lugar mágico. O mesmo lugar do sonho anterior. Olha para os lados. Sabe quem procura. Então ele a vê. Mais linda que um anjo. Seu grande amor. Patrícia. A mulher sorri para ele.

– Vai ficar tudo bem agora. Nossa filha vai voltar.

- Você tem certeza? – Harry sente o coração acelerar. A falta que a filha fazia doía seu coração, muito mais do que quando perdera seu pai. Sarah era um pedaço de Harry que fora arrancado da forma mais covarde possível.

Lentamente, a figura de Patrícia aproxima-se. Ele sente uma áurea pura. Algo que tenta aquecer seu peito destroçado.

- O que diz seu coração?

Harry vê a imagem de Sarah sorrindo, correndo para seus braços. Sente uma paz de espírito jamais experimentada. Sorri, mas desfaz o sorriso rapidamente. Um sentimento de culpa se apossa dele, que abaixa a cabeça.

– A culpa foi minha. Se eu não tivesse a deixado assim. Se eu não tivesse viajado sem brigar com ela...

A mulher fica séria de repente. Harry levanta a cabeça. Seus olhares se cruzam.

– Você se lembra do que eu disse? Sobre as crianças sentirem quando as pessoas são boas ou más? Sarah sentiu isso ao conhecer Maureen, Harry.

Harry tentava entender as palavras da mulher, que eram parecidas com as do outro sonho. Sabia que Sarah não gostava de Maureen e ele acreditava que fosse apenas uma frescura de criança. Normal para a idade dela.

Patrícia ficou calada por alguns segundos, deixando Harry angustiado. Por fim, ela o olhou firme antes de falar.

- O que importa é que nossa filha está bem, Harry. E em breve, ela voltará para seus braços.

Harry tentou falar mais alguma coisa, mas as palavras não saiam. Assistiu sua amada dar um último sorriso tenro e sumir. E tudo ficou escuro.

XXXXX


Já era quase onze horas quando Maureen, dona Glória e Katherina chegaram à casa de Harry. Quão foi a surpresa das três ao verem várias viaturas cercando a casa e alguns guardas armados e com coletes à prova de balas.

O chefe de polícia, o senhor McGrant, aproxima-se do carro quando as três descem e se dirige para Maureen.

– Maureen Robbins, a senhorita está presa por seqüestro. Algemem-na. - Um policial se aproxima e algema a mulher, que fica ofendida. Dona Glória e Katherina não entenderam nada.

- O que está acontecendo aqui? – Dona Glória perguntou ainda espantada pela quantidade de policiais que havia ali.

Antes que ele pudesse responder, Hermione aproximou-se, segurando um celular. Ao vê-lo, Maureen arregalou os olhos.

– Quem lhe deu o direito de mexer nas minhas coisas?

-Da próxima vez, avisa para seu comparsa a não deixar mensagens de voz e... ah, e toma cuidado com as suas coisas, viu? – Hermione sorriu sarcasticamente.

Maurren tenta avançar em Hermione, mas é detida pelos policiais. O senhor

McGrant pega o celular e mostra para Maureen.

– Pela sua reação, o aparelho lhe pertence. Reconhece essa voz, senhorita Robbins? - Apertou o botão e a mensagem foi ouvida. Maureen sentiu o sangue ferver. “Maldito Ben!” - Pois eu conheço muito bem essa vez. -
Olha para Katherina e dona Glória. – É de Benjamin Keenan. Ele foi preso por seqüestrar um famoso jogador de futebol. Ele acabou fugindo da prisão depois da sentença.

Todos olhavam para Maureen, esperando uma reação, mas a modelo estava imóvel. Dona Glória aproximou-se dela, com um olhar assassino.

– Onde está a minha neta? - Não obteve resposta. A senhora chacoalha a
mulher. – DIGA!!!

Um sorriso diabólico se formou nos lábios da mulher. Não havia mais como esconder.

- Vocês nunca vão saber. A pirralha filha da mãe vai morrer em pouco tempo. - Cospe no rosto da senhora. Katherina avançou, mas o chefe pediu que colocasse Maureen no camburão.

- A senhorita não quer responder aqui, mas vai para a delegacia. Vai dizer onde está Sarah Marie Washington Potter. – Pronunciou o senhor McGrant, enquanto acompanhava os policiais até o carro.

Os policiais colocam Maureen no camburão e saem. As mulheres entram na casa. Katherina vai para a cozinha preparar um café, deixando Hermione e dona Glória sozinhas na sala. Alguns policiais permanecem fazendo a guarda fora de casa, caso aconteça algo, como uma vingança.

- Como ela fora capaz? – Dona Glória sentou-se no sofá, completamente exausta. – Seqüestrar uma criança inocente para roubar o meu genro? Bem que eu desconfiava...

– Se ela não tivesse esquecido o celular... – Hermione suspirou. Não queria nem imaginar quando Harry descobrisse.

- Acha que ela vai falar onde eles estão?

- Ela não tem outra saída. O senhor McGrant disse que, se ela não disser, vai pagar uma pena pesada e pagar pelos seus comparsas. Ela não vai querer ficar presa por muito tempo. Vai acabar confessando.

- O que será que vai acontecer quando o Harry descobrir?

- Eu não sei. – Hermione deu de ombros. – Eu não queria estar no lugar dele.

XXXXX


Ele revirava, mexia e mirava aquele revólver há horas. Já fazia algum tempo que ele mandara a mensagem. Algo estava errado. “Por que ela não responde?” Sentia uma apreensão, mas só de pensar na grana que iriam ganhar e na vida que levaria dali pra frente, ele deixava para lá.

Faltava pouco para acabar. Bastava um telefonema...
A porta se abriu e um homem apareceu. Tinha a fisionomia bastante preocupada. “Isso não é bom”.

- O que foi?

- Temos problemas.

Aquela noite seria longa.

XXXXX


Meia hora depois, as viaturas pararam silenciosamente em torno do pequeno casebre. O chefe policial ordenou para que cercassem a casa e atirassem quando ele mandasse.

Dona Glória e Katherina desceram de um dos carros. Apesar de Katherina e o mordomo ressaltarem que ela não devia ir, ela fazia questão de estar ali naquela noite.

- Será que é aqui mesmo? – A senhora observou o lugar, preocupada, procurando alguma pista que mostrasse que Sarah estava mesmo lá dentro.

- Sim, de acordo com a senhorita Robbins, esse é o lugar. – O senhor McGrant confirmou.

Fora um custo fazer Maureen confessar. Maureen fez inúmeras irônicas e uma hora, alegou, na maior cara-de-pau, que era inocente. Aquilo fora o bastante para que o chefe perdesse a paciência e dizer que ela pegaria uma pena pesada caso Sarah aparecesse morta. Responderia o processo na cadeia. Maureen contou, mas não fora suficiente para aliviar sua pena. O Juiz já havia acatado um mandato de prisão e ela ficaria presa até o Julgamento.

O chefe pegou o alto-falante da viatura e mandou que todos se calassem.

- Aqui é a polícia. Vocês estão cercados, não tem como fugir. Saiam com as mãos para cima!

A porta do casebre se abriu lentamente um homem completamente ensandecido saia de lá. Numa das mãos segurava uma arma. Mas não apontava para os policiais e sim, para a menina que ele segurava com a outra, numa chave de braço.

Sarah.

Dona Glória sufocou um gemido ao ver a neta completamente aterrorizada, suja e com um enorme hematoma no rosto. Seria a marca de uma mão? Olhou para o homem com uma expressão assassina. Ele pararia pelo mal que fizera à sua neta.

O olhar de Sarah encontrou rapidamente com a sua avó. Chorava em silêncio. Olhou dos lados, a procura de seu pai. Queria gritar pelo nome dele, mas a voz não saia. Sentia o cano frio da arma na sua cabeça e mesmo com a pouca idade, sabia que aquilo significava: ela iria morrer.

- Onde está Maureen? - Ben perguntou.

- A Sra. Robbins está presa e entregou todos vocês. Eu sugiro que vocês se rendam e entreguem a menina acabou.

Para a surpresa de todos, Ben riu. Um riso louco, lunático, como se as palavras do Sr. McGrant fossem apenas um piada.

- Soltem a Maureen. - apertou ainda mais o gatilho na cabeça de Sarah. - Ou essa vadiazinha morre!

Dona Glória e Katherina quase tiveram uma síncope ao ouvirem o homem falar daquela maneira.

- Ele está louco. - Katherina sussurrou para McGrant.

- Ben é um psicopata e Maureen aproveitou-se disso. Seduziu-o a ponta de convencê-lo que fugiriam juntos quando se ela casasse com o senhor Potter e lhe roubasse toda a fortuna. Mas Maureen apenas usou-o para se beneficiar. - McGrant voltou a falar no megafone. - Não podemos fazer isso, Ben. Vocês foram presos em flagrante. Se fugirem, será pior.

- Nunca! - Ou vocês soltem a Maureen ou a menina morre. - Chacoalhou Sarah, que soluçava.

- Ele vai matar a minha menina! - Dona Glória choramingou. - E agora?

McGrant refletiu por alguns instantes. Precisava fazer alguma coisa para que ninguém saísse ferido naquela história. Ben poderia atirar na menina a qualquer momento e ela não permitiria isso.

Olhou para os seus homens, que estavam em posição e ataque e esperava uma ordem do chefe. Qualquer movimento seria decisivo.

- Ai!!! – Todos puderam ver Bem soltando a mão e apertando a com força, viu uma menina correr em direção a eles. Mas precisamente para a avó. – Sua desgraçada!! – Ben se preparou para apertar o gatilho, mas não houve tempo. Logo ele estava no chão e um tiroteio entre seus comparsas e a polícia se seguia.

- Kyle, protejam-nas! – McGrant pediu para um policial enquanto sacava a arma. Kyle levou Katherina, dona Glória e Sarah, que estava no colo da avó, até o camburão blindado. As três tamparam os ouvidos assustados.

- Não saiam daí. – O policial pediu enquanto se dirigia ao tiroteio.

- Vó... – Sarah apertou-se ainda mais a Dona Glória. – Onde está o meu pai?

Dona Glória olhou para ele com pesar. Como poderia falar? Olhou para Katherina em busca de socorro. Ela a incentivou a contar a verdade. “Ela tem que saber.” A senhora respirou fundo e respondeu.

- Sarah, o seu pai está doente e precisou ir para o hospital. – Sentiu-se a pior pessoa do mundo ao ver a carinha da neta. – Mas nós vamos para lá e você poderá ver ele.

- O papai vai morrer?

A avó daria tudo para acabar com o sofrimento da neta. Ela havia passado por um sofrimento enorme, agora saber que o pai estava no hospital era para deixá-la completamente desesperada. Porém, Harry ficaria bem, de acordo com os médicos. E se soubesse que sua filha estava a salvo, sua recuperação seria mais rápida.

- Não, claro que não, meu amor. Seu pai só estava cansado e triste porque você não estava com ele. Mas agora ele vai melhorar quando vocês estiverem juntos.

- È o que mais quero. – Sarah deu um sorriso fraco.

Pouco depois, os tiros cessaram e o resultado foram três mortos, incluindo Bem Keenan. McGrant já acionara o resgate para levar os corpos. Os outros que sobraram foram direto para a prisão e ficariam presos aguardando julgamento.

O chefe de polícia entrou no carro e olhou para as três, aliviados.

- Podemos ir para o hospital? Sarah quer ver o pai e está um pouco machucado. – Katherina pediu, assim que deixaram o local.

- Sem problemas. – McGrant acenou para Kyle, que dirigia a caminho do hospital.

XXXXX


Com uma xícara de chocolate quente na mão, Gina olhava para o telefone inquieta. Desde o último telefonema de Hermione a ruiva andava apreensiva e torcia para que tudo desse certo.

Ela se pergunta como uma pessoa podia chegar ao extremo de iludir outras duas a fim de alcançar seus objetivos. Ah, mas ela sabia que nesse mundo, aquilo não era nada. As pessoas eram capazes de roubar e matar para seu próprio benefício.

Agora ela podia amaldiçoar Maureen com todas as forças. Sabia que não era culpa de Harry por ter se apaixonado por essa golpista. Harry estava carente solitário e precisava de uma namorada. Muitas vezes, Gina imaginou-se cumprindo esse papel para depois xingar-se, dizendo que ela era uma boba romântica e que Harry não passaria de seu chefe. E com a chegada de Maureen, viu suas chances diminuírem cada vez mais.

Depois daquela viagem à Paris, ela permitiu-se perguntar se Harry gostava dela ou queria apenas de aproveitar. Não queria pensar nas duas hipóteses. Talvez ele estivesse carente por estar longe da namorada. Mas nada justificaria seu ato. Agradecia por nada ter acontecido.

O telefone tocou e Gina quase derramou sua caneca. Correu até o telefone.

- Alô?

- Alô, Gina. É a Hermione.

- Graças à Deus. – Gina suspirou aliviada. – E ai? Deu tudo certo?

- Deu. Maureen está presa e não pode recorrer à liberdade. Seu comparsa ou amante, que seja, foi morto no tiroteio.

- Tiroteio. – A ruiva sobressaltou-se. Meu Deus! A Sarah está bem.

- Está. Foi para o hospital cuidar dos hematomas. Você acredita que a miserável da Robbins bateu nela? Maldita. Deixa o Harry saber disso.

- O Harry ainda não acordou?

- Não. De acordo com os médicos, ele só vai acordar amanhã à tarde.

Gina ficou mais aliviada. Sarah estava fora de perigo. Pensou em Harry. O que ele faria quando soubesse de tudo.

Falou mais um pouco com Hermione e desligou o telefone. Pegou a caneca e foi para o quarto. Tudo seria diferente a partir do dia seguinte.

XXXXX



Filha de empresário é resgatada. Mandante era a namorada. Seqüestrador é morto em tiroteio.

A polícia resgatou ontem à noite a filha do empresário Harry Potter, Sarah Marie Washington Potter, de 6 anos. A garota foi mantida refém num casebre abandonado nos subúrbios de Londres.
De acordo com a polícia, o mandante do seqüestro era a namorada de Harry, a modelo Maurren Scott Robbins, de 29 anos. Ela teria seqüestrado Sarah para dar um golpe em Harry e fugir com Benjamin Keenan, 26, um dos seqüestradores morto no tiroteio que sucedeu o resgate.
‘Maurren não queria dividir com o Ben. Ela fugiria com o resgate, enquanto ele pagaria pelo crime que cometeram. ’ Afirmou o chefe de polícia, Linus McGrant.
Potter ainda não tem conhecimento de nada disso. Ele está internado desde ontem, por causa de um nervosismo, que quase culminou num infarto. A filha foi direto para o hospital para alguns exames e passa bem. Poderá ter alta na manhã seguinte.


Só se falava nisso na manhã seguinte.

Seguranças tiveram que reforçar o prédio da DEVON, por causa da quantidade de repórteres e fotógrafos que estavam esperando algum funcionário em busca de notícias. Luna fora vítima deles quando chegou ao prédio e teve que ser escoltada até a entrada.

- Maureen será julgada?

- É verdade que ela queria dar o golpe do baú?

- É verdade que ela bateu na menina Potter?
Essas e mais outras perguntas eram feitas incansavelmente. Eles pareciam que não se cansava. Uma hora, Hermione viu que aquilo estava indo longe demais e decidiu dar uma declaração para que os inconvenientes desocupassem a entrada do prédio.

- A menina Potter está bem, o senhor Potter está se recuperando. A justiça será feita e a senhorita Robbins e os outros bandidos pagarão pelo crime. Obrigada.

Nada mais devia ser dito. Hermione entrou enquanto a polícia e os seguranças evacuavam o local. Muitos funcionários olhavam a janela, espantados. Os Office-boys, que estavam presos, finalmente conseguiram prosseguir seu trabalho.

- Eles já foram embora? – Gina perguntou quando Hermione adentrou a sala. A morena sentou-se, com o semblante cansado.

- Os seguranças e os policiais já os colocaram para correr.

Gina riu. Sabia que aquilo era normal. Tivera que dar uma declaração direto do aeroporto sobre o seqüestro de Sarah quando ela e o chefe chegaram de Paris.
Eles não permitiam que ninguém respirasse até ouvir o que queriam. Ou o suficiente para deixá-los em paz.

O pensamento de Hermione dirigiu-se a Harry. Daqui a pouco ele estaria acordado e ele saberia de tudo. Gina percebeu que a amiga ficou séria de repente.

- Tudo bem?

- Estava pensando no Harry. No que ele dirá quando souber sobre o Maureen e o que ela fez com Sarah.

- Provavelmente, vai ser um custo para ele acreditar que a sua mulher perfeita não passava de uma criminosa. – Gina falou irônica, o que não passou despercebido pela colega.

Não queria ser precipitada, mas no fundo esperava que, finalmente, Gina tivesse uma chance. Ela preferiu não comentar. Não era o momento. Não quando a tensão pairava no ar.

XXXXX


Harry acordou e sentiu um peso sob si. Piscou os olhos e não acreditou no que viu. Dormindo sobre ele, estava Sara. Ela parecia um acho. Não conteve as lágrimas e a abraçou.

Patrícia tinha razão! Sarah estava salva! E ele sentia-se vivo novamente!
“Obrigado, meu amor. Obrigado por trazer nossa princesinha de volta.”

Sarah abriu os olhos e sorriu para o pai, que tinha lágrimas de felicidade nos
olhos.

- Papai?

- Oi, meu anjo. – beijou a testa da filha. – Como você está?

- Vovó disse que você estava triste e que veio pra cá.

- Sim, eu estava. Mas agora não estou mais. Afinal, você está aqui agora e tudo vai ficar bem.

Sarah abraçou o pai fortemente. Harry começou acariciou os cabelos da filha. Fez com que ela a olhasse e fechou a cara ao ver os curativos no rosto da filha. Encheu-se de ódio. Só de pensar que alguém tocou na sua menininha...

- Eles te machucaram? – tocou os curativos. Para sua surpresa, Sarah sacudiu a cabeça. – Então, quem fez isso em você?

Sarah não conseguiu falar e começou a chorar. Harry a abraçou.
- Calma, meu amor. Se você não quiser, não precisa falar.

A garota continuou a soluçar enquanto Harry a ninava nos braços, como nas noites em que ela tinha pesadelos. Mas aquilo era real. Era mais doloroso.

A porta se abriu e dona Glória e Katherina entraram no quarto. Se emocionaram com a cena.

- Filha, a vovó está aqui. – enxugou as lágrimas dela. – Olha, haja o que
houver, ninguém mais vai tocar um dedo em você. Nunca mais!

A garota pareceu se acalmar por um momento. Harry trocou um olhar compreensivo com a sogra.

- Não deixe que ela me machuque de novo. – Sarah falou num sussurro que só Harry pôde ouvir. Ele franziu o cenho.

- Ela? Ela quem? – Dona Glória e Katherina entreolharam-se. Aquele era o momento. – Fala, Sarah. Quem foi que te bateu?

- Foi a... foi a... foi a Maureen...

Um clima de tensão pairou naquele quarto. O olhar de Harry vagava para a filha e para as duas mulheres.

- O que... o que você disse, Sarah? – perguntou como se não acreditasse no que ouvira.

- Harry... – interveio Dona Glória. – Ela disse a verdade. Foi a Maureen que fez isso com ela. Você tem que acreditar.
Harry balançou a cabeça, como se não entendesse.

- Não, vocês estão inventando! Maureen jamais faria uma coisa dessas. Jamais!

- Acalme-se, Senhor Potter! O senhor está alterado. Vou chamar o médico... – Katherina fez menção de sair, mas dona Glória a impediu.

- Tudo bem, Katherina. Nós sabíamos que Harry não acreditaria. – abriu a bolsa e pegou o jornal. – Não queríamos mostrar agora, mas não temos outra alternativa. Acho melhor você saber logo.

Dona Glória entregou o jornal e pegou Sarah no colo, que ainda chorava.

Harry lia cada linha com dificuldade, como se nada daquilo fosse real. Seu queixo tremia muito depois da leitura.

- Que palhaçada é essa! Estão acusando a Maureen de ser a mandante do seqüestro?? – jogou o jornal no chão.

- Harry, eu sei que é difícil pra você entender. – dona Glória sentou-se ao lado dele. – E não pense que isso foi uma armação, porque não foi. Maureen estava planejando roubar você e fugir com todo o dinheiro. Ela iria matar Sarah se não chegássemos a tempo. Quando ela morresse, ela fingiria uma viagem e iria embora com todo seu dinheiro. Era isso o que você queria?

Harry olhou para a sogra, visivelmente abatido. Assimilar aquilo tudo estava complicado. Ele precisava de uma prova final.

- Onde está Maurren? – perguntou num sussurro.

- Está presa aguardando julgamento.

Harry olhou para Sarah, que estava sentada na poltrona com Katherina. Precisava tirar aquela história a limpo.

- Ótimo. Ela vai ter que me explicar que história é essa. – finalizou com o olhar distante.

XXXXX


Harry saiu do hospital escoltado pelos policiais. Alguns jornalistas pernoitaram em frente ao Hospital, esperando o empresário sair e dar satisfações. Ele não queria conversar. Queria que aquela história terminasse de uma vez por todas.

Ele conversou com o senhor McGrant, que lhe deu a ficha completa de Benjamin Keenan. Maldita Maurren! Além de dar o golpe, estava o traindo!
Sentiu uma mistura e decepção. Nunca se sentira tão miserável na vida.

Maureen tinha um olhar distante. Olhava para a janela despreocupada quando

Harry aproximou-se da cela.

- É verdade? – Maureen virou-se ao reconhecer a voz. – É verdade que você não passa de uma modelo golpista que queria sacanear o idiota aqui?

Maureen aproximou-se com a cara mais inocente do mundo. Tentou pegar as mãos de Harry, que se afastou, demonstrando asco. Baixou os olhos.

- Estava tão fácil. –falou sem emoção. Aquilo foi demais para Harry, que a fuzilou cheio de rancor.

- Sua maldita, como pôde? E eu pensava que tinha encontrado a mulher da minha vida...

Maurren começou a rir descontroladamente. Colocou a mão na barriga e olhou Harry como se fosse uma figura engraçada.

- Ë... tenho que admitir que você merece o troféu do maior idiota do ano. Você é patético! Imagina, eu me apaixonar por você? Um completo mané. Aliás, a única coisa que presta em você é seu desempenho na cama, digamos... considerável.

Harry contou até dez. Sua vontade era arrombar aquela cela e matá-la, mas se controlou. Ele era patético, ela tinha razão. Mas aquela seria a última vez que alguém o chamaria assim.

- É, eu posso ter sido patético. Patético por ter me apaixonado por uma garota fútil, sem cérebro e totalmente sem coração. Patético por tentar fazer Sarah gostar de alguém como você. Porque você Maurren, não passa de um monte de lixo. Eu tenho pena de você e daquele seu namoradinho, que está apodrecendo no inferno. Não pense que eu estou feliz por você estar aqui. Só vou descansar quando você tiver julgada e condenada. Sua vadia! Pra mim, você estaria no inferno.

Harry pesava pausadamente. O sorriso desaparecera no rosto de Maureen, que mantinha uma expressão de ódio e fúria.

- Nunca mais encoste o dedo na minha filha. Sarah tinha razão, você não presta. Como eu pude dizer para a minha filha que eu a mandaria para a Suíça se ela não te aceitasse... É, eu estava cego mesmo. Cego de amor. Mas agora eu abri os olhos. E vejo uma víbora enjaulada, que não fará mal a ninguém.
- Seu desgraçado!! – Maureen se descontrolou e tentou alcançar Harry. – Fala isso porque está se sentindo traído. Só porque é corno, vai vim com lição de moral.

Harry sorriu maldoso e olhou para os olhos de Maurren.

- Vivendo e aprendendo, Maureen. Porém, o corno aqui está solto e a “infiel” está presa. Vai se preparando, sua vagabunda. Se depender de mim, nunca mais sairá da cadeia.

Harry virou as costas e saiu, enquanto Maureen gritava um monte de impropérios. A dor amenizaria, ele sabia. Era hora de seguir em frente.

Maureen estava morta para ele.

XXXXX


Duas semanas se passaram e o nome Maureen Robbins foi proibido na DEVON, principalmente para Harry, que tentava colocar sua vida em ordem e se aprofundou no trabalho com mais afinco.

Maureen foi dor de cabeça para as autoridades. Sua pena aumentara, seu julgamento teve que ser adiado devido a um plano de fuga que falhou, graças à ação de polícia. A ex-modelo se encontrava na solitária e sua pena era calculada de 50 anos.

Harry chegou a casa completamente exausto. Havia fechado um contrato milionário. A DEVON passaria a fabricar Iphones dali para a frente e os lucros aumentariam.

Encontrou Sarah na frente da televisão, assistindo mais um dos desenhos da Disney que ela adorava. Katherina havia preparado o bolo favorito dela e as duas se divertiam na sala. Harry deu um beijo na filha e subiu para o quarto.

Porém, ele parou e olhou para a tela. Teve uma idéia.

Era hora de ter um momento longo entre pai e filha.

XXXXX


- Quanto tempo pretende ficar fora? – perguntou Hermione enquanto cancelava os compromissos de Harry.

- Dois meses, no máximo. A produção de Iphone vai começar e eu quero estar aqui quando inaugurar o primeiro aparelho.

Quando Harry anunciou sua viagem, Hermione pensou que era pegadinha, já que Harry se recusava a dar a si mesmo um folga. Nem com a morte da esposa, ele deixou seu lado workaholic de lado. Agora ele estava se permitindo, depois de todos os acontecimentos, esfriar a cabeça.

- E como está a Sarah? A escola liberou a viagem?

- Liberou. Sarah não perderá nada quando voltar. A professora já se prontificou a dar aulas para ela quando voltarmos. Ela está ansiosa, claro. Já está pensando e ir a todos os brinquedos, em todas as peças. Mas o que ela quer ver mesmo é o Mickey Mouse.

Hermione riu.

- Que criança não gostaria de ver o Mickey Mouse.

Os dois terminaram de acertar os últimos ajustes para a viagem. Harry saiu da sala de Hermione e foi direto para sala. Mas tinha uma última parada.
Bateu na porta e entrou. Gina digitava algumas coisas no computador. Ela se assustou ao ver o chefe.

- Deseja uma coisa, senhor Potter?

Harry deu de ombros e sentou-se.

- Estou indo viajar com a minha filha. Ficaremos dois meses fora.

- Sério? – Gina ficou feliz pelos dois. Eles mereciam. – E pra onde vão?

- Disney. Minha filha é louca pra ir lá e eu preciso de um tempo pra mim.

- Sem dúvida. – sorriu a ruiva.

Harry pareceu embaraçado no que diria. Pensou em Sarah. Ele precisava fazer isso, senão a filha o mataria.

- Gina, a minha filha me fez prometer que a convidaria para jantar quando
voltássemos. Se eu não fizer isso... ela me mata. – sorriu em graça.

Gina se surpreendeu com o convite. Não era ele, mas Sarah quem a convidara, ou melhor, a intimara. Seria correto? Ela não sabia, mas aquele convite parecia irrecusável.

- Tudo bem. Diga à sua filha que eu irei.

- Ótimo. Quando voltarmos, marcaremos. Obrigado, Gina. – Harry sorriu e se retirou. Gina suspirou. Um jantar na casa de Harry. Meses atrás, a idéia parecia absurda. Porém, percebera que não podia mais fugir dos seus sentimentos. Amava Harry e nada poderia mudar isso.
Apenas queria que o convite não fosse oportunista.

Continua...

Sim, vocês não estão sonhando. Aqui está mais um capítulo. Mas peraí, e a “Amor Cigano”? Vamos combinar uma coisa: eu termino minha pasta de estágio, e volto com os capítulos restantes da USC, ok? Já a AC, eu vou escrevendo ao longo do tempo, já que é a mais fácil, ok?
Peço desculpas pela demora. Estou enrolada com pasta de estágio, aulas... enfim.

Espero que gostem do capítulo e comentem.

Beijão da Juh.

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